SEMIÓTICA TRIÁDICA CHARLES SANDERS
PEIRCE Filósofo e matemático estadunidense (1839-1914)
A SEMIOSE Para Peirce, o importante não é o signo – tal como em Saussure - mas a situação signíca, que ele chama de semiose. interpreta Interpre nte
represen tamen
tante
semiose
A FUNÇÃO-SIGNO É TRIÁDICA objeto
A SEMIOSE Semiose: ação ou influência que é ou implica na cooperação de três sujeitos (subjetcs – que é melhor traduzido, segundo Verón, em suporte – são suportes do processo semiótico) e que não é redutível de maneira alguma a pares.
interpreta Interpre nte
represen tamen
tante
semiose
objeto
A SEMIOSE Logo, a função do signo consiste, para Peirce, em uma situação triádica, que tem por suportes: OBJETO: aquilo que é representado, tudo que é citável. REPRESENTÂMEN: base que fundamenta a representação, um signo-veículo (significante). INTERPRETANTE: é algo assemelhado ao significado; outro signo que faz a conexão interpretativa entre a representação material e seu referente (objeto). É o que consegue ler/decifrar o signo.
A SEMIOSE “um signo se dirige à alguém, isto é, cria na mente dessa pessoa um signo equivalente, ou talvez um signo mais desenvolvido. Chamo o signo assim criado o interpretante do primeiro signo” (apud NOTH, 1995, p.74)
OS SIGNOS Signo: tudo aquilo que exerce a função de estar no lugar de outra coisa, representando-a. Peirce entende cada elemento como signo inserido em um processo de semiose infinita. CADEIRA: REPRESENTANTE = a representação da cadeira OBJETO = a cadeira em si / o conceito de cadeira INTERPRETANTE = o modo como relacionamos o objeto com a coisa representada
A SEMIOSE Em relação a Saussure: REPRESENTÂMEN = signo/significante OBJETO = conceito (da ordem do pensamento) INTERPRETANTE = significação do signo Para Peirce não há signo fora da situação de semiose, já para Saussure havia significante fora dela. “nada é signo se não é interpretado como signo” (Peirce)
SEMIOSE • SINTETIZANDO: para que um signo represente um objeto é preciso que o sujeito crie na sua mente esse signo que seja a relação dos dois primeiros (signo e seu objeto); este terceiro signo é o INTERPRETANTE.
REPRESENTÂMEN (SIGNO)
(SIGNO: RELAÇÃO ENTRE OS OUTROS DOIS)
OBJETO
INTERPRETANTE
Correspondência sistemática das reflexões de Frege e Peirce, no que concerne ao modelo fundamental de sentido
FR
ELEMENTOS FORMAIS DA CONSCIÊNCIA PEIRCE DIFERE PENSAMENTO (CONSCIÊNCIA) DE PENSAMENTO RACIONAL (QUALIDADES GENÉTICAS)
ELEMENTOS FORMAIS DA CONSCIÊNCIA Peirce dizia que tudo o que parece consciência, consciência deriva de três propriedades que correspondem aos três elementos formais de qualquer experiência: experiência Qualidade (Primeiridade) Relação (Reação - Secundidade) Representação (Mediação - Terceiridade)
PRIMEIRIDADE Refere-se a tudo que está presente à consciência naquele instante (impressão, sentimento). Categoria do “desprevenido”, da primeira impressão. O primeiro (primeiridade) é presente e imediato, ele é original, espontâneo, precede toda síntese e toda diferenciação. diferenciação A qualidade da consciência, na sua imediaticidade, é tão tenra que mal podemos tocá-la sem estragá-la. estragá-la
SECUNDIDADE Consiste no conflito da consciência com o fenômeno, buscando entendê-lo. Onde quer que haja um fenômeno, há uma qualidade (sua primeiridade). Mas a qualidade é apenas uma parte do fenômeno; para existir, a qualidade tem que estar encarnada numa matéria. matéria
O fato de existir (secundidade) está nessa corporificação material.
TERCEIRIDADE Primeiridade é a categoria que da à experiência sua qualidade distintiva (sentimento). Secundidade é o que dá à experiência seu caráter factual/material.
Terceiridade corresponde à camada de inteligibilidade, através da qual representamos e interpretamos o mundo.
TERCEIRIDADE EXEMPLO: AZUL POSITIVO: a impressão do azul (PRIMEIRIDADE). AZUL ENCARNADO NO CÉU: o aqui e agora (existência no tempo e no espaço) onde se encarna o azul (SECUNDIDADE) FRASE “O AZUL DO CÉU”: a laboração cognitiva, a síntese intelectual constitui a TERCEIRIDADE. TERCEIRIDADE TERCEIRIDADE: indivíduo conecta à frase sua experiência de vida, fornece à oração um contexto pessoal (elementos extra-textuais).
TERCEIRIDADE PRIMEIRIDADE: sensação de liberdade, paz. SECUNDIDADE: instante em que você percebe a experiência. Por exemplo, você sente que o sol está batendo no seu rosto. TERCEIRIDADE: sua interpretação de que deve ficar exposta ao sol ou sair de seu alcance.
ÍNDICE, ÍCONE E SÍMBOLO Para PEIRCE existem três tipos de signos:
ÍNDICE ÍCONE SÍMBOLO
PINHEIRO AMERICANO
ÍCONE ÍCONE: representa apenas uma parte da semiose na qual o representamen evidencia um ou mais aspectos qualitativos do objeto (imagens, diagramas). Semelhança entre representamen e objeto. Nem sempre um ícone exerce apenas essa função: ÍCONE E SÍMBOLO ÍCONE = semelhança entre a representação e o objeto SÍMBOLO = reconhecemos (por convenção) que ali há um banheiro do gênero que o boneco representa.
ÍNDICE ÍNDICE:
relações orgânicas de causalidade são típicas dessa categoria, onde o representamen indica (para) o objeto. Onde há fumaça, há fogo Nuvem escura indica chuva Pegada na areia é "indício" de quem passou
SÍMBOLO SÍMBOLO:
são arbitrários, no sentido de que são socialmente convencionados e mutáveis, mas não absolutamente acidentais (há homologias entre línguas). Não há semelhança entre representâmen e objeto = NÃO É ÍCONE O representâmen não indica o objeto = NÃO É ÍNDICE
SÍMBOLO cadeira - Brasil
chair - Inglaterra
O nome de um objeto qualquer – "cadeira" por exemplo – refere-se não só a uma cadeira em particular mas a uma idéia geral de "objeto composto de um assento sustentado a uma determinada distância do solo através de um ou mais pés e um encosto fixado angularmente em relação ao assento“, transcendendo a secundidade indiciática e/ou icônica em direção à categoria simbólica.