O oculto na fotografia Heloísa Villela
O Metropolitan de Nova York resolveu mostrar como a fotografia era usada por quem queria provar a existência deles, mesmo apelando para truques baratos. O resultado é uma exposição divertida. Quem entra na galeria distraído se espanta. Fantasmas e espíritos. O museu de Nova York investiga o oculto na fotografia. Descobriu que o meio e a mediunidade já andavam juntos no século XIX. Sessões de levitação e transes foram documentadas na Europa e nos EUA. Depois da Primeira Guerra Mundial, a vontade de contatar os mortos era tão grande, que o público acreditou em fraudes descaradas. O americano Willian Moonler foi o primeiro fotógrafo profissional que se dedicou a capturar espíritos. Fazia sucesso. Na França, um outro fotógrafo flagrava a presença de amigos e parentes mortos nos retratos. A polícia interrompeu a façanha. Ele confessou que usava truques e passou um ano na cadeia. A fotografia, considerada prova concreta de fatos duvidosos, aparece na mostra como instrumento da ilusão, meio de convencer os incrédulos de que o além tem lá seus representantes aqui na Terra. Para provar que não fazia trapaça, uma médium até tirava a roupa. Na Alemanha, uma família inteira dizia ter poderes. Matéria orgânica que mais parecia um monte de panos amarrados, jorrava entre as pernas da filha mais nova. Um mágico não queria enganar, mas brincava com a imagem dos fantasmas. O público queria acreditar no sobrenatural. Duas adolescentes aproveitaram, convenceram os britânicos de que as fadas existiam. Quando uma morreu, a outra confessou, fizeram as fotos com figuras de papelão. Fonte: JORNAL HOJE – REDE GLOBO DE TELEVISÃO Sábado, 08 de Outubro de 2005