DICAS E SEGREDOS DA ORATÓRIA Pr. Elias Brenha INTRODUÇÃO “A MÚSICA SERIA A MAIS BELA DAS ARTES, SE NÃO FOSSE A ORATÓRIA”. Johan Wolfang Goethe Duas importantes coisas que os pregadores precisam ter em mente: 1-O SEU MELHOR É SUFICIENTEMENTE BOM, NÃO IMPORTA QUÃO POBRE SEJA. 2-QUAQUER COISA MENOS QUE O SEU MELHOR NÃO É BOM SUFICIENTE, NÃO IMPORTA QUÃO BOM SEJA. I-O USO CORRETO DAS PALAVRAS “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo” – Salomão. A pregação bíblica é um duplo milagre. 1-Deus usar o homem imperfeito para transmitir a perfeita e infalível palavra de Deus. 2-Pessoas receberem a mensagem por intermédio de seres imperfeitos e serem transformados pela mensagem. Uma coisa precisa ficar clara: Todas as técnicas reunidas e colocadas em prática não fazem de alguém um bom pregador. Para ser um bom pregador é preciso ter técnica e algo mais, o milagre do Espírito Santo. Veja um exemplo Bíblico. Êxodo 4:10 “Ah! Senhor! Eu nunca fui eloqüente...”. Moisés era um homem preparado. Aos 40 anos conhecia todas as técnicas dos mais variados ramos do conhecimento humano, inclusive a arte de falar em público em diferentes línguas. Porém faltava-lhe o algo a mais: O milagre! Foi esse milagre que Deus lhe ofereceu quando disse: “Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca, e te ensinarei o que hás de falar”. 4:12 É A MISTURA DO HUMANO COM O DIVINO QUE DÁ PODER A PALAVRA. “A grande responsabilidade do pregador é escolher e combinar bem as palavras a fim de que elas produzam o melhor efeito na vida espiritual das pessoas”. “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”. II Timóteo 2:15 “O senhor me deu uma língua de eruditos, para que eu saiba dizer boa palavra ao cansado...” Isaías 50:4-5 “Seja sua fala melhor do que o silêncio – ou então fique calado” – Dionísio COMO AUMENTAR O PODER DA PALAVRA: a- Ler mais, principalmente a Bíblia. b- Usar um dicionário Bíblico.
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Evitar as palavras complicadas. Pronunciar frases com sentido. Pedir para outros corrigirem seus erros. Nunca usar palavras de significado desconhecido para você. Tenha certeza que a mensagem tocou profundamente em você primeiro. Mude de vez em quando o tom e a intensidade da voz.
“O homem que lê é cheio. O homem que escreve é exato. O homem que fala é pronto”. Francis Bacon II-O USO APROPRIADO DA VOZ Você comunica: 7% com a voz 40% com o tom da voz 53% com olhar, semblante, mãos, gestos, postura... “DEVEMOS APRENDER A FALAR E ORAR...” O.E. pág.88 “A VOZ DEVE SER EDUCADA PARA FALAR O BEM”. P.J. pág. 335 “O AMOR ERA EXPRESSÃO NO OLHAR E NA VOZ”. DTN, 134. A voz é a expressão sonora da personalidade Qualquer voz pode ser melhorada. O mau uso da voz, pode ocorrer por: Respiração errada Forçar as cordas vocais Intensidade excessiva Ataque vocal defeituoso Deficiências da articulação Tom inadequado A educação física da voz compreende três elementos: EMISSÃO VOCAL É o ato de emitir a voz. Ela deve ser regulada e pausada. É preciso colocar a voz, aprendendo a respirar corretamente, de modo a não ser interrompido pela falta de fôlego. Respiração Clavicular – Enche os pulmões na parte superior – (Incorreta) Respiração Diafragmática- Enche os pulmões na parte inferior para cima (correta) DICÇÃO É a pronúncia ou o modo como se dizem as palavras. Está baseada nos movimentos dos órgãos do aparelho fonador: fossas nasais, boca, dentes, língua, cordas vocais, etc. Para que haja uma boa dicção é importante: Proferir bem as vogais Proferir bem as consoantes Observar corretamente os acentos INFLEXÃO É a mudança do tom e do volume da voz, permitindo obter efeitos variados e provocar a emoção, o temor, a ansiedade, o entusiasmo, a indignação, a ironia, etc... TER BOA INFLEXÃO É SABER COLOCAR OS SENTIMENTOS NA VOZ III-COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL A aparência exterior do pregador:
Cabelo bem cortado e bem penteado;
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Usar camisa que combine a cor. Se for listrada, cuidado! Gravata combinando com a camisa e o paletó. O tamanho também é importante; Sapato em boas condições, engraxado e na cor; As meias devem combinar com as cores dos sapatos e calças; Os ternos ou combinação de blazers e calças devem ter cores sóbrias e escuras; Roupas bem passadas;
“SUA APARÊNCIA NO PÚLPITO VAI DETERMINAR O RESPEITO” IV-O OLHAR E A EXPRESSÃO FISIONÔMICA Todo o nosso corpo fala quando estamos pregando. A posição dos pés e das pernas, o movimento do tronco, dos braços, das mãos e dos dedos, a postura dos ombros, o balanço da cabeça, as contrações do semblante, porém 53% do sucesso da nossa comunicação está no olhar e na expressão fisionômica. Nosso semblante funciona como uma espécie de tela, onde as imagens do nosso interior são apresentadas em todas as suas dimensões. Cada sentimento possui formas diferentes para ser apresentado pelo semblante. O queixo, a boca, os olhos, o nariz, a sobrancelha e a testa trabalham isoladamente ou em conjunto, para demonstrar idéias e sentimentos transmitidos pelas palavras e muitas vezes sem a existência delas. O semblante também trabalha como indicador de coerência e de sinceridade das palavras. Não posso estar falando de tristeza e ter um semblante de alegria. Seria um atestado de falsidade. Um comportamento que afetaria toda a mensagem restante. Exemplos: Malícia, esperteza: piscar de olhos. Entendimento, descoberta, compreensão: olhos semicerrados e mordendo levemente o canto do lábio inferior. Pouco caso, desconfiança, vingança: olhos semicerrados. Espanto, surpresa: olhos abertos, boca pouco mais aberta e testa franzida. Idiotice: olhar fixo no infinito. Pensativo: morder levemente todo o lábio inferior. V-QUALIDADES DE UM BOM ORADOR Caráter. - Deve primeiro conhecer a Deus e depois ensiná-lo aos outros. - Você é mais importante do que o estilo ou a técnica de pregar. - A vida do pregador deve sustentar suas palavras.
Fala de forma simples. - O pregador consegue dar-se entender até mesmo para as crianças. Sinceridade. - Deve crer naquilo que prega. - Um incrédulo disse que queria ouvir Moody. Quando alguém objetou dizendo que ele não cria na pregação do evangelista, respondeu: “Mas Moody crê”. É sucinto. - Dizer somente o que é preciso. - Não corre o risco de exceder os limites de tempo desejados. Memória. - Seu valor é importante, mas, não confie somente nela. A emoção do momento poderá afugentá-la. Possui conhecimento do assunto. - Se não há mensagem a ser transmitida, não há motivo para falar. - Deve saber mais do que aquilo que vai expor. - Gasta horas de pesquisa separando o maior número de material que fala sobre o assunto escolhido.
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Criatividade e Imaginação. - Contar coisas antigas de maneira diferente. - Reveste os velhos pensamentos com roupagem nova. - A imaginação torna os fatos vivos e reais. Naturalidade. - Não se comporte como um robô cujos movimentos e ações são totalmente programados. - Procure melhorar, aperfeiçoar, desenvolver, mas seja você mesmo. Originalidade. - É você apresentando o sermão de maneira nova, com aplicação adequada, despertando o interesse dos ouvintes. - Quando você reveste a velha verdade com novos significados, novas ilustrações, novas aplicações, você é considerado um orador original. Você pode dizer: “Isto é meu”.
VI-COISAS QUE O ORADOR NÃO DEVE FAZER
Nunca chegue na hora. Chegue antes da hora. Não conte piada. Não exagere em provocar risos, tornando-se palhaço. Não ignore as reações do público. Não entre em debates. Não ignore o conhecimento do público. Não pergunte se pode continuar ou terminar o sermão. Levantar ou abaixar a voz demais. Não seja monótono, mas varie de tom. Não se desfaça em gritos. Não trema (na medida do possível). Não use expressões maliciosas ou sarcasmo. Não ataque hostilmente com palavras acusadoras de censura. Não elogie a si mesmo. Não faça ilustrações longas. Não canse os ouvintes com sermões longos. Não se afaste do texto e do tema. Não crave os olhos no chão ou no teto. Não fixe o olhar demasiadamente em uma só pessoa. Nunca se esqueça das galerias e do coral que muitas vezes está atrás do pregador. Não fique rígido ou imóvel como uma estátua. Não faça gestos ridículos. Não ande na plataforma como passos gigantes, nem pequenos demais. Não coloque as mãos na cintura e nos bolsos. Não fique abotoando e desabotoando o paletó. Não fique o tempo todo com o dedo indicador em forma acusadora. Não dê socos na mesa ou púlpito. Não exagere em tirar e colocar os óculos. Não fique arrumando a gravata. Não jogue a bíblia sobre o púlpito. Não fique alisando o cabelo. Não fique olhando o relógio todo o tempo. Não ajoelhe apenas com um dos joelhos. Não direcione a mensagem a alguém do auditório. Não se desculpe por não estar preparado. Não diga repetidas vezes: logo vou terminar. Não procure imitar alguém. Não se expresse de maneira presunçosa ou orgulhosa. Não dê pancadas no microfone antes de usá-lo.
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VII- TIPOS DE SERMÕES Sermão Sedativo – É aquele que parece anestesia geral. Mal o pregador começou a falar a congregação já está dormindo. Sermão Insípido – Esse sermão tem até uma linguagem mais moderna e um tom de voz melhor, mas não tem gosto e é duro de engolir. Idéias pálidas, sem nenhum brilho que as torne interessantes. É como comida sem sal. Sermão Óbvio – É aquele que diz apenas o que todo mundo já sabe e está cansado de ouvir. O ouvinte é capaz de adivinhar o final de cada frase de tanto que já a ouviu. Sermão Indiscreto – É aquele que fala de coisas apropriadas para qualquer ambiente menos para uma igreja, onde as pessoas estão famintas do pão da vida. Sermão Reportagem – É aquele que fala de tudo, menos da Bíblia. Inspira-se nos jornais, manchetes de revistas e reportagens de televisão. Mais parece uma compilação das notícias de maior impacto da semana. Sermão Marketing – É aquele usado para divulgar e promover os projetos da igreja ou as atividades dos diversos departamentos. Usar o púlpito para promover congressos, divulgar literaturas, prestar relatórios financeiros ou estatísticos, fazer campanhas para angariar fundos. A igreja precisa de marketing, mas deve ser feito em outro horário, nunca no espaço do culto e do sermão. Sermão Metralhadora – É usado para disparar, machucar e ferir. Às vezes a crítica é contra um grupo com idéias opostas, contra administradores da igreja, contra uma pessoa que está em pecado ou rivais, ou mesmo contra a congregação. Seja qual for o destino, o púlpito não é uma arma para disparar contra ninguém. Lembre-se: A congregação que passa a semana toda lutando pelo pão de cada dia, chega ao culto precisando de um bálsamo para as suas feridas espirituais. Se você quer ser um pregador de poder, busque a Deus, gaste dezenas de horas no estudo da Bíblia antes de pregá-la, experimente o perdão de Deus em sua vida e pregue um sermão onde Cristo seja o centro. VIII-TRÊS MOMENTOS MAIS IMPORTANTES NO SERMÃO 1- Início Você nunca terá uma segunda oportunidade para causar uma primeira boa impressão. Um bom começo produz um efeito positivo sobre o público e o orador. Este é o momento para atrair a atenção do público. Há duas maneiras em geral de começar: Com as formalidades – “Bom dia, queridos irmãos e amigos. Agradeço a oportunidade de lhes falar nesta manhã sobre o grande amor de Deus por nós”. Esta é uma introdução formal, conseqüentemente o público continuará esperando mais de você. Com algo além das formalidades – “Nos próximos 45 minutos vocês estarão aprendendo algo muito importante sobre o caráter de Deus. Que algo é esse? É a maneira maravilhosa como Deus pode aceitar pecadores mesmo na ultima hora de sua vida”. Esse tipo de abordagem pode impressionar mais. Veja algumas maneiras para conseguir a atenção das pessoas: Surpreenda o público com algo que ele desconhece. “Foi aprovado ontem no Congresso Nacional uma lei que possibilita o jovem adventista ser liberado das aulas de sábado”. Comece fazendo uma pergunta. Desperte sua curiosidade. “Quantos tem medo da morte?” Faça com que se lembrem de alguma coisa. “Nesta mesma data no ano passado o mundo presenciou...”. Conte uma história engraçada. Informe um fato relacionado ao assunto.
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Estabeleça um vínculo com o público. Isso significa a maneira como você quer ser visto pelo seu público. Fale com entusiasmo. O entusiasmo mostrará para o público se o pregador acha que sua mensagem é importante para as pessoas. O início é, por definição, breve e deve ser considerado e organizado, em uma proporção conveniente em relação ao todo. 2- O centro da apresentação: o meio É a parte mais comprida do sermão e é nela que você deve: Transmitir o conteúdo da sua mensagem; Manter a atenção e desenvolver o interesse. Seja sempre claro. Sempre existe a possibilidade de mal-entendidos. A responsabilidade é sua. Você é que tem de deixar as coisas claras. Seja Descritivo. O sermão deve pintar um quadro na mente dos ouvintes. Usar sua atitude física para amplificar sua mensagem. Aqui entra além do entusiasmo, os gestos e a animação, a voz. Prestar atenção às dicas sobre como o público está reagindo: - As pessoas estão inquietas e impacientes? - Estão sussurrando ou conversando umas com as outras? 3- Conclusão O final do sermão assim como o começo é importante. Como no começo, o final pode precisar de uma consideração especial na preparação para dar um bom resultado. Na conclusão você pode: Contar uma história relacionada com o tema e aplicá-la no apelo. Relatar uma experiência real. Terminar com uma pergunta. Recapitular apenas os tópicos principais do sermão. Terminar com a leitura de um pensamento importante. Evite: Parecer terminar e ainda continuar dizendo “finalmente” umas três vezes e ainda continuar falando. Apressar-se a concluir, fazendo um final atrapalhado e sem nexo. Recapitular o sermão, pensamentos, etc. Concluir sem ter feito um apelo. Crie uma estrutura definida e mantenha-a em sua mente o tempo todo. CONCLUSÃO Um princípio básico da comunicação diz o seguinte: “NÓS NÃO COMUNICAMOS AQUILO QUE QUEREMOS, MAS AQUILO QUE SOMOS”. Na vida deve haver uma coerência entre o que fazemos e o que acreditamos, do contrário, mais cedo ou mais tarde a comunicação será quebrada. “NA VIDA HÁ DUAS TEORIAS: OU VOCÊ VIVE O QUE PREGA OU PREGA O QUE VIVE” – James Archelemberger “EU NÃO TENHO PALAVRAS, EU NÃO TENHO MENSAGEM, A MINHA VIDA É A MINHA MENSAGEM”. Mahatma Gandhi
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