Lazer Victor Andrade de Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro
ASPECTOS HISTÓRICOS
Aspectos Históricos * A diversão e o tempo do não-trabalho no decorrer da História - Skhole - Grécia - Otium/Nec-otium - Roma - Ócio – um ideal cavalheiresco – Baixa Idade Média - Ócio – um vício – Alta Idade Média * A modernidade - Séc. XV – Ciclo das Navegações/Imprensa - 1450 - Séc. XVI – Renascimento/Reforma Protestante - 1513 - Séc. XVII – Mercantilismo/Iliuminismo - Séc. XVIII – Revolução Francesa/Revolução Industrial
Aspectos Históricos * Dimensões para compreender o lazer a) Um tempo artificializado b) A organização da classe trabalhadora e o tempo livre c) Um novo modo de vida – o controle das diversões d) Mercado cultural Cidade-Ciência-Conflitos-Entretenimento LAZER: UM FENÔMENO MODERNO * A contemporaneidade - A força da cultura de massas - O lazer na sociedade do desemprego - O Lazer e sua função social
CONCEITOS
Conceitos * A dimensão Prazer (ênfase psicológica/subjetiva) - Prazer – dimensão humana - Prazer e trabalho (alienado/fragmentado) - Equívoco – lazer como locus exclusivo de prazer - Prazer – definidor, mas não exclusivo * A dimensão Trabalho (ênfase social) - A questão da obrigação e diferenças no lazer e trabalho - O lazer na sociedade do desemprego - Os tempos sociais: um quadro diário horário - A restrição do tempo de não-trabalho na contempor. - Trabalho – definidor, mas não exclusivo
Conceitos
* Definindo Lazer - Atividades culturais - Busca do prazer - Tempo do não-trabalho - Não atividades fisiológicas ou obrigações diárias - Recreação – entretenimento – lazer
Conceitos * Posturas - Quanto à forma de participação Assistir e praticar - Quanto ao grau de criticidade Mais ativo e menos ativo * Outros conceitos - Semi-lazer - Produtivização do Lazer - Pseudoludicidade do trabalho
LAZER: ESPAÇO DE INTERVENÇÃO
Lazer: espaço de intervenção * Questões iniciais - Lazer: espaço de alienação? Tensões culturais - Lazer: espaço de educação? Um compromisso - Lazer: qual a natureza da intervenção? Especificidades * Os interesses culturais centrais - Uma classificação das atividades de lazer - Interesse central e áreas de sombra - Utilidade: preparação de programas e projetos - Interesses físicos, artísticos, manuais, intelectuais, sociais (atenção para turismo)
Lazer: espaço de intervenção * Duplo aspecto educativo do lazer (sob a perspectiva não funcionalista) - Educação pelo lazer - O lazer como meio - Educação para o lazer – O lazer como fim (a ação da cultura de massas) * Elementos dificultadores - Desvalorização – hierarquia das necessidades humanas - A forte influência do mercado cultural - A deficiente formação e preparação do Animador Cultural
LAZER: CONFIGURAÇÕES
O lazer deve ser encarado enquanto um fenômeno social moderno, constituído no âmbito das tensões entre as classes sociais; é uma necessidade social e motivo de intervenção de políticas públicas; mesmo sendo uma preocupação recente e ainda recebendo menor atenção, existe uma clara tendência de crescimento de ações governamentais;
O lazer se configura como um relativamente recente, mas fértil, promissor e influente campo de negócios; é um mercado de consumo ainda não completamente definido e com grandes lacunas a serem preenchidas, mas já muito poderoso.
O lazer se configura enquanto um campo acadêmico, tendo uma longa tradição de estudos e pesquisas, embora ainda careça de completo reconhecimento no âmbito das universidades; a temática se caracteriza pelo caráter multidisciplinar.
O lazer deve ser encarado enquanto um possível campo de intervenção pedagógica, com características específicas se comparado a outros fóruns de atuação.
LAZER: ABORDAGENS
Lazer: abordagens * Abordagem burguesa - Articulação entre puritanismo e liberalismo - Preocupações com o lazer – reperc. na economia - Minimizar problemas, adaptar indivíduos • Empíricos - EUA – anos 20 e 30 - Estatísticas – economia/estilo de vida - Nomes: Dumazedier • Teóricos - Base teórica de reflexão sobre o assunto - Nomes: Riesman, De Grzia, Parker, Friedmann
Lazer: abordagens * Abordagem burguesa • Críticos - Crítica, mas não no sentido de superação da ordem - Nomes: Veblen, Manhein, Mills • i) j) k)
Denominador comum Subjetivismo (aspecto psicológico) Individualismo (aspecto sociológico) Liberalismo (aspecto político)
Lazer: abordagens * Abordagem Marxista - Busca compreender criticamente o lazer - Seu papel na manutenção da sociedade capitalista - Seu papel para a construção de uma nova sociedade • Ortodoxos - Lazer como problema prático do sistema capitalista - Tempo livre – fonte de produtividade e riqueza social - Nomes: Lenin, Prudenski, Grushin • Revisionistas - Lazer deve superar e não criar outra alienação - Lazer – potencial para superar a ordem social - Nomes: Frankfurt, Thompson
LAZER: A PESQUISA
Considerações Históricas • Primeiras elaborações teóricas - Décadas de 1920 e 1930 - Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro - Preocupações com o crescimento das cidades - Cuidados com saúde, higiene e controle corporal • Características - Importação de idéias - Reflexões pouco estruturadas - Pouca preocupação com a pesquisa no seu sentido estrito
Considerações Históricas •
Problemas
d) uma perspectiva de compreensão das atividades enquanto remédio para correção dos problemas da sociedade e) uma valorização excessiva das atividades físicas, quando o campo do lazer/animação cultural é por certo mais amplo f) a não consideração das diferenças entre atividades a serem aplicadas na escola e fora dela, notadamente a partir da adoção da noção de “recreação” g) uma maior valorização para o simples elencar de atividades e pouca compreensão acerca da importância dos referenciais teóricos que permitam uma intervenção qualitativamente superior
Considerações Históricas • Década de 1960 - Aproximação das experiências de Educação Popular - Paulo Freire * Década de 1970
- Início de uma maior valorização da temática - Organização dos primeiros grupos de estudo
Considerações Históricas • Década de 1980 - Organização de muitos grupos de estudo, em diversas áreas de conhecimento - Maior número de dissertações e teses sobre o assunto - Maior número de livros publicados - Maior número de artigos publicados - Organização de eventos científicos específicos - Preocupações governamentais - Melhor estruturação da formação profissional - Postura crítica e diacrônica perante a temática
A Pesquisa no Lazer nos dias atuais • Grupos de Pesquisa (CNPq) - 51 gerais, cerca de 15 específicos - A maior parte na região Sudeste - A maior parte na área de EF • Graduação -Nenhuma específica - Disciplinas em certas áreas de conhecimento • Pós-Graduação -Nenhuma específica - Poucas linhas
A Pesquisa no Lazer nos dias atuais * Periódicos - Um específico * Eventos Científicos -Dois específicos - Tema em outros - Ainda muitas abordagens tradicionais * Livros -Maior número - Ainda muitas abordagens tradicionais
Desafios - Melhorar a qualidade das pesquisas - Renovação dos referenciais teóricos - Melhorar a estruturação dos grupos de pesquisa - Trabalhar para que a temática seja reconhecida - Melhor articulação entre o que se pesquisa e a prática - Desvendar melhor os mecanismos da Animação Cultural - Pensar melhor a questão da Formação Profissional - Aumentar rede de troca entre pesquisadores nacionais - Aumentar a rede de troca internacional Importância deste evento •Como temos trabalhado isso em nosso grupo? Taller
Animação Cultural Victor Andrade de Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro
“Incorporo a revolta. Dança do intelecto e Dilaceração dionisíaca. Obsessiva idéia de fundar uma nova ordem Frente às categorias exauridas da arte E a indignação da rebeldia ética. A quase catatonia do quase cinema E o súbito epifânico do Éden. Samba, o dono do corpo. Expressão musical das etnias negras ou mestiças No quadro da vida urbana brasileira”
“Experimentar o experimental Experimentar o experimental A fala da favela O nódulo decisivo nunca deixou de ser o animo de plasmar uma linguagem convite para uma viagem”
CULTURA: CONCEITOS
Cultura: Deslocamentos Conceituais * Primeira acepção de cultura - Latim – colere – colono, colônia - Séc. XVI – agricultura e animais (cuidar) - Metáfora – cultivo de faculdades mentais * Renascimento - Marca na estruturação de um mercado * Séc. XVIII - Relação entre cultura e civilização - Cultura como processo de progresso individual e social - Duas acepções: Caráter descritivo – aquilo que é (cultura carioca, por exemplo) Caráter normativo (aquilo que deve ser; requisitos) * Virada do século XVIII-XIX - Conotação imperialista - Treinamento das faculdades para dar conta processo de transformação - Vamos aprofundar isso sob o ponto de vista de um autor
Cultura: Deslocamentos Conceituais A necessidade de controle * Revol. Francesa e Revol. Industrial como auge de um processo * Inglaterra do fim do século XVIII - Organização das camadas populares - Revolução industrial - nova classe social * Processo de aumento do rigor de normas sociais - Manipul. e reformul. de códigos, à busca de controle. - Neces.de implem. uma nova disciplina, um novo controle do tempo - Controle das diversões populares (“perigosas”) * Por que eram consideradas perigosas? - Se opunham a lógica do trabalho extenuado proposto - Congregavam as pessoas fora dom mundo do trabalho - Focos de organização política - Em si manutenção de velhos estilos de vida
Cultura: Deslocamentos Conceituais * O controle do tempo de não-trabalho - dimensão fundamental para garantir o "progresso” * Construção de um novo modelo de vida: nova cultura Como controlar? * Aliança entre o controle jurídico e a religião - Metodistas consideravam ócio e diversão popular como pecado * Estratégias - Escolas religiosas dominicais (religião foi central) - Implemento de atividades tidas como adequadas - Capitalização de um mercado cultural
Cultura: Deslocamentos Conceituais * Virada dos século XIX-XX - Esse processo começa a ficar mais claro, em função das próprias características daquele momento histórico (Belle Époque) - Palavras-chaves para entender esse momento a) Cidade – crescimento do tecido urbano b) Mercado – fortalecimento da burguesia c) Ciência d) Contestação - Vamos ver como se relacionam a) Crescimento das cidades - Tornam-se arenas, mercados - Cresc. da circulação financeira – luxo; valor. dos hábitos de lazer - Novos hábitos – Rupt.com valores anteriores (exposição corporal) - Contestações políticas (percepção da diferença) - Ciência – potencializa a produção; estratégias de ordenação e controle
Cultura: Deslocamentos Conceituais b) Mercado - Cidades tornam-se mais ricas – gera hábitos de lazer - Ciência – gera novas opções de lazer (corpo como centro de interesse) - Relação com a contestação – necessidade de controle; ciência c) Ciência - Potencializa mercado - Potencializa a diversão (fotografia, cinema, som, imagem) - Velocidade e fugacidade como marcas da modernidade - O âmbito da cultura torna-se cada vez mais um palco claro de disputas, uma necessidade estratégica de controle - O Início de uma “Sociedade do(s) Espetáculo(s)”
Cultura: Deslocamentos Conceituais * Século XX – primeira metade - Cultura: Forte relacionamento à arte - Inicialmente: Elemento de distinção social; algo acessível a um grupo seleto - Depois: Propostas de dar cultura (ponto de vista dominante) -”aprender a se comportar”. Contenção das crises sociais Construção de identidade nacional - A construção de uma idéia de que cultura é algo separado de política
Cultura: Deslocamentos Conceituais * Século XX – segunda metade - Cultura como um modo de viver. Conjunto de normas, hábitos, sensibilidades que rege a vida em sociedade - Forte estruturação de algo típico da modernidade e que se tornara mais concreto na modernidade tardia, a partir do final do século XIX - Sociedade do espetáculo - Sociedade do entretenimento - Cultura de massas - Força dos meios de comunicação - A “Era da cultura”
Cultura: Deslocamentos Conceituais * No capitalismo tardio “A mecanização, a estandardização, a superespecialização e a divisão do trabalho, que antes determinavam apenas a esfera da produção de mercadorias nas fábricas, penetram agora em todos os setores da existência – da agricultura à recreação e, é claro, à produção cultural” (Raymond Willians). * A produção cultural sempre esteve ligada aos interesses das classes dominantes - No capitalismo tardio isso se torna um projeto estratégico - A produção cultural - um palco muito importante de lutas. “As artes e as práticas culturais em geral não apenas refletem essa situação determinante: elas também produzem significados e valores que entram ativamente na vida social, moldando seus rumos” (Cevasco, 2003, p.112)
Cultura: Deslocamentos Conceituais * Estudos Culturais basicamente desejam: Uma leitura sobre a cultura popular na sua relação com a cultura de massas e uma forma de ler a “alta cultura” * Para tal, desenvolvem: Uma leitura menos mecânica, menos linear, mais atualizada e mais cultural de marxismo: a questão do método passa ser fundamental - Repensando a relação infra-estrutura e super-estrutura - Conceito de classe de Thompson - Diálogos com Frankfurt, Gramsci, Bakthin * Origens ECS - aulas de extensão com trabalhadores - Foi nessa prática concreta que se pensava a necessidade de superar a questão da imposição de valores da classe dominante - Tiveram que mudar o que se ensinava e como se ensinava - Articulação entre militância e política
CULTURA: UM DIÁLOGO COM OS ESTUDOS CULTURAIS
Dialogando com Estudos Culturais Relação entre cultura e economia * Percebem uma relação intensa entre fenômenos culturais e socioeconômicos “Nessa altura ficou ainda mais evidente que não podemos entender o processo de transformação em que estamos envolvidos se nos limitarmos a pensar as revoluções democrática, industrial e cultural como processos separados. Todo nosso modo de vida, da forma de nossas comunidades à organização e conteúdo da educação, e da estrutura da família ao estatuto e do entretenimento, está sendo profundamente afetado pelo progresso e pela interação da democracia e da indústria, e pela extensão das comunicações (Raymond Willians)”. * Com isso, percebe-se que as disciplinas tradicionais não dão conta dessa nova complexidade - Isso é um impulso para a construção dos ECs, a princípio pensado com uma não disciplina interdisciplinar.
Dialogando com Estudos Culturais * Conceito de Materialismo Cultural - Os bens culturais somente podem ser compreendidos no interior da lógica de produção, até porque eles são em si produtos produzidos por essa lógica, estando plenamente articulados com os valores e sensibilidades, sentidos e significados que concedem existência concreta a sociedade * Na ótica do materialismo cultural, os produtos não são objetos, mas práticas sociais. - Nosso intuito é desvendar as condições em que se apresentam na sociedade e pensar em perspectivas de intervenção * Para pensar nossa intervenção, teríamos que ter em vista 3 formas de estruturação de significados e valores: dominante, emergente, residual
Dialogando com Estudos Culturais a) Dominante - Nunca é estática – mecanismos constantes de incorporação e reprodução; b) Emergente - O movimento de controle e incorporação não é linear. Há movimentos de contestação) que desencadeiam a ação do dominante c) Residuais Restos de uma formação não mais dominante que permanecem “... o potencial dissidente deriva-se em última análise não de qualidades essenciais individuais (ainda que os indivíduos tenham qualidades), mas dos conflitos e contradições que a ordem social inevitavelmente produz em seu próprio interior, na exata medida em que ela tenta se sustentar. Apesar de seu poder, as formações ideológicas hegemônicas estão sempre, na prática, sob pressão, na tentativa de substanciar sua asserção de maior plausibilidade em face de diversas turbulências...O conflito e a contradição surgem a partir das próprias estratégias com que as ideologias hegemônicas tentam conter as expectativas que elas precisam gerar. É aí que a falha – a inabilidade ou recusa de se identificar como o dominante pode ocorrer e , a partir disso, a dissidência” (Cevasco, 2003, p.128).
Dialogando com Estudos Culturais Cultura de minoria X Cultura em Comum • O debate se dava contra uma longa tradição inglesa que acreditava que a cultura era um privilégio de poucos, de uma elite, que deveria conduzir a organização social da maioria, que supostamente não teria condições de conduzir seus caminhos em meio a uma sociedade turbulenta * Para Willians não se trata de uma minoria decidir e difundir para a massa, mas sim de comprender uma “cultura em comum”. - O desafio central é criar condições para que todos possam ter acesso aos meios de produção cultural, entendendo que os de “baixo” também produzem cultura - Preocupação com olhar os de baixo * Willians respeita a tradição cultural, mas não crê que ela é privilégio de uma minoria, nem é uma minoria que deve decidir o que deve ou não ser difundido. - O maior número de pessoas possível deve ter acesso a tradição - E isso pode (e provavelmente vai) interferir na própria tradição
Dialogando com Estudos Culturais “Devemos aceitar, com franqueza, que se propagarmos nossa cultura nós a estaremos modificando: uma parte do que oferecemos será rejeitado, outra será objeto de crítica radical. E é assim que tem de ser, pois nossas artes, agora, não estão em condições de continuar incontestadas até a eternidade (...) Levar nossas artes a novos públicos é estar certo de que nossas artes serão modificadas. A mim, por exemplo, isso não assusta. (...) Não espero que os trabalhadores ingleses darão seu apoio a obras que, depois de uma preparação paciente e adequada, não consigam aceitar. O verdadeiro crescimento será lento e desigual, mas a provisão estatal, francamente, deveria crescer nessa direção, em vez de ser um meio de desviar dinheiro público para a preservação de uma cultura fixa, fechada e parcial. Ao mesmo tempo, se entendermos o processo de desenvolvimento cultural, sabemos que este é feito de ofertas contínuas para uma aceitação comum; e que, portanto não devemos tentar determinar de antemão o que deve ser oferecido, mas desobstruir os canais e permitir todos os tipos de oferta, tendo o cuidado de abrir bem o espaço para o que for difícil, dar tempo suficiente para o que for original, de modo que o que se tenha seja desenvolvimento real, e não apenas a confirmação ampliada de antigas regras” (p.140)
Dialogando com Estudos Culturais * Quem estabelece o que é tradição? Quem estabelece o que é bom? “Willians questiona quem tem o poder de atribuir esse valor cultural e reapropria esse poder para usos democráticos. Se cultura é tudo o que constitui a maneira de viver de uma sociedade específica, devem-se valorizar, além das grandes obras que codificam esse modo de vida, as modificações históricas desse modo de vida” (p.51). * O que Willians vai perceber é que a dicotomia entre alta cultura e cultura popular já não mais se sustenta, em um ambiente onde ambas estão bastante midiatizadas, muito mercadorizadas.
Dialogando com Estudos Culturais Arte e Cultura de massas * Não se trata de uma desvalorização da arte, mas entendê-la no contexto sócio-econômico. - É necessário pensar se os meios de produção permitem tal acesso. “A posição teórica dos estudos culturais se distingue por pensar as características da arte e da sociedade em conjunto, não como aspectos que devem ser relacionados mas como processos que têm diferentes maneiras de se materializar, na sociedade e na arte. Os projetos artísticos e intelectuais são constituídos pelos processos sociais, mas também constituem esses processos na medida em que lhes dão forma” (p.64) * A questão é de abrir possibilidades amplas de difusão. - A Animação Cultural é a favor, não é contra - É uma iniciativa de “alfabetização” cultural em várias vias - Não se trata de determinar valores, mas desestabilizar uma ordem - Pensando que valores e sensibilidades se articulam, pensar um processo de educação da sensibilidade, educação estética
Dialogando com Estudos Culturais * Uma política cultural deve pensar em dar acesso a todos de tudo o possível - Mas compreender isso em um projeto estratégico de formação - De nada vale somente oferecer sem uma formação adequada * Projeto estratégico: partir da cultura de massas, não a “demonizando” - Será que os meios de comunicação em si são ruins ou o uso que se faz deles? - Será que são homogêneos (é tudo ruim) ou há alternativas? “Mais do que defender o passado, a questão mais premente é tentar ganhar o futuro: facilitar o acesso e a expansão da cultura nas novas condições sociais, e não confundir – problema recorrente no pensamento conservador – meios com mensagem. Não existe nenhum determinismo tecnológico que obrigue os meios de comunicação de massa a disseminar, como o fazem, lixo cultural. Para um pensamento progressista, seria mais relevante pensar em modos de utilizá-los para fins de expansão e enriquecimento culturais”. (Cevasco, 2003, p.47).
Dialogando com Estudos Culturais Posição 1
Posição 2
Sempre ruim, duvidosa
Heterogênea (grande parte ruim)
Sempre estandartiz., superficial
Carrega contradições
Mercado
Controlado e controlador Impositor Soberano
Também media Tem poder, mas não é soberano Tenta controlar, mas recebe influê.
Público
Homogêneo Controlado e passivo Mau educado
Heterogêneo Resiste; pode reelaborar. Qual conceito de educado?
Arte
A cultura de massas não é arte A CM é ruim, a arte boa A arte é a tradição
Há coisas da CM que são arte Não há oposição entre CM e Arte O que é arte?
Educação
Trata-se de contrapor a CM Trata-se de negar a CM
Trata-se de dialogar Trata-se de mediar
Ênfase
Preocupação na emissão
Preocupação na recepção
Qualidade
Dialogando com Estudos Culturais Ação pela cultura * Debatiam com uma tradição que separava a cultura da política. * A cultura é um campo válido de lutas, está articulada com a ordem política e econômica, ainda mais forte no mundo contemporâneo. * Mas atenção a) a cultura comum é um ideal, a ser construído b) A cultura é mais um dos fóruns de luta, não o único “Williams não partilha o idealismo de pensar que somente a luta cultural será capaz de efetuar essa mudança, mas a própria situação geral contemporânea – de uma sociedade altamente complexa que tem seu funcionamento afiando pela comunicação de massa e seus procedimentos confirmados pela educação, pelo menos nos países centrais, de grande parte da população – determina que a cultura seja um campo de lutas relevantes” (Cevasco, 2003, p.55)).
Estudos Culturais:desafios Década de 60 * Novas dimensões - Influência dos movimentos sociais (Pós-modernismo) - Não mais cultura, e sim culturas - Cultura como campo de batalhas, onde a política se articula * Depois de um surto de lutas e de certas conquistas, podemos observar um endurecimento e um reordenamento do poder conservadores * Conquistas que nos interessam; - O interesse no texto, incluindo as formas populares de cultura - O interesse pela memória popular e pelas opiniões dos de baixo - Um viés e interesse pela etnografia
Estudos Culturais:desafios * A institucionalização dos ECS dificulta sua ação - Como conciliar a universidade com prática política? - Mesmo que se pense uma nova tarefa para os intelectuais, os encontros com os movimentos sociais são sempre problemáticos * Debates e desafios ainda atuais a) Se manter a frente do diálogo b) Sempre que possível manter ligações com os movimentos sociais c) Interesse: sociedade de mídias e subculturas d) Interesse pela cultura popular: categorial relacional e) Um olhar para as resistências, rituais e simbólicas “Seu futuro está, como diz Raymond Willians, na tentativa, nem sempre bem-sucedida, de levar o melhor que se pode conseguir em termos de trabalho intelectual até pessoas para quem esse trabalho não é um modo de vida ou um emprego, mas uma questão de alto interesse para que entendam as pressões que sofrem, pressões de todos os tipos, das mais pessoais às mais amplas.
Estudos Culturais:desafios * Década de 70 - Feminismo – o pessoal é político - Expansão da noção de poder - Questões de gênero e sexualidade - Preocupação com o sujeito e com as subjetividades - Teorias de recepção ativa * Pós-modernismo crítico Tenta articular história, teoria e política cultural, entendendo o papel e espaço dos meios de comunicação de massa no interior do campo estratégico da modernidade. * Alguns desafios, se olharmos os projetos originais a) Construir uma teoria cujos ganhos não sejam somente acadêmicos, mas que recupere a idéia de uma interlocução clara com a prática; um projeto político claro b) Não crer que somente a inclusão cultural é suficiente: o projeto é de inclusão geral, inclusive social e econômica c) Continuar percebendo a necessidade de intervenção (e aí o marxismo continua sendo uma eficaz ferramenta) em uma realidade em que:
Estudos Culturais:desafios “Cada vez mais o sistema, agora planetário, necessita de uma sociedade de imagens voltada para o consumo para “resolver” as contradições que continua criando. Se antes a cultura podia até ser vista como o espaço possível de contradição , hoje ela funciona de forma simbiótica com o capital: a produção de mercadorias serve a estilos de vida que são criações da cultura, e até mesmo a alta especulação financeira se apóia em argumentos culturais” (p.135) * A animação cultural só pode ser construída a partir de uma necessidade concreta de intervenção cultural - E isso pode ser um belo chamariz para retomar as discussões do projeto original dos Estudos Culturais. - Daí em nosso grupo estamos preocupados com experiências concretas, com os olhares de baixo, com uma perspectivas etnográfica, por articular teoria com intervenção (no âmbito do campo acadêmico, no âmbito da formação profissional, no âmbito das características de um grupo de pesquisa, desenvolvendo metodologias, implementando projetos de intervenção)
Estudos Culturais:desafios “A postura ‘política’ dos estudos literário radicais em nossos dias é, na pior das hipóteses, um manerismo residual de grupo; em sua forma mais típica, apresenta-se como combinação de uma crença fantasiosa em uma “subversão’ ordinaire, com um desdém versado por idéias revolucionárias, constituindo-se em credo mutante que pode ser chamado de anarco-reformismo. E no centro dessa subcultura está sua realização lendária, algo que ninguém, de nenhuma facção específica, jamais pensaria em inventar, a quimera institucional denominada “Teoria” com T maiúsculo. O trabalho teórico é indispensável a qualquer investigação produtiva,e precisa ser defendido como tal. Mas a cultura contemporânea da Teoria é uma mistificação acadêmica, uma singularidade artificial que tende a relativizar e igualar as idéias heterogêneas que lhe são peculiares, e a inibir o entendimento dos antagonismos e das verdadeiras incomensurabilidades do mundo real de teorias, no plural. As teorias racionais submetem-se apenas a teorias mais potentes, e quase com certeza não serão mais conciliatórias. Mas a Teoria, tomando erroneamente coleguismo profissional por um consenso significativo de standards de julgamento, conduz seus devotos a uma política de adaptação constante às novidades “(Cevasco, 2003, p.144).
Estudos Culturais:desafios * Nossas críticas a: b) Uma política acadêmica da Capes e CNPq, que conta com a benesse dos doutores que possuem Pronex, bolsas de produtividade, com critérios estatísticos meritocráticos b) Grupelhos fechados que se negam ao debate, acreditando em velhas bíblias, construídas em cima de maniqueísmos e considerações pouco concretas, palavras de ordem pronunciadas de dentro da academia, nunca a partir do diálogo e compreensão dos movimentos sociais c) Um setor da universidade que exalta às beiras da acriticidade um novo assistencialismo critico que perambula entre os movimentos sociais (Muitos dos chamados projetos sociais) - Serve para que os intelectuais durmam melhor sem que precisem pensar o quanto se afastaram da militância e das intervenções diretas na realidade - Para concretizar isso, chama os grupo sociais para seus eventos, suas vernissages e ficam com a impressão que contribuem para a inclusão social. * Imersos nesse palco de disputas teóricas desconectadas de uma preocupação concreta com a realidade, perde-se de vista a inserção na construção de uma nova ordem social e se joga para escanteio a materialidade das relações econômicas e históricas.
Estudos Culturais:desafios * Enfim “As qualidades humanas e a dimensão sensorial da experiência são objetificadas ou separadas das pessoas e de suas atividades, de maneira se tornar produtos em si, reificadas ou estetizadas. O problema é, então, como reverter ou romper esse processo de modo a reaver ou reafirmar todas as qualidades humanas que a mercadoria nega por abstração” - Esse é o desafio da AC Uma tecnologia educacional, um modelo de intervenção, que tem a cultura como elemento central de suas preocupações
CULTURA: OUTRAS DISCUSSÕES
Cultura: Conceitos Básicos • Conceito de Cultura - Compreensão geral limitada - ligada a manifestações artísticas eruditas - Polissêmico - Conjunto de valores/ normas/ hábitos - Articulação entre valores e representações - Campo de tensão, diálogo, conflito, trocas, manipulações • Cultura ou Culturas? - Inclusão e exclusão • Como julgar culturas? O que é certo? - Qual intervenção cultural? Como?
Cultura: Conceitos Básicos • Alerta 1
“Não podemos esquecer que ‘cultura’ é um termo emaranhado, que, ao reunir tantas atividades e atributos em um só feixe, pode na verdade confundir ou ocultar distinções que precisam ser feitas. Será necessário desfazer o feixe e examinar com mais cuidado os seus componentes: ritos, modos simbólicos, os atributos culturais da hegemonia, a transmissão do costume sob formas específicas das relações sociais e de trabalho” (Thompson, 1997)
Cultura: Conceitos Básicos • Alerta 2
“Uma cultura é também um conjunto de diferentes recursos, em que há sempre uma troca entre o escrito e o oral, o dominante e o subordinado, a aldeia e a metrópole: é uma arena de elementos conflitivos [...]. Na verdade, o próprio termo ‘cultura’, com sua invocação confortável de um consenso, pode distrair nossa atenção das contradições sociais e culturais, das fraturas e oposições existentes dentro do conjunto” (Thompson, 1997).
Padrões de Organização da Cultura • Ressalvas - Classificação meramente didática - Não perder de vista a questão da circularidade - Considerar a necessidade de não preconceito - Considerar a necessidade de estabelecimento de um projeto pedagógico estratégico
Padrões de Organização da Cultura • Cultura Oficial (Erudita/dominante)
Padrões de Organização da Cultura • Cultura Oficial (Erudita/dominante) - Elaborações de longo alcance/ Escolas - Ações destacadas de indivíduos - Normativa; estabelece padrões estéticos - Poder de decisão e prestígio
Padrões de Organização da Cultura • Cultura de massas
Padrões de Organização da Cultura • Cultura de massas - Tende a ser estandartizada, de fácil consumo - Relações impessoais - Parte de outros níveis de organização, muitas vezes mudando sentidos e significados - Acaba se apresentando como alternativa ao não acesso à cultura erudita e á cultura popular - Baixo grau de autonomia e organização
Padrões de Organização da Cultura • Cultura popular
Padrões de Organização da Cultura • Cultura popular - Produção local, ligada à tradição, compreendida como algo dinâmico - Muitas vezes desvalorizada, considerada de menor valor • Texto de Luis Fernando Veríssimo
LAZER, ANIMAÇÃO CULTURAL E CIDADE
A Importância da Animação Cultural para as Cidades e para os Cidadãos • Questões para desencadear a discussão: a) Como anda a relação cidade – cidadão? b) Como pensar a cidade como espaço de lazer? c) Como pensar estratégias de mediação cultural? d) Com pensar uma cidade mais inclusiva e mais justa? • A cidade hoje – o desgaste do tecido urbano - Crise econômica ou crise de valores? - A cidade é local de trabalho ou local de lazer? A cidade a serviço do capital - A hierarquização das necessidades humanas: onde fica o lazer e a cultura? - A cidade é para quem?
A Importância da Animação Cultural para as Cidades e para os Cidadãos • A revolução tecnológica, a esfera pública e a esfera privada - Privatização das vivências cotidianas – as mídias domésticas - A dissolução de fronteiras entre público e privado - Há um esvaziamento da esfera pública? - A ação da Indústria Cultural - A política de eventos como política cultural
A Importância da Animação Cultural para as Cidades e para os Cidadãos • A cultura entendida de forma limitada e equivocada:
“um conjunto de expressões que pode ser resumido no âmbito do entretenimento, do consumo e do agenciamento físico [...]. Um contexto, portanto, onde o reflexo prevalece sobre a reflexão, o signo prevalece sobre o símbolo e a virtualidade prevalece sobre a representação” (Sevcenko, 2002). “Essa midialização estimula a tendência de privatizar os eventos culturais originalmente públicos e sua percepção estética. Com isso reforça ainda mais a erosão progressiva dos ambientes públicos urbanos” (Prigge, 2002).
A Importância da Animação Cultural para as Cidades e para os Cidadãos • Lazer na cidade – dados para pensar - Cinemas No Brasil - só 7% das cidades No Rio de Janeiro - mais de 150 salas, mas somente 20 bairros, a maioria em shoppings - Não há salas de cinema “alternativo” na Zona Oeste-Zona Norte - Centros Culturais No Rio de Janeiro - 57 56 na Zona Central-Zona Sul-Barra
A Importância da Animação Cultural para as Cidades e para os Cidadãos
• Lazer na cidade – dados para pensar
- Parques públicos – privatização de espaços e má distribuição - Transporte – metrô e ônibus - Clubes – queda de prestígio - Televisão 98% das cidades do Brasil Mais aparelhos do que geladeiras Vídeo X Cinema
A Importância da Animação Cultural para as Cidades e para os Cidadãos “O processo de construção da cidade distribui esculturas, museus e edifícios de alto padrão, atraindo aqueles que têm condições de escolher onde viver, trabalhar, gozar sua afluência. As zonas favorecidas incorporam, como lugares, o capital cultural que forja não somente seu futuro privilegiado, mas reduz o futuro das áreas menos favorecidas” (Molotoch, 2002).
A Importância da Animação Cultural para as Cidades e para os Cidadãos • O que fazer? A importância do lazer - O lazer como forma de ressignificação do espaço público - Lazer e cultura em projetos sociais: experiências - A educação para o lazer: uma educação das sensibilidades - O que é produção cultural? - Fluxos e contra-fluxos de cultura: do centro para a periferia da periferia para o centro – pontes
A Importância da Animação Cultural para as Cidades e para os Cidadãos POR UMA EDUCAÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA CIDADE: A ANIMAÇÃO CULTURAL COMO TECNOLOGIA EDUCACIONAL • Eu sei, mas não devia (Marina Colassanti)
ANIMAÇÃO CULTURAL: CONCEITOS
Animação Cultural: Conceito • Intervenção pedagógica que tem a cultura como estratégia central (anima, alma) • Utiliza as linguagens como estratégia, mas pretende uma discussão de valores e sensibilidades - Preocupação: ênfase em valores - Questiona contextualmente os mecanismos de produção cultural • Fronteiras: Educação Social/Educação Artística • Proposta: Educação das sensibilidades/ Estética • Responsáveis: escola, família, lazer * O animador cultural e a equipe de animação: uma perspectiva multi e interdisciplinar
Estética: Conceitos Básicos • A estética no senso comum - Todos têm um conceito - Conceito de belo clássico • O objeto da estética - O belo? - A arte? - Aiesthesis – sensação
Estética: Conceitos Básicos Estudo de um modo específico de apropriação da realidade, onde destacam-se as questões ligadas à sensibilidade, mesmo que vinculadas a outras formas de apropriação da realidade e com as condições históricas, sociais e culturais (isso é, mesmo com autonomia, há uma certa relação entre o estético e o extra-estético)
Estética: Conceitos Básicos • Importância - Forma de relação com o mundo - Julgar – dever e direito de todos - Educação da sensibilidade/novos olhares • A relação estética - A relação sujeito-objeto - O extra-estético e sua influência
Estética: Conceitos Básicos a) Fatores objetivos - Físicos/ acesso - Estímulo do indivíduo b) Fatores subjetivos - Interesse - Condições sociais * O Orgulho de Apeles (José Lins do Rego)
Modos de Endereçamento • A discussão central - Como se estabelecem de forma dinâmica as relações entre um filme e o público? - Inversão da pergunta - o que o público espera do filme?” - Ao invés disso, pergunta-se: “quem este filme pensa que você é? A quem esse filme está sendo endereçado?”.
Modos de Endereçamento • Conceito - Supostamente um filme induz o seu público a pensar de determinada forma, difunde valores e intencionalidades. - Contudo, as coisas não são lineares: a) em função das ressignificações e das diferentes histórias e constituições de cada subjetividade. b) normalmente é grande a diferença entre o imaginado e o que alguém realmente é, além disso o grupo não é homogêneo. c) Não é possível pensar em enquadramentos lineares, nem do ponto de vista da manutenção da ordem social, nem do ponto de vista de sua superação. - Modos de endereçamento são poderosos, mas não lineares
Modos de Endereçamento • A Animação Cultural - Encaminha modos de endereçamento diferenciados - Não substitui uma alienação a favor da ordem social por outra suposta contra a ordem - Não nega ao público as possibilidades de prazer - Não se restringe a exibição de um só produto - Não informa linearmente - Reconhece e fortalece as subjetividades
Paradigmas da Animação Cultural
ANIMAÇÃO CULTURAL E INCLUSÃO SOCIAL
CIDADÃO, CIDADÃ (Jorge Mautner- Nelson Jacobina) Assim como é natural/ O vôo da borboleta Assim como falta uma mão/ No maneta Assim como não acho nada de anormal No fato de você ser troca letra Acho que se deve ser diferente/ Não como toda a gente Mas igualmente ser gente/ Como toda essa gente Deste país continente/ E de todo o planeta Assim como é lindo o pirata/ Apesar de ser perneta Com uma mão segurando a mão do grumete E outra uma luneta Dizendo que é natural Que os anjos do juízo final toquem trombeta
Quem, quem, quem a não ser o som Poderia derrubar a muralha dos ódios, dos preconceitos Das intolerâncias, das tiranias, das ditaduras hereditárias Dos totalitarismos, Das patrulhas ideológicas e do nazismo Acho que todo cidadão ou cidadã Deve ter possibilidades de felicidade Do tamanho de um maracanã E deve poder ser azul, negro ou cinza Sorridente ou ranzinza Verde amarelo e da cor vermelha Deve-se somente ser, E não temer, viver Pro que der e vier na nossa telha Vivamos em paz, Porque tanto faz Gostar de coelhos ou de coelhas
Animação Cultural e Inclusão Social Conceitos • O avanço da Indústria do Lazer e Entretenimento: Afinal, quem pode acessar? - Mercado seletivo, somente acessível em toda sua plenitude aos privilegiados economicamente - A ação da indústria cultural • Desafios - Tornar as atividades de lazer acessíveis a todos, de forma qualitativamente superior a que hoje encontramos - Conceber a intervenção no âmbito do lazer como algo que possa contribuir para superar essa lógica social pautada na diferença e na desigualdade.
Animação Cultural e Inclusão Social Conceitos • Movimentos sociais/minorias sociais - Antes da segunda grande guerra – a preponderância da questão da classe - Depois da segunda grande guerra – maior número de grupos específicos
Animação Cultural e Inclusão Social Conceitos • Conceitos de grupos/minorias sociais - Grupos que se organizam para protestar de diferentes formas, a partir do reconhecimento de que em um regime democrático é possível e necessário considerar a diversidade de expressões de interesses próprios, não contemplados em função da intolerância e do controle social, econômico e cultural nas definição de normas gerais - Idosos, homossexuais, PPDs, negros, crianças, favelas mulheres, entre outros
Animação Cultural e Inclusão Social Conceitos • O polêmico conceito de Minorias Sociais - Duas naturezas de definição: a) natureza númerica, isto é, grupos que possuem um menor número de membros; b) natureza de acesso ao poder, isto é, grupos que podem até ter um número elevado de membros, mas que tem menor acesso aos mecanismos de poder. - Esses grupos podem também ser: a) de natureza étnica (negros, por ex., característica genética) b) ativistas (aqueles cujo status é adquirido, fruto de uma opção)
Animação Cultural e Inclusão Social Conceitos • Considerações teóricas - Os grupos não são homogêneos: Isto é, se há alguma identidade entre os membros dos grupos, pode haver trânsito de interesses, na medida em que os indivíduos fazem parte de agrupamentos diversos no decorrer de sua vida. - Preconceitos, discriminações, estereótipos: considerações - Há soma ou subtração de preconceitos e discriminações
Animação Cultural e Inclusão Social Conceitos - Por trás das lutas se encontram mais do que questões simplesmente pontuais ligadas a cada grupo. De alguma forma incomodam e tensionam o todo conservador, podendo e devendo ser encaradas como forma de contribuir para a superação deste status quo. - Contra guetificação, isolamento Embora possamos entender que em determinadas vezes estes são os caminhos possíveis, devemos buscar uma nova forma de vivência em sociedade, pautada não na homogeneidade, mas sim na tolerância e no reconhecimento das diferenças.
Animação Cultural e Inclusão Social Conceitos - Não há passividade Os grupos entabulam resistências, traçadas a partir de sua experiência concreta, muitas vezes estabelecidas de forma sutil e no cotidiano “O termo resistência tal como é usado aqui não se refere somente a ações propositais, coletivas, dirigidas para fins políticos e em desafio explícito ao poder [...]. A resistência, assim, inclui modos de contestar ou de não aceitar o conjunto de máximas estabelecidas para a vida cotidiana [...]. Um espaço para a resistência pode, então, ser criado pela dissonância entre as experiências vividas pelos indivíduos e a versão oficial de tais experiências ou de interstícios entre experiência e representação” (Lupton, 2000).
Animação Cultural e Inclusão Social Conceitos - Relação entre resistência e adequação “...os sujeitos não são integralmente governados pelo discurso, nem inteiramente capazes de sair fora dele. Ao contrário há uma contínua luta em torno o significado; a governalidade tanto permite a construção da subjetividade e do processo de corporificação quanto, de certa forma, age para constranger tais processos...Poderia se dizer que se trata de um continuum ao longo do qual a resistência, ou a construção de alternativas, é consciente, indo de lutas de oposição radicais plenamente conscientes – tanto no nível do grupo quanto do indivíduo – até o inconsciente, no qual a resistência ocorre através de impulsos e desejos emocionais e não precisa necessariamente ser reconhecida ou enunciada pelo sujeito como resistência. É preciso reconhecer também uma dimensão não consciente das práticas do eu, nas quais comportamentos são impostos através do habitus e são executadas automaticamente” (Lupton, 2000).
Animação Cultural e Inclusão Social Conceitos • Nosso papel enquanto profissionais de lazer Cabe-nos estar atentos, preparados para ouvir, dispostos a compreender, superando os preconceitos que existem dentro de cada um de nós, que acabam por conduzir a distorções na forma de encarar as diversas organizações sociais. Trabalhar com as minorias significa também um esforço de superação individual de cada profissional. Afastamos, assim, qualquer tipo de postura vanguardista de atuação.
PARÂMETROS DA AÇÃO COMUNITÁRIA
Parâmetros da Ação Comunitária de Lazer • Objetivos - Construção de autonomia comunitária - Desenvolvimento da perspectiva de co-gestão • 1ª fase – Início da construção coletiva - Identificação, contato inicial e convite às lideranças comunitárias Sensibilização Cuidado com as peculiaridades e rupturas de cada comunidade (poderes locais)
Parâmetros da Ação Comunitária de Lazer • 1ª fase – Início da construção coletiva (cont.) - Processo conjunto de capacitação de animadores culturais da comunidade Levantamento de necessidades e possibilidades de intervenção Definição de objetivos Seleção de estratégias de intervenção Identificação de potencialidades da comunidade
Parâmetros da Ação Comunitária de Lazer • 1ª fase – Início da construção coletiva (cont.) - Preparação e realização de atividade de impacto Reunião ampliada da comunidade Questão 1: grau de organização da comunidade Questão 2: grau de participação dos técnicos Questão 3: envolvimento com órgãos governamentais Questão 4: A atividade como impulsionadora do programa
Parâmetros da Ação Comunitária de Lazer • 2ª fase – Preparação da continuidade - Avaliação do processo inicial e da atividade de impacto - Elaboração do plano de continuidade Questão 1: voluntariado ou não Questão 2: recursos para a continuidade
Parâmetros da Ação Comunitária de Lazer • 3ª fase – Continuidade - Acompanhamento para sedimentar - Não perder de vista os objetivos (autonomia e co-gestão) - Avaliações constantes
PROJETOS E PROGRAMAS
Projetos e Programas Operacionais b) Características do local/empresa c) Faixa etária do público d) Recursos materiais disponíveis e) Perfil da equipe de lazer f) Espaço disponível g) Tempo anterior à programação h) Tempo de programação
Projetos e Programas Teóricos/filosóficos b) Educação para e pelo lazer c) Educação da sensibilidade d) Interesses culturais – multi/interdisciplinar. e) Participação ativa do público - Opinando - Colaborando diretamente - Avaliando
O PROJETO TEMPO LIVRE
Projeto Sesc/Tempo Livre
Histórico do Projeto Tempo Livre • Como começou o Projeto Sesc/Tempo Livre? - Sesc - intermediário de um convênio com o MET para construção de 35 quadras - Projeto da quadra - A prefeitura cedia o terreno, fazia a licitação, administrava a obra e o Sesc fiscalizava e passava recursos - Algumas cidades contempladas não possuíam outro espaço para esporte, algumas sequer outro espaço de lazer • Preocupação do Sesc: manutenção e utilização das quadras
Histórico do Projeto Tempo Livre •
Os princípios do projeto:
- Constituir as quadras esportivas em espaços de ressiginificação dos espaços públicos da cidade, uma cidade que cada vez mais estimula as vivências privadas (e privatizadas) e desestimula a busca do espaço público como locus de vivência social - Potencializar a utilização dos espaços públicos. Não se trata de construir mais, mas aproveitar o que já está construído
Histórico do Projeto Tempo Livre • Os princípios do projeto (cont.): - Ampliar a compreensão da utilização dos espaços de lazer. Não se trata de uma quadra esportiva, mas de um centro cultural. A quadra não serve somente para futebol, mas para vários esportes. A quadra não serve somente para crianças e jovens, mas também para idosos, PPDs, mulheres, todos os públicos. A quadra não serve somente para esporte, mas para todas as atividades culturais.
Histórico do Projeto Tempo Livre • Os princípios do projeto (cont.): - Criar mecanismos de co-gestão ao redor das quadras. Não cabe a prefeitura administrar sozinha, nem tampouco somente à comunidade. Prefeitura e comunidade devem ser parceiras na administração do espaço. Comunidade deve possuir mecanismos de organização e pressão política e prefeitura deve reconhecer tais mecanismos como fundamentais, a comunidade como parceira. - Mediação sem imposição. Não se trata de dizer para a comunidade o que ela deve fazer, mas reconhecer o que ela já faz e em um processo de mediação induzi-la a buscar alternativas.
Execução do Projeto • Convênio Prefeituras – infra-estrutura para realização das visitas técnicas e realização de atividades SESC – administração de todo o projeto UFRJ – Coordenação pedagógica, capacitação
Execução do Projeto • Cada prefeitura indicou 3 pessoas: 1 da prefeitura, 1 técnico e 1 da comunidade - Com essas pessoas, com funcionários do Sesc envolvidos com o projeto e com professores e alunos da UFRJ
fizemos
uma
primeira
capacitação
(mais
sensibilização do que capacitação) de cerca de 20 horas sobre os princípios do projeto, fundamentos do lazer e peculiaridades da ação comunitária de lazer.
Execução do Projeto - O objetivo desse primeiro momento é mesmo movimentar as quadras, fazer que funcionem, instigar a comunidade. - Os que estiveram em Nogueira tinham a tarefa de já tentar implementar os princípios do projeto no retorno as suas comunidades e especificamente organizar um evento com as características apresentadas - Foi traçado um calendário para os eventos - Problema: nem sempre a prefeitura indicou os melhores representantes. Sabíamos do risco mas era o possível naquele momento
Execução do Projeto • Na semana do evento - UFRJ (professor e aluno) e SESC (sede e unidades) vão às cidades, fazem reuniões ampliadas com a comunidade, reforçam os princípios do projeto, tentam organizar um evento com características comunitárias, envolvem a comunidade na preparação do evento - UFRJ e SESC não fazem o evento, ajudam na elaboração dele, mas é a comunidade que se mobiliza. - O evento é conduzido pelos animadores culturais das comunidades - Levamos higiene bucal, a filmagem e o cinema - Mediamos estimulando novos conhecimentos
Execução do Projeto • O evento - Não é o mais importante, o importante é o processo - Funciona como um marco, como um chamariz - É um retrato do que a comunidade tem e da relação entre prefeitura e comunidade - Cada comunidade apresenta atividades diferentes, tendo em vista suas características - Já tivemos eventos de 200 a 5.000 envolvidos
Execução do Projeto • Tipos de evento - Percebemos quatro tipos de evento a) A prefeitura atuou muito e não deixou espaço para a comunidade atuar b) A prefeitura atuou pouco e a comunidade, que estava mobilizada, teve que atuar sozinha c) A prefeitura atuou muito mas deixou espaço para a comunidade, que estava mobilizada, atuar muito também d) A prefeitura atuou pouco e a comunidade também não estava mobilizada
Desdobramentos a) Para as comunidades - Em algumas comunidades houve organizações subseqüentes - Novos envolvidos na organização, animação das quadras - Recuperação das quadras, muitas das quais já estavam destruídas b) Para as prefeituras - Parceiros da comunidade na realização de seus eventos. - Muitas levaram seus eventos para outros locais, com o mesmo espírito - Melhoria da administração das quadras
Desdobramentos c) Para o Sesc - Nova forma de conceber a intervenção (em conjunto com a comunidade) - Maior relação com as comunidades, reforçando inclusive sua programação d) Para a UFRJ - Cumprir o papel social da Universidade - Experiência maravilhosa de formação e de conhecimento de nossa realidade
Próximos passos - Nova rodada de capacitação/sensibilização com AC’s das comunidades por nós identificados (outubro e dezembro/2003) - Ampliar grupo de administração/animação da quadra a partir de líderes mais genuínos - 2004: aprofundamento na capacitação de linguagens específicas (líderes de esporte, cinema, teatro, música, dança etc.) - Antes: movimentação e exposição dos potenciais que a comunidade já possui - Depois: ampliar os potenciais das comunidades
SESC TEMPO LIVRE -2004 Passo 1 * Seleção das oficinas que cada comunidade vai receber, de acordo com o perfil apresentado em 2003 * Oficinas - Esporte (UFRJ) - Música (GCAR) - Dança (UFRJ/GCAR) - Teatro (GCAR) - Folclore (UFRJ) - Sáude (Sesc) - Voluntariado (Sesc) Obs: Coordenação Pedagógica/documentação - UFRJ
SESC TEMPO LIVRE -2004 Passo 2 * Selecionar representantes de cada comunidade para Encontro no Sesc-Nogueira * Objetivos a) Conhecer os princípios do projeto em 2004 b) Conhecer os parceiros e responsáveis pelas oficinas c) Conhecer os líderes de outras comunidades d) Organização da ida do projeto às comunidades – Cronograma e tarefas (domingo)
SESC TEMPO LIVRE -2004 Passo 3 * Ao retornar as suas comunidades, os líderes devem convidar outros membros da comunidade envolvidos com as oficinas designadas (a ser informado no domingo) * Auxiliar o Sesc e a prefeitura a organizar a ida as comunidades
SESC TEMPO LIVRE -2004
Passo 4
* Os professores das oficinas vão as comunidades * Grupos de comunidades 6) Nilópolis/S.João do Meriti 7) Piraí/Rio Claro/Japeri 8) Miguel Pereira/Paulo de Frontin/Vassouras 9) Valença/Rio das Flores 10)Mangaratiba/Itaguaí 11)Aperibé/Itaocara/ S. Antônio de Pádua 12)Italva/Cardoso Moreira 13)S. José de Ubá/ Bom Jesus de Itabapoana 14) Miracema 15) Duas Barras/ S. Sebastião do Alto 16) Teresópolis/ Cachoeiras de Macacu 17) Saquarema 18)Paraíba do Sul 19) Porciúncula
SESC TEMPO LIVRE -2004 * Programação em cada grupo de comunidades Sexta - 19 horas Reunião de todos em uma das quadras - Apresentação do projeto -- Helio/Sesc - Apresentação da UFRJ - Experiência de trabalhos em comunidades -- GCAR - Apresentação Afro Lata -- GCAR Sábado 9h - 12h -- Oficinas paralelas 14h - 18h -- Oficinas paralelas Domingo 9h - 14h -- Oficinas paralelas
SESC TEMPO LIVRE -2004 * Observação 1 – Em cada comunidade ou grupo as oficinas acontecerão simultaneamente, em espaços e/ou cidades diferentes. Por isso, é necessário selecionar participantes diferentes para cada oficina * Observação 2 – o envolvimento dos líderes de Nogueira é fundamental * Observação 3 – Toda parte operacional da ida dos professores às comunidades será decidida pelos líderes, pela Prefeitura e pelo Sesc
SESC TEMPO LIVRE -2004 Passo 5 Avaliação Passo 6 Treinamento em Nogueira para outros líderes de comunidades
ARTE
Conceitos de arte * Por que insisto nesse conceito? a) É uma forma importante de produção de conhecimento b) Existem muitas relações entre ciência e arte c) O espaço da arte no mundo acadêmico d) É fundamental para o animador cultural * Gregos - Platão – Suposta oposição entre arte e filosofia – luta por supremacia intelectual - Arte imitaria a vida; acesso a um simulacro da vida - Filosofia contempla e transcende; acesso a vida em si * Conceito de Arte - Problema constante para a filosofia (mesmo antes da estética)
Conceitos de arte * 1955 – Morris West - Sugere abandonar a discussão, pois é indefinível - Não há uma essência em função da instabilid. histórica * George Dickie – Teoria Institucional da Arte - Arte - o que pessoas e instit. reconhecidas dizem ser arte - Não define a arte por si, mas pelo contexto (mercado?) * Arthur Danto - Define arte em função da História - O momento é que vai definir se algo é arte ou não - Continua externo à arte e formalista
Conceitos de arte * Arte como prática sócio-cultural - Grande influência - O que é lógico, mas se restringiria a isso? * Dewey – Arte como experiência - Arte é aquilo que as pessoas sentem como arte - Questiona a relação entre condições subjetivas e objetivas de acesso a arte - O autônomo no valor da arte é a experiência estética - A arte não tem uma função; é uma função - Chama a atenção para a educação estética
Conceitos de arte * Contribuições desse conceito a) Superar separação da arte da vida - Arte é real - Arte expressa um olhar sobre o real - Arte não é menos importante do que a ciência b) Função social da arte - Arte não é ascética - Arte não é para poucos - Arte é forma de expressão - A apreciação é também uma forma de produção criativa - Ampliação da consideração de linguagens/manifestações - Preocupado mais com a prática, a difusão do que com a definições estéreis
Arte: conceitos A função da arte * O contato diário com a arte * O exercício do gosto pessoal * Não utilitária * Encantamento, reflexão, prazer/emoção * Expressa pensamento, interpretação, inquietação * EXPERIÊNCIA ESTÉTICA As artes * Linguagem sonora - Música * Linguagem verbal/escrita - Literatura * Linguagem visual - Artes Plásticas, Cinema, Televisão * Linguagem corporal - Dança, Teatro * Multimídia
Arte: conceitos Arte e Realidade * Até o impressionismo - Arte imita/retrata a realidade - Figurativa - Sensações e informações em mesmo plano * Pós-Impressionismo - Caminha para abstração - Influência do cinema, fotografia, leis ótica - Sensações mais do que informações - requisita diferentes olhares * Gosto e produção –o contexto sócio-cultural
Arte: conceitos Arte e Educação * A difusão da arte na história - até o fim do séc. XIX – restrita - séc.XX – maior difusão (reprodução, consumo, inst. cult.) * As barreiras na difusão - Indústria Cultural - Deficiência na educação artística - Banalização, superficialização, didatização da obra - Domínio e preconceito de especialistas * Arte – instrumento de educação - Educação para a arte/ Educação pela arte - Não formar críticos profissionais, mas seres críticos - Dois aspectos centrais: curiosidade e freqüência
Arte: conceitos Habilidades para apreciar a arte * Observação - Habilidade bastante prejudicada - Desenvolver o olhar: Interesse dirigido Minúcia Atenção focalizada Concentração nos pensamentos e sentidos - Habilidade muito importante * Memorização - Permite comparações, associações, relações, reconhecer diferenças
Arte: conceitos * Análise e síntese - Análise – decomposição em partes - Síntese – reunificação pós-análise para parecer final * Orientação espacial/ Sentido de dimensão - Orientação espacial – qual o ponto de vista/plano expresso? - Dimensão – qual o tamanho, qual a proporção? * Pensamento lógico e criativo - Lógico – elementos explicitados - Criativo – associação livre com a obra
Arte: conceitos Diversas manifestações das Artes Visuais * Desenho - Primeira expressão/ matriz - Materiais – lápis, carvão, cera, bico-de-pena - Figurativo ou abstrato * Pintura - A Tinta a) Pigmentos/água ou gordura b) Pigmentos/argamassa (afrescos) c) Pigmentos/ovo ou água (têmpera) - Séc. V-XVI Seca rápido e racha d) Pigmentos /óleo de linhaça (óleo) - Séc. XV-XVI Mais plasticidade e) Tubo de tinta – Séc. XIX Espátula – relevo de tinta/ excesso de tinta f) Tinta Plástica g) Outras (acrílica, aquarela etc.)
Arte: conceitos - A Superfície a) Parede b) Madeira c) Papelão d) Tela e) Outras (cerâmica, por exemplo) * Gravura - Permite cópias a partir de uma matriz a) Xilogravura Madeira b) Folha de cobre Com buril c) Ácido sobre metal d) Litografia Pedra calcária e) Serigrafia - Tecido fina
Arte: conceitos * Três dimensões a) Modelagem - Material frágil (barro, argila, cerâmica, massa) b) Escultura - Material duro (madeira, pedra, mármore) c) Arquitetura * Fotografia - Século XIX – avanço ótica/química - Influência na pintura - Desenvolvimento lente (lente, revelação, manipulação) * Cinema - A mais acessada - A partir da fotografia (24 fotogramas por segundo) - Olho humano guarda por um décimo de segundo a imagem - Alfabeto visual próprio
CINEMA
CINEMA E EDUCAÇÃO * O acesso ao cinema - Uma das manif. artísticas mais acessadas/assistidas - Contudo, baixa qualidade de acesso - Cinema - dispositivo de representações (logo eivado de valores), uma linguagem própria * Quais razões? Quais problemas? - Televisão/Vídeo Imagens cortadas/reduzidas Imagens aceleradas Dispersão do ambiente de casa Baixa qualidade da programação Não tem o ritual do ato de “ir ao cinema” - Circuito Poucos cinemas; má distribuição Baixa qualidade da programação Alto preço
CINEMA E EDUCAÇÃO * Benefícios da TV/Vídeo Permitir ver filmes de circuito restrito Permite rever filmes especiais Permite uso didático do filme * A educação para o cinema/ a educação do olhar - Fundamental em uma sociedade de imagens - Não somente a imagem enquanto recurso didático, mas também a didática da imagem - Educação e formação cultural – o profissional de lazer
COMENTÁRIOS CINEMATOGRÁFICOS
Comentários Cinematográficos * Conceito de análise/interpretação - Análise – decompor elementos constitutivos do filme - Interpretação – esforço de síntese; reconstituição do todo * Tipos de análise/interpretação de um filme - Análise Fílmica – Prática acadêmica/profissional - Crítica – Prática profissional/informativa - Comentários Cinematográficos – Prática de lazer * Características - Anál.Fílm. – averiguação sistemática; não espect.comum - Crítica – averiguação menos sistemática; crítico profis. - Com.Cinem. – impacto emocional com sistematização; espectador comum, mas informado e crítico
Comentários Cinematográficos Crítico/Analista
Espectador/Desatento
Ativo de maneira Pouco ativo ou ativo racional, estruturada de maneira instintiva Examina Assiste o filme sem tecnicamente o filme desígnio particular Submete o filme a seus instumentos de análise Processo de distanciamento
É submetido ao filme, deixa-se guiar Processo de identificação
Espectador/Atento
Ativo, conjugando o racional com instintivo O conhecimento de elementos técnicos potencial. seu olhar Dialoga com o filme
Dialoga; aproximação e distanciamento Universo do trabalho Lazer como prazer, Lazer como prazer e mas pouca consciência consciência
Comentários Cinematográficos * Conceito de Comentários Cinematográficos - Forma de refletir sobre o filme, sem que isso signifique uma crítica ou análise profissional - Forma de, sob a forma de escrita, desdobrar e prolongar os efeitos do filme * Parâmetros dos Comentários Cinematográficos - Elementos técnicos (características do filme) - Contexto históricos fílmico (a que movimento se liga?) e social (em que época foi produzido?) - Emoções que desencadeia (força das metáforas; o filme te faz refletir sobre o que?)
Comentários Cinematográficos * Comentários Cinematog.: uma proposta de roteiro Observação: sugestão de tópicos a serem livremente incorporados numa narrativa atraente - A que se refere o filme? Qual a história? (Descrição) - Qual tema/assunto central (Enredo) - O que você achou do roteiro? Comente - O que você achou da atuação de atores/atrizes? Comente - O que você achou das imagens (fotografia)? Comente - O que você achou da trilha sonora? Comente - O que você achou da montagem/edição? Comente - O que você achou do cenário, maquiagem, roupas (visual)? Comente - O que você achou do ritmo do filme? - O que você achou do papel do diretor? - O filme dialoga com qual movim.na história do cinema? - Em que contexto histórico foi produzido? Quais intencionalidades? - Sobre o que o filme lhe faz refletir? - Qual sensação geral o filme lhe causou?
Lazer e Minorias Sociais: a experiência de um grupo de pesquisa Victor Andrade de Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro
A Importância dos Grupos de Pesquisa • Formação profissional - Além das grades curriculares/ currículo oculto - Ampliar perspectiva de formação • Iniciação científica - Carreira acadêmica – primeiros passos - Casos do grupo • Oportunidade de re-inserção para ex-alunos • Estímulo a articulação e continuidade de estudos para professores
Objetivos • Objetivo Geral O grupo de pesquisa “Lazer e Minorias Sociais” reúne professores e acadêmicos dispostos a desenvolver estudos e investigações que contribuam para aprofundar o conhecimento sobre temáticas relacionadas com a problemática do lazer e sua presença e contribuição para com as minorias sociais.
Objetivos • Objetivos Específicos a) Realização de sessões periódicas de discussão de assuntos ligados à temática; b) Desenvolvimento de pesquisas, estudos e projetos integrados e inter-institucionais, organizados em torno da problemática do lazer, respeitando a pluralidade dos pontos de vista e enfoques teórico-metodológicos dos participantes do grupo; c) Organização de publicações ligadas à temática d) Incentivo à pesquisa e Iniciação Científica de alunos da EEFD/UFRJ buscando a formação crítica e possibilitandoos seguir a carreira acadêmica
Equipe • 1 professor doutor - coordenador do grupo • 1 funcionária técnica-administrativa – coordenação • 3 professores doutores consultores • 8 professores mestres – pesquisadores/coord. Núcleo • 2 professores mestres de outras instituições – consultores • 2 ex-alunos da UFRJ, mestrandos – pesquisadores • 7 ex-alunos da UFRJ – orientandos em projetos • 16 acadêmicos – orientandos • 2 alunos do ensino médio - orientandos
Núcleos * Lazer e prostituição * Lazer, cidade e política * Dança, cultura e sociedade * Cinema, cultura e sociedade * Lazer e Pessoas Portadoras de Deficiência (PPD) * Lazer e infância * Lazer e Idosos * Lazer e Gênero * Lazer e Homossexuais * Lazer e Presidiários * Lazer e Escolas Públicas
Ações do Grupo • Pesquisa - Realização de investigações - Estímulo a publicações - Organização de eventos - Participação em eventos científicos - Busca de financiamentos • Ensino - Reuniões mensais para discussão de textos - Projeto Lazer e Minorias Convida - Organização de Cursos/Disciplinas • Extensão - Cotidiano Filmes - Intervenções específicas Empregadas Domésticas - Projeto Sesc Tempo Livre
com
PPDs,
Idosos
e
Pesquisa Investigações •Lazer e prostituição -A Vila Mimoza como espaço de lazer - Hábitos de lazer de prostitutas * Lazer, cidade e política - Políticas públicas de lazer na comunidade da Maré - O pensamento sobre o lazer na com.de Manguinhos - A festa como forma de lazer - O balão junino como forma de lazer - Lazer e uso de drogas ilícitas -O perfil de freqüentadores de espaços de lazer - Hábitos de lazer da população
Pesquisa Investigações • Dança, cultura e sociedade - A linguagem coreográfica e o público - A dança e a formação de platéia • Cinema, cultura e sociedade - Representações do esporte no cinema brasileiro - Animação cultural, estética e educ.da sensibilidade - Perfil do público freqüentador de cinemas de arte * Lazer e infância - História das políticas de lazer para crianças - A atuação de profis. de lazer em acampamentos
Pesquisa Investigações * Lazer e Pessoas Portadoras de Deficiência (PPD) - Políticas públicas de esporte para PPD no Rio de Janeiro - A acessabilidade de bens públicos de lazer para PPD - A representação da deficiência na História da Arte - A produção científica sobre lazer e deficiência * Lazer e Idosos - Projeto de prevenção de quedas: uma alternativa de lazer? - Hábitos de lazer de Idosos
Pesquisa Investigações * Lazer e Gênero - Lazer de empregadas domésticas * Lazer e Homossexuais - O mercado de lazer GLS no Rio de Janeiro * Lazer e Presidiários - Lazer em presídios: o pensamento de estudiosos * Lazer e Escolas Públicas - A atuação dos Animadores Culturais nos CIEPs do rio de Janeiro
Pesquisa •
Estímulo a publicações - Supervisão para publicação de artigos em periód. - Publicação do livro do grupo - Estímulo a publicação dos pesquisadores/livros • -
Organização de eventos I Ciclo de Cinema e Esporte I Ciclo de Cinema e Dança Outros Ciclos V Seminário Lazer em Debate
Pesquisa • -
Participação em eventos científicos Seminário Lazer em Debate Conbrace Enarel Jornada de Iniciação Científica Outros
• -
Busca de financiamentos Verbas Faperj Verbas CNPq Verbas Finep Bolsas Faperj/CNPq
Ensino • -
Reuniões mensais para discussão de textos Textos sobre Lazer e Animação Cultural Função dos debatedores Outros assuntos burocráticos
• Projeto Lazer e Minorias Convida - Palestras/oficinas bimestrais sobre arte • -
Organização de Cursos/Disciplinas Curso de Capacitação de Animadores Comunitários Cinema e Animação Cultural Dança e Animação Cultural Disciplina Teoria do Lazer: a animação do animador
Extensão • Cotidiano Filmes - Produtora de filmes • Intervenções específicas com: - PPDs - Idosos - Empregadas Domésticas •
Projeto Sesc Tempo Livre
Página do Grupo • Portal com todas as informações
www.lazer.eefd.ufrj.br