INFECÇÃO HOSPITALAR CONCEITOS E INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS
Prof Ms. Carlos Alberto da Silva e Souza
INTERAÇÃO DO MICRORGANISMO - HOSPEDEIRO
AGENTE INFECCIOSO EM NÚMERO SUFICIENTE PROCESSO INFECCIOSO
VIA DE ACESSO AO HOSPEDEIRO PORTA DE ENTRADA HOSPEDEIRO SUSCEPTÍVEL
QUALQUER
MICRORGANISMO
PODE
CAUSAR
DOENÇA,
DESDE QUE HAJA VIA DE TRANSMISSÃO, PORTA DE ENTRADA E UM HOSPEDEIRO SUSCEPTÍVEL.
ENCONTRO DO AGENTE COM O HOSPEDEIRO
RECEPTORES ESPECÍFICOS
FIXAÇÃO DE MICRORGANISMOS
RECEPTORES EXISTEM EM NÚMERO LIMITADO PARA MICRORGANISMOS DE UMA MESMA ESPÉCIE.
ENCONTRO DO AGENTE COM O HOSPEDEIRO APÓS OCUPADOS OS RECEPTORES, A COLONIZAÇÃO DO HOSPEDEIRO POR OUTROS MICRORGANISMO SÓ SERÁ POSSÍVEL EM TRÊS SITUAÇÕES:
• LIBERAÇÃO
DO
MESMO
DEVIDO
AO
USO
DE
ANTIMICROBIANOS; • ALTERAÇÃO
DOS
RECEPTORES
PROVOCADA
POR
DETERMINADAS CONDIÇÕES CLÍNICAS; • FORMAÇÃO DE COLÔNIA MISTA POR ADESÃO DE UM OUTRO MICRORGANISMO POR MEIO DA ADESINA DO GLICOCÁLIX DO MICRORGANISMO ADERENTE.
ENCONTRO DO AGENTE COM O HOSPEDEIRO O MICRORGANISMOS AO ENTRAR EM CONTATO COM AS CÉLULAS EPITELIAIS DO HOSPEDEIRO PODERÁ: •
NÃO FIXÁ-LOS POR FALTA DE RECEPTORES, SENDO REMOVIDOS
FACILMENTE,
O
QUE
ACONTECE
NA
MAIORIA DAS VEZES; •
FIXÁ-LO E SEREM COLONIZADAS SEM QUE HAJA OS SINAIS DE INFECÇÃO
•
FIXÁ-LO, INICIANDO
SEREM O
COLONIZADAS
PROCESSO
E
DESTRUÍDAS,
INFECCIOSO,
O
QUE
DEPENDERÁ DAS CONDIÇÕES DO HOSPEDEIRO, DO AGENTE INFECCIOSO E DO AMBIENTE.
CONCEITOS E CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
CONTAMINAÇÃO COLONIZAÇÃO INFECÇÃO (DOENÇA)
CONCEITOS E CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS INFECÇÃO COMUNITÁRIA: Constatada ou em período de incubação no ato de admissão do paciente, desde que não relacionada à internação anterior; Associada à complicação ou extensão da infecção já presente na admissão, desde que não haja troca de microorganismos; Em RN, adquirida de forma transplacentária; Em RN associadas a tempo de bolsa rota superior a 24 horas.
CONCEITOS E CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS INFECÇÃO HOSPITALAR (Complicação infecciosa): Adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou a procedimentos invasivos. Toda
infecção
quando
se
adquirida
após
desconhece o
72
período
horas de
de
internação,
incubação
do
microorganismo. Aquelas manifestadas antes de 72 horas de internação , desde que esteja relacionada com procedimentos diagnósticos ou terapêuticos, realizados durante este período.
FATORES QUE INTERFEREM NAS TAXAS DE INFECÇÃO HOSPITALAR • GRAVIDADE DOS PACIENTES INTERNADOS; • DISPONIBILIDADE DE TÉCNICAS INVASIVAS; • METODOLOGIA DE COLETA DE DADOS; • GRAU DE ATUAÇÃO E DE ATUALIZAÇÃO DA CCIH; • QUALIDADE TÉCNICA E NÍVEL DE COMPROMISSO DA EQUIPE DE SAÚDE; • HIGIENE
HOSPITALAR
QUE
COMPREENDE
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS , PROCESSAMENTO DE ARTIGOS E LIMPEZA AMBIENTAL.
Infecção Comunitária • Infecção constatada ou em incubação na internação do paciente, desde que não relacionada com internação anterior no mesmo hospital. • São também consideradas comunitárias: – infecção associada a complicação ou extensão de infecção já presente na admissão do paciente; – infecção em paciente proveniente de outro hospital, a menos que haja troca de germe ou forte indicação de aquisição de nova infecção. – Infecção congênita em recém nascido – infecção em recém nascido de mãe com bolsa rota há mais de 24 horas.
Infecção Hospitalar • Infecção adquirida após a internação, ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares. • São também consideradas hospitalares: – infecção manifestada após 72 horas da internação, quando não se conhecer o período de incubação do germe ou não houver evidência clínica e/ou laboratorial de infecção no momento da admissão. – Infecção manifestada antes de 72 horas da internação, quando associada a procedimentos diagnósticos e/ou terapêuticos realizados depois da internação.
Infecção Hospitalar
– Infecção surgida na mesma topografia em que foi diagnosticada infecção comunitária, quando for isolado um germe diferente e houver agravamento das condições clínicas do paciente. – Infecção no recém nascido, com exceção das congênitas e da mãe com bolsa rota.
Vigilância das Infecções Hospitalares • Hospital: • método passivo » dados obtidos a partir da ficha da CCIH » retrospectivo, depende de notificação, sujeito a limitações.
• CTI, Neonatologia, Oncologia, Neurologia • método NNISS - busca ativa » diária, prospectiva » permite comparações entre setores com mesmo score de gravidade » avalia tempo de permanência, de procedimentos, e sua relação com a infecção » paciente-dia » SVD-dia, Cateter-dia, Resp-dia
Indicadores para o controle da Infecção Hospitalar • Taxa de doentes com infecção hospitalar • Taxa de infecção hospitalar • Taxa de infecção hospitalar por enfermarias ou setores • Taxa de infecção hospitalar por topografias • Taxa de infecção hospitalar por procedimentos invasivos • Taxa de mortalidade por infecção hospitalar • Taxa de letalidade por infecção hospitalar
Cirurgias
• É todo procedimento em que há corte de pele ou mucosas e para o qual o paciente é levado ao bloco cirúrgico. • Exclui: • • • • •
mielograma endoscopia broncoscopia drenagem toráxica dissecção venosa
• Inclui: • procedimentos ortopedicos realizados na pequena cirurgia • cirurgias realizadas no Centro Cirúrgico com alta do paciente no mesmo dia.
Tipos de Cirurgia • Cirurgia limpa:
realizada em tecido estéril ou de fácil descontaminação, na ausência de supuração local.
• Cirurgia não limpa: realizada em tecido com presença de flora bacteriana de descontaminação difícil ou impossível, na ausência de supuração local.
• Cirurgia
infectada:
realizada em qualquer órgão, na presença de supuração local.
Antibiótico profilático em cirurgias: • Tem por objetivo reduzir a infecção na ferida cirúrgica; • Recomendado dose única na indução anestésica, repetir somente se a cirurgia durar mais que 2 meia vidas da droga. • Utilizado endovenoso • Na maioria dos casos se utiliza a Cefazolina, que tem meia vida de 1,5 h, e deve ser repetida se a cirurgia durar mais que 3 horas.
LISTA DE PROBLEMAS • Não lavagem das mãos. • Não uso de luvas de procedimento para punção venosa ou cuidados com o paciente com secreções. • Não notificação de acidentes com secreção orgânica. • Alimentação nas enfermarias por profissionais de saúde. • Não lavagem das mãos após retirada das luvas. • Pegar canetas e prontuários usando luvas. • Não preenchimento da ficha da CCIH. • Não preenchimento de todos os campos da prescrição de antibióticos e pedidos de exames.
TRATAMENTO DAS INFECÇÕES HOSPITALARES
TRATAMENTO DAS INFECÇÕES HOSPITALARES
O tratamento da Infecção Hospitalar se depara com inúmeros desafios dentro das Instituições de saúde: • as condições de realização e avaliação de antibiogramas; • a questão das informações sobre os agentes infecciosos; • a correta utilização de antimicrobianos.
TRATAMENTO DAS INFECÇÕES HOSPITALARES
Lavagem das mãos: uma atitude simples mas pouco valorizada. A lavagem das mãos com água e sabão é um dos procedimentos mais simples e dos mais eficazes na prevenção e controle das Infecções Hospitalares.
Causas da Emergência e Disseminação de Resistência a Antimicrobianos
Disseminação de cepas resistentes ou transmissão paciente-paciente ✔ Aplicação inconsistente das medidas básicas e técnicas de controle pelos profissionais de saúde (lavagem das mãos, uso de luvas, etc.) ✔ Unidades, especialmente UTI, superlotadas e com poucos funcionários ✔ Contaminação ambiental ✔ Pacientes colonizados com bactérias multirresistentes (VRE)
Causas da Emergência e Disseminação de Resistência a Antimicrobianos
Seleção de cepas resistentes Resistência se torna mais prevalente → médico ansioso irá confiar somente em antimicrobianos mais potentes e com maior espectro de ação para profilaxia e tratamento Aumento do número de pacientes graves e imunocomprometidos “Overinterpretation” das implicações da colonização • Colonização do trato respiratório alto por bactérias Gram-negativas multirresistentes em pacientes entubados
Pressão Seletiva O Uso de antimicrobianos leva a: • Eliminação dos patógenos sensíveis e recolonização por cepas/espécies resistentes - Não há vazio ecologico • “Indução” de resistência Gens induzíveis • Resistência às cefalosporinas de 3a. geração Mutação genética - A chance de seleção de mutantes resistentes será maior: • Quanto maior for o inóculo bacteriano (pneumonias, abscessos) • Quanto mais próximo do MIC estiver a concentração do atb.
Tipagem molecular de cepas multirresistentes Permitem a avaliação do modo de disseminação da resistência e direcionam as medidas de controle a serem instituídas
Cepas com padrão ou perfil molecular idênticos ou semelhantes ↓ Disseminação de clones resistentes ↓ Implementação de medidas de barreira
Grande variedade genética entre as cepas resistentes ↓ Seleção independente de resistência por pressão seletiva ↓ Reavaliação da política de uso de antimicrobianos
TRATAMENTO DAS INFECÇÕES HOSPITALARES
A capacidade bacteriana para resistir aos antibióticos é mais ágil do que a capacidade humana para desenvolver novos antibióticos.
Investigação de Surtos de Infecção Hospitalar e Implementação de Medidas de Controle
Objetivos • Reconhecimento, investigação e controle de surtos de infecção hospitalar • Rever etapas na condução de uma investigação de surto hospitalar • Discutir implementação de medidas de controle em uma situação real e seu impacto
Etapas da Investigação de Surtos Hospitalares
Investigação preliminar e Estudos descritivos
Investigação definitiva e Estudos comparativos
Etapas da Investigação de Surtos Hospitalares Investigação preliminar e Estudos descritivos Rever informações existentes Determinar natureza, local e gravidade do problema Confirmar o diagnóstico Estabelecer uma definição de caso (tempo/lugar/pessoa) Identificar e quantificar os casos Solicitar ao laboratório que guarde as amostras/cepas de casos suspeitos Curva epidêmica e Listagem de casos Estabelecer a existência de um surto Implementar e avaliar medidas de controle emergenciais
Etapas da Investigação de Surtos Hospitalares Investigação definitiva e Estudos comparativos Rever prontuários dos casos Formular hipótese Testar hipótese em estudos comparativos (caso-controle ou coorte) Conduzir estudos laboratoriais Conduzir estudos adicionais quando necessário: - Observacionais - Inquéritos - Experimentais Implementar medidas de controle Comunicar os resultados
Etapas da Investigação de Surtos Hospitalares Investigação preliminar e Estudos descritivos Rever informações existentes Determinar natureza, local e gravidade do problema Confirmar o diagnóstico Estabelecer uma definição de caso (tempo/lugar/pessoa) Identificar e quantificar os casos Solicitar ao laboratório que guarde as amostras/cepas de casos suspeitos Curva epidêmica e Listagem de casos Estabelecer a existência de um surto Implementar e avaliar medidas de controle emergenciais
Etapas da Investigação de Surtos Hopitalares Investigação preliminar e Estudos descritivos Rever informações existentes Determinar natureza, local e gravidade do problema Confirmar o diagnóstico Estabelecer uma definição de caso (tempo/lugar/pessoa) Identificar e quantificar os casos Solicitar ao laboratório que guarde as amostras/cepas de casos suspeitos Curva epidêmica e Listagem de casos Estabelecer a existência de um surto Implementar e avaliar medidas de controle emergenciais
Hospital A EUA, estado na costa oeste Centro de referência mundial para transplante de medula óssea (TMO) ~ 400 TMO’s por ano 60 leitos para transplante Regime de internação e ambulatorial ~150 pacientes de TMO em seguimento ambulatorial
Informações Solicitadas Exames laboratoriais? Microorganismos isolados? Características dos casos O que havia sido feito?
Informações Existentes ICS por gram negativos Pseudomonas spp. Strenotrophomonas spp. Klebsiella spp. E. Coli Enterobacter spp.
Mais frequente em pacientes de regime ambulatorial Todos pacientes com cateteres de acesso central Uso de dispositivos para acesso venoso sem agulha iniciado em Julho 1998
Pacientes de Transplante de Medula Óssea • Mais suscetíveis à infecções • Tempo prolongado de tratamento • Mudanças recentes em TMO - Alta hospitalar precoce - Regime ambulatorial - Hospitalização intermitente se necessário - Terapia de infusão em domicílio
Dispositivos para Acesso Venoso Sem Agulha • Usados para acessar sistemas intravenosos sem uso de agulhas • Diminui acidentes pérfuro-cortantes em profissionais de saúde • Amplamente usados nos EUA • Relatos de associação com ICS • Impacto destes dispositivos na segurança do paciente?
Etapas da Investigação de Surtos Hopitalares Investigação preliminar e Estudos descritivos Rever informações existentes Determinar natureza, local e gravidade do problema Confirmar o diagnóstico Estabelecer uma definição de caso (tempo/lugar/pessoa) Identificar e quantificar os casos Solicitar ao laboratório que guarde as amostras/cepas de casos suspeitos Curva epidêmica e Listagem de casos Estabelecer a existência de um surto Implementar e avaliar medidas de controle emergenciais
Confirmação do diagnóstico • Clínico – Rever anotações médicas – Examinar e conversar com os pacientes
• Vigilancia • Laboratorial – – – –
Identificar diagnósticos errados Rever metodologia laboratorial Mudança no tipo ou rotina? Solicitar ao laboratório para guardar cepas
Etapas da Investigação de Surtos Hopitalares Investigação preliminar e Estudos descritivos Rever informações existentes Determinar natureza, local e gravidade do problema Confirmar o diagnóstico Estabelecer uma definição de caso (tempo/lugar/pessoa) Identificar e quantificar os casos Solicitar ao laboratório que guarde as amostras/cepas de casos suspeitos Curva epidêmica e Listagem de casos Estabelecer a existência de um surto Implementar e avaliar medidas de controle emergenciais
Identificar e Contar os Casos Definição de caso • • • • • •
Simples e fácil Incluir tempo, lugar e pessoa Abrangente ou refinada Alteração à medida que investigação progredir Aplicada sem viés em todos investigados Incluir critérios clínicos e/ou laboratoriais
Definições Definição de Caso Definição do CDC para infecção primária de corrente sanguínea (ICS) ICS primária por gram-negativo em paciente de TMO em regime ambulatorial, com cateter de acesso central, durante o período epidêmico
Período Epidêmico 01 de Agosto - 30 de Outubro 1998
Etapas da Investigação de Surtos Hospitalares Investigação preliminar e Estudos descritivos Rever informações existentes Determinar natureza, local e gravidade do problema Confirmar o diagnóstico Estabelecer uma definição de caso (tempo/lugar/pessoa) Identificar e quantificar os casos Solicitar ao laboratório que guarde as amostras/cepas de casos suspeitos Curva epidêmica e Listagem de casos Estabelecer a existência de um surto Implementar e avaliar medidas de controle emergenciais
Fontes de Informação Identificar e Quantificar Casos • Busca sistemática • Diversas fontes Registro do laboratório Registro de CCIH Registros de enfermagem (UTI, centro cirúrgico, etc) Planilhas do dept. de cobrança/custos Registros de admissão hospitalar
Etapas da Investigação de Surtos Hospitalares Investigação preliminar e Estudos descritivos Rever informações existentes Determinar natureza, local e gravidade do problema Confirmar o diagnóstico Estabelecer uma definição de caso (tempo/lugar/pessoa) Identificar e quantificar os casos Solicitar ao laboratório que guarde as amostras/cepas de casos suspeitos Curva epidêmica e Listagem de casos Estabelecer a existência de um surto Implementar e avaliar medidas de controle emergenciais
Investigação de Surtos Organizar dados por Tempo • Curva epidêmica (histograma) Simples Número de casos por início de sintomas Magnitude do surto e tendência temporal Permite inferências acerca dos períodos de incubação
Distribuição de Pacientes com ICS por Gram-negativos Unidade ambulatorial de TMO, Hospital A Janeiro - Outubro 1998
No. de casos
12
13
Uso de dispositivo 6 4
3
3
1 JAN
FEV
MAR
ABR
2
MAI
3
JUN
4
JUL
AGO
SET
OUT
1998
Etapas da Investigação de Surtos Hospitalares Investigação preliminar e Estudos descritivos Rever informações existentes Determinar natureza, local e gravidade do problema Confirmar o diagnóstico Estabelecer uma definição de caso (tempo/lugar/pessoa) Identificar e quantificar os casos Solicitar ao laboratório que guarde as amostras/cepas de casos suspeitos Curva epidêmica e Listagem de casos Estabelecer a existência de um surto Implementar e avaliar medidas de controle emergenciais
Estabelecer a Existência de um Surto • Determinar número de casos observados • Determinar número de casos esperados • Calcular taxas de incidência de ICS nos períodos epidêmico e pré-epidêmico • Demonstrar que houve aumento na incidência de ICS no período epidêmico acima do esperado
Estabelecer a Existência de um Surto • Incidência de ICS no período pré-epidêmico (01 Janeiro - 31 Julho 1998) 0,7/1.000 cateteres-dia
• Incidência de ICS no período epidêmico (01 Agosto - 30 Outubro1998) 2,1/1.000 cateteres-dia
• Aumento na incidência de ICS acima do esperado no período epidêmico RR=3,17 (p-value<0,001)
Taxa de ICS por Gram-negativos em Pacientes Submetidos a TMO,
surto 3 2,5 2 1,5 1 0,5
O ut
Se t
go A
Ju l
Ju n
M ai
br A
M ar
Fe v
0 ja n/ 98
taxas de ICS/1,000 cateteres-dia
regime ambulatorial, Hospital A Janeiro - Outubro 1998
p-value <0.001
Etapas da Investigação de Surtos Hospitalares Investigação preliminar e Estudos descritivos Rever informações existentes Determinar natureza, local e gravidade do problema Confirmar o diagnóstico Estabelecer uma definição de caso (tempo/lugar/pessoa) Identificar e quantificar os casos Solicitar ao laboratório que guarde as amostras/cepas de casos suspeitos Curva epidêmica e Listagem de casos Estabelecer a existência de um surto Implementar e avaliar medidas de controle emergenciais
Epidemiologia Descritiva
Exame dos pacientes Características avaliadas
sexo idade quadro clínico complicações letalidade tipo de TMO conduta medicação recebida presença de outros procedimentos invasivos
Dados Descritivos • 31 episódios de ICS primária em 29 pacientes 10 (32%) polimicrobianas 20 (64%) sintomáticas 21 (67%) internados pela ICS 13 (48%) perderam cateter de acesso central
• 52 cepas bacterianas isoladas em hemocultura • Todos os episódios foram identificados em pacientes com dispositivos para acesso venoso sem agulha
Organismos Identificados Outros gram Staphylococcus positivos (7.7%) coagulase negativa (11.5%)
Enterobacteriacea (38.5%)
Gram negativos hidrofílicos (42.3%)
Etapas da Investigação de Surtos Hospitalares Investigação definitiva e Estudos comparativos Rever prontuários dos casos Formular hipótese Testar hipótese em estudos comparativos (caso-controle ou coorte) Conduzir estudos laboratoriais Conduzir estudos adicionais quando necessário: - Observacionais - Inquéritos - Experimentais Implementar medidas de controle Comunicar os resultados
Etapas da Investigação de Surtos Hospitalares Investigação definitiva e Estudos comparativos Rever prontuários dos casos Formular hipótese Testar hipótese em estudos comparativos (caso-controle ou coorte) Conduzir estudos laboratoriais Conduzir estudos adicionais quando necessário: - Observacionais - Inquéritos - Experimentais Implementar medidas de controle Comunicar os resultados
Formular e Testar Hipóteses • Objetivo: Explicar o problema • Deve abordar a origem do surto e o modo de transmissão • Hipótese deve ser consistente com fatos observados e conhecimento científico • Epidemiologia Analítica - Estudos comparativos – Caso controle – Coorte
Hipótese • ICS polimicrobianas, com predominância de organismos gram-negativos hidrofílicos • Pacientes TMO em regime ambulatorial • Pacientes com cateter central (Hickman), recebendo terapia de infusão domiciliar • Todos os casos com dispositivos para acesso venoso sem agulha Exposição a água de torneira?
Etapas da Investigação de Surtos Hospitalares Investigação definitiva e Estudos comparativos Rever prontuários dos casos Formular hipótese Testar hipótese em estudos comparativos (caso-controle ou coorte) Conduzir estudos laboratoriais Conduzir estudos adicionais quando necessário: - Observacionais - Inquéritos - Experimentais Implementar medidas de controle Comunicar os resultados
Investigação de Surtos Testar Hipóteses Tabela Matriz: 2X2 Doente Exposto
Não-exposto Total
Sadio
A
B
C
D
Total
Epidemiologia Analítica Métodos • Taxas de ICS antes e depois da introdução de dispositivos para acesso venoso sem agulha • Caso-controle I - Análise inicial de fatores de risco • Caso-controle II - Análise detalhada de exposição a àgua e cuidados do cateter em casa
Epidemiologia Analítica Caso-Controle I • 31 casos, 31 controles • Potenciais fatores de risco avaliados características demográficas características do transplante imunossupressão dias de cateter de acesso central manipulação de acesso venoso medicações visitas ambulatoriais/internações
• Resultado: Número médio de manipulação do acesso venoso (24hs pré-ICS) 11.3 para casos / 9.3 para controles - Não significante
Epidemiologia Analítica Caso-Controle II
• Entrevistas telefonicas • 17 casos, 34 controles • Avaliação detalhada de fatores de risco – Exposição a àgua
água de torneira / gelo / banho / natação outros – Cuidados com o cateter lavagem de mãos / proteção do cateter áreas de infusão EV / uso de filtros frequência de troca do dispositivo
Resultados • Casos tinham maior número de manipulação do acesso venoso (24hs pré-ICS) que controles – Média de 11.3 para os casos – Média de 9.3 para os controles – Não significativo
• Hipótese de exposição a água e manipulação do cateter em casa como fator de risco
Fatores de Risco para ICS Variáveis categóricas, Casos número n=17
Controles n=34
OR
p-value
Auto-infusão EV
13
4
6.8
<0.01
Banhos de banheira (somente)
3
14
3.4
NS
Variáveis contínuas, média Número de duchas/semana 4.8
6.3
-
0.01
Número de trocas de dispositivo/semana
2.4
-
0.01
2.0
Fatores de Risco para ICS Análise Multivariada Variáveis
Odds Ratio
p-value
Auto-infusão EV Sim Não
6.2 Ref.
0.016
Menor frequência de troca de dispositivos por semana 1 vez >1 vez
15.2 Ref.
0.028
Número de banhos (banheira) por semana
1.4
0.05
Conclusões Dispositivos para acesso venoso sem agulha Associação temporal com aumento de taxas de ICS
Práticas de controle de infecção em relação ao uso destes dispositivos Fatores de risco para ICS
Hábitos de banho Associados com maior risco para desenvolvimento de ICS
Etapas da Investigação de Surtos Hospitalares Investigação definitiva e Estudos comparativos Rever prontuários dos casos Formular hipótese Testar hipótese em estudos comparativos (caso-controle ou coorte) Conduzir estudos laboratoriais Conduzir estudos adicionais quando necessário: - Observacionais - Inquéritos - Experimentais Implementar medidas de controle Comunicar os resultados
Estudos Laboratoriais • Culturas – solução de “flushing” pré-preparadas – catéteres de Hickman – dispositivos de acesso vascular sem agulha
• Estudos de biofilmes – catéteres de Hickman – dispositivos de acesso vascular sem agulha
Etapas da Investigação de Surtos Hospitalares Investigação definitiva e Estudos comparativos Rever prontuários dos casos Formular hipótese Testar hipótese em estudos comparativos (caso-controle ou coorte) Conduzir estudos laboratoriais Conduzir estudos adicionais quando necessário: - Observacionais - Inquéritos - Experimentais Implementar medidas de controle Comunicar os resultados
Observação de Práticas • Manipulação de cateteres • Colocação e troca de cateteres de acesso central e dispositivos para acesso venoso sem agulha • Treinamento de pacientes quanto à manipulação do cateter e bomba de infusão em casa • Prática e frequência de “flushing” • Preparação e administração de medicação IV no ambulatório • Uso de proteção na saída do cateter
Etapas da Investigação de Surtos Hospitalares Investigação definitiva e Estudos comparativos Rever prontuários dos casos Formular hipótese Testar hipótese em estudos comparativos (caso-controle ou coorte) Conduzir estudos laboratoriais Conduzir estudos adicionais quando necessário: - Observacionais - Inquéritos - Experimentais Implementar medidas de controle e avaliar impacto Comunicar os resultados
Implementação Inicial de Medidas de Controle • Troca sistemática de dispositivo pelo menos 2 vezes por semana e todas as vezes em que houver coleta de sangue pelo cateter • Padronizar um método de proteção da ponta do cateter durante o banho/ducha • Estimular duchas ao invés de banhos de banheira • Material didáticos para pacientes deve incluir riscos associados à exposição a água, hábitos de banho e frequência de troca dos dispositivos • Aulas de educação para pacientes e seus cuidadores domiciliares mandatórias
Taxa de ICS por Gram-negativos em Pacientes Submetidos a TMO, regime ambulatorial, Hospital A Janeiro 1998 - Março 1999 intervenções
3 2,5 2 1,5 1 0,5
Ju l A go Se t O ut N ov D ez ja n/ 99 Fe v M ar
0 ja n/ 98 Fe v M ar A br M ai Ju n
taxas de ICS/1,000 cateteres-dia
surto
Medidas de Controle - Programa Institucional de Prevenção de ICS • Educação sistemática e periódica de pacientes e cuidadores • Troca do dispositivo 2 vezes por semana
Avaliação do Impacto - Programa Institucional de Prevenção de ICS • Queda nas taxas de ICS/cateteres dia – profissionais de saúde – pacientes – cuidadores domiciliares
Impacto do Programa Institucional de Prevenção de ICS • Incidência de ICS no período pré-epidêmico (01 Janeiro - 31 Julho 1998)
0,7/1.000 cateteres-dia
• Incidência de ICS no pós-epidêmico (01 Novembro 1998 - 31 Dezembro 1999)
0,35/1.000 cateteres-dia RR=0,41 (p-value < 0,01)
Taxa de ICS por Gram-negativos em Pacientes Submetidos a TMO, regime ambulatorial, Hospital A Janeiro 1998 - Dezembro 1999
3 2,5 2 1,5 1 0,5
ov N
Se t
Ju l
M ai
M ar
ja n/ 99
ov N
Se t
Ju l
M ai
M ar
0 ja n/ 98
taxas de ICS/1,000 cateteres-dia
intervenções
Etapas da Investigação de Surtos Hopitalares Investigação definitiva e Estudos comparativos Rever prontuários dos casos Formular hipótese Testar hipótese em estudos comparativos (caso-controle ou coorte) Conduzir estudos laboratoriais Conduzir estudos adicionais quando necessário: - Observacionais - Inquéritos - Experimentais Implementar medidas de controle Comunicar os resultados
Implicações de Saúde Pública • Controle de epidemia com elevada morbidade e letalidade • Uso de medidas preventivas que se mostraram eficazes, fáceis e baratas • Referência para Guideline de Prevenção de Infecções Oportunistas em Pacientes Submetidos a Transplante de Stem-cell (MMWR; 20 Out. 2000)