Blood on the Fields Uma Oratória Americana por Wynton Marsalis
Wynton Marsalis Estreado em 1994 esta obra de Marsalis foi gravada em 1995 e em 1997 obteve o reconhecimento internacional com a atribuição do Prémio Pulitzer para Música. Foi a primeira vez que uma obra de jazz obteve esta distinção. Aos 32 anos, e após encomenda da Jazz at the Lincoln Center, Marsalis compôs aquela que foi a sua primeira grande composição para um ensemble de 3 cantores e 14 jovens músicos.
Cantores Apesar da Big Band são os cantores que têm papel de destaque quer pela importância na narrativa quer pelas i n t e r p re t a ç õ e s q u e e n f a t i z a m a s subtilezas do libreto como das melodias.
Cassandra Wilson
Miles Griffith
Jon Hendricks
A Escravatura •“Blood
on the Fields” conta a história de dois negros (Jesse e Leona) tornados escravos e levados para o sul dos ainda incipientes Estados Unidos.
•Jesse é um príncipe e Leona uma plebeia tornados iguais no infortúnio.
•Ironia
- Jesse era dono de escravos situação que servia de indicativa do seu estatuto social “Iʼm a prince my heart is stone/ Could not count the slaves Iʼve owned”
•Jesse
não conhece a compaixão nem a humildade e quando Leona lhe salva a vida é incapaz de lhe mostrar um mínimo de gratidão.
•Leona
é escrava de facto e também dos seus sentimentos pois encontra-se enamorada do seu príncipe.
•Mais
tarde após várias tentativas de fuga Jesse (com a ajuda de Leona, de Juba e dos castigos severos que recebe) apreende o significado da liberdade, da humildade e da amizade.
“Who ain’t a slave” Herman Melvin in Moby Dick
Move Over O inicio da obra acontece num barco que transporta os “recem-escravizados” para a terra das oportunidades. Se há uma influência lusitana no jazz essa pode ser resultante de muitas das embarcações que procediam ao tráfico de escravos serem de origem portuguesa. “Take us back home, far, far away, think I hear They’re playing proudly, pounding, Pain and evil all around me O-over Come closer, touch me, someone move over now.”
A desumanização como primeira forma de agrilhoamento do espirito e da alma “What a great day for shopping... Soul for Sale” “I like my negroes real simple but plentiful of feeling... I call that stealing!”
Plantation March • • • •
Mão de obra escrava Desejo de liberdade Terra estranha Ritmos e temas musicais inspirados nas raízes do jazz
As relações de castas e o amor proibido A ausência de liberdade perante o desejo não correspondido Diferentes niveis de escravidão “...I thirst for romance to give me back my body Night falls, come little romance...”
A fuga O improviso sobre uma temática harmónica que se vai tornando mais aguda e mais complexa.
A RELIGIÃO E A LIBERDADE “Oh we have a friend in Jesus He teaches us forgiveness And a friend I need Lord Jesus, To ease this pain of mine Soon he will come Free his children Come to us now Jesus will show us the way home”
A HUMILDADE E O DESEJO DE APRENDER Três passos para a liberdade Amas esta nova terra, cantar com “alma” e escolher um novo nome.
“...If a man is a prince then he too a slave can be.” “I’m no slave / Not no prince / Just a man, a lonely man / No More!” “ Soul is the giving without want”
A liberdade que se conquista nem smpre é fácil.
Obrigado