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Celso Ferreira em entrevista:
“Peço aos paredenses uma maioria reforçada” Ao fim da primeira semana de campanha eleitoral oficial que balanço faz? Muito bom. Está a ser uma experiência empolgante e que me vai dar uma energia ainda maior para o próximo mandato. Apesar de ter hoje mais experiência e de ter aprendido muito nestes quatro anos, sinto que há sempre muito a aprender e este contacto tão próximo com as pessoas ajuda‐nos a compreender quais são os desejos legítimos das populações. Mas esse contacto com as pessoas não acontece durante todo o ano? Acontece, embora não tanto como desejaria. Tenho ouvido as pessoas dizerem que confiam no meu trabalho e na forma como temos desenvolvido o concelho. Mas algumas dizem‐me também que gostariam de me ver mais vezes junto delas. Eu aceito muito bem essa crítica e tudo farei para corrigir esse pormenor no próximo mandato. É claro que as pessoas também percebem que Paredes é um concelho enorme, com 24 freguesias e quatro cidades. E também entendem que um presidente de Câmara responsável não seria um bom presidente se não fizesse o trabalho de gabinete bem feito. Esse é hoje é um trabalho cada vez mais importante, na captação de investimento e no reordenamento de território, por exemplo. Mas, num mandato que vai ser mais virado para a área social, reconheço que deverei estar mais próximo, até porque o contacto com as pessoas é algo de que gosto muito.
“Esperava que as pessoas reconhecessem o trabalho que fizemos. A obra feita. Mas confesso que às vezes é surpreendente o entusiasmo e o apoio que nos têm dado nesta campanha” Fale com Celso Ferreira no twitter @cferreira2009
www.celsoferreira2009.com www.celsoferreira2009.blogspot.com Tem sido recebido por milhares de pessoas em praticamente todos os comícios e acções de campanha. Estava à espera? Esperava que as pessoas reconhecessem o trabalho que fizemos. A obra feita. Mas confesso que às vezes é surpreendente o entusiasmo e o apoio que nos têm dado nesta campanha, tal a sua expressão e dimensão. Chego a comover‐me. Como explica? De duas formas. Por um lado, penso que as pessoas sentem que realmente é importante que Paredes continue a ter um projecto consistente e ambicioso e uma visão de futuro. As pessoas sentem a obra que já está no terreno e sabem que cumprimos o que prometemos. Mesmo num mandato marcado pela crise mundial que se instalou, a verdade é que 90% do que estava no nosso programa de há quatro anos, está feito. Isso não é normal, sobretudo quando os programas são tão ambiciosos como é o nosso.
“O que aqui está em causa não é futebol, onde queremos que ganhe a nossa cor. A política não pode ser um jogo” E qual é a outra razão? A falta de ideias por parte da oposição. A incapacidade de se apresentar como alternativa e a forma como tem feito campanha. Há hoje socialistas, verdadeiros, que nos vêm dizer que vão votar no PSD. Claro que lhes custa fazê‐lo ou pelo menos dizê‐lo, mas o que aqui está em causa não é futebol, onde queremos que ganhe a nossa cor. A política não pode ser um jogo. A política é escolha e é esperança. As pessoas têm esperança que as suas vidas sejam um pouco melhores se nós estivermos na Câmara e não confiam na alternativa que se lhes apresenta. Então, o que inibe um verdadeiro socialista ou comunista a votar em nós? E é por isso que muitos nos apoiam. A política é sempre a arte de escolher a melhor alternativa e apenas por fanatismo se pode acreditar que há em Paredes alternativas credíveis. Quer dizer que muita gente do PS vai votar em si? Quero‐lhe dizer que muita gente do PS, CDS, BE ou PCP votou em mim há quatro anos e vai voltar a fazê‐lo. Se assim não fosse, o resultado das eleições seria sempre o mesmo. Recordo‐lhe que o PS tinha tido, há quatro anos, uma maioria absoluta para as legislativas pouco antes das autárquicas. No entanto, pouco depois, eu ganhei com mais de 50% dos votos pelo PSD. Até lhe posso dizer uma coisa: há muita gente que diz que vai votar no PS ou no PC, mas no dia, na urna, e sem ninguém ver, vota no PSD para as autárquicas. Acredita, então, que vai renovar a maioria? Acredito e acho importante. Mas essa decisão é do povo, não é minha. Contudo, pelo trabalho que fizemos e pela forma como nos têm recebido, sinto‐me à vontade para pedir uma “maioria reforçada” aos paredenses. Até porque essa será a melhor forma de mostrar que Paredes não aceita algumas coisas que se têm passado nesta campanha.
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“O problema do que foi detectado, primeiro pela imprensa nacional, mais tarde por nós e, agora confirmado pela CNE, é que essas ilegalidades não se resumiam ao que estava à superfície e era visível” Refere‐se às ilegalidades que a CNE detectou na campanha do PS? Também. As ilegalidades cometidas e que constam da decisão da Comissão Nacional de Eleições não são pormenores sem importância nem são interpretáveis. São factos. Não foram meros “deslizes” que até admito poderem, por vezes, acontecer. O problema do que foi detectado, primeiro pela imprensa nacional, mais tarde por nós e, agora confirmado pelo plenário da autoridade máxima em matéria de eleitoral em Portugal, é que essas ilegalidades não se resumiam ao que estava à superfície e era visível. O que aqui parece estar em causa é um processo de financiamento ilegal da candidatura do Artur Penedos, por um lado, e um outro que tem a ver com a compra dos jornais “Novas do Vale do Sousa” e “Progresso de Paredes” para manipular e condicionar a campanha eleitoral em Paredes. Isso foi desmascarado, primeiro pela imprensa nacional, depois pelo PSD, e agora também pela CNE, que decidiu enviar o processo para ser investigado também pelo Entidade das Contas do Tribunal Constitucional, devido aos indícios que encontrou.
“O Artur Penedos apenas não nos envergonha mais, porque não é de Paredes” Pensa que estes episódios podem influenciar os resultados eleitorais? Sim, de duas formas. Por um lado, a opinião pública andou a ser envenenada, com notícias falsas e parciais e com publicidade paga a que não podíamos responder, sob pena de cometermos as mesmas ilegalidades. Não comprámos jornais nem fizemos anúncios e acções de campanha ilegais. Não oferecemos aulas de ginástica patrocinadas por health clubs do Porto que agora estejam a ser investigados. E isso, a determinada altura, prejudicou‐nos. Chamámos a imprensa e denunciámos a situação publicamente e às claras e acreditámos que as autoridades acabariam por tomar as medidas correctas, como agora aconteceu. Por outro lado, agora a CNE abriu processos de contra‐ordenação ao PS e aos dois jornais de Paredes e que insuspeitos órgãos de comunicação, como o Diário de Notícias, Jornal de Notícias, Público, Sábado, TVI e outros, expõem o comportamento do PS em Paredes, começa a dar‐se o fenómeno contrário. As pessoas em Paredes estão revoltadas e querem mostrá‐lo nas urnas. O Artur Penedos apenas não nos envergonha mais, porque não é de Paredes. E é preciso que as pessoas de Paredes digam isto: ele não é de cá. É o que eu digo quando vejo o nome de Paredes ser envolvido em confusões nas páginas dos jornais devido às ilegalidades do Penedos. É inédito vermos directores de jornais nacional criticarem, em editorial, um candidato a Paredes. É preciso dizer que Penedos é candidato em Paredes, mas não é de cá. Fale com Celso Ferreira no twitter @cferreira2009
www.celsoferreira2009.com www.celsoferreira2009.blogspot.com Porque pensa que o PS enveredou por esse caminho? Porque não tinha outro. O PS tem um socialista como cabeça de lista, é verdade. Vem de Lisboa e limita a fazer demagogia de quatro em quatro anos. Pensa ele – não sei porquê – que nós, paredenses, nos deixamos enganar. E, depois, tem na sua lista muita gente que não é sequer socialista, não tem ideias socialistas e que não tem qualquer outra intenção que não seja fazer promessas tolas para conquistar uns votos e cumprir uma agenda pessoal de ajuste de contas. Por isso, o caminho não podia ser outro senão o do insulto, da intriga e da ilegalidade. Quando não há projecto, não há espírito de missão, não há ideias e não há vontade de trabalhar. Em vez de se fazer campanha, conspira‐se, insulta‐se e tenta‐se enganar o eleitorado. Isso é feio, porque é colocar os paredenses em pouca conta. Mandei analisar 14 comunicados do PS e continham mais de 100 insultos pessoas e mim e a colaboradores próximos. Penso que isto diz tudo. Mas creio que, se a derrota do PS for tão esmagadora como esperamos que seja, o Penedos não volte cá e o PS possa ter, daqui a quatro anos, um candidato credível e uma lista socialista. Seria saudável.
“Na única oportunidade que tiveram para debater a educação, o Artur Penedos não apareceu e o Manuel Ruão fugiu” PS e o CDS têm falado bastante da Carta Educativa que querem revogar… Pois têm, mas na única oportunidade que tiveram para debater a educação, o Artur Penedos não apareceu e o Manuel Ruão fugiu. Foi num debate promovido pelas Associações de Pais de Paredes. Não podia ser mais neutro e mais credível. Eu disse sempre que iria a esse debate, fossem quais fossem as condições e os moderadores. Eu não fujo. Muito menos fujo a debater a educação e já convidei as associações de pais a continuarmos o debate depois das eleições, com quem quiserem. Eu gosto de discutir a educação e estou muito à vontade com as decisões que tomámos e que mereceram o voto favorável do PS e do CDS. Mas penso que este debate foi útil, depois de algumas pessoas terem sido envenenadas pela demagogia e populismo da campanha do Penedos. Uma campanha que se baseia em dizer que estava “distraído” quando votou a Carta Educativa e que votava sem ler, as Leis na Assembleia da República. Nesse aspecto, tiro o chapéu à CDU, que, para além do PSD, é a única força política coerente. Defende nas eleições o que votou na Câmara. Com coragem! O candidato do PS diz que não foi a esse debate porque Celso Ferreira não foi ao da Rádio Clube de Penafiel… É surrealista ouvirmos um candidato à Câmara de Paredes dizer que não vai a um debate em Paredes porque eu não fui a outro em… Penafiel (!!). Aliás, acho que isso revela quase tudo o que se pode pensar desse senhor. Já há oito anos tinha andado a colar cartazes em Paços de Ferreira, porque pensava que ainda era Paredes, agora queria fazer debates em Penafiel. E quanto a esse debate, não fui eu quem faltou. Comunicamos à Rádio Clube de Penafiel, por escrito e com mais de uma semana de antecedência, que não estaríamos presentes e quais os motivos. Quem faltou a ambos os debates foi o Artur Penedos, que confirmou ambos e no dia não apareceu a nenhum. Na carta que foi lida no debate, Penedos diz que trocou
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www.celsoferreira2009.com www.celsoferreira2009.blogspot.com os pais e encarregados das crianças de Paredes pelo ministro da Agricultura… estranha opção para quem elege a educação como único tema de campanha.
“Estou habituado a que deixe a sua cadeira vazia na Assembleia Municipal, onde faltou mais de metade das vezes” Ficou surpreendido com a ausência de Penedo? Nada. Estou habituado a que deixe a sua cadeira vazia na Assembleia Municipal, onde faltou mais de metade das vezes. Aliás, acho que fez bem em faltar às Assembleias. De uma das poucas vezes que lá foi, votou a Carta Educativa e agora diz que estava distraído. A inauguração da sua sede de campanha foi transmitida em directo por todas as televisões. Acha que Paredes está a ganhar importância política? Acho que a Câmara de Paredes é uma autarquia credível. Acho que o território de Paredes é hoje respeitado e, mais importante, começa a ser atractivo para os investidores graças ao trabalho incompreendido que andámos a fazer. E acho que o PSD de Paredes tem prestígio nacional. Só assim se justifica que os jornais nacionais hoje comecem a dar importância à campanha eleitoral em Paredes e que figuras como as do Dr. Pedro Passos Coelho aceitem vir a Paredes inaugurar a nossa sede de campanha. Foi, de facto, um momento inédito para a política de Paredes. Como foi inédito que, na véspera, Paredes tenha elegido para a Assembleia da República uma deputada em terceiro lugar na lista do PSD pelo Distrito do Porto. Foi também inédito o PSD ter começado em Paredes a sua campanha para as Eleições Europeias e ter encerrado a campanha para as legislativas no Norte, em Paredes. São sinais de que alguma coisa mudou no mapa de Portugal. Hoje o PSD reconhece Paredes e respeita o poder político de Paredes. Sinceramente, não estou a ver um companheiro do meu partido a deixar‐me na rua à espera para uma acção de campanha… Refere‐se ao episódio da vinda de Sócrates a Paredes? Acho humilhante o que se passou. Só não entendi se foi José Sócrates que se esqueceu que tinha Penedos e os seus apoiantes de Paredes à espera no meio da rua em frente à Caixa Geral de Depósitos ou se foi o Artur Penedos que, mais uma vez, estava “distraído” quando disse que Sócrates cá vinha nesse dia. Há dias li num jornal que Sócrates não veio por causa das ilegalidades a que está ligado o PS de Paredes. Mas esse também é um assunto que não me interessa. Desejo que o PS de Paredes regresse à normalidade depois das eleições. Ma não acha que foi um desrespeito de Sócrates para com Paredes? Não. Eu acredito que o Primeiro‐Ministro respeita Paredes e os paredenses. Sempre tive, aliás, um excelente entendimento com o Governo e não tenho nada a dizer do Primeiro‐Ministro. O trabalho que temos desenvolvido com o Governo tem sido saudável e correcto de parte a parte. E por isso tenho a certeza que José Sócrates aprecia as pessoas de Paredes e sei que aprecia muito o trabalho feito nesta Câmara. O Governo sempre elogiou, por exemplo, a nossa Carta Educativa e a forma como temos tratado a questão da educação. Penso é que foi um episódio triste para o Artur Penedos. Triste e inédito. Nunca tinha visto! Tanto Fale com Celso Ferreira no twitter @cferreira2009
www.celsoferreira2009.com www.celsoferreira2009.blogspot.com mais que, segundo li na imprensa, Sócrates trocou uma acção de campanha ao lado de Penedos por uma reunião com o seu staff… Penso que, em vésperas de eleições legislativas, José Sócrates terá sentido que não se poderia colocar ao lado de alguém que tem cometido tanto insulto e tantas ilegalidades nesta campanha.
“Se o PSD ganhar as eleições para uma Junta de Freguesia, significa que os eleitores votaram a favor de um projecto político comum e o relacionamento será mais fácil” Para terminar, como vê estas eleições ao nível das freguesias? As eleições para as Assembleias de Freguesia são muito importantes. Todas elas. Nós, na Câmara, não descriminamos ninguém. Se amanhã tivermos que trabalhar com socialistas ou comunistas nesta ou naquela freguesia, trabalhamos com a mesma seriedade. Aliás, isso já acontece. Mas não vou esconder que desejo que o PSD ganhe em todas as freguesias. Por uma razão simples: se o PSD ganhar as eleições para uma Junta de Freguesia, significa que os eleitores votaram a favor de um projecto político comum e o relacionamento será mais fácil. Se os nossos projectos forem semelhantes aos da Junta de Freguesia, o diálogo será mais fácil e quem ganha são os eleitores. Está a falar de alguma freguesia em particular? Não. Estou a falar de todas. Todas as freguesias são importantes. O concelho não tem futuro se o presidente pensar de forma parcial e se cada um de nós pensar na sua “quinta”. O concelho de Paredes não pode ter freguesias que são a “quinta” de alguém. Uma freguesia não é uma fábrica que abrimos, fechamos, alugamos, vendemos, hipotecamos e onde pomos e dispomos. Uma freguesia é de todos os que lá vivem e de todos os que lá criam riqueza e trabalham. Às vezes, alguns candidatos nestas eleições parecem‐me aqueles patrões que parecem muito solidários e prometem muitas coisas quando querem contratar um trabalhador, mas que depois de o lá terem a trabalhar usam de todos os meios para o explorar. Nós não trabalhamos assim. Temos o nosso projecto para cada uma das 24 freguesias, sabemos o que há para fazer em cada uma delas, encontrámos as pessoas certas para fazermos as coisas certas. E, por isso, achamos que o melhor para quem vive em cada freguesia é ter uma Câmara PSD e uma Junta PSD.
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