Fluidos De Corte

  • June 2020
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View Fluidos De Corte as PDF for free.

More details

  • Words: 1,843
  • Pages: 9
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

T1- FLUIDOS DE CORTE (USINAGEM)(Cutting Fluids) Etapa um

PROFESSORES:

Cláudio Romero R. de Almeida

SEMESTE: 2009.2 TURMA:

01

ALUNO:

Pietro Mikail Sabino Bandeira

NATAL, 29 / 09 / 2009 Índice:

Índice

1 - O que são Fluidos de Cortes 1.1 - O Uso 2 - Funções e Finalidades dos fluidos de corte 2.1 - Refrigerar a região de corte 2.2 - Lubrificar as superfícies em atrito 2.3 - Arrastar o cavaco da área de corte 3 - Classificação dos fluidos de corte 4 - Qualidades e propriedades desejáveis nos fluidos de corte – Aditivos 5 - Problemas comuns no uso de fluidos de corte 6 - Bibliografia

03 03 03 03 06 06 07 07 08 10

1 - O que são Fluidos de Cortes Fluidos de corte são aqueles líquidos e gases aplicados na ferramenta e no material que está sendo usinado, a fim de facilitar a operação de corte. Freqüentemente são chamados de lubrificantes ou refrigerantes em virtude das suas principais funções na usinagem: a) Reduzir o atrito entre a ferramenta e a superfície em corte. (lubrificação); b) E diminuir a temperatura na região de corte. (refrigeração). 1.1 - O Uso O uso correto dos fluidos de corte nos processos de usinagem pode trazer muitos benefícios, observados na qualidade e na produtividade. Por outro lado, se não forem manipulados e tratados corretamente, eles podem ser nocivos a saúde e ao meio ambiente. Assim, a escolha do fluido de corte influi diretamente na qualidade do acabamento superficial das peças, na produtividade, nos custos operacionais e também na saúde dos operadores e no meio-ambiente. 2 - Funções e Finalidades dos fluidos de corte Os fluidos de corte cumprem, nas suas aplicações, uma ou mais das seguintes funções: a. Refrigerar a região de corte. b. Lubrificar as superfícies em atrito. c. Arrastar o cavaco da área de corte d. Proteger a ferramenta, a peça e a máquina contra oxidação e corrosão. Eles são utilizados quando as condições de trabalho são desfavoráveis, podendo trazer os seguintes benefícios: •

Redução da Força e Potência necessárias ao corte;



Redução do consumo de Energia;



Diminuição da Temperatura da peça e da ferramenta em trabalho;



Desobstrução da região de corte;



Aumento da Vida da ferramenta;



Eliminação do Gume Postiço;



Melhor Acabamento da superfície usinada.

2.1 - Refrigerar a região de corte A refrigeração desempenha um papel fundamental na usinagem. Uma das principais funções dos fluidos de corte é refrigerar, ou seja, remover o calor gerado durante a operação. Isso ajuda a prolongar a vida útil das ferramentas e a garantir a precisão dimensional das peças pela redução dos gradientes térmicos.

Abaixo está representada a distibuição típica de temperaturas na região de corte. De maneira geral, quanto maior a velocidade de corte ( vc ), maiores serão as temperaturas e maior a necessidade de refrigeração.

Na usinagem com ferramenta de geometria definida, a maior parte do calor gerado vai para o cavaco. A figura abaixo exemplifica uma distribuição de calor na região de corte.

Na maioria dos casos, é benéfico diminuir temperaturas tão altas. Nesses casos, se o calor não for removido, ocorrerão distorções térmicas nas peças e alterações prejudiciais na estrutura da ferramenta. Como resultado, tem-se o desgaste prematuro e trocas mais frequentes da ferramenta. O gráfico abaixo mostra o efeito da temperatura sobre a dureza de alguns materiais de ferramenta. Observe a nítida diminuição da dureza dos materiais com o aumento da temperatura.

Por outro lado, há casos onde as temperaturas elevadas facilitam o corte da peça em virtude desta redução de dureza. Nesses casos, é importante usar uma ferramenta com temperatura crítica maior. Um fator importante na vida da ferramenta é que a temperatura de nenhuma de suas partes, especialmente do gume, ultrapasse um valor crítico, além do qual se verifica forte redução da dureza. A tabela abaixo indica temperaturas críticas para diferentes materiais de ferramenta.

2.2 - Lubrificar as superfícies em atrito Nos processos de usinagem, a lubrificação nas interfaces peça-ferramenta-cavaco é difícil e complexa, em virtude das elevadas pressões de contato nessas interfaces. Outro agravante é a dificuldade de levar esse lubrificante até a posição desejada. A forma como o fluido penetra na região de contato cavaco-ferramenta é uma questão ainda em discução entre pesquisadores.

A eficiência do lubrificante vai depender das características e da sua habilidade em penetrar na região entre o cavaco e a ferramenta, formando um filme com resistência ao cisalhamento menor que a resistência do material na interface. Tanto a superfície do cavaco quanto a da ferramenta não são perfeitamente lisas. Elas são rugosas, ou seja, apresentam minúsculas saliências, asperezas em forma de picos e vales da ordem de micrômetros. Os picos mais salientes atritam-se, desgastando a ferramenta, gerando calor e uma força de atrito. Com a progressão do desgaste, pequenas partículas soldam-se no gume da ferramenta, formando o gume postiço. Para reduzir esse atrito, o fluido de corte penetra na interface rugosa por capilaridade. (Runge, P. 1990) Como consequência, reduz-se uma parcela da geração de calor. Também reduzem-se o consumo de energia, a força necessária ao corte e praticamente elimina-se o gume postiço. Veja nas fotos abaixo a aplicação de lubrificantes no brochamento e na retificação. 2.3 - Arrastar o cavaco da área de corte Em alguns processos de usinagem é muito importante considerar o destino do cavaco após a sua formação. O cavaco formado deve ser retirado da área de trabalho para não riscar ou comprometer o acabamento da peça, danificar a ferramenta ou impedir a própria usinagem. Na furação profunda, por exemplo, o cavaco formado no fundo do furo tende a se acumular excessivamente, dificultando o corte e a formação de mais cavaco. Até mesmo no torneamento externo, cavacos em forma de fitas longas podem se enroscar na peça e na ferramenta e atrapalhar o trabalho. Por isso os fluidos de corte são empregados também como removedores de cavaco da área de trabalho. Isso pode ocorrer de 3 formas: 1. O escoamento de alta vazão do fluido ajuda a carregar ou empurrar o cavaco para longe. 2. O resfriamento brusco do cavaco fragiliza-o e facilita sua quebra ou fragmentação. 3. Ao se utilizar fluidos de corte os parâmetros de usinagem podem ser ajustados de modo a facilitar a obtenção de cavacos menores. Uma boa remoção dos cavacos também evita a formação de pontos onde poderiam instalar-se focos de microorganismos cuja proliferação causaria a infectação do fluido de corte. 3 - Classificação dos fluidos de corte Não há um consenso a respeito da classificação dos fluidos de corte. Aqui apresentamos a classificação segundo Stemmer,1995. O termo "Meios lubri-refrigerantes", usado pelo referido autor é mais abrangente e se refere a qualquer substância (ou mistura) usada para lubrificar e/ou refrigerar uma operação de corte. Os meios lubri-refrigerantes são classificados em 4 grupos, de acordo com as substâncias (ou misturas) que os compõem: •

Meios lubri-refrigerantes miscíveis com a água (Ex.: Soluções aquosas e Emulsões)



Meios lubri-refrigerantes não miscíveis com a água (Ex.: Óleos graxos e Óleos minerais)



Gases e névoas



Sólidos (Ex.: Bissulfeto de Molibidênio (MoS2))

4 - Qualidades e propriedades desejáveis nos fluidos de corte – Aditivos Os fluidos de corte são modificados com aditivos - compostos químicos que melhoram propriedades inerentes aos fluidos ou lhes atribuem novas características. Em geral, esses aditivos caem em uma das duas classes: (1) aqueles que afetam uma propriedade física, como viscosidade; (2) aqueles cujo efeito é puramente químico, como anticorrosivos e anti-oxidantes. Por exemplo, óleos com aditivos de extrema pressão (EP) são compostos de enxofre, cloro ou fósforo, que reagem em altas temperaturas (200 a 1000oC), formando na zona de contato sulfetos, cloretos ou fosfetos, constituindo uma película anti-solda na face da ferramenta e assim, minimizando a formação do gume postiço. As qualidades exigidas variam de acordo com a aplicação e, às vezes, são até contraditórias. Não existe um fluido de características universais, que atende a todas as exigências. No desenvolvimento de meios lubri-refrigerantes, a melhoria de certas qualidades, por exemplo pelo uso de aditivos, induz frequentemente a piora de outras. Daí a necessidade do estudo de cada caso por especialistas, para a seleção do tipo de lubri-refrigerante mais adequado. Em adição às propriedades de lubrificar e refrigerar, os fluidos de corte devem ter ainda as seguintes: •

propriedades anticorrosivas



propr. antiespumantes



propr. antioxidantes



compatibilidade com o meio-ambiente



propriedades de lavagem



alta capacidade de absorção de calor



alta capacidade de umectação



boas propriedades antidesgaste



boas propriedades antisolda ou EP



estabilidade durante a estocagem e o uso



ausência de odor forte e/ou desagradável



ausência de precipitados sólidos ou outros de efeito negativo



viscosidade adequada



transparência, se possível

Segue abaixo uma tabela comparativa de algumas características gerais dos 3 principais tipos de fluidos de corte.

5 - Problemas comuns no uso de fluidos de corte "O manuseio incorreto, por exemplo, pode gerar resultados desagradáveis que vão desde problemas no processo de fabricação e ataques à saúde dos operadores até o descarte prematuro deste produto." GAINER, 1993 O uso de meios lubri-refrigerantes exige cuidados especiais na sua manipulação, manutenção, transporte e armazenagem, para que possam ser superados os problemas expostos a seguir. Corrosão de peças e/ou da máquina: Presença de água nas soluções e emulsões pode acelerar um processo de corrosão. (usar aditivos anticorrosivos) Infectação por bactérias: O crescimento de bactérias pode resultar em odores ofensivos, manchas nas peças e máquinas, problemas com filtros e clarificadores e redução da vida do fluido de corte (principalmente emulsões e óleos). Sujeiras e impurezas: Partículas metálicas, óleos hidráulicos e de lubrificação da máquina e maus hábitos de higiene dos operadores podem tanto prejudicar as peças, ferramentas e máquinas quanto reduzir a vida do fluido de corte. Risco de incêndio: Fluidos integrais podem entrar em combustão. É necessário atenção às condições de corte e à formulação do óleo. Também metais como o Magnésio podem provocar ignição quando em contato com a água. Assim, não se usam soluções ou emulsões com o magnésio. Ataque à saúde: Névoas de óleo podem irritar a pele e as vias respiratórias. O contato freqüente da pele com fluidos de corte (principalmente os que contém óleo na composição) pode resultar numa variedade de problems de pele, havendo diferentes mecanismos de ataque e com diferentes manifestações. (recomenda-se hábitos de higiene constantes e cremes protetores para a pele). Poluição do Meio-Ambiente: Um litro de óleo pode tornar impróprio para o uso um milhão de litros de água potável. Por esse e muitos outros motivos é necessária total atenção ao tratamento e destino do fluido de corte usado. Práticas incorretas no descarte de fluidos de corte são: •

Manejo inadequado



Ausência de tratamento



Armazenagem inadequada



Transporte impróprio



Entrega a receptores não autorizados



Disposição de resíduos em local não autorizado.

6 - Bibliografia CENTRO DE INFORMAÇÃO METAL MECÃNICA. Santa Catarina. Apresenta informações tecnológicas e comerciais em fabricação mecânica. Disponível em: http://www.cimm.com.br. Acesso em: 28 de set. de 2009 .

Related Documents

Fluidos De Corte
June 2020 7
Fluidos
May 2020 18
Fluidos
April 2020 20
Fluidos
November 2019 26
Fluidos
July 2020 17