Resumo A partir do começo do século passado, o senso de que o mundo é um ser vivo e os vários seres vivos que os compõe são como células o qual compões um corpo multicelular fora pouco a pouco adotado por vários cientistas e filósofos. Ao longo do século 20 varias filosofias e ciências forma argumentadas e defendidas onde pregam que todos nós somos filhos de Gaia. Onde somos partes de um todo. Onde somos parte de um sistema complexo, integrado onde ocorre feedbacks e sistemas de realimentações entrelaçados em outros sistemas de realimentações criando um cadeia complexa entre seres, meio ambiente e o planeta. Onde a vida se auto-sustenta e é interdependente. Essas filosofias são sustentadas por estudiosos como Arne Neiss, Albert Einstein, Fritjof Capra, Huberto Rohden, Nancy M. Unger, entre outros. Assim, o mundo é considera da uma unidade viva e uma parte de um todo chamado universo, onde este todo é manifestado pela existência de cada átomo de Universo. Somos o Cosmos. Somos poeira cósmica que criou consciência. “Cogito ergo sum” assim dizia o filosofo... . Essa consciência sobre si mesmo, sobre o próximo. Para entender que cada ser em nossa volta é feito, constituído e manifesto da mesma estrutura, a mesma matéria e mesma essência espiritual que constitui a todo o Universo, onde o que muda é somente a ‘forma’ como esta essência se manifesta. Essa “essência” é única e da qual todos nós somos feitos e através dela somos todos interligados. Podemos dizer que Deus aprecia a diversidade, ou melhor, a biodiversidade. Mas não só nas filosofias esse tema é abordado em nossa sociedade. Religiões como o Budismo, Hinduísmo,Xintoísmo, espiritismo, esoterismo tratam do tema. Algumas de uma forma mais sutil como o espiritismo, outras de forma mais direta como Hinduísmo, fato que está perfeitamente claro no diálogo milenar entre Arjuna e Krishna narrado no Bahagavhad Gita. Ainda há filosofias como as das artes marciais como arqueirismo e aikido que pregam que precisamos sermos 1 com o Universo para conquistar o caminho para a perfeição.
São consideradas muitas as formas de se percorrer o dito caminho da conscientização ou o caminho da iluminação das filosofias ecoespirituais. São apenas variadas as formas de se ver, enxergar um mesmo caminho. As primeiras filosofias com essa consciência surgiram a pelo menos 5 mil anos com o budismo e Hinduísmo e, ao longo dos séculos, não pararam de surgir filosofias e pensadores das mais variadas escolas e tempos que as defendessem. O que muda nos tempo atuais é que a concientização do eu ou ego ser algo que mesmo individualizado participa de um todo maior, cabendo a este a pré-ocupação com o todo a sua volta o que está se tornando cada vez mais difundido e assimilado para um número cada vez maior de pessoas ao longo do planeta. A conscientização de que tomar conta de nós mesmo é o mesmo que tomar conta do planeta se difunde de uma forma cada vez mais natural. Não pertencendo somente a elites intelectualizadas como monges, filósofos, reis, lamas, pensadores e acadêmicos em geral. Através dos meios de comunicação, que se desenvolveram ao estágio de inter-relação global, a consciência do eu individual pertence a um todo frágil e interligado aos demais fatores do planeta, é cada vez mais difundida, empregnada e defendida pelos diversos ramos e fatores da sociedade atual. Difundido por ONgs, estudiosos, setores governamentais, ONU, entre outros. INTRODUÇÃO Dizem que a filosofia de um século é o bom senso do século seguinte. Assim esperamos que o bom senso ambiental que surgiu com cientistas e pensadores como Lovelock, Arne Neiss, Capra e outros sejam o que vai garantir o futuro sustentável deste século que se inicia. Mas se somos capazes de enxergar que o planeta não é uma estrutura separada de nós mesmos, que somos sim uma pequena parte de um todo maior, podemos esperar que as expectativas para o futuro sejam pelo menos um pouco promissoras. Os primeiros ensaios para o desenvolvimento da ecologia profunda foram dados por cientistas, matemáticos, na década de 50 do século passado, como o cientista Heinz von Foerster onde este fora organizando e difundindo idéias sobre a auto organização de sistemas vivos. A idéia de auto organização prega que redes de comunicação podem gerar laços de realimentação, elas podem adquirir a capacidade de regular a si mesmas. Uma comunicação que
mantém uma rede ativa de comunicação aprenderá com os seus erros, pois as conseqüências de um erro se espalharão por toda a rede e retornarão para a fonte ao longo de laços de realimentação. Realmente, a auto-organização emergiu talvez como a concepção central da visão sistêmica da vida, e, assim como as concepções de realimentação e de auto regulação, está estreitamente ligada a redes. O padrão da vida poderíamos dizer, é um padrão capaz de auto-organização. Esta é uma definição simples e, não obstante, baseia-se em recentes descobertas feitas na própria linha de frente da ciência.(Capra,1996) O que hoje nos acontece é conseqüência direta da filosofia de toda uma civilização. A civilização que separou do todo a sua parte,que dissociou espírito e corpo, luz e mistério, ser humano e Cosmos. Com essa postura, nossa civilização ocidental surgiu. Acreditando que concreto e abstrato são duas coisas opostas e separadas. Nossa consciência (nosso eu) e nosso corpo fazem parte no dito “ser”. O ser humano em sua existência singular é corpo e espírito, alma e matéria, tudo unido e indivisível. Mas nossa educação e nossa filosofia os tratam e os visualizam em separado. Mas o todo não pode ser separado. Adoecemos e nossa civilização atual agoniza por acreditarmos que nossa alma e nossa matéria são duas idéias completamente separadas. Agonizamos por não nos compreendermos como uma dualidade una pode constituir todo o Universo. Desta maneira, acreditamos que o planeta, os seres vivos de outras espécies, mares, oceanos, microorganismos e plantas são totalmente diferentes de nós mesmos e algo o qual é completamente a parte de nossa sobrevivência. Não acreditamos em auto-organização planetária, nem em relações de feedback a nível ambiental. O ser humano se considera superior e separado da natureza como um todo. O que o torna extremamente frágil e vulnerável, pois, mesmo não acreditando, o humano é parte integrante da natureza e desta depende. Assim, ele passa sua vida agredindo-a, poluindo-a e destruindo-a, não compreendendo que a agressão que faz ao planeta está fazendo primeiramente a si mesmo. O mesmo descaso para com o qual trata o planeta este também trata sua própria espécie. Assim, toda forma de corrupção, atrocidades para com outros, genocídios, maus tratos, descaso para com a vida de outros seres humanos, exploração, trabalho escravo, pobreza extrema, favelização de cidades, violência, falta de saneamento básico em centros
urbanos, ausência de acesso a saúde pública pelas camadas mais pobres, elitização do acesso a educação de qualidade, marginalização dos desajustados, somam-se as agressões de ordem planetária, somam-se a necessidade de conscientização de que toda a raça humana é um todo,que todos os seres vivos pertencem a um todo. A agressão aos seres menos desfavorecidos compete indiretamente a uma agressão a nós mesmos. Provavelmente esta seja a forma mais implícita de falta de amor próprio ao qual cada individuo sofre no mais íntimo âmago de seu próprio ser. Sendo está desvalorização do próprio eu manifestado no descaso do valor ao próximo. Filosofia Univérsica - Unidade na diversidade Nesses últimos decênios, em livros e aulas, temos frequentemente a palavra Filosofia Univérsica, forma latinizada de Filosofia Cósmica. Numerosas pessoas, não encontrando no vocabulários a palavra “universico”, perguntam sobre o sentido da mesma. A fim de dar uma resposta coletiva a todos os interessados, e ao mesmo tempo uma sucinta explanação desse movimento, que já é de âmbito nacional, resolvemos publicar o presente resumo. Depois de ter convivido mais de um ano com Albert Einstein, na Universidade de Princeton; e depois de ter lecionado Filosofia a milhares de joverns e adultos numa das universidades de Washington D.C. - cheguei à conclusão de que, em plena Era Atômica e Cosmonáutica, não podemos mais apresentar a Filosofia no moldes tradicionais. A ciência, nos últimos decênios, assumiu um caráter monista como nunca dantes; o seu antigo pluralismo heterogêneo culminou num monismo homogêneo, que focaliza a aparente diversidade do Cosmos numa fascinante unidade. Esta unificação da pluralidade é devida, sobretudo, ao fato de ter a matemática de Einstein e a ciência dos físicos demonstrado que os 92 elementos da química, de que são feitas todas a s coisas , são essencialmente luz, luz condensada ou semi-passivizada, manifestando-se como matéria ou energia. Sabemos hoje analiticamente o que Moisés sabia, há 3.500 anos intuitivamente: que todas as coisas do mundo são lucigênitas. E, por esta razão, podem ser também lucificadas. (Rohden,1972)
Ecologia Profunda A nova compreensão científica da vida em todos os níveis dos sistemas vivos – organismos, sistemas sociais e ecossistemas. Baseia-se numa nova percepção da realidade, que tem profundas implicações não apenas para a ciência e para a filosofia, mas também para as atividades comerciais, política, assistência a saúde, educação e a vida cotidiana. Quando mais estudamos os principais problemas de nossa época, mais somos levado a perceber que eles não podem ser entendidos isoladamente. São problemas sistêmicos, o que significa que estão interligados e são interdependentes. Por exemplo, somente será possível estabilizar a população quando a pobreza for reduzida em âmbito mundial. A extinção de espéci8es animais e vegetais numa escala massiva continuará enquanto o Hemisfério Meridional estiver sob o fardo9 de enormes dívidas. A escassez dos recursos e a degradação do meio ambiente combinam-se com populações em rápida expansão, o que leva ao colapso das comunidades locais e a violência étnica e tribal. Que se tornou a característica mais importante da era pós guerra fria. Em última análise, esses problemas precisam ser vistos, exatamente, como diferentes facetas de uma única crise, que é, em grande medida, a crise da percepção. Ela deriva do fato de que a maioria de nós e em especial nossas grandes instituições sociais, concordam com os conceitos de uma visão de mundo obsoleta, uma percepção da realidade inadequada para lidarmos com nosso mundo superpovoado e globalmente interligado. Há soluções para os principais problemas de nosso tempo, algumas delas até mesmo simples. Mas requerem uma mudança radical em nossas percepções, no nosso pensamento e nos nossos valores. O reconhecimento de que é necessária uma profunda mudança de percepção e de pensamento para garantir a nossa sobrevivência ainda não atingiu a maioria dos lideres de nossas corporações, nem professores de nossas grandes universidades.
Bibliografia •
Unger, Nancy M.,O encantamento do Humano – ecologia e espiritualidade, editora Loyola, SP 2º. Edição, 2000.
•
Rohden, Huberto, O drama milenar do Cristo e do Anticristo, Ed. Alvorada, São Paulo, 1972.
•
Rohden, Huberto, A voz do silêncio, Ed. Alvorada, 2º. Edição, São Paulo, 1983.
•
Einstein, Albert, Escritos da Maturidade, Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1955-1984.
•
Capra, Fritjof; A teia da Vida,Ed. Cultrix, São Paulo,1996.