Grupo sobre comércio eletrônico – FUCAPE/2007 Artigo que foi publicado no site www.e-commerce.org.br
COMÉRCIO ELETRÔNICO NÃO DEIXOU POR MENOS EM 2006
Dailton Felipini O Web Shoppers, publicação anual da empresa eBit, apresentou o desempenho do comércio eletrônico para bens de consumo em 2006 e, mais uma vez, o resultado foi excepcional. Abaixo, uma síntese dos principais números, com a respectiva evolução em relação ao ano anterior: • Faturamento: R$ 4,4 bilhões, crescimento de 76% • Pedidos realizados: 14,8 milhões, acréscimo de 6 milhões de pedidos • Número de e-consumidores: 7 milhões, 2,2 milhões de novos compradores • Os números e, principalmente, as taxas de crescimento são de deixar qualquer economista com "água na boca" e refletem o ótimo momento vivido pelo comércio eletrônico no Brasil. Conforme já escrito aqui, esse contínuo fortalecimento do e-commerce é conseqüência da expansão do acesso à Internet, bem como da descoberta gradativa, por parte do internauta, da comodidade, agilidade e economia representada pelas compras on-line. Mantida a taxa média de crescimento dos últimos anos, o que é plenamente factível, veremos, ao final da década, o faturamento nas vendas on-line atingir doze bilhões de reais e um mercado consumidor de 19,2 milhões de pessoas, o que representará algo próximo a 10% da população brasileira. Um aspecto interessante que deve ser considerado pelos varejistas é que o comércio eletrônico não é uma alternativa excludente em relação à loja física, mas sim um complemento. Dados da pesquisa apontam que cerca de 40% dos compradores on-line visitam as lojas físicas antes de se decidirem pelas compras e, por outro lado, cerca de um terço dos consumidores pesquisa na Internet antes de realizar a compra na loja física. Isso indica que os dois canais são complementares e que o consumidor, cada vez mais, utilizará qualquer um deles, da maneira que lhe for mais conveniente no momento da compra. Dessa forma, um varejista que atue apenas com lojas físicas corre o risco de perder mercado para aqueles que atuem também na Internet. De olho nessa tendência, muitos varejistas tradicionais implantaram operações de venda online no ano passado, dentre eles, nomes de peso como Marabrás e Pernambucanas. Será que algum grande varejista vai ousar ficar de fora? Outro dado interessante levantado pela pesquisa é um aumento na participação dos estados do Norte e do Nordeste no total de e-consumidores. Essas regiões, que detêm 16% dos consumidores on-line, ganharam uma fatia de 20% daqueles que compraram na Internet pela primeira vez no ano passado. Essa é uma tendência natural, uma vez que a região Sudeste, com
melhores condições socioeconômicas, teve mais rapidamente uma parcela expressiva de sua população com acesso à Internet e ao comércio eletrônico. Vendo a questão sob a ótica do morador das regiões afastadas dos grandes centros, a Internet representa a oportunidade de comprar em lojas que, até então, eram acessíveis apenas com grande deslocamento e custo. Por fim, a pesquisa indica uma consolidação do cartão de crédito como a opção de pagamento mais utilizada pelos e-consumidores, com 73% das compras sendo pagas dessa forma. Essa questão dos meios de pagamento no comércio eletrônico, particularmente no caso do cartão de crédito, tem implicações que merecem uma análise mais ampla e isso será tratado em nosso próximo artigo. Dailton Felipini. é Mestre em Administração pela Fundação Getúlio Vargas e professor de Comércio Eletrônico na Universidade Mackenzie. É editor dos sites: www.e-commerce.org.br e www.abc-commerce.com.br e autor de quatro ebooks sobre Comércio Eletrônico.