Controle Do Treinamento De Corredores De Velocidade

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Samuel da Silva Marques

CONTROLE DO TREINAMENTO DE CORREDORES DE VELOCIDADE

Belo Horizonte Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2009

Samuel da Silva Marques

CONTROLE DO TREINAMENTO DE CORREDORES DE VELOCIDADE

Monografia apresentada ao curso de Educação Física da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura/Bacharelado em Educação Física. Orientador: Professor Doutor Leszek Antoni Szmuchrowski Co-orientador: João Gustavo de Oliveira Claudino

Belo Horizonte Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2009

Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional

Monografia de Graduação

Aluno: Samuel da Silva Marques Matrícula: 2004048772 Curso: Educação Física Modalidade: Licenciatura/ Bacharelado Titulo: Controle do treinamento de corredores de velocidade. Professor Orientador: Leszek Antoni Szmuchrowski Professor Co-orientador: João Gustavo de Oliveira Claudino Nota:_____________ Conceito:_________ Resultado:_______________________________ Data:______/______/_________ ________________________________________________ Prof. Dr. Leszek Antoni Szmuchrowski Orientador ________________________________________________ Prof. Msn. João Gustavo de Oliveira Claudino Co-orientador _____________________________________ Ronaldo de Castro D’Ávila Coordenador do colegiado de Graduação do curso de Educação Física

RESUMO

O objetivo desse estudo foi apontar a importância do controle do treinamento para organização das cargas de treinamento de corredores de velocidade através de um estudo de pesquisa bibliográfica. Discutiu como essas ações se manifestam no âmbito do treinamento esportivo como forma de controle das diferentes variáveis que se relacionam com a carga de treinamento. E propõe que o controle do treinamento deve basear-se na obtenção de dados de caráter quantitativo através de testes que podem fornecer informações úteis sobre o desempenho nos treinos e competições e sobre a eficácia do programa, ao longo dos períodos de preparação e competição. Foi evidenciado também como o controle do treinamento constitui um elemento importante no planejamento da melhora de rendimento do atleta. O controle realizado nos três níveis (controle direto, operacional e periódico) podem contribuir para o ajuste durante toda periodização do treinamento realizada pelos atletas, pois permitem a adequação da carga de treinamento. Ressaltando a realização de testes de forma planejada, com intervalos regulares, como forma de avaliar a evolução do treinamento para o treinador verificar se a carga de treino está produzindo os benefícios programados. Foi constatado que os saltos verticais podem ser utilizados para acompanhamento da fadiga e recuperação do atleta no controle operacional. Conclui-se que, o controle do treinamento esportivo pode ser incorporado, utilizando-se de meios e técnicas de análise de diferentes parâmetros para aprimorar o desempenho do atleta. Nesse sentido, procurou-se contribuir com os subsídios da literatura consultada destacar a importância do controle na preparação de corredores de velocidade, com proposta de otimizar a organização das cargas durante o treinamento.

Palavras chave: controle do treinamento, corridas de velocidade, saltos verticais.

SUMÁRIO 1– INTRODUÇÃO .............................................................................................. 5 1.1– Objetivo ................................................................................................... 6 1.2 – Justificativa............................................................................................. 7 2 – REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................... 8 2.1 – A Corrida de Velocidade ........................................................................ 8 2.1.1 – Estruturação da velocidade ................................................................. 9 2.1.2 – Fases da corrida de velocidade ........................................................ 11 2.2 – Métodos de Controle do Treinamento Esportivo .................................. 13 2.2.1 – Relação do desempenho do salto vertical e velocidade ................... 17 2.2.2 – Métodos controle do treinamento de velocidade ............................... 22 2 – CONCLUSÃO ............................................................................................ 25 3 – REFERÊNCIAS .......................................................................................... 27

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1– INTRODUÇÃO

Os métodos de controle do treinamento constituem uma unidade na organização e sistematização da preparação esportiva, para que o treinador possa dirigir corretamente o processo de preparação do atleta e conhecer as modificações exercidas pelo efeito da carga de treinamento no organismo e que estes procedimentos possam criar oportunidades para que os objetivos possam ser alcançados durante o período competitivo. O controle de treinamento deve ser realizado em toda preparação esportiva para entender as respostas agudas e crônicas às cargas de treinamento aplicadas aos atletas, para que os ajustes necessários sejam realizados para direcionamento contínuo dos estímulos de treinamento para o alcance dos resultados esperados (FERREIRA e SZMUCHROWSKI, 2008).

O treinamento é uma atividade sistemática que visa proporcionar alterações morfológicas, metabólicas e funcionais que possibilitem o consequente incremento do rendimento. O rendimento desportivo deve ser interpretado a partir de uma série de decisões acerca dos métodos a serem empregados e das formas de interpretação dos dados, portanto o controle do treinamento deve basear-se na obtenção de dados de caráter quantitativo que fornecem informações detalhadas sobre as atividades realizadas pelo atleta ao longo dos períodos de preparação e competição (GRANELL e CERVERA, 2003).

Pela diversidade de ações que proporcionam o rendimento desportivo, os métodos controle do treinamento desportivo podem ser incorporados, utilizando-se de meios e técnicas de análise de diferentes parâmetros para favorecer o aumento do desempenho do atleta. Nesse sentido, é fundamental controlar diferentes variáveis do treinamento que se relacionem com a carga aplicada além de analisar os efeitos de diferentes metodologias de treino no estado do atleta. (VERKHOSHANSKY, 2001).

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Os testes de saltos verticais têm sido associados aos resultados dos testes de velocidade por demonstrarem um alto grau de especificidade com a corrida de velocidade (HENNESSY e KILTY, 2001). Em particular, a fase de apoio durante ação do salto assemelha ao ciclo de alongamento-encurtamento (CAE) dos músculos extensores dos membros inferiores durante a ação da corrida de velocidade. Além disso, o desempenho nos saltos verticais pode ser usado como um parâmetro para controle da fadiga no processo de fadigarecuperação-adaptação do treinamento esportivo.

Portanto, este trabalho se desenvolve através de um estudo de pesquisa bibliográfica sobre o controle do treinamento e sua aplicação no treinamento de corredores de velocidade, segundo Marconi e Lakatos (2007) a técnica de pesquisa bibliográfica, trata-se de levantamento de bibliografia já publicada em forma de livros, revistas, publicações avulsas e impressa escrita. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com o que foi escrito sobre determinado assunto, com objetivo de permitir ao cientista o reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou manipulação de suas informações. A fim de contribuir para melhor sistematização da estrutura de treinamento esportivo por meio de referenciais teóricos publicados, analisando e discutindo as várias contribuições científicas.

1.1 – Objetivo

O presente estudo tem como objetivo apontar a importância do controle do treinamento para organização das cargas de treinamento de corredores de velocidade.

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1.2 – Justificativa

Justifica-se este trabalho pela relevância que assume o controle do treinamento para uma correta sistematização da estrutura do treinamento dos corredores de velocidade. Os ajustes na carga de treino podem possibilitar aos treinadores maior confiabilidade no planejamento e proporcionar aos atletas melhoras consideráveis no desempenho, de uma forma segura e organizada.

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2 – REVISÃO DE LITERATURA

2.1 – A Corrida de Velocidade

Basicamente, as competições no atletismo estão divididas em 3 grandes grupos: corridas, saltos e lançamentos. Cada grupo contém uma série de provas com características específicas quanto aos sistemas bioenergéticos utilizados pelos atletas para a obtenção da energia necessária à realização dos exercícios. Nas categorias oficiais do atletismo brasileiro segundo a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt, 2009) as corridas de velocidade para adultos estão representadas pelas provas rasas de 100 e 200 e 400 metros rasos, e pelas provas de revezamento: 4 x 100 e 4 x 400 metros. E pelas Corridas com barreiras: 100 metros com barreiras feminino; 110 metros com barreiras masculino; 400 metros com barreiras – masculino e feminino. Sendo a velocidade a capacidade motora característica destas categorias do atletismo, torna se relevante conhecer algumas de suas definições e suas formas manifestação. Definições de velocidade Frey (1977) Citado por Weineck, (1999): a capacidade relacionada com razão da mobilidade do sistema neuromuscular e do potencial da musculatura para desenvolvimento da força e executar ações motoras em curtos intervalos de tempo. Grosser (1992): define a velocidade como a capacidade de atingir com maior rapidez de reação e de movimento de acordo com o condicionamento específico, baseada no processo cognitivo, na motivação e no bom funcionamento do sistema neuromuscular. Zakharov (1992), as capacidades de velocidade estão manifestadas na possibilidade do atleta, no menor tempo possível, executar ações motoras, sendo que um dos componentes principais da capacidade de

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velocidade é a rapidez, que se manifesta em duas formas principais: rapidez de ação motora e rapidez de movimento. Ou seja, a velocidade motora resulta da capacidade psicológica, cognitiva, coordenativa e do condicionamento e sujeitas as influencias genéticas, do aprendizado, do desenvolvimento sensorial e neuronal, bem como de tendões, músculos e capacidade de mobilização energética (WEINECK, 1999).

2.1.1 – Estruturação da velocidade

Segundo Grosser (1992), e tendo em consideração a relação com as demais capacidades motrizes (resistência, força, coordenação), distinguimos das formas principais de velocidade e suas subdivisões:

VELOCIDADE

Manifestações “puras” (pouca força)

Manifestações “complexas” (maior força)

Simples Velocidade de reação

Resistência de força explosiva

Escolha

Acíclica

Velocidade de movimento

Cíclica

Velocidade Frequencial

Força – velocidade de força ou força explosiva

Resistência de velocidade máxima Resistência de aceleração

Formas de manifestação da velocidade, (Grosser, 1992)

 Manifestações "Puras" Para que seu desenvolvimento seja máximo, tem que cumprir duas condições: uma que não podem efetuar-se durante muito tempo, e outra, que as

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resistências externas devem ser baixas. Dependem do Sistema Nervoso Central (S.N.C.) e de fatores genéticos (GROSSER, 1992). Velocidade de Reação – capacidade de reagir em menor tempo a um estímulo. (GROSSER, 1992). E distinguem-se entre Tempo de Reação Simples Tempo de Reação de escolha. O Tempo de Reação Simples: exige uma determinada reação ante um determinado sinal. O Tempo de Reação de escolha: o atleta enfrenta a um problema, deve eleger a melhor reação ante um número de reações possíveis. Velocidade de Movimento – capacidade de realizar movimentos acíclicos e velocidade máxima frente a resistências baixas. Estes movimentos realizados frente a uma resistência menor que 30% da contração voluntaria máxima supõe-se entrar em âmbito da forca-velocidade ou força-explosiva (GROSSER, 1992). Velocidade Frequencial – capacidade de realizar movimentos cíclicos (movimentos que se repetem) a velocidade máxima frente a resistências baixas. Estes movimentos cíclicos praticados frente a uma resistência menor que 30% da contração voluntaria máxima supõe entrar no âmbito da forçavelocidade ou força-explosiva. Se os movimentos cíclicos se realizam de forma continuada e prolongada tenderá um papel decisivo a resistência máxima a velocidade. (GROSSER, 1992).  Manifestações "Complexas" É uma função combinada das condições da velocidade "pura", da força e/ou resistência

específica.

Dependem,

segundo

Verkhoshansky (2001) da

capacidade do atleta para coordenar de forma racional seus movimentos em função das condições externas em que se realiza a tarefa, as possibilidades de perfeição das formas "complexas" em comparação com as formas "puras" são quase ilimitadas através do treinamento (GROSSER, 1992).

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Força-Velocidade (Força-explosiva) – capacidade de imprimir um máximo impulso de força possível e a resistência em movimentos cíclicos e acíclicos em um tempo determinado, trata se de uma força exercida em menor tempo possível (GROSSER, 1992). O treinamento desta forma de Velocidade, junto ao desenvolvimento da Força Máxima e as formas "puras" de velocidade (formando os três elementos uma "unidade dinâmica") beneficiarão notavelmente o aumento da velocidade motora. Resistência da Força-explosiva - Capacidade de resistência frente à diminuição da velocidade causada pela fadiga quando as velocidades de contração sejam máximas em movimentos acíclicos diante de resistências maiores (GROSSER, 1992). Resistência de Velocidade máxima – capacidade de resistir frente à diminuição da velocidade causada pelo cansaço em caso de movimentos cíclicos de velocidades de contração máximas (GROSSER, 1992).

2.1.2 – Fases da corrida de velocidade

Para melhor caracterizar a corrida de velocidade de acordo com Manso et al. (1999) é possível dividir uma corrida de 100 metros em quatro fases, sendo elas: partida; fase de aceleração; fase de velocidade máxima; e fase de velocidade/resistência. E estas fases correspondem a quatro diferentes manifestações da velocidade. A partida corresponde ao tempo de reação simples; a fase de aceleração corresponde à capacidade de aceleração que tem relação com a força explosiva; a fase de velocidade máxima corresponde à velocidade máxima relacionadas à velocidade Frequencial e força explosiva; e a fase de velocidade/resistência corresponde à resistência da força explosiva e resistência de velocidade máxima.

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Para Verkhoshansky (1999) o desempenho na velocidade depende de diferentes habilidades motoras como a força explosiva e reativa, a capacidade de aceleração inicial, a capacidade de manter a velocidade máxima e a capacidade de resistência de velocidade na parte final da corrida.

100 metros rasos

Largada

Tempo de reação

1%

Corrida

Saída de bloco

5%

Aceleração

Velocidade máxima

64%

18%

Resistência de velocidade

12%

Importância relativa das diferentes fases da prova de 100 metros rasos, (Manso et al., 1999).

Especificamente, durante a fase inicial e da aceleração, um atleta está acelerando o corpo primeiramente com uma produção de força rápida concêntrica dos músculos de extensores do joelho e do quadril (MERO, KOMI, e GREGOR, 1992). Assim, no início da realização da corrida, a forma de contração de força rápida e do CAE durante a aceleração tem grande importância. Durante a fase máxima de velocidade de corrida, a propulsão do corpo a frente é determinada principalmente pela ação dos extensores dos quadris e dos extensores do tornozelo (MERO, KOMI, e GREGOR, 1992). Entretanto, na velocidade máxima, os eventos antes e durante da (fase excêntrica) de frenagem são igualmente importantes em aumentar a velocidade do movimento no momento propulsor (fase concêntrica).

Assim, a ação do CAE dos músculos, particularmente dos extensores do tornozelo, é acentuada durante esta fase da corrida. Além disso, demonstrouse que o pico das forcas verticais da reação do solo durante o contato do pé na

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fase de velocidade máxima (menos de 0.1 segundo) podem ser mais elevados que o peso do corpo em 5 vezes (MARKOVIC et al., 2007).

Em sua fase de velocidade máxima, a corrida é constituída por um conjunto de movimentos cíclicos e acentuadamente simétricos, que são os passos, considerados por Ferro citado por Stoffels et al., (2007) a unidade básica para o estudo das corridas. Esse movimento cíclico da corrida tem duas fases principais: a fase de apoio ou suporte e a fase aérea ou suspensão. Um dos indicadores muito utilizado para verificar o nível técnico do velocista é a relação existente entre o tempo despendido em contacto com o solo e o tempo em que o atleta está no ar, durante um passo. Para uma técnica considerada adequada, Hay (1991) aponta uma relação ótima de 60:40 em favor da fase aérea.

2.2 – Métodos de Controle do Treinamento Esportivo

O controle do treinamento se destina proporcionar maior eficiência no processo de organização da carga de treinamento para desenvolvimento das capacidades físicas distintas de cada modalidade esportiva para obtenção do desempenho competitivo (PLATONOV, 2008).

O presente trabalho apóia-se na interpretação do treinamento como um sistema de circuito aberto. Onde existe uma interação com o meio, que possibilita constante interferência na relação entre os estímulos aplicados e as adaptações esperadas. Assim, representa um maior direcionamento dos estímulos no sentido de promover intervenção no rendimento esportivo através de ajustes constantes durante todo processo de treinamento e buscando maior eficácia da relação entre os estímulos e as adaptações pertinentes aos objetivos específicos de cada indivíduo (SZMUCHROWSKI et al., 2005).

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No modelo tradicional, o treinamento é processado em um sistema de circuito fechado, onde não há opção de interferência. Deste modo, o que foi planejado será executado sem a garantia de que o atleta está em condições de suportar as cargas impostas e de que as adaptações desejadas estão de fato ocorrendo (FERREIRA e SZMUCHROWSKI, 2008).

Por isso é necessário que o treinador não se limite apenas à avaliação dos resultados, devendo igualmente considerar os objetivos definidos, para direcionar o processo de treinamento durante todo período de treinamento para seus objetivos específicos. Na atualidade esportiva, o processo de treino deve ser baseado em: programação, organização, e controle (VERKHOSHANSKI, 2001). E assim, a seleção dos testes físicos utilizados para avaliação das capacidades motoras deve contemplar as necessidades de cada modalidade praticada.

Segundo Verkhoshansky (2001), são três os objetos de controle:

O estado do atleta (controle do estado atual e da evolução da condição): um dos fatores que aponta para a modificação no plano de trabalho é o estado do atleta; o efeito do treinamento: há necessidade de avaliar os efeitos do treinamento sobre o estado do atleta, para haver uma correção na carga de treinamento e competição, se necessário. E por fim, as cargas de treinamento: a prescrição de determinada carga é feita a partir do conhecimento do estado atual

do

atleta,

das

suas

características

de

sua

especialidade

e

conseqüentemente dos objetivos individualmente estabelecidos, tendo como indicadores intensidade e duração da carga e exercício (geral, direcionado e específico) e a comparação do programado com o realizado.

Entretanto, encontramos na literatura outras formas de sistematização dos métodos de controle do treinamento, que além de observar os indicadores individuais como resposta de uma carga de treinamento, apesar de terminologias

deferentes

estes

modelos

possuem

similaridades

por

monitorarem as adaptações do organismo em vários momentos da preparação.

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De acordo com Ferreira e Szmuchrowski (2008) o controle do treinamento é realizado em 3 níveis, onde cada possui uma possibilidade especifica de intervenção sobre o treinamento, sendo eles:

Controle Direto (monitoramento): que consiste em realizar um controle pontual sobre uma unidade de treinamento, como as reações imediatas do organismo do atleta durante a realização dos exercícios. Controle Operacional: que se baseia no controle dos estados físicos dominantes nas cargas de distintos microciclos e regimes de treinamento. Sendo importante no monitoramento das adaptações agudas relacionadas ao estado de fadiga-recuperação, principalmente durante o período anterior às competições. Controle Periódico: este nível de controle permite atuar sobre o resultado da carga de treinamento a longo prazo ou de uma etapa de preparação sobre o estado físico do atleta, podendo assim, utilizar os mesmos testes utilizados durante o controle operacional como testes de saltos verticais e corridas.

Segundo Platonov (2008) o controle do treinamento esportivo pode ser realizado nas seguintes formas:

Progressivo: avaliando o estado do atleta resultado da preparação ao longo prazo ou de uma etapa e este possui uma aproximação com o nível de Controle Periódico proposto por Ferreira e Szmuchrowski (2008) esta forma de controle monitora as modificações do estado físico do atleta sobre um longo tempo de preparação, por exemplo, durante o ano ou mesociclo de preparação. Esta forma de controle tem um caráter amplo e nela se insere muitos índices e fornece orientações gerais da preparação física; Corrente: se baseia nos resultados das cargas nos microciclos ou competição que possui conexão com o nível de Controle Operacional do modelo de controle de Ferreira e Szmuchrowski (2008), esta forma de controle tem quase sempre um caráter seletivo e os índices que se utilizam nela devem

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proporcionar informações para determinar a orientação dos treinamentos e a carga de treinamento partindo das possibilidades reais do atleta; Operativo: avaliando as reações agudas do organismo perante as cargas das sessões de treinamento ou nas competições que também tem correspondência com nível de Controle Direto encontrado no modelo de Ferreira e Szmuchrowski (2008).

A identificação dos componentes: intensidade e duração da carga e o exercício (geral, direcionado e específico) e os métodos utilizados na construção do programa, ajustando o controle do treino, possibilita ao técnico maior confiabilidade no planejamento proporcionando aos atletas melhoras consideráveis no desempenho, de uma forma segura e organizada. Assim, o planejamento

e

controle

das

sessões

de

treinos

permitem

eliminar

sensivelmente os fatores ocasionais e facilita a organização do trabalho. (SZMUCHROWSKI et al., 2005).

Ao passo que o controle da capacidade velocidade, segundo Platonov (2008) pode se realizar em condições específicas e não específicas. Os testes não específicos servem para controlar as capacidades elementares da velocidade, como teste de freqüência dos movimentos motores dos membros inferiores (tapping test). Os testes específicos fornecem informações sobre as funções do sistema locomotor através de testes funcionais, como testes de corrida lançada e de aceleração partindo do bloco de partida.

Como o objetivo do treinamento é a melhora do rendimento esportivo é necessário avaliar os efeitos do treinamento sobre o estado do atleta freqüentemente, com vista a uma eventual correção tanto na carga do treinamento como na competição. Uma seleção adequada de testes de controle válidos, reprodutíveis e fidedignos normalmente é considerada suficiente para resolver essa tarefa. Por outro lado, Viru e Viru, (2003) afirmam que os índices de rendimento não revelam as adaptações que ocorrem no interior do organismo do atleta, e indicam como complemento o uso de controles metabólicos, particularmente daqueles que reflitam a síntese

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adaptativa de proteínas estruturais e enzimáticas, que seriam a base para o desenvolvimento morfofuncional da célula. É importante salientar que o planejamento de construção, evolução e adequação das cargas de treinamento depende essencialmente dos resultados individuais de cada atleta. Portanto, desse modo, é possível desenvolver adaptações funcionais compatíveis com a prática do atletismo.

Contudo, o entendimento global do processo de avaliação da aquisição desportiva depende de todos os fatores apresentados acima e, portanto, o esclarecimento e o registro destes dentro de todas as etapas anuais são fundamentais para avaliar as reais causas e os melhores resultados obtidos através de testes e observações. Desta forma o sistema de Planejamento, Registro e Análise da Carga do Treinamento Esportivo (PRACTE) proposto por Ferreira e Szmuchrowski (2008) visa atender esses objetivos.

2.2.1 – Relação do desempenho do salto vertical e velocidade

Autores têm feito estudos investigando a relação entre os vários testes preditores da capacidade velocidade, níveis de força específica de potência e força máxima como parâmetros de controle dos componentes condicionantes da corrida de velocidade (CRONIN e HANSEN, 2005).

Segundo Wisloff et. al. (2004) o desempenho em saltos verticais tem relação direta com o desempenho na corrida de velocidade. Sendo que o aumento da força disponível pode resultar em um aumento crítico de aceleração e velocidade em diversas habilidades. Dessa forma, deve-se estar atento de que a capacidade de aceleração depende em grande parte do nível de força desenvolvida pelos membros inferiores para a impulsão vertical e horizontal do atleta e da programação temporal acíclica, ou seja, a rapidez de coordenação.

Os saltos verticais funcionam como teste para a avaliação muscular no CAE, que esta presente em movimentos de salto, de arranque e velocidade, como

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por exemplo, nas corridas, quando o tempo de contato do pé com o solo é inferior a 250 milissegundos(SCHIMDTBEICHER ,1992).

O trabalho de Komi e Bosco (1978) citado por Menzel e Campos (1999) se tornou clássico para o estudo do CAE, pois os autores o analisaram em testes específicos de salto verticais, através de duas técnicas distintas para a sua execução. A eficiência do CAE foi verificada através de curvas forçavelocidade, onde a força gerada era maior, quando comparada a movimentos que não utilizavam esse mecanismo, na mesma velocidade de execução.

De acordo com Menzel e Campos (1999) os saltos podem ser divididos de acordo com o tipo de contração muscular (concêntrica, CAE longo e curto), podem ser distinguidas três técnicas de saltos, que são: Salto Agachado

(SJ)

Salto com contramovimento (CMJ) Salto em profundidade ( DJ)

(Menzel e Campos, 1999)

No Salto agachado (SJ) O executante assume uma posição estática de flexão dos joelhos a 90°, mãos na cintura, os pés paralelos com um afastamento confortável, não são permitidos um novo abaixamento do centro de gravidade (CG), sendo o movimento apenas ascendente. De acordo com Bosco e Komi (1982) citado por Menzel e Campos (1999), essa posição possibilita somente a utilização do sistema contrátil do músculo. Portanto, a forma de contração e exclusivamente concêntrica. Na pratica esportiva, esta forma de salto é raramente encontrada (por ex. solto de esqui). Tal forma de salto possui sua maior importância de diagnóstico nessa modalidade esportiva.

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O salto com contramovimento (CMJ) é um salto vertical com um movimento de preparação e amortecimento, em que o individuo parte de uma posição em pé e se movimenta para baixo flexionando as articulações do joelho e do quadril, joelho e tornozelo. Na primeira fase a contração é excêntrica. Na segunda fase (fase concêntrica), que segue a primeira em movimento contínuo, as devidas articulações são estendidas. A transição da fase descendente para a ascendente deve ser feita o mais rápido possível, desta forma o CAE poderá ser utilizado produzindo uma maior geração de força, uma maior elevação do centro de gravidade (CG), com uma maior eficiência mecânica (menor gasto energético). Por conta da longa duração (>200 milissegundos) do CAE, o salto vertical com contramovimento também é conhecido por ser uma medida da capacidade do CAE “longo” (HENNESSY e KILTY, 2001; SCHMIDTBLEICHER, 1992).

Através do aproveitamento do Princípio da Força Inicial (MENZEL e CAMPOS, 1999), é possível saltar mais alto através de um salto com movimento de preparação (Salto com contramovimento) do que sem esse movimento (Salto Agachado). O movimento de preparação é realizado na direção contrária ao movimento principal que causa, devido à força de frenagem, uma força inicial maior no momento da inversão da direção do movimento. Sendo assim, o aproveitamento do movimento preparatório leva à otimização do rendimento.

O Salto em profundidade (DJ) é um salto um salto no qual o indivíduo parte de uma plataforma e logo que toca o solo, realiza a fase excêntrica, seguida da concêntrica. O tempo de contato com o solo não deve exceder 200 milissegundos, sendo esta técnica também uma forma de avaliação da utilização do CAE, porém de curta duração (SCHMIDTBLEICHER, 1992). A altura ótima é aquela na qual o indivíduo atinge a maior elevação do centro de gravidade, porém sem ultrapassar os 200 milissegundos de contato com o solo (SCHMIDTBLEICHER, 1992).

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E ainda entre os testes não descritos acima encontramos teste de multissaltos. O teste de Multissaltos, segundo Galdi (2000) consta basicamente de uma série de sucessivos saltos verticais realizados com as mãos fixas na cintura, os pés paralelos e separados aproximadamente à largura dos ombros. Os saltos são realizados com ligeiras "flexões" das articulações dos quadris, joelhos e tornozelos, sendo utilizados os mecanismos musculares envolvidos no CAE. Este teste é utilizado para diagnosticar os processos neuromusculares e força explosiva.

Também encontramos na literatura trabalhos que se destinaram a investigar a correlação entre os componentes e parâmetros da corrida de velocidade com diversos tipos de saltos (verticais e horizontais).

Bissas e Havenetidis (2008) realizaram testes de velocidade máxima, freqüência passada, amplitude da passada durante 35 m como também, testes de saltos que foram: (salto agachado (SJ), salto em distancia (SBJ), salto com contramovimento (CMJ) e salto em profundidade (DJ) a partir das alturas de 30, 50 e 80 cm na plataforma de força. E a força isométrica máxima bilateral, extensores e do pico de potência anaeróbia, medida através de repetidos sprints máximos de 6 segundos. E concluíram que a força rápida, medida pelo tempo para atingir 60% da contração voluntária máxima está relacionada ao desempenho de velocidade máxima, com o coeficiente de determinação, representando 53% da variância nos dados. Os dados também mostraram que a capacidade velocidade e salto em profundidade estão relacionadas com o desempenho, especialmente com o salto em profundidade na altura de 30 cm.

Já no estudo de Maulder et al. (2006) estes autores tiveram como objetivo identificar os determinantes da cinética do salto no desempenho da velocidade de aceleração na saída de bloco de 10 metros em sprinters de nível competitivo nacional e regional. Para esse estudo os autores utilizaram os seguintes testes: Salto agachado (SJ), Salto com contramovimento (CMJ), saltos contínuos com as pernas estendidas (SLJ), salto em distância com uma perna, salto triplo com uma perna. Os resultados identificaram o CMJ potência

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média (w / kg) como um preditor de desempenho aceleração de 10 metros na saída de bloco (r = 0,79, r2 = 0,63, p <0,01). A análise Pearson revelou correlação CMJ força e potencia (r = -0,70 a -0,79, p = 0, 011 - 0,035) e potência no SJ (r= -0,72 a -0,73, p = 0,026 - 0,028). Demonstrando que a capacidade de desempenho nestes testes estarem fortemente relacionada com desempenho da velocidade de aceleração. E concluíram que a capacidade de gerar energia elástica tanto durante um CMJ e concentricamente durante uma SJ parecem ser bons indicadores de desempenho na velocidade de aceleração na saída de bloco na distancia de 10 metros.

A influencia do CAE no desempenho de velocidade também foi verificada no estudo de Young et al. (1995), onde participaram 20 atletas de atletismo de 16 a 18 anos de idade, os autores relatam que as medidas obtidas através de saltos agachados (flexão joelho120º) e com contramovimento e forca isométrica e as velocidades medidas na saída de bloco nas distancias 2.5, 5, 10, 20, 30, 40 e 50 metros e verificaram uma correlação com o desempenho na corrida de velocidade em 50 metros e que essa relação difere na fase inicial e na fase de velocidade máxima da corrida em alta intensidade. Hennessy e Kilty (2001), em estudo com 17 corredoras de velocidade com média de 17,6 anos de

idade,

observaram

que

existe

uma

correlação

linear

negativa,

estatisticamente significante, entre o teste de CMJ (expresso em centímetros) e os testes de velocidade em 30 metros (expresso em segundos) (r= - 0,60), 100 metros (r= - 064) e 300 metros (r= - 0,55). Assim, o treino com diferentes modalidades de saltos e multissaltos melhora de forma significante a aptidão de aceleração e de velocidade máxima.

Entretanto, para melhor uso dos saltos para de controle para o treinamento, os saltos verticais devem fornecer informações sobre as adaptações dos atletas em relação cargas de treinamento oferecidas.

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2.2.2 – Métodos controle do treinamento de velocidade

Diversos são os métodos de controle dos indicadores funcionais das distintas capacidades motoras, os quais devem ir ao encontro das especificidades da modalidade e fornecer informações quantitativas acerca da capacidade analisada. Na escolha dos métodos devemos levar em consideração a objetividade, acessibilidade, facilidade de obtenção dos dados, custo operacional e pessoas treinadas na coleta de dados (PLATONOV, 1998).

A utilização do salto vertical com o objetivo de monitorar as respostas do treinamento (intervenção) é difundida na literatura. Moir et al. (2004) e Cronin et al. (2004). Estes autores afirmam que a medida do desempenho no salto vertical é uma forma bastante comum para controle da velocidade. E ressaltam as diversas formas de salto vertical (salto agachado e multissaltos) com o objetivo de se aferir as qualidades neuromusculares de um indivíduo.

Devido necessidade compreender de forma rigorosa o impacto do esforço dos atletas a nível funcional, para melhor poder desenvolver estratégias eficazes no âmbito da recuperação, verifica-se a utilização dos saltos verticais em intervenções durante períodos previsíveis de declínio do desempenho físico decorrente de uma carga de treinamento, como no trabalho de Welsh et al., (2008),onde estes autores verificaram o efeito 8 dias contínuos de treinamento em operações militares sobre o desempenho nos testes de saltos verticais (salto com contramovimento) com 1, 5, 30 repetições aplicados antes e após esse treinamento. Encontraram que os valores de altura (m) e potência (w) do salto foram mais fidedignos utilizando apenas 1 salto, que estes valores diminuíram 4,9 e 8,9%, respectivamente, após esse treinamento. A potência diminuiu progressivamente mais no teste com 30 repetições (20%). O teste com 5 repetições não ofereceu mais vantagens que o teste de 1 salto e foi insuficiente para analisar mudanças na fadiga do músculo (pré: 1294 ± 138 w; após : 1250 ± 165 w). E concluíram que os saltos verticais são sensíveis para controle da relação fadiga / recuperação de uma carga de treinamento.

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Cormack et al.(2008) em um estudo designado para avaliar a fadiga neuromuscular durante uma temporada de futebol australiano utilizando testes de saltos com contramovimento de 1 e 5 saltos . Os autores sugerem que a utilização dos saltos verticais pode ser útil para monitoramento da fadiga do treinamento que permitiria uma adequação da carga de treinamento para alcance do rendimento esportivo.

A utilização testes de saltos com objetivos de refletir a resultado de um aumento da carga do treinamento é sustentada pela literatura, Nicol, Avela e Komi (2006) afirmam que o CAE manifestado durante os saltos, como nos saltos verticais, está intimamente relacionado com estado de fadiga, o que sugeriria a possibilidade de se verificar queda no desempenho de através do uso de saltos verticais.

Adicionalmente, esta redução de desempenho no salto foi reportada durante períodos de treinamento intensivo (GALY et al., 2003) e em estudos que também buscaram a intensificação do processo de treinamento, como modelo de investigação de Coutts, Slattery e Wallace (2007) que buscaram investigar a utilidade dos testes de campo para monitorar o estado de fadiga em triatletas submetidos a quatro semanas de intensificação (realizada através do incremento do volume de treinamento de natação, ciclismo e corrida), com duas semanas de redução dessa intensificação . Os autores utilizaram o teste de cinco saltos alternados (perna direita e esquerda) para monitorar as respostas

neuromusculares

dos

membros

inferiores.

O

grupo

com

intensificação do treinamento revelou queda significante no desempenho de 11,4 metros para 10,5 metros, retornando aos valores pré-treinamento após as duas semanas de redução. Não houve alteração significante dos resultados no teste de salto para o grupo que não intensificou o treinamento. Os autores especularam que a diminuição do desempenho no grupo com intensificação do treinamento poderia estar relacionada a inflamações e danos musculares decorrentes da fadiga, e que, conseqüentemente, o teste utilizado poderia ser um indicador bastante útil de fadiga neuromuscular.

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A carga imposta ao atleta durante os treinamentos pode ser entendida como combinação de elementos, como os componentes: intensidade, duração e exercício, que quando aplicados de maneira apropriada, a adaptação do atleta ocorre satisfatoriamente. Portanto o planejamento prevê uma estrutura de controle da carga de treinamento, regulação do processo de fadiga e recuperação, que é essencial para melhoras no desempenho esportivo (SMITH, 2003). O monitoramento da fadiga é importante para detectar efetivamente a capacidade de recuperação e ajudar a determinar apropriadas cargas de treinamento para aperfeiçoar o desempenho (FOWLES, 2006).

Assim, a utilização dos saltos verticais como uma variável que tem correlação com o desempenho do treinamento de velocidade e fornece informações sobre os efeitos da carga de treinamento sobre o estado do atleta, portanto, os saltos verticais podem ser uma ferramenta aplicável no controle de treinamento para otimização do processo de condução e regulação do treinamento e da competição de corredores de velocidade.

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2 – CONCLUSÃO

Os métodos de controle possuem sua importância para monitorar o grau de condicionamento em que os atletas se encontram, por isso sugere-se sua realização. Através dos resultados obtidos, podem-se preparar atividades adequadas para cada atleta. Assim, o controle do treinamento possibilita a avaliação das repercussões, no organismo, da carga de treinamento e o que esta representa no processo de treinamento, tornando necessário conhecer freqüentemente os seus efeitos para as tomadas de decisões para melhora do rendimento. Mas para que isso seja possível, o desempenho nos testes deve dar informações úteis sobre as performances dos treinos e das competições e sobre a eficácia do programa, para o treinador saber se está produzindo os benefícios programados para que sejam feitas modificações para manutenção dos resultados esperados.

Atualmente, o desenvolvimento dos protocolos de testes referentes aos saltos verticais, tem auxiliado de maneira expressiva a determinação de parâmetros, referenciais e indicadores próximos a realidade esportiva, cujo objetivo é o aprimoramento das cargas de treinamento e sua eficiência nas adaptações biológicas dos atletas (MOIR et al., 2004). A utilização dos saltos ou movimentos que empregam grupos musculares correlacionados com a corrida de velocidade ressalta importância de sua utilização em testes, permitindo a avaliação de diferentes sistemas e podem ser utilizados como marcadores de fadiga para acompanhamento da fadiga e recuperação do atleta.

Portanto, controlar sistematicamente a carga de treinamento aplicada constitui um fator fundamental no sistema de preparação desportiva, auxiliando de forma decisiva na criação de maiores possibilidades de interferência no processo de treinamento para aumento do rendimento, orientando o processo de desenvolvimento das capacidades motoras, contribuindo para as tomadas de decisões e desenvolvimento de uma metodologia de treinamento adequada para a corrida de velocidade.

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Nesse sentido, procurou-se contribuir com subsídios da literatura consultada para destacar a importância do controle na preparação de corredores de velocidade, com proposta de otimizar a organização das cargas durante a preparação do treinamento nas corridas de velocidade.

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3 – REFERÊNCIAS

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