Aprendendo a selecionar – Ivone Molinaro Ghiggino Em junho do ano 2000, em um grupo de estudos onde conversávamos sobre a Boa Nova a nós trazida por Jesus, comentávamos a real necessidade de elaborarmos em nós (não nos outros!) a reforma íntima, reforma essa tão carinhosa e insistentemente aconselhada pelo Mestre e pelos amigos do Plano Maior, seus Enviados de Luz. Verificávamos, tristes, como nossa vontade ainda é vacilante, pois, apesar de nossos propósitos de melhoria - o que já nos conduz a muitas vivências e atitudes no bem - várias vezes ainda nos deixamos levar pelas sombras que semeamos em nosso íntimo ao longo do tempo, resultado de escolhas equivocadas. Um querido Benfeitor, já liberto da carne, comunicou-se mediunicamente, exortando-nos à certeza de que nós podemos, sim, progredir mais decididamente. E ele nos relembrou que, na peregrinação eterna da evolução, os seres espirituais (os Espíritos), à medida que atingem maior grau de entendimento, dedicam grande esforço em obter a seleção em si mesmos. Que tipo de seleção? É a seleção do domínio de seus sentimentos, pensamentos e atos, visando melhorá-los, até sua devida sublimação. O primeiro degrau é a seleção de ações e palavras: o Espírito, desejoso de caminhar, seleciona e transforma tudo o que for negativo ou rude... O que ainda agrediria, ele aprende a transmudar em doçura... O que ainda traduz revolta, ele metamorfoseia em compreensão... O que ainda representa desespero, ele muda para resignação atuante... Tudo que é sombrio, que criará ondas inferiores à sua volta e à volta de seus irmãos, ele domina, supera, recarrega sob a forma positiva de expressão, que irá beneficiar a todos, principalmente a ele mesmo. Depois, numa segunda etapa, o Espírito, já mais pleno de energia, seleciona na mente o teor de seus pensamentos, a fim de que sejam sempre construtivos, edificantes, fraternos, mesmo que emoções desencontradas, desequilibradas, tentem conturbá-los... Isso gera sentimentos harmoniosos, benignos, fraternos, amorosos, construindo em si e fora de si um mundo melhor. É tarefa difícil, mas mandatória. O esforço vale à pena! É o ser espiritual impondo-se ao mundo enganador de ilusões corrompedoras: ressurge o Espírito, como a fênix, da cinza de seus próprios erros, para afirmar-se mais e mais rumo ao seu destino de Irmão de Jesus! Aí, finalmente, passa ele a selecionar o reflexo do próprio coração, mantendo-o sadio de amor, coerente de conhecimento, abjurando tudo que se relacione com as duas terríveis chagas da Humanidade: o orgulho e o egoísmo... Então, feliz pelo esforço distendido, mas consciente de que valeu à pena ter enfrentado e ultrapassado, confiante, os muitos obstáculos da estrada, ele se harmoniza com a doce figura Crística de Jesus, e entra em sintonia com a ciência-amor que preside o Cosmos! E o Pai se rejubila: é mais um de Seus amados filhos que se recolhe ao aprisco de Seu Reino, pronto já, como invencível guerreiro do bem, a batalhar nesse bem, em prol de seus irmãos. De coração agradecido pelos esclarecimentos amigos, recordamos que esse é o nosso destino! Meditemos sobre isso, e comecemos a nossa própria seleção, pois ela tem que ser individual, para que o mérito dela decorrente também o seja! Muita paz!