Aula 4

  • November 2019
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Identificação, análise e mapeamento de riscos associados a enchentes e inundações

ASPECTOS CONCEITUAIS ENCHENTE: Processo natural que ocorre nos cursos de água. Consiste na elevação temporária do nível d´água em um canal de drenagem ( rio, córrego, riacho, arroio, ribeirão) devida ao aumento da vazão ou descarga. INUNDAÇÃO: Fenômeno de extravasamento das águas do canal de drenagem para as áreas marginais (planície de inundação, várzea ou leito maior do rio) quando a enchente atinge cota acima do nível máximo da calha principal do rio.

Enchente: O aumento na vazão ou descarga de um curso d´água por certo período de tempo, que se reflete na variação do nível d´água ao longo do canal.

ASPECTOS CONCEITUAIS

ÁREA DE RISCO DE ENCHENTE E INUNDAÇÃO Área passível de ser atingida por processos de enchente e inundação. As pessoas que habitam essas áreas estão sujeitas a danos à integridade física, perdas materiais e patrimoniais. Normalmente, essas áreas correspondem a núcleos habitacionais de baixa renda (assentamentos precários).

ASPECTOS CONCEITUAIS As inundações podem ser classificadas em função da magnitude e da evolução. Em função da magnitude, as inundações, através de dados comparativos de longo, prazo, são classificadas em: -inundações excepcionais; - inundações de grande magnitude; -inundações normais ou regulares; -inundações de pequena magnitude. Em função da evolução, as inundações são classificadas em: -enchentes ou inundações graduais; - enxurradas ou inundações bruscas; - alagamentos; - inundações litorâneas provocadas pela brusca invasão do mar

ASPECTOS CONCEITUAIS Alagamentos •

São águas acumuladas no leito das ruas e nos perímetros urbanos por fortes precipitações pluviométricas, em cidades com sistemas de drenagem deficientes. Nos alagamentos o extravasamento das águas depende muito mais de uma drenagem deficiente, que dificulta a vazão das águas acumuladas, do que das precipitações locais.



O fenômeno relaciona-se com a redução da infiltração natural nos solos urbanos, a qual é provocada por: compactação e impermeabilização do solo; pavimentação de ruas e construção de calçadas, reduzindo a superfície de infiltração; construção adensada de edificações, que contribuem para reduzir o solo exposto e concentrar o escoamento das águas; desmatamento de encostas e assoreamento dos rios que se desenvolvem no espaço urbano; acumulação de detritos em galerias pluviais, canais de drenagem e cursos d’água; insuficiência da rede de galerias pluviais.

• • • • • •

ASPECTOS CONCEITUAIS Inundações enxurradas,

repentinas,

bruscas

ou

Acontecem pela presença de grande quantidade de água num curto espaço de tempo. Ocorrem em regiões de relevo acentuado, montanhoso. São freqüentes em rios de zonas montanhosas com bastante inclinação, vales profundos e muitas vezes as águas de chuva arrastam terra sem vegetação devido aos deslizamentos nas margens dos rios. A grande quantidade de água e materiais arrastados representam, à medida que escoam, grande poder destruidor. Chuvas fortes ou moderadas, mas duradouras (intensas), também podem originar inundações repentinas, quando o solo esgota sua capacidade de infiltração.

ASPECTOS CONCEITUAIS inundações litorâneas provocadas pela brusca invasão do mar Em cidades litorâneas, que se desenvolvem em cotas baixas, como Recife e cidades da Baixada Fluminense, a coincidência de marés altas contribui para agravar o problema.

PROCESSOS E CENÁRIOS DE RISCO CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO: Ocorre geralmente em anfiteatros de drenagem de relevo serrano;  Alta energia de impacto destrutivo;  Possibilidade alta de perda de vidas humanas;  Possibilidade de destruição total ou parcial de moradias.

Causas do processo As inundações têm como causa a precipitação anormal de água que, ao transbordar dos leitos dos rios, lagos, canais e áreas represadas, invade os terrenos adjacentes, provocando danos.

ASPECTOS QUE CONDICIONAM A OCORRÊNCIA DE ENCHENTES E INUNDAÇÕES 1) FATORES NATURAIS  PLUVIOMETRIA;  RELÊVO;  TAMANHO E FORMA DA BACIA;  GRADIENTE HIDRÁULICO DO RIO;  DINÂMICA DE ESCOAMENTO PLUVIAL.

2) FATORES ANTRÓPICOS  IMPERMEABILIZAÇÃO DOS TERRENOS;  OBRAS E INTERVENÇÕES ESTRUTURAIS DIVERSAS AO LONGO DOS CURSOS D’ÁGUA;  EROSÃO E ASSOREAMENTO.

ASPECTOS QUE CONDICIONAM A OCORRÊNCIA DE ENCHENTES E INUNDAÇÕES Fatores naturais e antrópicos • • • • •



saturação do lençol freático por antecedentes próximos, de precipitações continuadas; elevação dos leitos dos rios por assoreamento; redução da capacidade de infiltração do solo, causada por ressecamento, compactação e/ou impermeabilização; rompimento de barragens construídas com tecnologia inadequada (caso Muriaé); - estrangulamento de leitos de rios, provocado por desmoronamentos causados por terremotos ou deslizamentos relacionados com intemperismo. - drenagem deficiente de terrenos situados a montante de aterros, em estradas que cortem transversalmente vales de riachos;

Modificações no hidrograma pela impermeabilização da bacia

Outras causas de inundações... (não é o caso de MG ) • erupções vulcânicas em áreas de nevados; combinação de precipitações concentradas com períodos de marés muito elevadas; • invasão de terrenos deprimidos e dos leitos dos rios em áreas de rebaixamento geológico, por maremotos ou ressacas intensas; • degelo

EFEITOS ADVERSOS DE ENCHENTES E INUNDAÇÕES NO BRASIL EFEITOS DIRETOS:  MORTES;  DESTRUIÇÃO DE MORADIAS;  PERDAS ECONÔMICAS DIVERSAS;  GASTOS COM RECUPERAÇÃO.

EFEITOS INDIRETOS:  SURTOS DE LEPTOSPIROSE.

PROCESSOS E CENÁRIOS DE RISCO Principais Efeitos Adversos • • • •



Normalmente, as inundações provocam grandes danos materiais e, dependendo de sua violência, graves danos humanos. Quando extensas, as inundações destroem ou danificam plantações e exigem um grande esforço para garantir o salvamento de animais, especialmente bovinos, ovinos e caprinos. Em áreas densamente habitadas, podem danificar ou destruir habitações mal localizadas e pouco sólidas, bem como danificar móveis e outros utensílios domésticos. O desastre prejudica a atuação dos serviços essenciais, especialmente os relacionados com a distribuição de energia elétrica e com o saneamento básico, principalmente distribuição de água potável, disposição de águas servidas e de dejetos e coleta do lixo. Normalmente, o fluxo dos transportes e das comunicações telefônicas é prejudicado.



O alagamento de silos e armazéns causa danos às reservas de alimentos estocados.



As inundações também contribuem para intensificar a ocorrência de acidentes ofídicos e aumentar o risco de transmissão de doenças veiculadas pela água e pelos alimentos, por ratos (leptospirose), assim como a ocorrência de infecções respiratórias agudas (IRA).

PROCESSOS E CENÁRIOS DE RISCO Principais Efeitos Adversos

CENÁRIO DE RISCO DE INUNDAÇÃO DE TERRENOS DE BAIXADA

Possibilidade de ocorrência de óbitos, perdas materiais e patrimoniais diversas quando da ocorrência de inundação de terrenos de baixada ocupadas por assentamentos precários.

PROCESSOS E CENÁRIOS DE RISCO Principais Efeitos Adversos CENÁRIO DE RISCO DE INUNDAÇÃO DE TERRENOS DE BAIXADA

CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO:  inundação de extensas áreas de baixada associadas à planície de inundação dos rios;  dinâmica lenta de escoamento superficial;  o recuo das águas para o leito menor é relativamente lento;  é grande o número de moradias afetadas;  geralmente não ha registro de perda de vidas humanas;  nas baixadas litorâneas há o efeito da maré.

PROCESSOS E CENÁRIOS DE RISCO

CENÁRIO DE RISCO DE ENCHENTE ATINGINDO OCUPAÇÃO RIBEIRINHA

Possibilidade de ocorrência de óbitos, perdas materiais e patrimoniais diversas, pelo impacto direto das águas ou solapamento de taludes marginais, quando da ocorrência de processo de enchente, atingindo assentamentos precários associados à ocupação ribeirinha.

PROCESSOS E CENÁRIOS DE RISCO CENÁRIO DE RISCO DE ENCHENTE ATINGINDO OCUPAÇÃO RIBEIRINHA Características do Processo:  seus efeitos são restritos ao canal de drenagem;  processos de erosão e solapamento dos taludes marginais decorrentes da enchente;  impacto destrutivo em função da energia de escoamento;  possibilidade alta de destruição de moradias;  possibilidade moderada a alta de perda de vidas humanas.

PROCESSOS E CENÁRIOS DE RISCO

CENÁRIO DE RISCO DE ENCHENTE E INUNDAÇÃO COM ALTA ENERGIA DE ESCOAMENTO E CAPACIDADE DE TRANSPORTE DE MATERIAL SÓLIDO Possibilidade de ocorrência de óbitos, perdas materiais e patrimoniais diversas, pelo impacto direto das águas com alta energia de escoamento e transporte de material sólido (sedimentos, blocos de rocha, troncos de árvore) quando da ocorrência de processo de enchente e inundação atingindo assentamentos precários.

IDENTIFICAÇÃO, ANÁLISE E MAPEAMENTO DE ÁREAS DE RISCO DE PROCESSOS HIDROLÓGICOS

CRITÉRIOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS DE RISCO DE ENCHENTES E INUNDAÇÃO O QUE IDENTIFICAR? IDENTIFICAR OS CENÁRIOS DE RISCO POTENCIAL DE ENCHENTE E INUNDAÇÃO PRESENTES NA CIDADE ENVOLVENDO ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS.  ONDE HÁ ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS OCUPANDO EXTENSAS ÁREAS DA PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO DOS RIOS?  ONDE HÁ ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS (OCUPAÇÃO RIBEIRINHA) OCUPANDO MARGENS DE RIOS SUJEITAS A ENCHENTE?

MÉTODOS E TÉCNICAS PARA IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS DE RISCO DE ENCHENTES E INUNDAÇÃO COMO IDENTIFICAR? RECONHECER OS LOCAIS DE PERIGO EFETIVO OU POTENCIAL POR MEIO DE PESQUISA DIRIGIDA.  REGISTRO DE OCORRÊNCIAS DE ENCHENTES E INUNDAÇÕES NA ÁREA URBANA MUNICIPAL  REGISTRO DE OCORRÊNCIAS DE ENCHENTES E INUNDAÇÕES ENVOLVENDO ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS

MÉTODOS E TÉCNICAS PARA IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS DE RISCO DE ENCHENTES E INUNDAÇÃO COMO LOCALIZAR? IDENTIFICAR EM PLANTA CARTOGRÁFICA AS ÁREAS DE RISCO LEVANTADAS  REGISTRO DE OCORRÊNCIAS DE ENCHENTES E INUNDAÇÕES NA ÁREA URBANA MUNICIPAL  REGISTRO DE OCORRÊNCIAS DE ENCHENTES E INUNDAÇÕES ENVOLVENDO ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS  IDENTIFICAR AS BACIAS E OS CURSOS D´ÁGUA PROBLEMÁTICOS  USO DE FICHAS DE CADASTRO COM DESCRIÇÃO DA ÁREA

PARÂMETROS E CRITÉRIOS DE ANÁLISE DE RISCO DE ÁREAS DE RISCO DE ENCHENTES E INUNDAÇÃO O QUE ANALISAR? CENÁRIOS DE RISCO EM FUNÇÃO DO TIPO DE PROCESSO OCORRENTE E VULNERABILIDADE DA OCUPAÇÃO INSTALADA.

CRITÉRIOS DE ANÁLISE:  FREQUÊNCIA E MAGNITUDE DO PROCESSO HIDROLÓGICO;  ALCANCE, EXTENSÃO E IMPACTOS DO PROCESSO;

CRITÉRIOS DE ANÁLISE DE RISCO DE ÁREAS DE RISCO DE ENCHENTE E INUNDAÇÃO DEFINIÇÃO DE NÍVEIS DE RISCO OU NÍVEIS DE PERIGO PARÂMETROS DE ANÁLISE DE RISCO: – IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DO POTENCIAL DESTRUTIVO DO PROCESSO HIDROLÓGICO OCORRENTE (PARÂMETRO DE NATUREZA HIDROLÓGICA);

 INUNDAÇÃO COM BAIXA ENERGIA DE ESCOAMENTO;  INUNDAÇÃO COM ALTA ENERGIA DE ESCOAMENTO E POTENCIAL DESTRUTIVO;  ENCHENTE COM ALTO PODER DE EROSÃO E SOLAPAMENTO MARGINAL;  ENCHENTE COM ALTA ENERGIA DE DESLOCAMENTO E POTENCIAL DESTRUTIVO;  ENCHENTE COM ALTA ENERGIA DE DESLOCAMENTO, ALTA CAPACIDADE DE TRANSPORTE DE MATERIAL SÓLIDO E POTENCIAL DESTRUTIVO.

CRITÉRIOS DE ANÁLISE DE RISCO DE ÁREAS DE RISCO DE ENCHENTE E INUNDAÇÃO DEFINIÇÃO DE NÍVEIS DE RISCO OU NÍVEIS DE PERIGO

PARÂMETROS DE ANÁLISE DE RISCO: – IDENTIFICAÇÃO DA VULNERABILIDADE DAS MORADIAS EM FUNÇÃO DO PADRÃO CONSTRUTIVO (PARÂMETRO REFERENTE AO ELEMENTO SOB RISCO);

 ALTA: CASAS DE MADEIRA;  MÉDIA A BAIXA: CASAS DE ALVENARIA.

CRITÉRIOS DE ANÁLISE DE RISCO DE ÁREAS DE RISCO DE ENCHENTE E INUNDAÇÃO

DEFINIÇÃO DE NÍVEIS DE RISCO OU NÍVEIS DE PERIGO

CRITÉRIOS DE ANÁLISE DE RISCO:

 POTENCIAL ENERGÉTICO DO PROCESSO HIDROLÓGICO;  DANOS SOCIAIS;  DANOS MATERIAIS;  FREQÜÊNCIA DO EVENTO HIDROLÓGICO;  CONDIÇÃO DE VULNERABILIDADE.

DETERMINAÇÃO DE GRAUS DE RISCO:  RISCO MUITO ALTO: drenagem ou compartimentos de drenagem sujeitos

a processos com alto potencial de causar danos, principalmente sociais, alta freqüência de ocorrência (pelo menos 3 eventos significativos em 5 anos) e envolvendo moradias de alta vulnerabilidade.  RISCO ALTO: drenagem ou compartimentos de drenagem sujeitos a

processos com alto potencial de causar danos, média freqüência de ocorrência (registro de 1 ocorrência significativa nos últimos 5 anos) e envolvendo moradias de alta vulnerabilidade.  RISCO MODERADO: drenagem ou compartimentos de drenagem sujeitos

a processos com médio potencial de causar danos, média freqüência de ocorrência (registro de 1 ocorrência significativa nos últimos 5 anos).  RISCO BAIXO: drenagem ou compartimentos de drenagem sujeitos a

processos com baixo potencial de causar danos e baixa freqüência de ocorrência (não registro de ocorrências significativas nos últimos 5 anos).

CRITÉRIOS DE MAPEAMENTO DE ÁREAS DE RISCO DE ENCHENTE E INUNDAÇÃO

 OBJETIVO DO TRABALHO  NÚMERO DE ÁREAS DE RISCO EXISTENTES NA CIDADE  ESCALA DO MAPEAMENTO  IDENTIFICAÇÃO DO NÍVEL OU GRAU DE RISCO GERAL DA ÁREA DE RISCO OU DELIMITAÇÃO DE COMPARTIMENTOS DISTINTOS DE RISCO  ZONEAMENTO E CADASTRAMENTO DE RISCO

MÉTODOS E TÉCNICAS DE MAPEAMENTO DE ÁREAS DE RISCO DE ENCHENTE E INUNDAÇÃO

 IDENTIFICAÇÃO E DELIMITAÇÃO PRELIMINAR DE ÁREA DE RISCO EM FOTOS AÉREAS DE LEVANTAMENTOS AEROFOTOGRAMÉTRICOS;  IDENTIFICAÇÃO DE ÁREA DE RISCO E DE SETORES DE RISCO (SETORIZAÇÃO PRELIMINAR) EM FOTOS AÉREAS DE BAIXA ALTITUDE;  LEVANTAMENTOS DE CAMPO PARA SETORIZAÇÃO

GERENCIAMENTO DE ÁREAS DE RISCO DE ENCHENTES E INUNDAÇÕES ENVOLVENDO ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS

CONSIDERAÇÕES BÁSICAS: - Enfoque mais hidrológico que de risco; - Enfoque de risco deve seguir o modelo de gerenciamento adotado para áreas de risco de escorregamentos; - Enfoque hidrológico baseia-se em medidas de controle estrutural e não estrutural de cheias.

MEDIDAS DE CONTROLE DE ENCHENTES E INUNDAÇÕES MEDIDAS NÃO ESTRUTURAIS SÃO AQUELAS DESTINADAS A ATENUAR OS DEFLÚVIOS OU ADAPTAR OS OCUPANTES DAS ÁREAS POTENCIALMENTE INUNDÁVEIS PARA CONVIVEREM COM A OCORRÊNCIA PERIÓDICA DO FENÔMENO (DAEE, 1984). CARACTERÍSTICAS DAS MEDIDAS NÃO ESTRUTURAIS: - AÇÕES DE CARÁTER EXTENSIVO ABRANGENDO TODA A BACIA; - MEDIDAS ADOTADAS INDIVIDUALMENTE OU EM GRUPO; - PLANO DE AÇÕES DE CONTINGÊNCIA DE DEFESA CIVIL E DE SEGURANÇA URBANA.

MEDIDAS DE CONTROLE DE ENCHENTES E INUNDAÇÕES A ELABORAÇÃO E EXECUÇÃO DE PLANOS DIRETORES DE DRENAGEM NA GESTÃO E CONTROLE DE ENCHENTES E INUNDAÇÕES - OBJETIVO: MECANISMO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO QUE PERMITA CONTROLAR O DESENVOLVIMENTO DA DRENAGEM URBANA E MINIMIZAR O IMPACTO DAS CHEIAS NUMA DADA REGIÃO. - ASPECTOS DOS PLANOS DIRETORES DE DRENAGEM: • A Bacia Hidrográfica como unidade de análise; • Englobam medidas estruturais e não estruturais a partir de uma visão geral dos problemas de macrodrenagem e microdrenagem na área da bacia; • Abordagem integrada ao invés de ações independentes; • Planejamento de ações de curto, médio e longo prazo.

Medidas Preventivas (não estruturais) Previsão de Inundações • A estrutura de um sistema de previsão de inundações é de capital importância para a redução da vulnerabilidade ao fenômeno.

Monitoramento, Alerta e Alarme • O permanente monitoramento dos níveis dos rios e a medição de seus caudais, bem como o monitoramento da evolução diária das condições meteorológicas permitem antecipar as variáveis climatológicas responsáveis pela ocorrência de inundações. • No Brasil, a Divisão de Controle de Recursos Hídricos, do Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica - DNAEE - é responsável pela manutenção e operacionalização de extensa rede de estações pluviométricas, responsáveis pelo acompanhamento diário dessas variáveis.

As principais variáveis observadas e registradas diariamente são: • - fluviométricas e/ou fluviográficas; • - climatológicas, relacionadas com a pluviometria e evaporimetria; • - medição do caudal e descarga diária; • - sedimentométricas • - de controle de qualidade da água.

Zoneamento • Dentre as medidas não-estruturais, a definição e o mapeamento das áreas de risco e o conseqüente zoneamento urbano, periurbano e rural facilitam o correto aproveitamento do espaço geográfico e permitem uma definição precisa das áreas: • non aedificandi; (não edificáveis) • aedificandi com restrições; (edificáveis com restrições) • aedificandi sem outras restrições, que não as impostas pelo código de obras local. (edificáveis)

MAPEAMENTO DE ÁREAS INUNDÁVEIS -Conhecimento da relação cota x risco de inundação -Definição dos riscos de inundação de cada superfície -Necessidade de cartografia planialtimétrica em escala adequada:1,0x1,0 m -Incorporação a Legislação Municipal (Regional ???) de uso e ocupação do solo

Dr. Adilson Pinheiro: CEOPS Centro de Operação do Sistema de Alerta da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí Universidade Regional de Blumenau

Medidas Preventivas Estruturais

Construção de Habitações Diferenciadas • Nas áreas aedificandi com restrições, às quais correspondem os locais atingidos pelo alagamento, mas onde as águas fluem sem impetuosidade, podem ser construídas habitações sobre pilotis ou com sótãos habitáveis, mediante adaptações pré-planejadas.

Projetos Comunitários de Manejo Integrado de Microbacias •

Microbacias bem manejadas preservam a flora e a fauna silvestres, garantem a biodiversidade, facilitam o controle de pragas e reduzem as inundações e as secas ou estiagens.

• • • • •

A reunião de microbacias corretamente manejadas: - preserva o solo; - protege as culturas; - melhora o metabolismo das águas; - permite o pleno aproveitamento das obras de contenção e de perenização. - Encostas reflorestadas protegem o solo, aumentam a infiltração das águas e a alimentação dos lençóis freáticos, reduzindo as enxurradas.



• O terraceamento e o desenvolvimento de culturas em harmonia com as curvas de nível evitam a erosão, o assoreamento dos rios, aumentam a infiltração das águas e a alimentação do lençol freático, reduzem as enxurradas e, a longo prazo, melhoram a qualidade do solo agricultável.

• Matas ciliares reduzem o assoreamento, a evaporação e as enxurradas, além de protegerem as nascentes e conservarem as essências vegetais nativas e a fauna local. • A rotação racional das culturas, a adubação orgânica, a cobertura do solo com palhadas e o plantio direto conservam a umidade, aumentam a infiltração, reduzem a erosão, o assoreamento e as enxurradas, aumentam a humificação e melhoram a saúde do solo. • A construção de bacias de captação, às margens das estradas vicinais, além de preservá-las, contribuem para ampliar a infiltração e a alimentação do freático e reduzir as enxurradas.

Obras de Perenização e de Controle das Enchentes • O manejo racional do sistema de represas de uma bacia permite, através do controle dos deflúvios, nos diversos níveis do falI-line, reduzir a intensidade das inundações e garantir a perenização dos aproveitamentos. •

A construção de canais extravasores e a interligação de bacias, com transposição de deflúvios, facilita o controle integrado das inundações e garante a perenização de caudais, por ocasião de estiagens prolongadas.

Barragens Reguladoras • Dentre as obras de redução de riscos de inundações, as mais efetivas são as barragens reguladoras, como: • - Três Marias, no rio São Francisco; • - Furnas, no rio Grande; • - Emborcação, no rio Paranaíba; • - Boa Esperança, no rio Parnaíba; • - Castanhão, a ser construída no rio Jaguaribe.

• Ao regularem os deflúvios das grandes bacias, essas barragens contribuem para: • - controlar os escoamentos ao longo das calhas dos rios e reduzir a magnitude das inundações a jusante das mesmas; • -reduzir os custos das barragens construídas a jusante e otimizar as condições de geração de energia elétrica, reduzindo os custos de produção;

• Naqueles casos em que a quase totalidade dos desnivelamentos dos rios é aproveitada, por intermédio de sistemas lineares de barragens (fall-line), como já acontece na bacia do rio Paraná, especialmente no Estado de São Paulo e no sul dos Estados de Minas Gerais e de Goiás, o nível dos rios é controlado em função das vazões regularizadas das represas, programadas e controladas por sistemas integrados de computadores.

Obras de Desenrocamento, Desassoreamento e de Canalização • Essas obras são especialmente indicadas nas inundações por alagamento, nas quais o acúmulo de água depende muito mais de deficiências nos sistemas de drenagem, a jusante da área inundada, do que da intensidade das precipitações. • As obras de desassoreamento ou de dragagem contribuem para aprofundar as calhas dos rios, aumentar a velocidade dos fluxos e reduzir a magnitude das cheias.

As obras de desenrocamento (retirada de rochas) produzem os mesmos resultados das obras de desassoreamento e contribuem para reduzir os regimes turbilhonares de escoamento, os quais, quando intensos, produzem alterações nas margens (desbarrancamentos) e nos fundos dos rios. As obras de canalização podem ser desenvolvidas: - ao longo do trajeto dos rios, com o objetivo de regularizar o desenho dos mesmos; - para derivar deflúvios excedentes, diretamente para o mar ou para outras bacias mais carentes de recursos hídricos.

Canais de Derivação e de lnterligação de Bacias • Os canais de derivação podem ser construídos com o objetivo de: • derivar parte do fluxo em direção ao mar, aliviando o leito principal do rio, dos deflúvios excedentes, derivar os deflúvios excedentes de uma bacia para outra, onde os recursos hídricos são carentes. • Nessas condições, os canais de derivação funcionam como obras de controle, tanto de inundações como de secas.

Diques de Proteção A construção de diques de proteção só é realmente efetiva quando as áreas das planícies subjacentes não se encontram em nível sensivelmente inferior ao das médias de cotas máximas das cheias anuais. Necessariamente, os diques de proteção devem ser complementados com a instalação de potentes bombas de recalque e, sempre que possível, com ações de desassoreamento da calha principal.

Medidas para Otimizar a Alimentação do Lençol Freático • As enxurradas ou inundações relâmpago, freqüentes nos pequenos rios de planalto, que apresentam grandes variações de deflúvios, após poucas horas de chuvas concentradas, são minimizadas por minuciosos trabalhos de planejamento e gestão integrada das microbacias. • Todas as medidas que contribuem para reduzir o volume de sedimentos transportados pelos cursos de água, diminuem o processo de assoreamento dos rios e a magnitude das cheias.

• Da mesma forma, a alimentação regularizada das calhas dos rios pelos lençóis freáticos marginais e de fundos de vale, ao permitir uma melhor distribuição espacial da água, contribui para horizontalizar a curva de acumulação e de depleção hidrográfica. •

Por esse motivo, as atividades de manejo integrado das microbacias contribuem para minimizar: • - as secas; • - as inundações relâmpago ou enxurradas; • - os processos erosivos.

Dentre as Técnicas de Manejo Integrado de Microbacias, destacam-se: •

O florestamento e o reflorestamento de áreas de preservação e de proteção ambiental, em encostas íngremes, cumeadas de morros, matas ciliares e matas de proteção de mananciais.



O cultivo em harmonia com as curvas de nível e a utilização de técnicas de terraceamento. Os sulcos, quando abertos em sentido perpendicular ao do escoamento das águas, contribuem para reter a água e para reduzir a erosão



Sempre que possível, deve-se roçar e não capinar as entrelinhas das culturas. Os restos da capina, ao permanecerem sobre o solo, contribuem para reduzir a erosão, reter a umidade e diminuir o aquecimento das camadas superficiais do solo.



O plantio de quebra-ventos, em sentido perpendicular ao dos ventos dominantes, reduz a erosão eólica e a evapotranspiração.



A adubação orgânica, mediante a utilização de técnicas de compostagem, permite a utilização de esterco, lixo orgânico e palhada, devidamente curtidos, com o objetivo de aumentar a fertilidade e a saúde do solo humificado, e contribui para otimizar a infiltração da água.



- A incorporação ao solo dos restos de cultura, mediante técnicas de plantio direto, e a utilização da água reduzem a erosão, diminuem a insolação direta do solo e a evaporação da água e preservam a umidade.



- A rotação de culturas, além de facilitar o plantio direto, contribui para evitar a especialização das pragas, ao reduzir a oferta regular de um determinado padrão de substrato alimentar.



- O adensamento das culturas, pela redução do espaçamento, permite uma maior concentração das plantas por umidade de área e diminui a exposição do solo à insolação direta e reduz os processos erosivos.



- A utilização de culturas intercalares, plantando leguminosas como feijão, soja ou ervilha entre as fileiras de cereais, como milho, sorgo ou cana, ou de tubérculos como batata-doce, diminui os fenômenos erosivos e a evapotranspiração e aumenta a fixação de nitrogênio no solo, por intermédio dos rizóbios que se desenvolvem em regime simbiótico, nas raízes das leguminosas

Exemplos MEDIDAS DE CONTROLE DE ENCHENTES E INUNDAÇÕES

MEDIDAS ESTRUTURAIS SÃO AQUELAS DESTINADAS A RETER, CONFINAR, DESVIAR OU ESCOAR COM MAIOR RAPIDEZ E MENORES COTAS O VOLUME DE ENCHENTE (DAEE, 1984). CARACTERÍSTICAS DAS MEDIDAS ESTRUTURAIS: - OBRAS HIDRÁULICAS DE GRANDE PORTE; - CUSTOS ELEVADOS; - INTERVENÇÕES RESTRITAS À DRENAGEM.

Exemplos MEDIDAS DE CONTROLE DE ENCHENTES E INUNDAÇÕES O PLANO DE MACRODRENAGEM DA BACIA DO ALTO TIETÊ ASPECTOS ESTRUTURAIS: - intervenções para aumentar a capacidade de escoamento da calha principal: - desassoreamento, alargamento e rebaixamento do leito do rio Tietê; - intervenções estruturais para reter excessos de volume nas bacias dos principais afluentes (46 reservatórios de retenção só na bacia do rio Tamanduateí); - definição de vazões máximas de chegada (vazões de restrição) nos afluentes principais;

Exemplos MEDIDAS DE CONTROLE DE ENCHENTES E INUNDAÇÕES O PLANO DE MACRODRENAGEM DA BACIA DO ALTO TIETÊ

ASPECTOS NÃO ESTRUTURAIS: - ações de regulamentação e controle do uso e ocupação do solo; - planos de contingência baseados em sistemas de alerta e previsão de inundações.

MEDIDAS DE CONTROLE DE ENCHENTES E INUNDAÇÕES

O PLANO DE MACRODRENAGEM DA BACIA DO ALTO TIETÊ

Planos de contingência baseados em sistemas de alerta e previsão de inundações Sistema de Alerta a Inundações de São Paulo - SAISP

MONITORAMENTO DE PLUVIÔMETROS

A medida da chuva é feita através de seu recolhimento em um aparelho denominado pluviômetro que mede a quantidade de chuva que cai em determinada área. No município de São Paulo existem 25 pluviômetros, instalados nas Subprefeituras, monitorados pelos operadores de rádio, com leituras em quatro horários pré-determinados, às 07:00, 13:00, 19:00 e 24:00 horas. Os dados coletados são transmitidos, via rádio, à COMDEC que se encarrega de armazená-los e elaborar planilhas estatísticas para futuras consultas sobre a relação quantidade de chuva X dano causado.

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