GMKT, GFE, GCOMEX, GRH----------------------------------------------------------------2008 ECONOMIA E MERCADO - 1O. MÓDULO AULA 07
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO O crescimento econômico é o aumento contínuo ao longo do tempo do produto nacional em termos globais e per capita, com aumento da eficiência do sistema produtivo. O desenvolvimento econômico envolve além das mudanças de caráter quantitativo dos níveis do produto, modificações que caracterizem; diminuição dos níveis de pobreza, desemprego e desigualdade, além da melhoria nas condições de saúde, nutrição, moradia e transporte. O desenvolvimento não pode ser medido apenas pelos indicadores de produção e produção per capita, mas deve ser complementado por índices que representem a melhora na qualidade de vida dos indivíduos, refletindo alterações sociais, políticas e institucionais, tais como: expectativa de vida, mortalidade infantil, fecundidade, educação, analfabetismo, distribuição de renda entre diferentes classes e setores, centralização da atividade econômica, poder político etc. Características dos países em desenvolvimento: 1- Baixos níveis de renda per capita: indicando baixos níveis de produtividade, de poupança, de tecnologia e de recursos. 2- População, fecundidade e mortalidade: apresentam altas taxas de crescimento populacional e níveis populacionais elevados, com explosões populacionais, aumento demográfico e níveis de desemprego crescentes. 3- Desemprego e baixa produtividade: nos países em desenvolvimento o fator trabalho é relativamente abundante em relação ao capital e a produtividade do trabalho é usualmente baixa, resultante da escassez de capital e de outros recursos ou do atraso tecnológico e da falta de educação apropriada, além dos baixos níveis de saúde e nutrição. 4- Pobreza: níveis elevados de famílias vivendo com rendas em nível de subsistência. 5- Distribuição de renda: os países em desenvolvimento apresentam maiores desigualdades 6- Agricultura e indústria: em geral a agricultura é a atividade dominante dos países em desenvolvimento com baixos níveis de produtividade e tecnologia atrasada 7- Setor externo: nos países em desenvolvimento os recursos advindos do setor exportador representam uma pequena parcela do produto nacional. Exportam basicamente produtos primários É IMPORTANTE RESSALTAR QUE PARA HAVER DESENVOLVIMENTO É NECESSÁRIO QUE OCORRA O CRESCIMENTO PRÉVIO. FONTES DE CRESCIMENTO: CAPITAL FÍSICO: Os países em desenvolvimento encaram a escassez de equipamentos e infra-estrutura de todo tipo. Profa. Paula Silveira do Valle---------------------------------------------------------------------
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GMKT, GFE, GCOMEX, GRH----------------------------------------------------------------2008 ECONOMIA E MERCADO - 1O. MÓDULO AULA 07 Ocorre que essa carência não pode ser remediada facilmente, implica em sacrificar o consumo presente para criar poupança suficiente ao investimento. Porém, uma das características desses países é o baixo nível de renda, que nos limites da pobreza, não tem capacidade de poupança. A escassez de capital pode ser superada recorrendo-se a recursos de outros países. CAPITAL HUMANO: O fator humano também é determinante. As elevadas taxas de crescimento populacional dos países em desenvolvimento geram uma quantidade importante de população improdutiva, pois não se criam empregos suficientes. Deficiências sanitárias e alimentícias, o baixo nível de educação e a reduzida qualificação causam a baixa produtividade da mãode-obra, limitando as possibilidades de crescimento. O crescimento econômico ocorre desde que ocorra: 1- Acumulação de Capital: aumento de máquinas e indústrias, realização de obras de infra-estrutura e investimento em recursos humanos com melhor preparação da mão-de-obra. 2- Crescimento da População: que implica em aumento da força de trabalho e da demanda interna. 3- Progresso Tecnológico: aumentando a eficiência na utilização do estoque de capital. 4- Melhoria na qualidade da mão-de-obra, por meio de educação, treinamento e especialização. FINANCIAMENTO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: Para investir um país precisa utilizar a poupança interna, como ainda, ter acesso à poupança estrangeira. Então as economias devem incentivar as pessoas a se absterem de parte do consumo presente. Além disso, é importante a existência de um mercado financeiro razoavelmente desenvolvido. ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO: Existem várias teorias que buscam descrever os estágios pelos quais as economias devem passar para chegar ao nível de desenvolvimento. Aqui apresentaremos apenas a mais tradicional: A Teoria de Etapas de Rostow: Através da observação da história econômica dos países desenvolvidos, foram detectados 5 estágios de desenvolvimento: 1- Sociedade Tradicional predominantemente agrária, com baixa tecnologia e renda per capita. 2- Pré-requisitos para o arranco importantes mudanças econômicas e não econômicas promovem o aumento da taxa de acumulação do capital em relação à taxa de crescimento demográfico, uma melhoria no grau de qualificação da mão-deProfa. Paula Silveira do Valle---------------------------------------------------------------------
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GMKT, GFE, GCOMEX, GRH----------------------------------------------------------------2008 ECONOMIA E MERCADO - 1O. MÓDULO AULA 07 obra. Ocorre um aumento na produtividade agrícola, criando um excedente de recursos que financiará a produção industrial. Paralelamente são feitos investimentos em infra-estrutura básica. 3- Arranco ou decolagemcrescimento contínuo (etapa de cerca de 20 anos) 4- Marcha para o amadurecimentoleva cerca de 40 anos. A tecnologia moderna estende-se dos setores líderes para os outros e a economia pode produzir qualquer coisa que decida. 5- Idade do consumo de massa a renda cresceu a ponto que os trabalhadores não priorizam mais alimentação básica e moradia, mas automóveis, microcomputadores etc. Além disso, a economia destina recursos ao bem-estar e à seguridade social. ETAPAS DO CRESCIMENTO ECONÔMICO BRASILEIRO NO SÉCULO XX PERÍODO POPULAÇÀO CRESCIMENTO MODELO DE ECONÔMICO DESENVOLVIMENTO 1900-1930
1930-1945
1945-1980
1980-2000
População aberta Taxas relativamente elevadas de crescimento populacional em função do processo migratório, com o fim da migração as taxas caem. População fechada Início de taxas baixas de crescimento populacional (alta natalidade, mas alta mortalidade), depois acelera com queda na mortalidade População fechada Taxas de crescimento populacional em forte elevação (queda na taxa de mortalidade) Risco de explosão demográfica População fechada forte Diminuição das taxas de crescimento populacional (queda da taxa de natalidade) Explosão demográfica afastada
Taxas elevadas, mas Economia agroexportadora instáveis de crescimento
Crescimento mais lento e Deslocamento mais instável (período da dinâmico grande crise internacional – crescimento do Brasil maior que EUA)
do
centro
Forte crescimento Processo de industrialização econômico e diminuição acelerado da instabilidade (instabilidade cresce no fim do período) Desaceleração Crise da dívida e problemas de significativa do estabilização crescimento econômico com aumento da instabilidade
População fechada = sem fluxo migratório Ao longo do século XX a economia brasileira transitou de uma economia do tipo agroexportador para uma base industrial. No início do século, as exportações eram fundamentais na economia brasileira, pois possibilitavam as importações que eram a base da estrutura de consumo no Brasil, e o bom desempenho dessas exportações ditava o ritmo de crescimento da economia brasileira. Profa. Paula Silveira do Valle---------------------------------------------------------------------
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GMKT, GFE, GCOMEX, GRH----------------------------------------------------------------2008 ECONOMIA E MERCADO - 1O. MÓDULO AULA 07 Depois da década de 30 o Brasil passou por uma forte industrialização que durou até pelo menos a década de 70. Essa industrialização baseou-se no modelo de substituição de importação, esse modelo dependia em parte das exportações, para poder suprir as necessidades de industrialização, mas protegia a indústria nacional dos concorrentes externos. Um ponto importante de ser notado é que a industrialização não tinha como objetivo o mercado externo, assim o país tinha alta taxa de dependência de poucos produtos primários em sua pauta de exportações. Essa situação perdura até a década de 60, sendo o principal produto o café e o segundo variando entre a borracha, o cacau e o algodão. Os dois produtos em conjunto representavam mais de 55% das exportações brasileiras das seis primeiras décadas do século. Somente depois desta década aparecem novos produtos primários na pauta, como o ferro e a soja. O principal ponto, porém, é que os dois principais produtos (soja e ferro) passam a representar apenas 10% do total de exportações, diminuindo assim a dependência do país de alguns poucos produtos primários na definição da balança comercial. Enquanto a vulnerabilidade das exportações diminui, a dívida externa aumenta, aumentando a vulnerabilidade ao endividamento externo da economia brasileira. No Brasil, o progresso, em termos de crescimento, não foi acompanhado por um progresso na justiça econômica do país. A concentração de renda não melhorou e permanece sendo o grande desafio do país para o próximo século.
Profa. Paula Silveira do Valle---------------------------------------------------------------------
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