Cap 02 - Slides.pdf

  • Uploaded by: joao yop
  • 0
  • 0
  • May 2020
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View Cap 02 - Slides.pdf as PDF for free.

More details

  • Words: 10,618
  • Pages: 130
EA611 – Circuitos II Cap´ıtulo 2 Circuitos trif´ asicos Carlos A. Castro DSE/FEEC/UNICAMP

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

1 / 130

Introdu¸c˜ ao

A maior parte da energia el´etrica distribu´ıda no mundo ´e feita sob a forma de sistemas trif´ asicos O sistema trif´asico realmente oferece significativas vantagens em rela¸c˜ao ao monof´asico: O sistema trif´asico usa menor quantidade de cobre ou alum´ınio para entregar a mesma potˆencia que um sistema monof´asico equivalente Geradores e transformadores trif´asicos s˜ao menores e mais leves que seus equivalentes monof´asicos por usarem com maior eficiˆencia seus enrolamentos Um motor trif´asico ´e menor que seu correspondente monof´asico de mesma potˆencia Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

2 / 130

Introdu¸c˜ ao

Em fun¸c˜ao do campo magn´etico girante produzido pelas trˆes fases, motores trif´asicos partem sem a necessidade de dispositivos especiais O campo magn´etico pulsante dos motores monof´asicos exige um enrolamento extra e componentes auxiliares para a partida Retificadores trif´asicos apresentam menos ondula¸c˜ao na tens˜ao retificada (ripple) que os monof´asicos A potˆencia total em um sistema trif´asico nunca ´e nula No sistema monof´asico anula-se sempre que a tens˜ao ou a corrente passam pelo zero (os motores monof´asicos s´ o continuam girando gra¸cas `a in´ercia)

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

3 / 130

Introdu¸c˜ ao

A potˆencia instantˆanea total, em um sistema trif´asico equilibrado ´e constante, ou seja, n˜ao varia no tempo1 Esta caracter´ıstica ´e extremamente importante e surpreendente, residindo nela a superioridade do desempenho de muitos dispositivos trif´asicos Motores trif´asicos produzem um conjugado (torque) constante, o que n˜ao ´e poss´ıvel nos motores monof´asicos Devido ao conjugado constante, os motores trif´asicos s˜ao menos sujeitos a vibra¸co˜es

1

Deve-se ressaltar que, para sistemas n-f´ asicos em que n > 1, a potˆ encia instantˆ anea total ´ e sempre constante.

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

4 / 130

Introdu¸c˜ ao

Problemas em um condutor n˜ ao interrompem o atendimento da carga como um todo Os sistemas trif´asicos em particular apresentam as seguintes vantagens com rela¸c˜ao a outros sistemas polif´ asicos: Considerando a capacidade de potˆencia e o n´ umero de condutores necess´arios, os sistemas trif´asicos apresentam a melhor rela¸c˜ao custo-benef´ıcio. Um sistema pentaf´asico requer dois condutores a mais para um acr´escimo de capacidade de potˆencia de somente 3% Os sistemas trif´asicos requerem menor volume de material. Para transmitir uma certa quantidade de potˆencia com as mesmas perdas de potˆencia na transmiss˜ao, um sistema pentaf´asico requer aproximadamente 21% mais material que o trif´asico Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

5 / 130

Gera¸c˜ ao de tens˜ ao trif´ asicas

De maneira geral, tens˜ oes n-f´ asicas s˜ ao obtidas atrav´es da coloca¸c˜ao de n bobinas uniformemente espa¸cadas no estator de uma m´aquina el´etrica

Potˆencia mecˆanica (turbina, motor)

Potˆencia el´etrica

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

6 / 130

Gera¸c˜ ao de tens˜ ao trif´ asicas

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

7 / 130

Gera¸c˜ ao de tens˜ ao trif´ asicas

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

8 / 130

Gera¸c˜ ao de tens˜ ao trif´ asicas

Se trˆes bobinas idˆenticas forem colocadas no estator de um gerador, ser˜ao induzidas trˆes tens˜ oes, nas bobinas aa′ , bb ′ e cc ′ : b′

c

N I

a

I

a′

ω S c′

Lei de Faraday da Indu¸c˜ ao Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

b

[V´ıdeo] 9 / 130

Gera¸ca˜o de tens˜ ao trif´ asicas

Devido `a disposi¸c˜ao das bobinas, as trˆes tens˜oes induzidas no estator estar˜ ao defasadas de 120◦ umas das outras e os seus valores eficazes ser˜ ao iguais Se as extremidades a′ , b ′ e c ′ das bobinas forem conectadas, formando um ponto de potencial comum n (ponto neutro), tem-se:

a b cn

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

a′

a

b′

b

c′

c

n

EA611 – Cap´ıtulo 2

10 / 130

Gera¸c˜ ao de tens˜ ao trif´ asicas

Se o rotor do gerador girar no sentido indicado, seu p´ olo norte passar´a pelas extremidades livres das bobinas na sequˆencia a → b → c b′

c

N I

a

I

a′

ω

Sequˆencia de fases ABC

S c′

b

n

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

11 / 130

Gera¸c˜ ao de tens˜ ao trif´ asicas

As tens˜oes instantˆaneas resultantes nas trˆes bobinas ser˜ao iguais a:  √ 2Vef sen ωt V v (t) =  an   √ 2Vef sen (ωt − 120◦ ) V vbn (t) =   √ √  vcn (t) = 2Vef sen (ωt − 240◦ ) = 2Vef sen (ωt + 120◦ ) V A tens˜ao da fase a (bobina aa′ ) foi tomada como referˆencia angular. Qualquer uma das tens˜ oes pode ser considerada como referˆencia angular e a defasagem entre elas permanecer´ a constante igual a 120◦ Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

12 / 130

Gera¸c˜ ao de tens˜ ao trif´ asicas 16,667 ms – 60 Hz

Pico (Vp =



2Vef ) 120◦

RMS (Vef )

Fonte: http://www.atualaudio.com.br Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

13 / 130

Gera¸c˜ ao de tens˜ ao trif´ asicas

As formas de onda das tens˜ oes induzidas s˜ ao:

a′

a

b′

b

n c′

c

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

van (t) vbn (t) vcn (t)

ωt [rad] 2π 3

EA611 – Cap´ıtulo 2

4π 3



14 / 130

Gera¸c˜ ao de tens˜ ao trif´ asicas

Se o rotor do gerador for girado no sentido oposto ao mostrado anteriormente, as tens˜ oes induzidas no estator ser˜ao: b′

c

N I

a

I

a′

ω S c′ n

b

 √ v (t) = 2Vef sen ωt V  an   √ 2Vef sen (ωt + 120◦ ) V vbn (t) =   √  2Vef sen (ωt − 120◦ ) V vcn (t) =

ou seja, h´a uma invers˜ ao entre as tens˜ oes vbn (t) e vcn (t)

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

15 / 130

Gera¸ca˜o de tens˜ ao trif´ asicas

As trˆes formas de onda ficam: van (t) vcn (t) vbn (t)

ωt [rad] 2π 3

b′

4π 3



c

N I

a

I

a′

ω

Sequˆencia de fases ACB

S c′

b

n

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

16 / 130

Gera¸c˜ ao de tens˜ ao trif´ asicas

Os fasores associados ` as tens˜ oes geradas para as diferentes sequˆencias de fases s˜ao:

Sequˆencia ABC:

Sequˆencia ACB:

Vˆan = Vef ∠0◦ V Vˆbn = Vef ∠ (−120◦ ) V Vˆcn = Vef ∠120◦ V

Vˆan = Vef ∠0◦ V Vˆbn = Vef ∠120◦ V Vˆcn = Vef ∠ (−120◦ ) V

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

17 / 130

Gera¸c˜ ao de tens˜ ao trif´ asicas

Diagramas fasoriais das tens˜ oes trif´ asicas geradas para as duas sequˆencias de fases poss´ıveis: c

b

Vˆbn

Vˆcn Vˆan n

Vˆan

a

n

Vˆbn

a

Vˆcn

c

b

ACB

ABC Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

18 / 130

Gera¸c˜ ao de tens˜ ao trif´ asicas

 Exemplo Considere as tens˜oes induzidas no gerador trif´ asico abaixo (sequˆencia de fases ABC). Obtenha as tens˜ oes medidas atrav´es de um volt´ımetro conectado entre as extremidades livres das bobinas do estator.

a′

a

b′

b

c′

c

n

 van (t)    vbn (t)    vcn (t)

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

=



2Vef sen ωt V

=



=



2Vef sen (ωt − 120◦ ) V 2Vef sen (ωt − 240◦ ) =

EA611 – Cap´ıtulo 2



2Vef sen (ωt + 120◦ ) V

19 / 130

Gera¸c˜ ao de tens˜ ao trif´ asicas

Volt´ımetro conectado entre as extremidades livres das bobinas das fases a e b: Gerador replacements

a′

a



Vˆan

+

+ Vˆab

n

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)



Vˆbn

+

b′

b

c′

c

V



EA611 – Cap´ıtulo 2

20 / 130

Gera¸c˜ ao de tens˜ ao trif´ asicas

A tens˜ao entre os terminais a e b ´e obtida atrav´es da aplica¸c˜ao da lei das tens˜ oes de Kirchhoff para a malha indicada na figura:   Vˆab = Vˆan − Vˆbn = Vˆan + −Vˆbn a′



a Vˆan

+

+ Vˆab

n

− b′

Vˆbn

+

V



b

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

= Vef ∠0◦ − Vef ∠ (−120◦ ) " √ # 1 3 = Vef − Vef − − j 2 2 # " "√ √ # √ 1 3 3 3 = 3Vef +j +j = Vef 2 2 2 2 √ = 3Vef [cos 30◦ + j sen 30◦ ] √ = 3Vef ∠30◦ V EA611 – Cap´ıtulo 2

21 / 130

Gera¸c˜ ao de tens˜ ao trif´ asicas

Diagrama fasorial com a obten¸c˜ ao gr´ afica de Vˆab :

−Vˆbn

Vˆab

30◦

n

Vˆan Vˆbn

a

Vˆab

b Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

22 / 130

Gera¸c˜ ao de tens˜ ao trif´ asicas

A rela¸c˜ao entre Vˆab e Vˆan ´e: Vˆab = Vˆan



3Vef ∠30◦ √ = 3 ∠30◦ Vef ∠0◦



Vˆab = Vˆan ·

√ 3 ∠30◦ V

√ A tens˜ao entre as extremidades a e b apresenta um valor eficaz 3 vezes maior e est´a 30◦ adiantada em rela¸c˜ ao ` a tens˜ ao sobre a bobina da fase a. Utilizando procedimento idˆentico, pode-se obter as tens˜oes entre as demais extremidades livres: √ √ Vˆbc = Vˆbn − Vˆcn = 3Vef ∠ (−90◦ ) = Vˆbn · 3 ∠30◦ V √ √ Vˆca = Vˆcn − Vˆan = 3Vef ∠150◦ = Vˆcn · 3 ∠30◦ V

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

23 / 130

Gera¸c˜ ao de tens˜ ao trif´ asicas

Para sequˆencia de fases ABC

 Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

24 / 130

Gera¸c˜ ao de tens˜ ao trif´ asicas

Tens˜ ao de linha

Tens˜ ao de fase Tens˜ oes trif´ asicas Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

[V´ıdeo] 25 / 130

Gera¸c˜ ao de tens˜ ao trif´ asicas

Fonte em Y IˆL

a b

+ VˆL −

IˆF

No bipolo:

VˆF – tens˜ ao de fase IˆF – corrente de fase

Na sa´ıda da fonte:

VˆL – tens˜ ao de linha IˆL – corrente de linha

No bipolo:

VˆF – tens˜ ao de fase IˆF – corrente de fase

Na sa´ıda da fonte:

VˆL – tens˜ ao de linha IˆL – corrente de linha

+ Vˆ − F

n

c

Fonte em ∆ IˆL

a b

+ VˆL −

+ VˆF −

IˆF

c

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

26 / 130

Gera¸c˜ ao de tens˜ ao trif´ asicas

Diagrama fasorial completo, com as seis tens˜ oes poss´ıveis, para a sequˆencia de fases ABC: c Vˆca Vˆcn

Vˆbc

Vˆbn

a Vˆan Vˆab

b Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

27 / 130

Gera¸c˜ ao de tens˜ ao trif´ asicas

Verifica-se que: Vˆan + Vˆbn + Vˆcn = 0 e: Vˆab + Vˆbc + Vˆca = 0 ou seja, a soma das tens˜ oes de fase e a soma das tens˜oes de linha s˜ao iguais a zero

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

28 / 130

Gera¸c˜ ao de tens˜ ao trif´ asicas

 Exerc´ıcio Para ao de linha Vˆab tem um valor eficaz √ a sequˆencia de fases ABC a tens˜ 3 vezes maior que a tens˜ ao de fase Vˆan e est´ a 30◦ adiantada em rela¸c˜ao a tens˜ao de fase. Verifique que, para a sequˆencia de fases for ACB, a ` rela¸c˜ao entre os valores eficazes ser´ a a mesma, com a tens˜ao de linha atrasada de 30◦ em rela¸c˜ao ` a tens˜ ao de fase.



Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

29 / 130

Conex˜ oes trif´ asicas

Basicamente, tanto as fontes como as cargas trif´ asicas podem ser conectadas formando as seguintes liga¸c˜ oes:

Triˆangulo ou ∆ (Delta) Estrela ou Y – com neutro Estrela ou Y – sem neutro

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

30 / 130

Conex˜ oes trif´ asicas

Conex˜ oes para cargas trif´ asicas em Y (o neutro da carga pode ou n˜ ao estar ligado ao neutro da fonte, que por sua vez pode ou n˜ao estar aterrado): a

a Z1

b

n c

c Z3

Z2 n

b a

b

n

b

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

Z2

Com neutro

Z3

a Z1

c

Z1

c Z3

Z2 n

EA611 – Cap´ıtulo 2

Z1 Z2

Sem neutro

Z3

31 / 130

Conex˜ oes trif´ asicas

Conex˜ oes para cargas trif´ asicas em ∆:

a

b

a Z1

Z3

Z1 b

Z2

Z2

c

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

Z3

c

EA611 – Cap´ıtulo 2

32 / 130

Conex˜ oes trif´ asicas

Se as trˆes impedˆancias da carga forem iguais (Z1 = Z2 = Z3 ), a carga ´e chamada de equilibrada Caso contr´ario, a carga trif´ asica ser´ a desequilibrada

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

33 / 130

Conex˜ oes trif´ asicas

Se as tens˜oes de fase (e de linha) fornecidas pela fonte tiverem o mesmo valor eficaz e estiverem defasadas de 120◦ umas das outras, a fonte ser´a chamada de equilibrada Na pr´atica, considera-se todas as fontes como sendo equilibradas

Assim, um circuito trif´ asico ´e considerado equilibrado se a carga ´e equilibrada Da mesma forma, o circuito ser´ a desequilibrado se a carga for desequilibrada

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

34 / 130

Circuitos equilibrados / Carga equilibrada em estrela (Y)

Circuito trif´asico com fonte equilibrada conectada em estrela, e carga equilibrada ligada em Y com neutro. A impedˆancia da carga ´e Z = 120 + j 160 Ω Fonte

Carga IˆA

A ∼

IˆB

B ∼

IˆC

C ∼ N

127 V

IˆN

a

Z

b

Z

c

Z

n

chave fechada Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

35 / 130

Circuitos equilibrados / Carga equilibrada em estrela (Y) Fonte

Carga IˆA

A ∼

IˆB

B ∼

IˆC

C ∼ N

127 V

IˆN

a

Z

b

Z

c

Z

n

chave fechada

Associa¸c˜ao modelo × realidade

Rede

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

36 / 130

Circuitos equilibrados / Carga equilibrada em estrela (Y)

As letras mai´ usculas A, B, C e N indicam os terminais da fonte As letras min´ usculas a, b, c e n indicam os terminais da carga Com rela¸c˜ao `a fase A, considera-se que os pontos A e a sejam ligados por um condutor ideal, n˜ ao havendo, portanto, diferen¸ca de potencial entre eles. O mesmo vale para as fases B e C , e para o condutor neutro Considerando a sequˆencia de fases ABC e a tens˜ ao de fase A como referˆencia angular, as tens˜ oes de fase fornecidas pela fonte s˜ao iguais a: VˆAN = 127 ∠0◦ V VˆBN = 127 ∠ (−120◦ ) V VˆCN = 127 ∠120◦ V Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

37 / 130

Circuitos equilibrados / Carga equilibrada em estrela (Y)

Naturalmente, as tens˜ oes de fase aplicadas sobre a carga s˜ao: Vˆan = VˆAN Vˆbn = VˆBN Vˆcn = VˆCN As tens˜oes de linha s˜ ao:

√ √ VˆAB = Vˆab = VˆAN · 3 ∠30◦ = 127 3 ∠30◦ V = 220 ∠30◦ V VˆBC = Vˆbc = 220 ∠ (−90◦ ) V VˆCA = Vˆca = 220 ∠150◦ V

A impedˆancia de carga vale: Z = R + j X = 120 + j 160 = 200 ∠53,13◦ Ω Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

38 / 130

Circuitos equilibrados / Carga equilibrada em estrela (Y)

As tens˜oes de fase s˜ao aplicadas sobre cada impedˆancia e as correntes de linha, que s˜ao aquelas fornecidas pela fonte, valem: Vˆan VˆAN 127 ∠0◦ IˆA = = = = 0,635 ∠ (−53,13◦ ) A Z Z 200 ∠53,13◦ VˆBN 127 ∠ (−120◦ ) Vˆbn = = = 0,635 ∠ (−173,13◦ ) A IˆB = Z Z 200 ∠53,13◦ Vˆcn VˆCN 127 ∠120◦ IˆC = = = = 0,635 ∠66,87◦ A Z Z 200 ∠53,13◦

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

39 / 130

Circuitos equilibrados / Carga equilibrada em estrela (Y)

As correntes de linha tˆem o mesmo valor eficaz e s˜ao defasadas de 120◦ umas das outras. Assim, basta calcular a corrente de uma das fases e as outras s˜ao determinadas simplesmente considerando as defasagens apropriadas Aplicando a lei das correntes de Kirchhoff para o ponto N, pode-se obter a corrente pelo condutor neutro: IˆA + IˆB + IˆC + IˆN = 0   IˆN = − IˆA + IˆB + IˆC = 0 No caso de cargas equilibradas, n˜ ao h´ a corrente pelo condutor neutro. Assim, se a chave (mostrada na figura) for aberta, interrompendo o circuito de neutro, nada ocorre em termos da opera¸c˜ao do circuito Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

40 / 130

Circuitos equilibrados / Carga equilibrada em estrela (Y)

Diagrama fasorial completo2 c Vˆca Vˆcn 53,13◦

IˆC

n

IˆB

Escalas:

Vˆan

a

53,13◦

53,13◦ IˆA

V: I:

1  – 15 V 1  – 0,25 A

Vˆab

Vˆbn

Vˆbc

b 2 O diagrama fasorial das grandezas da fase A (Vˆan e IˆA ) ´ e idˆ entico ao diagrama fasorial das grandezas das fases B e C , considerando-se as defasagens de 120◦ . Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP) EA611 – Cap´ıtulo 2 41 / 130

Circuitos equilibrados / Carga equilibrada em triˆ angulo (∆)

Considere agora uma carga equilibrada ligada em triˆangulo cuja impedˆancia ´e Z = 120 + j 160 Ω: Carga IˆA

A

IˆB

B Fonte

+ C 220 V

IˆC



a b

Z

Iˆab Iˆca

c

Z

Z

Iˆbc

N

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

42 / 130

Circuitos equilibrados / Carga equilibrada em triˆ angulo (∆)

As tens˜oes de linha s˜ ao aplicadas a cada impedˆ ancia. A tens˜ao de linha VˆAB ser´a tomada como referˆencia angular e, para sequˆencia de fases ABC, tem-se:

VˆAB = 220 ∠0◦ V VˆBC = 220 ∠ (−120◦ ) V VˆCA = 220 ∠120◦ V

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

43 / 130

Circuitos equilibrados / Carga equilibrada em triˆ angulo (∆)

As correntes em cada impedˆ ancia s˜ ao chamadas de correntes de fase e valem: VˆAB 220 ∠0◦ Iˆab = = = 1,1 ∠ (−53,13◦ ) A Z 200 ∠53,13◦ 220 ∠ (−120◦ ) VˆBC = = 1,1 ∠ (−173,13◦ ) A Iˆbc = Z 200 ∠53,13◦ 220 ∠120◦ VˆCA = = 1,1 ∠66,87◦ A Iˆca = Z 200 ∠53,13◦ As correntes de fase tˆem os mesmos valores eficazes e est˜ao defasadas de 120◦ umas das outras. Consequentemente, sua soma ´e igual a zero Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

44 / 130

Circuitos equilibrados / Carga equilibrada em triˆ angulo (∆)

As correntes de linha s˜ ao obtidas aplicando-se a lei das correntes de Kirchhoff nos n´ os a, b e c. Para o n´ o a, tem-se: IˆA + Iˆca − Iˆab = 0 IˆA = Iˆab − Iˆca = 0,2279 − j 1,8916 = 1,9053 ∠ (−83,13◦ ) A Da mesma forma para as outras fases: IˆB = Iˆbc − Iˆab = −1,7521 + j 0,7484 = 1,9053 ∠156,87◦ A IˆC = Iˆca − Iˆbc = 1,5242 + j 1,1432 = 1,9053 ∠36,87◦ A As correntes de linha tamb´em tˆem seus valores eficazes iguais e est˜ao defasadas de 120◦ umas das outras. Pode-se observar facilmente que a soma das correntes de linha ´e igual a zero Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

45 / 130

Circuitos equilibrados / Carga equilibrada em triˆ angulo (∆)

O diagrama fasorial completo para o circuito ´e:

Vˆca

Iˆca

IˆC

IˆB

Escalas: Iˆbc 53,13◦

30◦ Iˆab

−Iˆca

Vˆab

V: I:

1  – 25 V 1  – 0,5 A

IˆA Vˆbc

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

46 / 130

Circuitos equilibrados / Carga equilibrada em triˆ angulo (∆)

A rela¸c˜ao entre corrente de linha e corrente de fase ´e: 1,9053 ∠ (−83,13◦ ) √ IˆA = 3 ∠ (−30◦ ) = ◦) ˆ 1,1 ∠ (−53,13 Iab A corrente de linha tem um valor eficaz corrente de fase e est´ a atrasada de 30◦



3 vezes maior que a

Se a sequˆencia de fases for ACB, a rela¸c˜ ao entre os valores eficazes ser´a a mesma, e a corrente de linha estar´ a adiantada de 30◦ Estas rela¸c˜oes s˜ao sempre v´ alidas para circuitos equilibrados em ∆

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

47 / 130

Circuitos equilibrados / Carga equilibrada em triˆ angulo (∆)

 Exerc´ıcio Obtenha a corrente de linha na entrada de uma f´ abrica alimentada em 380 V, 60 Hz (tens˜ao de linha) com as seguintes cargas conectadas: 1

Carga 1, formada por trˆes impedˆ ancias, sendo cada uma de 250 VA, fp 0,7 indutivo, 220 V

2

Carga 2, formada por trˆes impedˆ ancias, sendo cada uma de 550 W, fp 0,8 indutivo, 380 V

Resp.: 4,2604 ∠ (−39,18◦ ) A



Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

48 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em triˆ angulo (∆)

O circuito a seguir ´e composto por uma fonte trif´asica, sequˆencia de fases ACB, que alimenta uma carga desequilibrada em triˆangulo, cujas impedˆancias por fase valem: Carga A

√ Zab = 100 + j 100 3 Zbc Zca

= 200 ∠60◦ Ω = 100 − j 100 √ = 100 2 ∠ (−45◦ ) Ω = 150 Ω

IˆA IˆB

B Fonte

+ C 230 V



IˆC

a b

Zab

Iˆab Iˆca

c Zbc

Zca

Iˆbc

N

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

49 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em triˆ angulo (∆)

De acordo com a sequˆencia de fases definida, as tens˜oes de linha valem: VˆAB = 230 ∠0◦ V VˆBC = 230 ∠120◦ V VˆCA = 230 ∠ (−120◦ ) V em que a tens˜ao de linha entre as fases A e B foi tomada como referˆencia angular

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

50 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em triˆ angulo (∆)

As correntes de fase s˜ ao: 230 ∠0◦ VˆAB = = 1,15 ∠ (−60◦ ) A Iˆab = Zab 200 ∠60◦ VˆBC 230 ∠120◦ √ Iˆbc = = = 1,6263 ∠165◦ A ◦ Zbc 100 2 ∠ (−45 ) ˆ 230 ∠ (−120◦ ) VCA = = 1,5333 ∠ (−120◦ ) A Iˆca = Zca 150 Neste caso, n˜ao h´a rela¸c˜ ao entre os valores eficazes e fases das correntes. Seus valores dependem das impedˆ ancias de cada fase Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

51 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em triˆ angulo (∆)

As correntes de linha s˜ ao calculadas por:

IˆA = Iˆab − Iˆca = 1,3416 + j 0,332 = 1,3820 ∠13,90◦ A IˆB = Iˆbc − Iˆab = −2,1459 + j 1,4168 = 2,5714 ∠146,57◦ A IˆC = Iˆca − Iˆbc = 0,8043 − j 1,7488 = 1,9249 ∠ (−65,30◦ ) A Pode-se verificar que a soma das correntes de linha ´e igual a zero

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

52 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em triˆ angulo (∆)

Diagrama fasorial:

Vˆbc

IˆB

−Iˆca Escalas:

IˆA

Iˆbc

Vˆab Iˆca

Iˆab

V: I:

1  – 25 V 1  – 0,5 A

IˆC

Vˆca

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

53 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) com neutro

Circuito composto por uma fonte trif´ asica, sequˆencia de fases ABC, que alimenta uma carga desequilibrada em Y com neutro. As impedˆancias da carga por fase valem: Carga IˆA

A

Za = 100 Ω Zb = 30 − j 40

IˆB

B Fonte

= 50 ∠ (−53,13 ) Ω Zc = 50 + j 50 √ = 50 2 ∠45◦ Ω ◦

IˆC

C

+ N 100 V

IˆN



a

Za

b

Zb

c

Zc

n

chave fechada Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

54 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) com neutro

Considerando a tens˜ao da fase A como referˆencia angular tem-se: VˆAN = 100 ∠0◦ V VˆBN = 100 ∠ (−120◦ ) V VˆCN = 100 ∠120◦ V

(1)

As tens˜oes de linha s˜ ao: √ VˆAB = 100 3 ∠30◦ V √ VˆBC = 100 3 ∠ (−90◦ ) V √ VˆCA = 100 3 ∠150◦ V

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

(2)

55 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) com neutro

Como o ponto neutro da carga n est´ a conectado ao ponto neutro da fonte N, ambos est˜ao no mesmo potencial Assim, as tens˜oes de fase sobre carga s˜ ao iguais ` as tens˜oes de fase fornecidas pela fonte As correntes de linha valem: 100 ∠0◦ Vˆan = = 1 ∠0◦ A IˆA = Za 100 100 ∠ (−120◦ ) Vˆbn = = 2 ∠ (−66,87◦ ) A IˆB = Zb 50 ∠ (−53,13◦ ) 100 ∠120◦ Vˆcn = 1,4142 ∠75◦ A = √ IˆC = Zc 50 2 ∠45◦ Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

56 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) com neutro

A corrente pelo condutor neutro ´e obtida aplicando-se a lei das correntes de Kirchhoff para o ponto neutro da carga:

  IˆN = − IˆA + IˆB + IˆC

= −2,1516 + j 0,4732 = 2,2030 ∠167,60◦ A

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

57 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) com neutro

Diagrama fasorial: c Vˆcn

IˆC

45◦

IˆN

Escalas: n

IˆA

a Vˆan

V: I:

1  – 12,5 V 1  – 0,5 A

53,13◦ IˆB Vˆbn b

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

58 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) com neutro

 Exemplo Uma instala¸c˜ao residencial recebe trˆes fases e o neutro da companhia distribuidora de energia el´etrica. Em um determinado instante somente a geladeira e o chuveiro est˜ao ligados, conforme mostra a figura abaixo. Para este instante, obter as correntes consumidas pelos equipamentos e as correntes de linha e de neutro fornecidas pela companhia. A B C

30 A 30 A

IˆB

30 A

IˆC

N

+

220 V



IˆN Iˆge

Iˆge Geladeira 900 W fp = 0,9 ind.

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

Iˆch

Iˆch Chuveiro 4000 W

EA611 – Cap´ıtulo 2

59 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) com neutro

Tomando a fase B como referˆencia angular e considerando a sequˆencia de fases ABC, tem-se as seguintes tens˜ oes de fase: VˆBN = 127 ∠0◦ V VˆCN = 127 ∠ (−120◦ ) V VˆAN = 127 ∠120◦ V A tens˜ao de linha entre as fases B e C ´e: VˆBC = 220 ∠30◦ V

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

60 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) com neutro

A partir dos dados fornecidos para a geladeira, pode-se calcular: Pge 900 = = 1 kVA fp 0,9 q p 2 = 10002 − 9002 = 435,9 var = | Sge |2 −Pge

| Sge | = Qge

Sge = Pge + j Qge = 900 + j 435,9 = 1 ∠25,8◦ kVA A tens˜ao da fase C ´e aplicada sobre a geladeira. Logo, a corrente por ela vale:     Sge ∗ 1000 ∠25,8◦ ∗ ˆ = = 7,9 ∠ (−145,8◦ ) A Ige = 127 ∠ (−120◦ ) VˆCN

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

61 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) com neutro

O chuveiro ´e um equipamento puramente resistivo, apresentando portanto fator de potˆencia unit´ario. Logo: Sch = 4 ∠0◦ kVA Como a tens˜ao de linha VˆBC est´ a aplicada sobre o chuveiro, a corrente por ele ´e igual a:     4000 ∠0◦ ∗ Sch ∗ ˆ = = 18,2 ∠30◦ A Ich = 220 ∠30◦ VˆBC

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

62 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) com neutro

A corrente de linha da fase B ´e igual ` a corrente pelo chuveiro, ou seja: IˆB = Iˆch = 18,2 ∠30◦ A Aplicando a lei das correntes de Kirchhoff ` a fase C tem-se: A

30 A

B

30 A

IˆB

C

30 A

IˆC

N

+

220 V



IˆN Iˆge

Iˆge Geladeira 900 W fp = 0,9 ind.

Iˆch

Iˆch Chuveiro

IˆC = Iˆge − Iˆch

= 7,9 ∠ (−145,8◦ ) − 18,2 ∠30◦

= 26,1 ∠ (−148,7◦ ) A

4000 W

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

63 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) com neutro

A corrente pelo condutor neutro pode ser calculada por: A B C N

30 A 30 A

IˆB

30 A

IˆC

+

220 V



IˆN Iˆge

Iˆge Geladeira 900 W fp = 0,9 ind.

Iˆch

Iˆch Chuveiro 4000 W

  IˆN = − IˆA + IˆB + IˆC h    i = − 0 + Iˆch + Iˆge − Iˆch = −Iˆge = 7,9 ∠31,3◦ A

A constata¸c˜ao de que IˆN = −Iˆge poderia ser feita pela simples inspe¸c˜ao do circuito. A existˆencia da corrente de neutro ´e a express˜ao do desequil´ıbrio da carga.

 Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

64 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro

O mesmo circuito j´a mostrado anteriormente tem agora a chave do condutor neutro aberta, configurando um circuito com carga desequilibrada em estrela sem neutro3 . Carga IˆA

A

IˆB

B Fonte

IˆC

C

+ N 100 V

IˆN



a

Za

b

Zb

c

Zc

n

chave aberta 3

D´ a-se o nome de carga em estrela sem neutro ` aquela para a qual seu ponto neutro n˜ ao est´ a conectado ao ponto neutro da

fonte. Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

65 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro

Os seguintes pontos devem ser considerados na an´alise deste circuito: A fonte trif´asica ´e equilibrada. Portanto, os valores das tens˜ oes de fase e de linha fornecidas pela fonte continuam os mesmos definidos pelas equa¸co˜es (1) e (2) As tens˜ oes de linha aplicadas sobre carga s˜ao iguais `as tens˜ oes de linha fornecidas pela fonte, sendo portanto equilibradas. No entanto, devido ao fato de que os pontos neutros da carga n e da fonte N n˜ao est˜ao conectados, pode haver uma diferen¸ca de potencial entre esses dois pontos4 → as tens˜ oes de fase aplicadas `a carga podem n˜ao ser iguais `as tens˜ oes de fase fornecidas pela fonte, ou seja: Vˆan 6= VˆAN 4

Vˆbn 6= VˆBN

Vˆcn 6= VˆCN

Esta diferen¸ca de potencial de fato existe no caso de cargas desequilibradas

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

66 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro

C VˆCn – tens˜ ao sobre Zc VˆCA n?

VˆBN

VˆBC

VˆAn – tens˜ ao sobre Za

N VˆCN

A

VˆAN VˆAB

VˆBn – tens˜ ao sobre Zb

B

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

67 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro

A corrente de neutro, e que expressa o desequil´ıbrio da carga, n˜ao existe neste caso (IˆN = 0). Assim, aplicando a lei das correntes de Kirchhoff para o ponto neutro da carga n, tem-se: IˆA + IˆB + IˆC = 0

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

68 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro

Conclui-se que as tens˜ oes de fase sobre as impedˆ ancias da carga ajustar-se-˜ao de forma que a lei das correntes de Kirchhoff aplicada ao ponto n seja satisfeita Isto se d´a atrav´es da existˆencia de uma diferen¸ca de potencial entre os pontos n e N oes de fase sobre a carga ´e a Neste caso, o desequil´ıbrio das tens˜ express˜ao do desequil´ıbrio da carga

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

69 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro

As caracter´ısticas de um circuito com carga desequilibrada em estrela sem neutro fazem com que a sua resolu¸c˜ ao seja mais trabalhosa que a dos demais tipos de carga Ser˜ao mostradas a seguir duas maneiras de se resolver o circuito

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

70 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 1

Pode-se montar um sistema de equa¸c˜ oes das malhas do circuito e resolvˆe-lo, de forma a obter os valores das correntes de malha: Carga A B Fonte C

IˆA

Za

IˆB

Iˆ1

b

Zb

IˆC

Iˆ2

c

Zc

n

N

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

a

EA611 – Cap´ıtulo 2

71 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 1

S˜ao definidas duas malhas e suas respectivas correntes de malha, Iˆ1 e Iˆ2 . Aplicando-se a lei das tens˜ oes de Kirchhoff para as duas malhas, obt´em-se o seguinte sistema de equa¸c˜ oes: Carga A B Fonte C N

IˆA

a

Za

IˆB

Iˆ1

b

Zb

IˆC

Iˆ2

c

Zc

  VˆAB − Za Iˆ1 − Zb Iˆ1 − Iˆ2 = 0   VˆBC − Zb Iˆ2 − Iˆ1 − Zc Iˆ2 = 0

n

que pode ser posta na forma: (Za + Zb ) Iˆ1 + (−Zb ) Iˆ2 = VˆAB ˆ (−Zb ) I1 + (Zb + Zc ) Iˆ2 = VˆBC Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

(3)

72 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 1

As equa¸c˜oes de malha (3) podem ser colocadas na forma matricial: 

Za + Zb −Zb −Zb Zb + Zc

     Iˆ1 VˆAB · ˆ = I2 VˆBC

cuja forma compacta ´e: Z·I =V e sua solu¸c˜ao ´e dada por: I = Z−1 · V = Y · V Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

73 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 1

Tomando os valores num´ericos das impedˆ ancias da carga, a matriz Y fica:   7,0 ∠4,63◦ 4,3 ∠ (−55,63◦ ) −1 −3 Y = Z = 10 · S 4,3 ∠ (−55,63◦ ) 11,8 ∠ (−19,60◦ )

O vetor de correntes de malha I vale: √       Iˆ1 100 3 ∠30◦ 0,46 ∠35◦ √ I = ˆ =Y· A = 2,25 ∠ (−90,3◦ ) 100 3 ∠ (−90◦ ) I2

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

74 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 1

As correntes de linha s˜ ao obtidas a partir das correntes de malha: Carga A B Fonte C N

IˆA

a

Za

IˆB

Iˆ1

b

Zb

IˆC

Iˆ2

c

Zc

IˆA = Iˆ1 = 0,46 ∠35◦ A IˆB = Iˆ2 − Iˆ1 = 2,54 ∠ (−98,7◦ ) A IˆC = −Iˆ2 = 2,25 ∠89,7◦ A

n

As tens˜oes de fase na carga s˜ ao: Vˆan = Za IˆA = 46 ∠35◦ V Vˆbn = Zb IˆB = 127,2 ∠ (−151,8◦ ) V Vˆcn = Zc IˆC = 159,3 ∠134,7◦ V Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

75 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 1

A diferen¸ca de potencial entre os pontos n e N pode ser obtida com o aux´ılio da figura a seguir, na qual somente a fase A do circuito trif´asico ´e representada: Carga IˆA

A

Fonte

N

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

a

+

+

VˆAN

Vˆan



− −

VˆnN

EA611 – Cap´ıtulo 2

+

Za

n

76 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 1

Aplicando-se a lei das tens˜ oes de Kirchhoff ` a malha mostrada na figura anterior, obt´em-se: VˆnN = VˆAN − Vˆan = 100 ∠0◦ − 46 ∠35◦

= 67,6 ∠ (−23,1◦ ) V

Pode-se verificar que VˆnN pode tamb´em ser calculado por: VˆnN = VˆBN − Vˆbn ou por:

VˆnN = VˆCN − Vˆcn

bastando para isso representar as malhas das fases B ou C do circuito trif´asico de forma semelhante ao que foi feito para a fase A Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

77 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 1

O diagrama fasorial das tens˜ oes para o circuito ´e: c≡C

VˆCA Vˆcn

VˆCN VˆBC VˆBN

Escala:

VˆAN

N

a≡A

VˆnN n

VˆAB

V:

1  – 12,5 V

Vˆan

Vˆbn

b≡B Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

78 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 2

Para cargas equilibradas, o ponto neutro da carga n est´a no mesmo potencial do ponto neutro da fonte N c≡C

Para cargas desequilibradas, o neutro ao ao da carga n desloca-se em rela¸c˜ neutro da fonte N. Este deslocamento foi verificado no exemplo anterior:

VˆCA Vˆcn

VˆCN VˆBC VˆBN

Escala:

VˆAN

N

a≡A

VˆnN

V:

1  – 12,5 V

Vˆan n

VˆAB Vˆbn

b≡B

O m´etodo do deslocamento de neutro baseia-se em obter primeiramente a diferen¸ca de potencial entre os pontos neutros e, em seguida, as demais tens˜ oes e correntes Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

79 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 2

Considere novamente: Carga IˆA

A

Fonte

a

+

+

VˆAN

Vˆan

− N

Za

− −

VˆnN

+

n

VˆAN = Vˆan + VˆnN

(4)

Como Vˆan = Za IˆA : VˆAN − VˆnN VˆAN − VˆnN = = Ya VˆAN − Ya VˆnN IˆA = Za 1/Ya Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

80 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 2

Procedimento semelhante para as fases B e C leva a: IˆB = Yb VˆBN − Yb VˆnN IˆC = Yc VˆCN − Yc VˆnN Como a soma das trˆes correntes de linha ´e igual a zero, tem-se:       ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ Ya VAN − Ya VnN + Yb VBN − Yb VnN + Yc VCN − Yc VnN = 0 que fornece, finalmente, a tens˜ ao entre os pontos n e N: Ya VˆAN + Yb VˆBN + Yc VˆCN VˆnN = Ya + Yb + Yc Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

(5)

81 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 2

Pode-se ent˜ao obter facilmente as tens˜ oes de fase na carga:

Vˆan = VˆAN − VˆnN Vˆbn = VˆBN − VˆnN Vˆcn = VˆCN − VˆnN Verifica-se que:  1  VˆnN = − · Vˆan + Vˆbn + Vˆcn 3 Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

82 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 2

      Os termos Ya VˆAN , Yb VˆBN e Yc VˆCN da equa¸c˜ao (5) s˜ao iguais `as correntes de linha nas fases A, B e C caso houvesse conex˜ao entre os pontos n e N Portanto, pode-se escrever: Iˆ′ + IˆB′ + IˆC′ IˆN′ VˆnN = A =− Ya + Yb + Yc Ya + Yb + Yc ao as correntes de linha e de neutro caso os em que IˆA′ , IˆB′ , IˆC′ e IˆN′ s˜ pontos n e N estivessem conectados

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

83 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 2

 Exemplo

Carga IˆA

A

IˆB

B

Considere novamente o circuito:

Fonte

IˆC

C

+ N 100 V

IˆN



a

Za

b

Zb

c

Zc

n

chave aberta

Ya = 1/Za = 0,01 S Yb = 1/Zb = 0,02 ∠53,13◦ S Yc = 1/Zc = 0,0141 ∠ (−45◦ ) S Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

84 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 2

A tens˜ao entre os pontos neutros da carga n e da fonte N vale: VˆnN =

1

· [0,01 · 100 ∠0◦ + 0,01 + + 0,0141 ∠ (−45◦ ) 0,02 ∠53,13◦ · 100 ∠ (−120◦ ) + 0,0141 ∠ (−45◦ ) · 100 ∠120◦ ] 0,02 ∠53,13◦

= 67,6 ∠ (−23,1◦ ) V As tens˜oes de fase s˜ao:

Vˆan = VˆAN − VˆnN = 100 ∠0◦ − 67,6 ∠ (−23,1◦ ) = 46 ∠35◦ V Vˆbn = VˆBN − VˆnN = 100 ∠ (−120◦ ) − 67,6 ∠ (−23,1◦ ) Vˆcn

= 127,2 ∠ (−151,8◦ ) V = VˆCN − VˆnN = 100 ∠120◦ − 67,6 ∠ (−23,1◦ ) = 159,3 ∠134,7◦ V

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

85 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 2

Finalmente, pode-se calcular as correntes de linha: IˆA = Vˆan /Za = 0,46 ∠35◦ A IˆB = Vˆbn /Zb = 2,54 ∠ (−98,7◦ ) A IˆC = Vˆcn /Zc = 2,25 ∠89,7◦ A A utiliza¸c˜ao do m´etodo do deslocamento de neutro resulta em uma quantidade menor de c´alculos.



Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

86 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 2

Veja aqui [PDF] a an´alise de um circuito com carga desequilibrada em Y sem neutro utilizando o teorema da superposi¸c˜ao

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

87 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 2

 Exemplo TV 200 W

A instala¸c˜ao residencial j´a mostrada anteriormente ´e mostrada novamente a seguir em outro instante, em que a geladeira, o chuveiro e o aparelho de TV est˜ao ligados:

A

30 A

IˆA

B

30 A

IˆB

C

30 A

IˆC

IˆTV

+

220 V



IˆN

N

Y

X Iˆge

Iˆge Geladeira 900 W fp = 0,9 ind.

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

IˆTV

EA611 – Cap´ıtulo 2

Iˆch

Iˆch Chuveiro 4000 W

88 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 2

Apresentar o diagrama fasorial das tens˜ oes ap´ os: 1

o rompimento do condutor neutro no ponto X;

2

o rompimento do condutor neutro no ponto Y.

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

89 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 2

´ necess´ario obter informa¸c˜ E oes sobre a opera¸c˜ ao de cada equipamento antes do rompimento do condutor neutro para depois analisar as suas consequˆencias. Inicialmente, verifica-se que: a geladeira e o chuveiro operam nas mesmas condi¸c˜oes mostradas anteriormente, ou seja: Sge = 1 ∠25,8◦ kVA Sch = 4 ∠0◦ kVA a potˆencia complexa no aparelho de TV ´e igual a (considera-se a TV como sendo uma carga resistiva): STV = 200 ∠0◦ VA Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

90 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 2

O rompimento do condutor neutro n˜ ao afeta as condi¸c˜oes de opera¸c˜ao de equipamentos que estejam conectados entre fases, como ´e o caso do chuveiro, pois considera-se que as tens˜ oes fornecidas pela companhia distribuidora s˜ao equilibradas e independem da carga conectada. Por outro lado, as condi¸c˜oes de opera¸c˜ ao de equipamentos conectados entre uma fase e o neutro podem ser fortemente afetadas, dependendo da localiza¸c˜ao do rompimento. No caso particular do rompimento no ponto X, observa-se na figura que o ponto neutro da geladeira e da TV passam a n˜ ao estar no mesmo potencial do neutro da companhia distribuidora. Portanto, ´e necess´ario calcular as tens˜ oes aplicadas sobre cada um desses equipamentos ap´ os o rompimento. Essas tens˜ oes podem ser obtidas utilizando o m´etodo do deslocamento de neutro. Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

91 / 130

PSfrag TV 200 W

A

30 A

IˆA

B

30 A

IˆB

C

30 A

IˆC

IˆTV

+

B

ZTV

30 A

n

220 V



IˆN

N

A IˆTV

30 A

C

Y

X Iˆge

Iˆge Geladeira 900 W fp = 0,9 ind.

Iˆch

30 A

Iˆch Chuveiro 4000 W

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

N

EA611 – Cap´ıtulo 2

Zge

92 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 2

Impedˆancias dos equipamentos de interesse:

Zge = ZTV =

∗ 2 Vˆge Vˆge Vge Vˆge 1272 = 16,13 ∠25,8◦ Ω = ∗ = = ◦) ∗ ˆ ˆ ˆ S 1000 ∠ (−25,8 Ige Ige Vge ge 2 VTV 1272 = 80,65 ∠0◦ Ω = ∗ STV 200 ∠0◦

Tens˜ ao entre o neutro das cargas e o neutro da fonte: YTV VˆAN + Yge VˆCN VˆnN = YTV + Yge Zge VˆAN + ZTV VˆCN = 107,9 ∠ (−135,66◦ ) V = Zge + ZTV Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

93 / 130

Tens˜ oes entre as fases e o neutro das cargas: VˆAn = VˆAN − VˆnN = 185,9 ∠85,78◦ V VˆBn = VˆBN − VˆnN = 217,65 ∠20,27◦ V VˆCn = VˆCN − VˆnN = 37,17 ∠ (−68,43◦ ) V O rompimento do condutor neutro pode resultar em tens˜oes muito altas ou baixas sobre os equipamentos. Como consequˆencia, estes podem operar de forma inadequada, ou mesmo sofrer danos. Neste caso em particular, o aparelho de TV ficar´ a sujeito a uma tens˜ao maior que a nominal (fase A), que poder´ a danific´ a-la. A tens˜ao de alimenta¸c˜ao da geladeira ser´ a muito baixa (fase C ), e o seu motor n˜ao funcionar´a nessas condi¸c˜oes.

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

94 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 2

Diagrama fasorial: A

VˆAB VˆAN VˆAn

VˆCA VˆnN

N

Escala: B

V:

1  – 15 V

VˆCN VˆBn

n

VˆBN

VˆBC

VˆCn C Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

95 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 2

O rompimento do condutor neutro no ponto Y afeta somente a opera¸c˜ao do aparelho de TV, pois o ponto neutro da geladeira continua conectado ao ponto neutro da companhia distribuidora. O circuito utilizado para o c´ alculo do deslocamento de neutro ´e:

A

30 A

B

30 A

C

30 A

ZTV

n

N

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

96 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 2

A tens˜ao entre o neutro da carga e o neutro da fonte ´e calculada por: YTV VˆAN VˆnN = = VˆAN = 127 ∠120◦ V YTV As tens˜oes entre as fases e o ponto neutro s˜ ao: VˆAn = VˆAN − VˆnN = 0 VˆBn = VˆBN − VˆnN = 220 ∠ (−30◦ ) V VˆCn = VˆCN − VˆnN = 220 ∠ (−90◦ ) V Portanto, o ponto n est´a sob o mesmo potencial que o ponto A.

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

97 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 2

Diagrama fasorial das tens˜ oes: A≡n

VˆAB = −VˆBn VˆAN = VˆnN VˆCA = VˆCn

N

VˆBN

Escala: B

V:

1  – 15 V

VˆCN VˆBC

C

A aplica¸c˜ao da lei das correntes de Kirchhoff para o ponto n resulta em uma corrente nula na fase A. Como consequˆencia, conclui-se que n˜ao h´a tens˜ ao aplicada sobre o equipamento.

 Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

98 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 2

 Exemplo ´ poss´ıvel explorar as caracter´ısticas das cargas desequilibradas em estrela E sem neutro para determinar a sequˆencia de fases de um determinado circuito trif´asico. Considere o circuito a seguir, em que uma fonte de tens˜ ao trif´asica de 220 V de linha alimenta uma carga trif´asica desequilibrada em estrela sem neutro. Carga A B

R

b

ZR

c

R

+

Fonte C N

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

a

220 V



chave trif´ asica

EA611 – Cap´ıtulo 2

n

99 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 2

Os elementos que comp˜oem a carga s˜ ao: R : 200 Ω, 200 W Z : 127 V, 100 W, 50% atrasado Mostre que a sequˆencia de fases ser´ a dada por: (resistor com MAIOR tens˜ ao, reator, resistor com MENOR tens˜ao)

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

100 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 2

Potˆencia complexa do reator: SR =

PR 100 ∠ cos−1 (fp) = ∠ cos−1 (0,5) = 200 ∠60◦ VA fp 0,5

Impedˆancia do reator: ZR =

VR2 1272 = 80,6450 ∠60◦ Ω = SR∗ 200 ∠ (−60◦ )

Considerando que a sequˆencia de fases seja ABC, as tens˜oes de fase fornecidas pela fonte ser˜ao: VˆAN = 127 ∠0◦ V VˆBN = 127 ∠ (−120◦ ) V VˆCN = 127 ∠120◦ V Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

101 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 2

Tens˜ ao entre os pontos neutros da carga e da fonte: Ya VˆAN + Yb VˆBN + Yc VCN VˆnN = Ya + Yb + Yc VˆAN /R + VˆBN /ZR + VˆCN /R = = 70,74 ∠ (−170,08◦ ) V 2/R + 1/ZR Tens˜ oes de fase sobre carga s˜ ao: VˆAn = 197,1 ∠3,5◦ V VˆBn = 98 ∠ (−86,4◦ ) V VˆCn = 122,3 ∠87,1◦ V

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

102 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 2

A tens˜ao sobre o resistor da fase A ´e maior que a tens˜ao sobre o resistor da fase C . Assim, se ao ser ligada a chave trif´ asica a tens˜ ao da fase A for maior que a tens˜ ao da fase C , a sequˆencia ABC assumida est´ a correta. Caso contr´ario, a sequˆencia ser´a ACB. Este teste tamb´em pode ser feito substituindo-se os resistores por duas lˆ ampadas idˆenticas. Neste caso, a sequˆencia de fases ser´a dada por: (lˆampada que brilha MAIS, reator, lˆ ampada que brilha MENOS)



Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

103 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 2

 Exerc´ıcio Considere o circuito a seguir, para o qual o ponto neutro da carga ´e conectado ao neutro da fonte atrav´es de uma impedˆ ancia Zn . Verifique que a tens˜ao de deslocamento de neutro ´e dada por: Carga IˆA

A

Ya VˆAN + Yb VˆBN + Yc VˆCN VˆnN = Yn + Ya + Yb + Yc

IˆB

B Fonte

IˆC

C

+ N 100 V



a

Za

b

Zb

c

Zc

n IˆN Zn n′

 Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

104 / 130

Circuitos desequilibrados / Carga desequilibrada em estrela (Y) sem neutro / M´etodo 2

Carga Trif´asica em Estrela Desequilibrada [V´ıdeo]

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

105 / 130

Transforma¸c˜ oes Y-∆ e ∆-Y

A resolu¸c˜ao de circuitos trif´ asicos eventualmente pode ser facilitada se cargas em Y forem transformadas em cargas em ∆ equivalentes ou vice-versa, a fim de serem associadas com outras impedˆancias (em s´erie ou em paralelo) IˆA

A

IˆB

B Fonte

IˆC

C

a b c

Carga Y ou ∆?

+ N

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

100 V



EA611 – Cap´ıtulo 2

106 / 130

Transforma¸c˜ oes Y-∆ e ∆-Y

Considere os circuitos mostrados a seguir, nos quais uma fonte de tens˜ao monof´asica est´ a conectada entre as fases A e B de uma carga trif´asica em Y e uma em ∆:



a

Za

b

Zb

a

n c

Zc

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)



b

Zca c

EA611 – Cap´ıtulo 2

Zab Zbc

107 / 130

Transforma¸c˜ oes Y-∆ e ∆-Y

No caso da carga em Y, a impedˆ ancia vista pela fonte ser´a igual a: ZYeq = Za + Zb No caso da carga em ∆, tem-se:

eq Z∆ = Zab // (Zbc + Zca )

=

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

Zab · (Zbc + Zca ) (Zab + Zbc + Zca )

EA611 – Cap´ıtulo 2

108 / 130

Transforma¸c˜ oes Y-∆ e ∆-Y

Para que as duas cargas trif´ asicas (em Y e em ∆) sejam equivalentes, as impedˆancias vistas pela fonte devem ser iguais, ou seja: eq ZYeq = Z∆ Zab Zbc + Zab Zca Za + Zb = Zab + Zbc + Zca

(6)

Conectando a fonte de tens˜ ao monof´ asica entre as fases B e C , e depois entre C e A, obt´em-se as seguintes rela¸c˜ oes entre as impedˆancias: Zbc Zca + Zbc Zab Zab + Zbc + Zca Zca Zab + Zca Zbc Zc + Za = Zab + Zbc + Zca

Zb + Zc =

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

(7) (8) 109 / 130

Transforma¸c˜ oes Y-∆ e ∆-Y

Somando as equa¸c˜oes (6) e (8) membro a membro, obt´em-se: 2Za + Zb + Zc =

Zab Zbc + 2Zab Zca + Zca Zbc Zab + Zbc + Zca

(9)

Subtraindo a equa¸c˜ao (7) da equa¸c˜ ao (9), chega-se a: Za =

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

Zab Zca Zab + Zbc + Zca

EA611 – Cap´ıtulo 2

(10)

110 / 130

Transforma¸c˜ oes Y-∆ e ∆-Y

Atrav´es de procedimento semelhante, pode-se obter as express˜ oes das impedˆancias das fases B e C , resultando em:

Y⇐∆

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

Za =

Zab Zca Zab + Zbc + Zca

(11)

Zb =

Zbc Zab Zab + Zbc + Zca

(12)

Zc =

Zca Zbc Zab + Zbc + Zca

(13)

EA611 – Cap´ıtulo 2

111 / 130

Transforma¸c˜ oes Y-∆ e ∆-Y

Atrav´es das equa¸c˜oes (11), (12) e (13) pode-se realizar a transforma¸c˜ao ∆-Y, ou seja, a transforma¸c˜ ao de uma carga conectada em ∆ em uma carga equivalente conectada em Y Considere o caso particular de uma carga equilibrada conectada em ∆, ou seja: Zab = Zbc = Zca = Z∆ De (11), (12) e (13): Z∆ 3 ou seja, a impedˆancia da carga equivalente em Y ´e igual a um ter¸co da carga original em ∆ ZY =

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

112 / 130

Transforma¸c˜ oes Y-∆ e ∆-Y

A transforma¸c˜ao Y-∆ ´e obtida utilizando as equa¸c˜oes (11), (12) e (13), realizando a seguinte opera¸c˜ ao:

Za Zb + Zb Zc + Zc Za =

2 Z Z + Z Z2 Z + Z Z Z2 Zab ab bc ca bc ca ab bc ca

(Zab + Zbc + Zca )2 Zab Zbc Zca = Zab + Zbc + Zca Zbc Zca = Zab · Zab + Zbc + Zca = Zab Zc

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

113 / 130

Transforma¸c˜ oes Y-∆ e ∆-Y

Logo:

∆⇐Y Za Zb + Zb Zc + Zc Za Zc

(14)

Zbc =

Za Zb + Zb Zc + Zc Za Za

(15)

Zca =

Za Zb + Zb Zc + Zc Za Zb

(16)

Zab = Para as outras fases tem-se:

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

114 / 130

Transforma¸c˜ oes Y-∆ e ∆-Y

Atrav´es das equa¸c˜oes (14), (15) e (16) pode-se realizar a transforma¸c˜ao Y-∆, ou seja, a transforma¸c˜ ao de uma carga conectada em Y em uma carga equivalente conectada em ∆. Considere o caso particular de uma carga equilibrada conectada em Y, ou seja: Za = Zb = Zc = ZY De (14), (15) e (16): Z∆ = 3 ZY ou seja, a impedˆancia da carga equivalente em ∆ ´e igual a trˆes vezes a carga original em Y Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

115 / 130

Transforma¸c˜ oes Y-∆ e ∆-Y

 Exemplo Uma fonte trif´asica de 220 V de linha alimenta duas cargas trif´asicas em paralelo, como mostra a figura a seguir. Calcular as correntes de linha fornecidas pela fonte. N C

+

IˆC

Fonte B

220 V

IˆB



A

200 Ω

400 Ω

Carga 1

100 Ω

IˆA

n Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

100 Ω 200 Ω

Carga 2

400 Ω 116 / 130

Transforma¸c˜ oes Y-∆ e ∆-Y

Considerando a tens˜ao de linha entre as fases A e B como referˆencia angular, pode-se especificar as tens˜ oes fornecidas pela fonte: VˆAB = 220 ∠0◦ V VˆBC = 220 ∠ (−120◦ ) V VˆCA = 220 ∠120◦ V

VˆAN = 127 ∠ (−30◦ ) V VˆBN = 127 ∠ (−150◦ ) V VˆCN = 127 ∠90◦ V

As correntes de linha fornecidas pela fonte podem ser obtidas de duas maneiras: (a) calculando as correntes de linha fornecidas a cada carga individualmente e depois somando-as para obter a corrente total, ou (b) obtendo a impedˆancia equivalente e calculando diretamente a corrente total.

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

117 / 130

Transforma¸c˜ oes Y-∆ e ∆-Y

A carga 1 ´e desequilibrada e est´ a ligada em Y sem neutro. As admitˆancias por fase valem: Ya = 0,0100 S Yb = 0,0050 S Yc = 0,0025 S A tens˜ao entre os pontos neutros da carga e da fonte ´e calculada por: Ya VˆAN + Yb VˆBN + Yc VˆCN VˆnN = Ya + Yb + Yc 0,01 · 127 ∠ (−30◦ ) + 0,005 · 127 ∠ (−150◦ ) + 0,0025 · 127 ∠90◦ = 0,01 + 0,005 + 0,0025 = 48 ∠ (−49,1◦ ) V

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

118 / 130

Transforma¸c˜ oes Y-∆ e ∆-Y

As tens˜oes de fase sobre a carga 1 s˜ ao: VˆAn = VˆAN − VˆnN = 83,14 ∠ (−19,11◦ ) V VˆBn = VˆBN − VˆnN = 144 ∠ (−169,11◦ ) V VˆCn = VˆCN − VˆnN = 166,28 ∠100,89◦ V As correntes de linha pela carga 1 s˜ ao: IˆA1 = VˆAn /Za = 0,83 ∠ (−19,11◦ ) A IˆB1 = VˆBn /Zb = 0,72 ∠ (−169,11◦ ) A IˆC1 = VˆCn /Zc = 0,42 ∠100,89◦ A

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

119 / 130

Transforma¸c˜ oes Y-∆ e ∆-Y

A carga 2 tamb´em ´e desequilibrada e est´ a ligada em ∆. As correntes de fase valem: 2 = VˆAB /Zab = 1,1 ∠0◦ A IˆAB 2 IˆBC = VˆBC /Zbc = 2,2 ∠ (−120◦ ) A Iˆ2 = VˆCA /Zca = 0,55 ∠120◦ A CA

As correntes de linha s˜ao: 2 2 = 1,46 ∠ (−19,11◦ ) A − IˆCA IˆA2 = IˆAB 2 2 = 2,91 ∠ (−139,11◦ ) A − IˆAB IˆB2 = IˆBC Iˆ2 = Iˆ2 − Iˆ2 = 2,52 ∠70,89◦ A C

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

CA

BC

EA611 – Cap´ıtulo 2

120 / 130

Transforma¸c˜ oes Y-∆ e ∆-Y

Finalmente, as correntes de linha fornecidas pela fonte s˜ao iguais a: IˆA = IˆA1 + IˆA2 = 2,29 ∠ (−19,11◦ ) A IˆB = IˆB1 + IˆB2 = 3,55 ∠ (−144,93◦ ) A IˆC = Iˆ1 + Iˆ2 = 2,89 ∠75,06◦ A C

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

C

EA611 – Cap´ıtulo 2

121 / 130

Transforma¸c˜ oes Y-∆ e ∆-Y

A figura a seguir mostra o mesmo circuito, por´em, com a carga 1 transformada em uma carga equivalente conectada em ∆: N C

+

IˆC

Fonte B

220 V

IˆB



A IˆA

Carga 1

eq Zbc

eq Zab

eq Zca

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

100 Ω 200 Ω

Carga 2

400 Ω

122 / 130

Transforma¸c˜ oes Y-∆ e ∆-Y

Verifica-se que a impedˆancia de 100 Ω da carga 2 est´ a em paralelo com eq Zbc da carga 1, j´a que sobre ambas ´e aplicada a tens˜ ao VˆBC . Da mesma forma, a impedˆ ancia de 200 Ω da carga 2 est´a em paralelo com eq Zab da carga 1 e a impedˆancia de 400 Ω da carga 2 est´a em paralelo com eq da carga 1. Zca Assim, ´e poss´ıvel obter uma carga trif´ asica em ∆ vista pela fonte, que ´e resultado da associa¸c˜ao em paralelo das cargas 1 (transformada) e 2. Por outro lado, se a carga 2 fosse substitu´ıda por sua impedˆancia equivalente em Y, esta seria tamb´em desequilibrada. Como em geral os pontos neutros das cargas 1 e 2 equivalente estariam em potenciais diferentes, n˜ao estariam de fato em paralelo.

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

123 / 130

Transforma¸c˜ oes Y-∆ e ∆-Y

A transforma¸c˜ao da carga 1 em ∆ fornece: Za Zb + Zb Zc + Zc Za = 350 Ω Zc Za Zb + Zb Zc + Zc Za = 1400 Ω = Za Za Zb + Zb Zc + Zc Za = = 700 Ω Zb

1 Zab = 1 Zbc 1 Zca

A carga vista pela fonte ´e: 2 1 f = 127,27 Ω //Zab = Zab Zab 2 1 f = 93,33 Ω //Zbc = Zbc Zbc f 1 2 Zca = Zca //Zca = 254,55 Ω Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

124 / 130

Transforma¸c˜ oes Y-∆ e ∆-Y

As correntes de fase valem: f = 1,73 ∠0◦ A IˆAB = VˆAB /Zab f = 2,36 ∠ (−120◦ ) A IˆBC = VˆBC /Zbc f IˆCA = VˆCA /Zca = 0,86 ∠120◦ A

Finalmente, as correntes de linha s˜ ao iguais a: IˆA = IˆAB − IˆCA = 2,29 ∠ (−19,11◦ ) A IˆB = IˆBC − IˆAB = 3,55 ∠ (−144,93◦ ) A IˆC = IˆCA − IˆBC = 2,89 ∠75,06◦ A Observa-se que a quantidade de c´ alculos ´e menor no segundo caso.

 Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

125 / 130

Exerc´ıcios propostos

G. Barreto, C.A. Castro, C.A.F. Murari, F. Sato, Circuitos de corrente alternada: fundamentos e pr´ atica, Oficina de Textos, 2012 – cap´ıtulo 6. C.A. Castro, M.R. Tanaka, Circuitos de corrente alternada – um curso introdut´ orio, Unicamp, 1995 – cap´ıtulo 4.

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

126 / 130

Referˆencias

P. Cardieri, notas de aula de EA611, FEEC/UNICAMP. M.C.D. Tavares, notas de aula de EA611, FEEC/UNICAMP. H. Sette,Vantagens do sistema trif´ asico,

http://www.etelj.com.br/etelj/artigos/Vantagens do Sistema Trifasico.pdf. C.A. Castro, M.R. Tanaka, Circuitos de corrente alternada – um curso introdut´ orio, Unicamp, 1995. F.V. Gomes, Circuitos Trif´ asicos Equilibrados e Desequilibrados, UFJF, 2012. G. Barreto, C.A. Castro, C.A.F. Murari, F. Sato, Circuitos de corrente alternada: fundamentos e pr´ atica, Oficina de Textos, 2012. ´ R.O. Albuquerque, Circuitos em corrente alternada, 6a. edi¸c˜ ao, Erica, 1997. Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

127 / 130

Apˆendice

Outra forma de visualizar a gera¸c˜ ao de tens˜ oes trif´asicas ´e apresentada a seguir5 Considere novamente o gerador mostrado a seguir b′

c

N I

a

I

a′

ω S c′ 5

b

´ Baseada em R.O. Albuquerque, Circuitos em corrente alternada, 6a. edi¸c˜ ao, Erica, 1997.

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

128 / 130

Apˆendice

As tens˜oes geradas nas trˆes bobinas s˜ ao:

vaa′ (t) vbb′ (t) vcc ′ (t)

ωt [rad] 2π 3

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

4π 3

EA611 – Cap´ıtulo 2



129 / 130

Apˆendice

Se impedˆancias de carga s˜ ao conectadas a cada bobina:

Carlos A. Castro (DSE/FEEC/UNICAMP)

EA611 – Cap´ıtulo 2

130 / 130

Related Documents

Cap 02
December 2019 16
Cap 02
July 2020 11
Cap 02
November 2019 17
Cap 02 - Slides.pdf
May 2020 5
Noise Cap 02
April 2020 9

More Documents from ""