Estafilococos

  • Uploaded by: api-3727946
  • 0
  • 0
  • June 2020
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View Estafilococos as PDF for free.

More details

  • Words: 1,737
  • Pages: 83
Estafilococos

Prof. José Maurício Pereira Lopes

Estafilococos • Introdução – Infecções comunitárias e hospitalares – Incidência crescente – Alta mortalidade – Resistência crescente – Amplo espectro de manifestações clínicas • Infecções piogênicas superficiais e profundas • Intoxicações sistêmicas • Infecções do trato urinário

Estafilococos • Colonizam a pele e as mucosas • Principal causa de bacteremia, infecção de ferida cirúrgica e de materiais bioprotéticos (EUA)

Estafilococos • • • • •

Família Micrococcaceae Gênero Staphylococcus Cocos Gram-positivos imóveis 0,5 -1,5 µm de diâmetro Ocorrem isoladamente, em pares, cadeias curtas ou em cachos tridimensionais (Staphulé= parecido com uva) • Coagulação do plasma – Coagulase-positivo (mais virulentos) – Coagulase-negativo (menos virulentos)

Estafilococos coagulase-positivos

Estafilococos coagulase-positivos • Existem 6 espécies reconhecidas • Staphylococcus aureus único patógeno humano

Staphylococcus aureus • Pasteur (1880) • Robert koch (1887) • Grande resistência ambiental

Staphylococcus aureus • Colonizam 30% dos adultos saudáveis • Mucosas da nasofaringe anterior, axilas, vagina, pele lesada e períneo • Colonização fator de risco para infecção estafilocócica

Staphylococcus aureus Exposição estafilocócica freqüente Ruptura habitual ou crônica da integridade epitelial cutânea

Aumento da chance de colonização

Staphylococcus aureus • Transmissão: – Contato direto • Colonização transitória das mãos

– Ar (pacientes traqueostomizados), poeira, fômites, alimentos e secreções.

Staphylococcus aureus

Hospedeiro

Microrganismo Doença estafilocócica

Condições ambientais

Staphylococcus aureus • Fatores de risco – Internamento em UTI, unidade de queimados e berçários – Procedimentos cirúrgicos – Internamento prolongado – Uso de dispositivo intravascular – Uso prévio de antimicrobianos

Staphylococcus aureus Intoxicações

Staphylococcus aureus

Infecções (proliferação, invasão e destruição)

Staphylococcus aureus Intoxicação

Infecção

Colonização Produção de toxinas Absorção da toxina

Colonização Invasão das barreiras epiteliais e mucosas Aderência Neutralização ou evasão das defesas Destruição dos tecidos

Staphylococcus aureus Intoxicação

Enterotoxinas Toxina esfoliativa TSCT-1

Infecção

Coagulase Lípases Hialuronidase Estafilocinase Toxinas etc

Staphylococcus aureus

Superantígenos

INFECÇÕES

Infecções • Pele e tecidos moles – Flora endógena (em geral) – Fatores predisponentes • Doenças cutâneas crônicas (eczema e psoríase) • Rompimentos agudos da pele (punção, abrasões, lacerações) • Alterações dos apêndices cutâneos • Higiene pessoal precária

Infecções • Foliculite – Pápulas eritematosas centradas por pêlos – Evolui para pústula e crosta – Crianças: couro cabeludo, face e extremidades – Adultos: áreas de barba, axilas, coxas, região pubiana e tórax

Infecções • Furúnculo – Infecção mais extensa e invasiva (folículo piloso e glândula sebácea) – Nódulo pustuloso quente e doloroso – Face, pescoço, axilas, coxas e nádegas

Infecções • Furunculose – Presença de vários furúnculos em diversas áreas – Recidivas de furúnculos – Difícil tratamento

Infecções • Antraz ou carbúnculo – Extensa lesão dolorosa, loculada e endurecida – Pele espessa e inelástica – Dorso, face posterior do pescoço e nuca – Manifestações sistêmicas – Diabetes mal controlado

Infecções • Hordéolo (Terçol) – Glândula pilossebácea anexa a um cílio (pálpebra)

Infecções • Paroníquia – Infecção periungueal superficial – Diagnóstico diferencial com Candida albicans

Infecções • Botriomicose – Processo inflamatório supurativo, granulomatoso e crônico – Aglomerados de bactérias (grãos)

Infecções • Impetigo bolhoso – Infecção cutânea superficial – Crianças / áreas expostas – Manifestações sistêmicas são incomuns – Auto-inoculção – S.pyogenes / varicela / herpes simples

Infecções • Celulite – Linfangite / linfadenite – Tecido celular subcutâneo – Limites mal definidos – Manifestações gerais – H.influenzae, S.pyogenes, anaeróbios

Infecções • Abscesso piogênico – Fístulas e abscessos secundários – Bacteremia – Abscessos profundos – Sepse

Diagnóstico diferencial

Diagnóstico diferencial

• Isquemia

Diagnóstico diferencial

Diagnóstico diferencial

• Carcinoma inflamatório da mama

Diagnóstico diferencial

Diagnóstico diferencial

• Trombose venosa profunda íleo-femoral direita

Diagnóstico diferencial

Diagnóstico diferencial

• Eczema

Sepse por estafilococos

Sepse • Porta de entrada – Comunitária – lesões cutâneas – Hospitalar – cateter vascular, ferida cirúrgica, dreno torácico, úlceras de decúbito, sondas vesicais e cateteres de diálise – Usuários de drogas injetáveis

Sepse • Início súbito – Febre elevada, calafrios, taquicardia, toxemia – Petéquias nas extremidades e conjuntivas oculares

• Manifestações supurativas • Manifestações não-supurativas

Manifestações da sepse • Não-supurativas – – – –

Choque CIVD SARA Insuficiência renal aguda

• Supurativas – – – – – – – – – –

Pneumonia Endocardite Osteomielite Artrite séptica Empiema pleural Pericardite Abscesso cerebral Meningite Abscesso musculares Abscessos viscerais

Infecções pleuropulmonares

Infecções pleuropulmonares • Acesso

• Pneumonia hematogênica

– Aspiração da flora respiratória superior

• Pneumonia primária

– Disseminação hematogênca

• Empiema pleural

Pneumonia hematogênica • Foco primário periférico ou êmbolos sépticos (endocardite do lado direito) • Pode evoluir para um quadro respiratório grave • Múltiplas pequenas áreas de infiltrado pulmonar do tipo nodular, bilaterais • Pneumatoceles (cavitações) • Derrame pleural, empiema, fístulas broncopleurais e pneumotórax

Pneumonia primária • Foco primário • Incomum – Pacientes pediátricos; bronquiectasias infectadas; após quadro viral – Intubação orotraqueal, traqueostomia, aspiração

Empiema pleural Geralmente associado ao comprometimento parenquimatoso

Indicação absoluta de drenagem pleural

Infecções cardiovasculares

Infecções cardiovasculares

Endocardite

Pericardite purulenta

Endocardite • Principal agente da endocardite aguda de valva nativa • Acomete valvas normais e lesadas • Valvas mitral e aórtica • Elevada taxa de mortalidade • Embolização • Imunocomplexos (glomerulonefrite, artrite e vasculite)

Endocardite

• Nódulos de Osler

Endocardite

• Petéquias na conjuntiva

Endocardite

• Manchas de Janeway

Infecções osteoarticulares • Osteomielite hematogênica – 50% dos casos – sem foco aparente – Crianças – metáfise de ossos longos – Adultos – corpos vertebrais

• Osteomielite relacionada a trauma ou cirurgia – Pode ser extraordinariamente indolente

Infecções osteoarticulares • Artrite séptica – É o principal agente – Joelhos, quadris e sacroilíacas – UDI, artrite reumatóide, corticóides, traumas

Piomiosite • Mais comum em regiões tropicais • Abscesso do psoas – Outra localizações: extremidades inferiores e nádegas

• Bom prognóstico

Infecções do SNC • Disseminação hematogênica ou contigüidade • Abscesso cerebral (múltiplos, pequenos e difusos) • Meningite,empiema subdural (osteomielite do crânio pós cirurgia /sinusite /TCE) • Abscesso extradural espinhal (osteomielite vertebral) • Tromboflebite intracraniana séptica (sinusite / mastoidite / infecções da face)

Infecção do trato urinário • Causa incomum • Infecção ascente ( cistoscopia, cateter ) • Semeadura hematogênica dos rins

INTOXICAÇÕES

Síndrome do Choque Tóxico • Descrita pela primeira vez em 1978 • Intoxicação aguda grave • Febre, hipotensão, exantema, disfunção orgânica múltipla e descamação no período de convalescença • Exoproteínas (TSCT-1 e enterotoxina B) – Extravasamento capilar de albumina, eletrólitos e líquidos

• Ausência de anticorpos protetores • Maior incidência em jovens

Síndrome do Choque Tóxico • Menstruação (50%) • Infecção secundária de lesões cutâneas – Queimadura – Picada de inseto – Varicela – Ferida cirúrgica

• Colonização

Síndrome do Choque Tóxico • Início súbito • Febre,náuseas, vômitos, dor abdominal, diarréia, dor muscular, cefaléia • Hemoculturas negativas • Critérios para definição de caso

Critérios da SCT (CDC) • Febre – T > 38,9°C

• Hipotensão – PAS < 90mmHg; queda ortostática da PAD = 15mmHg; síncope ortostática

• Rash – Eritrodermia macular difusa

• Descamação – 1 a 2 semanas após o início da doença ( planta dos pés e palma das mãos)

Critérios da SCT (CDC) • Envolvimento multissistêmico ( 3 ou mais órgãos) – – – – – – –

GI: vômitos ou diarréia Muscular:severa mialgia ou CPK > 2X o limite superior Mucosa: hiperemia vaginal, orofarinfe ou conjuntiva Renal: Ur ou Cr > 2X o limite superior Hepática: BT ou Transaminases > 2X limite superior Hematológica: plaquetas < 100000 SNC: desorientação ou alterações da consciência

Critérios da SCT (CDC) • Resultados negativos para os seguintes testes: – Cultura de vias aéreas, hemocultura e LCR – Sorologia para leptospirose, febre das montanhas rochosas

Síndrome do Choque Tóxico • Diagnóstico diferencial – SCT estreptocócico – Síndrome da pele escaldada estafilocócica – Síndrome de Kawasaki – Leptospirose – Meningococcemia – Sepse por gram-negativos – Síndromes virais exantemáticas – Reações medicamentosas graves

Síndrome do Choque Tóxico • Tratamento – Drenagem do local de produção da toxina – Reanimação hídrica vigorosa – Administração de antibióticos • Beta-lactâmicos • Clindamicina

– Recorrência

Síndrome da Pele Escaldada Estafilocócica • Doença de Ritter (forma generalizada) • Toxina esfoliativa • Rara em maiores de 5 anos de idade – Anticorpos circulantes – Depuração renal

• Manifestação dermatológica variada

Síndrome da Pele Escaldada Estafilocócica Febre e eritema difuso Bolhas superficiais Sinal de Nikolsky Perda hidroeletrolítica Descamação secundária

10dias

Síndrome da Pele Escaldada Estafilocócica • Ausência do estafilococo na lesão cutânea • Mortalidade – Hipovolemia ou sepse – 3% entre crianças – 50% entre adultos

• Tratamento – Antibióticos – Suporte – Cuidados com a pele exposta

Intoxicação Alimentar • • • • •

Ingestão da toxina (Enterotoxina B) Segunda causa de gastroenterite aguda (EUA) Curto período de incubação (2 a 6h) Curta duração ( até 24h) Não é necessário antibiótico

Estafilococos coagulase-negativos

Estafilococos coagulase-negativos • • • •

Existem 28 espécies reconhecidas Staphylococcus epidermidis Staphylococcus saprophyticus S. hominis, S. haemolyticus, S. warneri e S. lugdunensis

Estafilococos coagulase-negativos • • • • • •

Flora cutânea humana normal Baixa virulência Aderência bacteriana/ persistência em corpos estranhos Infecção hospitalar Infecção indolente ( infecção X contaminação) Fatores de risco – Corpo estranho (cateter) – Função fagocitária deficiente (neutropenia)

Staphylococcus epidermidis • • • • •

Importância crescente Unidades de terapia intensiva e neonatologia Imunocomprometidos Resistência múltipla Endocardite de válvula nativa (menos de 5%)

Staphylococcus epidermidis • • • • • • •

Cateteres intravenosos Derivações do LCR Cateteres de diálise peritoneal Fios e eletrodos de marca-passo Próteses articulares Enxertos vasculares Próteses valvares

Staphylococcus saprophyticus • Infecção do trato urinário ( 2ª causa) • Mulheres jovens sexualmente ativas • Fácil tratamento

Resistência

Resistência • Penicilina – Hospitalar – 100% – Comunitária - >60%

Produção de penicilinase

Resistência • Oxacilina – Comunitária - <20% – Hospitalar ( MRSA) • EUA – 34,2% • América Latina – 34,9% • Europa – 26,3%

“A resistência à oxacilina nos estafilococos coagulase-negativos é alta”

Resistência • Vancomicina – Infecções raras – Avaliar antibiograma

Tratamento • Opções de associação – Gentamicina • Casos graves e endocardites

– Rifampicina • Infecções refratárias, recidivantes ou inoperáveis

Tempo de tratamento • Bacteremia simples – Foco removível – ETE negativo – Hemoculturas negativas 2 a 4 dias depois do início do ATB e remoção do foco – Resolução clínica – Ausência de corpo estranho

7 dias

Tempo de tratamento • Bacteremia não complicada ( 1 ou mais dos seguintes) – Anormalidade valvar sem endocardite – Foco superficial não removível – Persistência de sinais de infecção após 72 horas de ATB (sem infecção profunda)

14 dias

Tempo de tratamento • Bacteremia complicada – Endocardite – Infecção de tecido profundo – Bacteremia persistente após 96 horas de ATB com ETE negativo

Intervenção cirúrgica s/n Pesquisa de focos profundos

4 a 8 semanas

Related Documents

Estafilococos
June 2020 8
Estafilococos
November 2019 15
Estafilococos
June 2020 8
Estafilococos
June 2020 7
Estafilococos
November 2019 17