Relativismo Cultural Apresentação de Arcelindo Gomes & André Matias
Relativismo Cultural É uma ideologia político-social que defende a validade e a riqueza de qualquer sistema cultural e nega qualquer valorização moral e ética dos mesmos.
É o princípio que prega que uma crença e/ou actividade humana individual deva ser interpretada em termos de sua própria cultura.
O relativismo cultural defende que o bem e o mal são relativos a cada cultura. O "bem" coincide com o que é "socialmente aprovado" numa dada cultura.
Consequências do relativismo cultural No caso da excisão, imaginemos que há uma mulher que discorda com esse ritual imposto pela sua cultura.
O relativismo cultural diz que se excisão é socialmente aprovada logo a excisão é um bem.
Sendo socialmente aprovado cabe a todos aceita-lo como um bem e não pensar diferentemente, pois a perspectiva minoritária está sempre errada segundo a ideologia do relativismo cultural.
Consequências do relativismo cultural O relativismo cultural não tenta estabelecer normas comuns entre sociedades. O país A aprova a existência de direitos iguais para as mulheres (ou outras raças e religiões), mas o país B desaprova-o. Que deve fazer uma companhia multinacional que opera nos dois países? Dado que o relativismo cultural pouco nos ajuda acerca destes problemas, oferece-nos uma base muito pobre para responder às exigências da vida no século XXI.
Consequências do relativismo cultural Martin Luther King, por exemplo, defendia que o racismo está objectivamente errado. Que o racismo esteja errado era para ele um facto. Qualquer pessoa e cultura que aprovasse o racismo estariam erradas. Ao dizer isto, King não estava a absolutizar as normas da nossa sociedade; discordava, pelo contrário, das normas amplamente aceites.
Fazia apelo a uma verdade mais elevada acerca do bem e do mal, uma verdade que não estava dependente do modo de pensar ou sentir das pessoas neste ou naquele momento. Fazia apelo a valores objectivos.
Consequências do relativismo cultural O relativismo cultural rejeita a crença nos valores objectivos através dos seguintes argumentos: Não existem verdades morais objectivas porque: 1 2
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A moral é um produto da cultura; As sociedades discordam amplamente acerca da moralidade;
Não existe uma maneira clara de resolver diferenças morais.
Consequências do relativismo cultural 1.
Dado que a moral é um produto da cultura, não podem existir verdades morais objectivas". O problema deste raciocínio é que um produto da cultura pode expressar uma verdade objectiva. Qualquer livro é um produto cultural; no entanto, muitos livros exprimem verdades objectivas. Da mesma forma, um código moral pode ser um produto cultural e expressar verdades objectivas acerca da maneira como as pessoas devem viver.
Consequências do relativismo cultural 2. Visto as diferentes culturas discordarem amplamente sobre a moral, não
podem existir verdades morais objectivas."
O simples facto de existir desacordo não mostra, no entanto, que não existe verdade neste domínio e que nenhum dos lados está certo ou errado. O extenso desacordo entre diferentes culturas acerca de antropologia, religião, e até em física, não impede a existência de verdades objectivas nestes domínios. Logo, o desacordo em questões morais não mostra que não exista verdade nestes assuntos.
Consequências do relativismo cultural 3. "Como não existe uma maneira clara de resolver diferenças morais, não
é possível que existam verdades morais objectivas."
Mas podem existir maneiras claras de resolver pelo menos um grande número de diferenças morais. Precisamos de uma forma de raciocinar em ética que faça apelo às pessoas inteligentes e com suficiente abertura de espírito de todas as culturas
Apenas uma pequena percentagem de verdades são conhecidas. Logo, podem existir verdades morais objectivas mesmo que não possamos sabê-lo.
Consequências do relativismo cultural Segundo o professor Harry J. Gensler, de seu livro Ethics: A comtemporary introduction (tradução do capítulo 1, Relativismo cultural, por Paulo Ruas:
“Aceitar o relativismo cultural priva-nos de exercer qualquer sentido crítico acerca das normas da nossa sociedade. Estas normas não podem estar erradas — ainda que resultem da estupidez e da ignorância [de acordo com o relativismo]. (…) O relativismo cultural contraria o espírito crítico que é próprio da filosofia.”
Caso de Leonel herrera
Pena de morte. Única injustiça que não pode ser corrigida