Contracto De Leitura Fabio

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PORTUGUÊS – Curso profissional de Técnicos de Apoio à Infância Contrato de Leitura - 11ºano – módulo 5 - 2009/10 Nome: Fábio Machuqueiro nº 6 Data: 02/11/09 Classificação: ___________ A prof. Josete Perdigão Não te deixarei morrer David Crocket, é uma colectânea de artigos indispensáveis a quem gosta de compreender a essência de viver. Pensamentos e reflexões do nosso dia-a-dia e das nossas rotinas, entram no nosso imaginário fazendo com que nos lembremos de coisas passadas ou de acontecimentos escondidos no nosso interior. É um livro fácil de ler, mas daqueles que mesmo ao ser difícil mereceria ser lido pelo seu público-alvo, ou seja, as pessoas. Todos os temas nos põem a pensar, seja pelas semelhanças que diversas situações possam ter, ou até pelo sentimento que Miguel Sousa Tavares implementa em cada palavra. Nesta obra cada gesto simples torna-se numa grandiosa acção porque tudo na vida merece ser vivido e apreciado. Ao longo dos diversos artigos, Miguel Sousa Tavares brinda-nos com uma escrita simples mas enriquecedora. No artigo O Primeiro Dia, pode-se ler que “Nada é inteiramente bom, mas nada é inteiramente mau”. É aqui que começo a perceber a verdadeira intenção da escrita de Miguel Sousa Tavares, dando a ideia de que a vida não é má de se viver, também não é um mar de rosas. Ao longo dos artigos somos presenteados com sentimentos diversos como solidão, alegria ou tristeza, mas sempre com a ideia de que tudo passa e o que fica é apenas um percurso para contar. Um percurso que não interessa se é bom ou mau, interessa apenas que é o nosso percurso. E mesmo que não queiramos vivemos cada situação tão intensamente que a vida nos despeja para um mar repleto de emoções como se cada momento que vivêssemos fosse único, seja ele bom ou mau. Estas reflexões sobre a incerteza da vida obriga-nos a ter um sentido critico bastante apurado. Ao longo dos vários artigos eu próprio ia concordando com algumas situações e outras nem tanto. Nada que não estivesse à espera, ou não fossem escritos por Miguel Sousa Tavares, um critico por Natureza. Eu acredito em Deus porque tenho a minha fé. Aquela fé que me faz benzer em cada acto de aflição. Não é, longe disso, uma devoção inabalável, mas sim a minha fé. Miguel Sousa Tavares diz a certa altura que Deus é uma incógnita. Podem discordar do autor em muitos aspectos, mas neste aspecto concordo com ele até pela frase escrita em um dos artigos “comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre.” Em vários artigos o autor fala da solidão. Se tivesse que destacar um artigo seria sem duvida resposta de Marta a João no artigo “New York – Lisboa”, onde diz que “a solidão só vale a pena se tiver espectadores para a admirarem”. No artigo “Mediterrâneo” Miguel Sousa Tavares escreve sobretudo sobre a liberdade dizendo que “É a isso que chamamos Liberdade - a grande herança do mundo do Mediterrâneo. Quando as coisas 1

são verdadeiramente importantes, quando se chega ao limite de cada coisa, estamos sós. Sempre e irremediavelmente sós. A vida é mais ou menos isto..” Apesar de retirar vários ensinamentos desta obra, que desde já aconselho vivamente a quem gostar de ler histórias de vida, há uma que me ficará a partir de hoje na memória. O artigo “Vou levar o meu filho às Antas” despertou em mim um sentimento de Nostalgia. Lembrei-me de quando o meu pai me levou pela primeira vez ao antigo estádio de Alvalade. Lembro-me que o Sporting venceu 4-1 e que dois golos foram apontados pela estrela da altura Dominguez. Mas não foi o resultado que me importou e sim aquele dia que também para mim ficou na memória. Como o autor refere, nem adianta sequer tentar explicar isto porque é uma paixão inexplicável. Agora posso dizer que aprendi várias coisas com este livro. Para começar posso dizer que aprendei o verdadeiro significado de David Crockett. Significa a juventude, a infância e o tempo em que a vida era apenas ser criança. Aprendi que os títulos podem ter a ver com o interior do livro de uma forma indirecta. Aprendi que cada um de nós deve ter para sempre guardado na sua memória um David Crockett, que nos faça lembrar do tempo em que a solidão, a liberdade ou a eternidade eram coisas banais e sem sentido porque a alegria de viver a vida de criança era muito mais forte. Aprendi que ao crescermos a vida parece uma encruzilhada. Se por um lado podemos retirar memórias belas e felizes de tempos vividos, por outro sonhamos em esquecer as memórias do passado com medo que se sobreponham ao nosso futuro. É complicado de perceber porque a vida é complicada de se viver. É por isso que aconteça o que acontecer eu também não deixarei morrer o meu David Crockett.

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