Sumário PSICOLOGIA DA RELIGIÃO ....................................................................................... 5 I - INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 5 II – ASPÉCTOS DE COMPORTAMENTO ...................................................................................... 6 III – A PSICOLOGIA DA RELIGIÃO É INVESTIGATIVA .................................................................. 7 IV – ISSO É VERDADEIRO EM TRÊS SENTIDOS. ........................................................................ 11 V – CRÍTICAS AO BEHAVIORISMO............................................................................................ 12 VI – CRÍTICAS À PSICANÁLISE .................................................................................................. 12 VII – NASCIMENTO DO HUMANISMO ..................................................................................... 13 VIII – ENFIM A PSICOLOGIA TRANSPESSOAL ........................................................................... 14 IX – NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA ................................................................................................... 15 X – MITOS E CRENDICES .......................................................................................................... 16 XI – PSICOTERAPIA .................................................................................................................. 16 XII – FUNCIONAMENTO DA PSICOTERAPIA ............................................................................. 18 XIII – MECANISMO DE MUDANÇA EM PSICOTERAPIA ............................................................ 20 XIV – CONCLUSÃO ................................................................................................................... 24 DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR .......................................................................... 25 I - INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 25 II – BASES DA DIDÁTICA........................................................................................................... 28 III – ELEMENTOS DA DIDÁTICA ................................................................................................ 29 IV – METODOLOGIA DO ENSINO ............................................................................................. 30 V – CICLO DOCENTE................................................................................................................. 32 VII – PLANO DE AÇÃO DIDÁTICA ............................................................................................. 37 VIII – CONCLUSÃO ................................................................................................................... 39 SOCIOLOGIA DA RELIGIÃO ..................................................................................... 40 I – INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 40 II – PERÍODO HISTÓRICO ......................................................................................................... 40 III - A EPISTEMOLOGIA............................................................................................................. 43 IV – CONHECIMENTO CIENTIFICO DA RELIGIÃO ..................................................................... 45 V – FILOSOFIA DA RELIGIÃO .................................................................................................... 46 VI – ANTROPOLOGIA DA RELIGIÃO ......................................................................................... 56 VII - SOCIOLOGIA DA RELIGIÃO ............................................................................................... 60 VIII – HISTÓRIA DA RELIGIÃO .................................................................................................. 66
IX-CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 71 FILOSOFIA DA RELIGIÃO ........................................................................................ 73 I - INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 73 II - DEFINIÇÃO .......................................................................................................................... 74 III - PROPÓSITO DA FILOSOFIA DA RELIGIÃO........................................................................... 74 IV- CONTRIBUIÇÕES DE OUTRAS CIÊNCIAS ............................................................................. 75 V - A FILOSOFIA DA RELIGIÃO INVESTIGATIVA ........................................................................ 79 VI - AS CARACTERÍSTICAS FILOSÓFICAS DO CRISTIANISMO .................................................... 81 VII — CONFLITOS E CONCILIAÇÃO ENTRE A FÉ E O SABER ..................................................... 85 VIII - CONCLUSÃO .................................................................................................................... 88 PEDAGOGIA DA RELIGIÃO ...................................................................................... 89 I - INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 89 II ENSINO TEOLÓGICO: ............................................................................................................ 90 III — FORMAR: É A VIRTUDE DO CRESCIMENTO ..................................................................... 91 IV - ÉTICA E COMPROMISSO PROFISSIONAL ........................................................................... 92 V - PEDAGOGIA E DIDÁTICA .................................................................................................... 93 VI - OS OBJETIVOS E OS CONTEÚDOS DE ENSINO ................................................................... 93 VII • CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DOS CONTEÚDOS ...................................................................... 94 VIII - OS MÉTODOS DE ENSINO ............................................................................................... 95 IX - A AVALIAÇÃO .................................................................................................................... 96 X - PLANEJAMENTO ................................................................................................................. 97 XI - RELAÇÕES PROFESSOR-ALUNO NA SALA DE AULA ........................................................... 98 XII - PIAGET AO ALCANCE DOS PROFESSORES ........................................................................ 99 XIII - IDEIAS CHAVES DE COMO ENTENDER AS CRIANÇAS .................................................... 100 XIV - DESCOBERTAS IMPORTANTES ...................................................................................... 102 XV - NO ESTÁGIO DO PENSAMENTO INTUITIVO ................................................................... 103 XVI - NO ESTÁGIO DAS OPERAÇÕES CONCRETAS ................................................................. 114 XVII- CONCLUSÃO .................................................................................................................. 116 TEOLOGIA DA REFORMA ...................................................................................... 117 I - INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 117 II - CONTRIBUIÇÃO HISTÓRICA .............................................................................................. 118 III - PRÉ-REFORMA ................................................................................................................. 119 IV - REFORMA NA ALEMANHA, SUÍÇA E FRANÇA. ................................................................ 120
V - AS NOVENTA E CINCO TESES DE LUTERO ........................................................................ 121 VI - EXTENSÃO DA REFORMA PROTESTANTE NA EUROPA.................................................... 131 VII — O MURO DOS REFORMADORES .................................................................................. 132 VIII - NO REINO UNIDO .......................................................................................................... 134 IX - ARQUEOLOGIA BÍBLICA ................................................................................................... 135 X- CONFLITOS E CONCILIAÇÃO ENTRE A FÉ E O SABER ......................................................... 137 XI - CELEBRAÇÃO DA ÚLTIMA CEIA ....................................................................................... 139 XII - IGREJA ORTODOXA......................................................................................................... 141 XIII - IGREJA DO ORIENTE ...................................................................................................... 141 XIV - O PROTESTANTISMO..................................................................................................... 142 XV - CONCLUSÃO ................................................................................................................... 143 QUESTIONÁRIOS .................................................................................................... 145 PSICOLOGIA DA RELIGIÃO ..................................................................................................... 145 DIDÁTICA ............................................................................................................................... 145 SOCIOLOGIA DA RELIGIÃO..................................................................................................... 146 FILOSOFIA DA RELIGIÃO ........................................................................................................ 147 PEDAGOGIA DA RELIGIÃO ..................................................................................................... 147 TEOLOGIA DA REFORMA ....................................................................................................... 148 ELABORAÇÃO DE MONOGRAFIA E TCC ............................................................. 149 - Orientações ABNT – ............................................................................................................ 149
PSICOLOGIA DA RELIGIÃO
I - INTRODUÇÃO PSICOLOGIA. “Ciência do comportamento humano”.
Ao contrário da Sociologia, que é a ciência que estuda o grupo social, a Psicologia estuda o individuo dentro do grupo social, o seu comportamento diante dos estímulos recebidos pelas circunstâncias sociais que o cercam, por seu lado a Psicologia Social destaca o papel dos fatores de liberdade de situações que influem no comportamento humano, enquanto a Psicologia Individual estuda o homem em relação as suas transformações evolutivas e ao dinamismo interno de sua personalidade.
Grupo 1909 foto na frente da Clark University. Fila da frente: Sigmund Freud, G. Stanley Hall, Carl Jung. Fila de trás: Karl Abraham; A. Brill, Ernest Jones, Sandor Ferenczi.
A Psicologia da Religião é o estudo psicológico das experiências e crenças. No Cristianismo, a Psicologia da Religião ou Psicologia Pastoral, é um subcampo da Teologia Pastoral. Há de se verificar ao tecer considerações acerca das inter-relações entre a Psicologia e Religião as distintas formas ou escolas de 5
psicologia enquanto ciência e a ampla variedade do fenômeno religioso enquanto objeto de estudo da História e/ou da Sociologia das Religiões. II – ASPÉCTOS DE COMPORTAMENTO Sem conhecer os conceitos grupais ou individuais, não há como diferenciá-los, pois cada um tem estilo de comportamento e regras diferentes de grupo para grupo e são os fatores de liberdade e as situações que influenciem no comportamento humano. No aspecto grupal para a vivência em grupo social é necessário negar seus conceitos próprios e passar a respeitar o querer e as observações dos grupos, suas leis, seus costumes, seu modo de viver, sua maneira de vestir, sua língua, etc. No aspecto individual estuda o homem em relação as suas transformações evolutivas, seu dinamismo, sua personalidade, sua crença. A Psicologia da Religião é o estudo sistemático dos fenômenos religiosos não importa a igreja ou seita religiosa ou filosofia dos diversos comportamentos filosóficos das religiões, sua maneira de crer, seu comportamento de adoração, ela estuda todos os comportamentos de crença e de fé, aferindo os valores de cada um, positivos e negativos.
EXEMPLOS:
1. Assembleia de Deus tem uma Doutrina, seus costumes, sua maneira de adoração, de entender seus sacramentos e como agir. Se eu individualmente não gostar deste sistema, terei que procurar outro que esteja de acordo com o meu querer e não tentar mudar o que já está implantado, pois já é natural para os seus seguidores.
2. Isto acontece com todas as igrejas pentecostais ao modelo das Assembleias de Deus no mundo e não me dá outro direito de contestar suas crenças, tais como o batismo no Espírito Santo e outros 6
sacramentos. Se não creio o que devo fazer? - Procurar outra denominação.
3. Para identificar uma Seita teremos que diferenciar seus conceitos de crença, suas interpretações e seus aspectos religiosos tais como: Testemunhas de Jeová, Mormonismo, Espiritismo em seus vários seguimentos, Budismo, que é mais uma filosofia do que uma crença e outras.
4. A Psicologia da Religião é o estudo das Emoções a qual dá ao individuo a segurança, controlando-o no sentido religioso e humanístico, dando ao mesmo tempo experiência de vida, assegurando-o dentro do aspecto social e contribuindo para o bom relacionamento emocional no seu meio de atividade. O seu comportamento passa a ser assegurado em diversos aspectos da vida tais como: as emoções da ansiedade e do temor, no amor, no prêmio que ganhou no carro e no apartamento que comprou, na crença, em todos estes momentos da vida. III – A PSICOLOGIA DA RELIGIÃO É INVESTIGATIVA As experiências místicas que modificam as vidas das pessoas e a maneira delas pensarem. Interessa-se especialmente pelos estados de consciência, pelos fenômenos psíquicos, pelas visões e pelos alegados encontros com seres espirituais. As emoções da ansiedade e do temor, mormente no que diz respeito às doutrinas do pecado e do julgamento, encontram-se entre seus interesses. Na exaltação religiosa a experiência do sagrado e a experiência do seu oposto. As manifestações demoníacas e os estados mórbidos também são assuntos de seus estudos. A Psicologia da Religião nasceu na segunda metade do século XIX nos Estados Unidos, tempo de um despertar religioso de impressionante vitalidade, caracterizado pelo surgimento de numerosos surgimentos religiosos, inclusive pelo aparecimento de movimentos de origem oriental.
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Um cenário de crenças e religiões sem igual em todo o resto do mundo. Os psicólogos experimentais interessados no fenômeno religiosos depararam assim diante de um extraordinário campo de estudo que despertava inusitado interesse com grande vitalidade. A
Cultura
Americana
apresentava
como
característica
dominante
a
individualidade e a Psicologia da Religião nasciam como Psicologia Aplicada ao indivíduo religioso. Não se deve ignorar que foi neste período que a filosofia predominante nos Estados Unidos caracterizou-se pelo surgimento e afirmação do pragmatismo, isto é, um tipo de pensamento que afirmava que “a religião é aquilo que ela faz”, com a importante conclusão de que a religião se estrutura em função da eficácia prática, e, portanto, psicológica. Atualmente os fenômenos religiosos tem sido alvo de grande interesse por parte da Psicologia Contemporânea, isto é, o estudo científico da religião a partir da perspectiva das ciências sociais, aspectos como as origens, as motivações, as expressões, a dinâmica, o desenvolvimento e os efeitos da religião são motivos de interesse. A Psicologia da Religião definida de modo geral como o estudo científico da fé e/ou da religião com o emprego de métodos psicológicos é um campo fértil para os que procuram entender melhor a natureza e o comportamento do homem e, desperta interesse especial por parte dos cristãos que a consideram uma oportunidade de conciliar as muitas áreas de mútua coincidência e preocupação entre a psicologia e a teologia. Julgam que o estudo comparativo conjunto das duas é uma possibilidade de averiguação da exatidão das verdades de Deus que são descobertas através de duas ciências, relacionando-as à sua própria vida e aplicando-as a ela na revelação da correspondência de fatos Psicológicos e Teológicos. 1. A Psicologia através da religião se constitui em uma análise normativa da natureza humana, a busca da compreensão mais plena da importância destes processos para a religião. A Psicologia da Religião, 8
definida de modo geral como estudo científico da fé e da religião, com o emprego de métodos psicológicos é um campo fértil para os que procuram entender melhor a natureza e o comportamento do homem. 2. A Teologia em qualquer experiência de conversão fica claro que a preocupação da Bíblia é como o Deus que inicia e dirige todo o processo que envolve a conversão, o que implica dizer que o homem só responde positivamente ao evangelho porque Deus primeiramente começa a trabalhar em sua vida. Em At 16.14: “Certa mulher chamada Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus, nos escutava, o Senhor lhe abriu o coração para atender as coisas que Paulo dizia”.
O acreditar em uma pregação do evangelho torna-se o compromisso de considera-lo efetivamente como verdade diante de sua profissão de fé, que é uma atividade dinâmica que evolui, influenciando o relacionamento com Deus e de uns com os outros e os membros em particular. “Uma certa senhora de uma cidade, onde eu era o pastor, dona de uma rede de supermercados na cidade, um dia esta senhora foi convidada para ir a uma de nossas congregações, e aceitou a Jesus como seu Salvador. Passados 15 dias de sua conversão ela foi ao gabinete Pastoral e disse: - Pr. Alcino, gostaria de sua compreensão e me desse mais 15 dias para eu me apresentar como uma verdadeira crente de nossa Igreja, pois sou fazendeira e lá em casa, tenho que fazer tudo. Meu marido não tem esta disposição, eu amanso cavalo, domo todos os tipos de animais e minha vida toda vesti bermuda, não tenho vestido nem saia como é costume da Igreja, mas já mandei fazer. Dentro de 15 dias eu serei uma crente completa. Eu perguntei aquela senhora: Quem falou a senhora deste comportamento? Ela respondeu: Ninguém falou, eu vim para a Igreja para ficar e não quero ser diferente das outras irmãs. Então eu disse: Glória a Deus. Ele fala através de sua Palavra”.
A Psicologia a Teologia tem sido relacionadas entre si de muitas maneiras, como a Psicologia da Religião sendo definida como a tentativa de enquadrar a religião à dinâmica psicológica ou como busca a compreensão mais plena da importância destes processos para a religião. 9
A Psicologia através da religião se constitui em uma análise normativa da natureza humana, fornecendo o entendimento psicológico das pessoas e “com” a religião é entendida como um esforço para oferecer a interpretação psicológica e religiosa dos mesmos fenômenos inerentes a ela sem reduzir sua importância particular. Em contrapartida, a Psicologia “pró” religião é uma perspectiva definida como a tentativa de usar a psicologia para autenticar a religião. Em princípio, qualquer aspecto da conduta religiosa pode, de certa maneira, ser investigado pelos psicólogos e alguns se concentram na influência formadora do ambiente social e cultural, tais como a família e a igreja se juntam no processo de conversão e determinam as convicções religiosas do convertido. A Bíblia esclarece que pessoas diferentes chegam à conversão de maneiras diferentes e em um estudo rápido de Atos dos Apóstolos indica que as conversões
ali
relatadas
se
diferenciavam
grandemente
em
suas
circunstâncias. Quando se faz menção dos aspectos psicológicos da conversão, não significa que se esqueça, ou que se negue que é a “verdade” que conquista a mente e o coração do ouvinte, mas que o provocar das emoções é, de certa forma, um fator de fundamental importância. Em qualquer experiência de conversão, também fica claro que a preocupação da Bíblia é com o Deus que inicia e dirige todo o processo que envolve a conversão, o que implica dizer que o homem só responde positivamente ao evangelho porque Deus primeiramente começou a trabalhar em sua vida. Ainda que alguns dos que escreveram sobre a Psicologia da Religião adotaram o ponto de vista de que ao dar uma explicação da sua conduta religiosa e das raízes das suas crenças, o homem está negando a veracidade dessas crenças, a maioria dos psicólogos não concorda com tal conceito, afirmando veementemente que mesmo que uma crença tenha raízes psicológicas, não prova que seja falsa e que não precisa haver uma relação entre uma base psicológica para uma fé e a verdade dessa fé. 10
Enquanto uma pessoa convertida descreverá sua experiência em termos pessoais, que influenciem uma nova relação com Deus na pessoa de Jesus Cristo, um não convertido pode dizer que sempre encontra este tipo de explicação supérflua, ou considerará tal descrição sem sentido. Ao mesmo tempo considerar a relação psicológica como em oposição com a relação religiosa pessoal equivale a cometer um grande erro, pois como sintetiza em sua obra o psicólogo da religião R.F. Paloutzian: “Psicologia e religião são complementares”. IV – ISSO É VERDADEIRO EM TRÊS SENTIDOS. Em primeiro lugar não devemos jamais pensar em termos de Psicologia versus Religião, como explicações opostas do comportamento humano. Não se destrói a validade de uma área simplesmente porque se aceita a validade da outra porquanto, elas não são reciprocamente excludentes. Como uma explicação psicológica da vida das pessoas não elimina o possível valor de verdade de uma visão religiosa e vice-versa, os pesquisadores e os peritos e os peritos de um campo não precisam considerar os outros como uma ameaça, ao contrário, eles são livres para influenciar-se a ajudar-se mutuamente. Em segundo lugar a Psicologia e a Religião chegaram, em certos casos, a conclusões paralelas, dando o sentido das coisas e das crenças, colocando-as cada uma em seu lugar. Em terceiro lugar a Psicologia e a Religião são na prática complementares, pois cada uma com seu conceito diferente, porém, todos em favor dos seres humanos, dando aos mesmos um comportamento adequado para viver em sociedade e praticar sua religião com livre conceito de crença e deve haver respeito a qualquer crença de um ser humano dando a ele a oportunidade de estudar cada denominação com seus vários costumes.
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V – CRÍTICAS AO BEHAVIORISMO Maslow era um dos críticos descontentes com a atual ideia da Psicologia. Ele achava que o Behaviorismo, que estudava o comportamento humano através do comportamento do animal, não condizia com o estudo da mente humana, muito mais complexa, envolvendo razão e sentimento. O aprendizado superior, liberdade pessoal, livre-arbítrio a arte e a ciência, são também pontos negativos e próprios do ser humano; a) Como ódio, b) Magoa, c) Tendência para fazer o “mal”, d) Como uma luta pelo melhor para si próprio. Também falava da falta de definição dos comportamentos patológicos, únicos do ser humano e criativa ênfase no estudo do comportamento em detrimento à consciência. Vale ressaltar que essas críticas de Maslow só são válidas se aplicadas ao Behaviorismo watsoniano. Os outros behaviorismos em especial ao radical que é praticamente o único dos dias atuais estudam todos os fenômenos que Maslow criticou o behaviorismo de não estudar, descaracterizando-se assim a crítica. VI – CRÍTICAS À PSICANÁLISE A CRÍTICA DE Maslow à Psicanálise consiste no reducionismo de toda a mente para a libido e o inconsciente além de tratar o humano como “doente por natureza” cuidando apenas dos aspectos patológicos humanos. Outra crítica comum está na restrição e prejuízos que rótulos diagnósticos como histeria, psicose e neurose grave podem gerar, segundo eles, ao fazer com que alguém se identifique e seja identificado com um diagnóstico. Segundo alguns autores transpessoais o ser humano deve viver livre de rótulos para alcançar a plenitude.
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VII – NASCIMENTO DO HUMANISMO Algum tempo depois de Maslow juntamente a Anthony Sutich fundam a Associação de Psicologia Humanista (Association for Humanistic Psycology) e lançam um jornal para divulgar a escola. Foi muito bem aceito por um grande número de psicólogos sendo que muitos contribuíam com suas teorias naquela mesma época, como Carl Rogers, autor da Abordagem Centrada na Pessoa (ou cliente), Viktor Frankl, com a Escola do “Sentido da Vida”, o Logoterapia, Fritz Perls e sua Gestalt-Terapia, e Alexander Lowen com a Bioenergética. A ênfase destas teorias humanistas está no presente, no aqui e agora e na capacidade de mudança, de escolha, baseado nas escolas filosóficas Fenomenologia e Existencialismo, respectivamente. Também enfatiza os sentimentos, tanto na vida, como na terapia e a congruência. Dentro do próprio berço e dos próprios fundadores do humanismo foi crescendo a ideia de algo que faltava a esta Escola Humanista: o aspecto espiritual.
- Uma Nova Corrente de Pensamento Por que uma nova corrente de pensamento? Era a década de 1960, muito conturbada, devido às várias novas ideologias e a “importação” de filosofias orientais de vida, como o panteísmo oriental, Hare-Krishna, o Zen-Budismo, o Taoísmo entre outras. No Vietnã a Guerra explodia de vez e em Paris os estudantes se revoltavam, o mundo estava precisando acreditar em uma esfera superior, espiritual. Experiências como a meditação transcendental, o transe, o G-12 a efervescência cultural e cientifica abriam portas para uma nova abordagem na psicologia, voltada para o que Há de mais interior do ser humano, o espírito.
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VIII – ENFIM A PSICOLOGIA TRANSPESSOAL Para Maslow e Sutch que não aceitavam mais suas próprias teorias por completo, pois faltava o fator espiritual, e os fatores incomuns da consciência, foi um pulo até aceitar as ideias de Stanislav Grof, que falava dos estados alterados da consciência e estruturas diferentes, como o estado de vigília. O Inconsciente Freudiano e o Inconsciente Coletivo, entre outros, a esta nova abordagem, nascida em 1967, foi dada o nome de Transpessoal onde encontramos: as Críticas a psicologia transpessoal e o Mau uso da física quântica. A mecânica quântica, a peça central da física moderna, tem sido mal interpretada para que implique que a mente humana controla a realidade e que o universo é um todo conectado que não pode ser entendido pela mera redução de partes. Entretanto, nenhum argumento ou indício decisivo requer que a mecânica quântica tenha um papel central na consciência humana ou que forneça conexões holísticas instantâneas através do universo. A física moderna incluindo a mecânica quântica permanece completamente materialista e reducionista na medida em que é consistente com todas as observações científicas. A
interpretação
convencional
da
mecânica
quântica,
a
interpretação
Copenhague, promulgada por Bohr e ainda mantida pela maioria dos físicos, não diz nada sobre consciência. Ela se preocupa apenas com o que pode ser medido e que predições podem ser feitas sobre como as condições estatísticas de conjuntos de medições futuras. O comportamento aparentemente holístico e não local dos fenômenos quânticos pode ser entendido sem se descartar o bom senso da noção das partículas seguindo caminhos definidos no espaço e no tempo ou exigindo que sinais viagem mais rapidamente que a luz. 14
Nenhum movimento ou sinalização superluminal foi alguma vez observado em concordância com o limite definido pela teoria da relatividade. Ademais, as interpretações dos efeitos quânticos não precisam demolir a física clássica ou o bom senso para tornarem-se inoperantes em todas as escalas – especialmente na escala macroscópica na qual os humanos funcionam. A física Newtoniana que descreve com sucesso virtualmente todos os fenômenos macroscópicos, segue suavemente o limite de muitas partículas da mecânica quântica e o bom senso continua a se aplicar na escala humana. IX – NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA A sombra – aqui o homem tem seu Self distorcido, ele aliena várias porções da Psique em detrimento de alguma que causa incongruência. É um nível negativo e patológico. O Ego – é o nível superficial da consciência onde o homem se identifica com uma imagem criada, seu Self individual sem se interessar profundamente em questões sociais ou ecológicas, ou seja, pensando em si próprio. O Biossocial – neste nível o homem tende a ter uma preocupação com o outro, enxergando também o que o rodeia. Ele aceita uma responsabilidade perante os outros e pelo ambiente natural. O Existencial – nele o homem encontra a ligação entre o corpo e a mente que tende a auto-organização, o qual e ligado a um alto grau de desenvolvimento e auto atualização. É o grau perfeito para a filosofia e o humanismo. Emoção e razão se unem para o crescimento. O Transpessoal – este é o nível que esta escola estuda, sendo o nível mais profundo que, hoje em dia, consegue se chegar. É um nível aproximado das experiências místicas onde tudo está imerso no todo – o Tão, como uma gota d’água no oceano, mas, não de uma forma linear, cartesiana. Os limites do Ego são ultrapassados.
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É possível entrar em contato com o inconsciente coletivo, entre outros fenômenos relacionados. Há quem diga que é possível o fenômeno como precognição e telepatia, mas, estes não são considerados comuns e científicos, pois estão dentro da parapsicologia, mas ainda assim são válidos dentro da teoria. X – MITOS E CRENDICES É importante ressaltar que esta é uma teoria de certo modo polêmica, já que se opõe a paradigmas e traz conteúdos ainda sem um estudo conclusivo. Por esta razão há ainda alguns mitos: 1. Psicologia transpessoal não é magia nem religião, é uma ciência séria que busca, através de sua transdisciplinaridade, uma forma de ver e entender o homem no universo e o homem como parte deste universo. 2. Regressões a vida passada não são um conteúdo aceito por todos os psicólogos transpessoais, por não ser científico e, deve-se ter cuidado quando se fala sobre este tema, relacionando com Psicologia Transpessoal. Há terapeutas que se utilizam desta técnica, mas não significa que seja aceito no meio acadêmico como conceito científico. XI – PSICOTERAPIA O termo Psicoterapia refere-se a intervenções psicológicas que buscam melhorar os padrões de funcionamento mental do indivíduo e o funcionamento de seus sistemas interpessoais (família, relacionamentos, etc.). Como todas as formas de intervenção clinico-psicológica, a Psicoterapia utiliza meios psicológicos, para atingir um fim especifico. A cura ou a diminuição do sofrimento do paciente, geralmente causada por um transtorno mental, baseiase no corpo teórico da Psicologia e é praticada por pessoal especializado “o Psicoterapeuta ou Psicólogo
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Clínico”, em um determinado contexto formal “individual, em casal, com a presença de familiares, em grupo – de acordo com a indicação”, que é a estrutura básica da Psicoterapia. Os vários tipos de Psicoterapia, em todas as suas diferentes formas e métodos, possuem uma série de características em comum, somente tendo em mente tais características se pode compreender o funcionamento da psicoterapia em geral e as qualidades que definem cada uma das diferentes escolas. Orlinsky e Howard procuraram descrever a interação dinâmica dos diferentes fatores que influenciam a psicoterapia, independente da linha específica. Primeiramente as condições da terapia são organizadas por determinadas circunstâncias sociais, por um lado, a oferta de terapeutas, as instituições que oferecem terapia, o acesso físico e financeiro da população, estrutura do sistema de saúde, e, por outro lado, a formação dos terapeutas e a aceitação de terapia por parte da população – “fatores socioculturais”. Sobre esse pano de fundo, filtrado pela presença de outras partes interessadas – pais, família, supervisores, etc., se desenrola então o processo terapêutico: entre o terapeuta e paciente em determinadas escolas chamado cliente, cada um dos quais possuindo determinadas características profissionais e de personalidade, se fecha com um contrato terapêutico que define as regras do trabalho terapêutico para ambas as partes. Dois elementos – a técnica terapêutica o relacionamento terapêutico, representam a base de trabalho e são ambas influenciadas atributos tanto do terapeuta quanto do paciente. O trabalho técnico do terapeuta, por outro lado, só poderá dar frutos se o paciente mostrar abertura a este trabalho. Os efeitos da terapia se apresentam em diferentes níveis, tanto em relação aos padrões de funcionamento do indivíduo, quanto em relação a seus relacionamentos interpessoais.
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XII – FUNCIONAMENTO DA PSICOTERAPIA Uma vez confirmado o efeito positivo da Psicoterapia sobre a saúde mental dos pacientes, a pesquisa empírica começou a voltar sua atenção a uma pergunta muito mais difícil de ser respondida: Como e com que mecanismos é que ela funciona? Fases de Mudança do Paciente: O processo terapêutico começa para o paciente antes da terapia em si e termina somente muito depois de sua conclusão formal. Prochaska, DiClemente e Norcross (1992) propuseram um modelo em seis fases que descreve este processo: 1ª Fase “pré-contemplativa” (precontemplation stage): é a fase da despreocupação. O paciente não tem consciência de seu problema e não tem intensão de modificar o seu comportamento – apesar de as pessoas que estão a sua volta estarem cientes do problema. Nesta fase os pacientes só procuram terapia se obrigados; 2ª Fase “contemplativa”(contemplation stage): é a fase da tomada de consciência. O paciente se dá conta dos problemas existentes, mas ainda não sabe como reagir. Ele ainda não está preparado para uma terapia: está ainda pensando os prós e os contras; 3ª Fase de “preparação”(preparation): é a fase da tomada de decisão. O paciente se decide pela terapia – nesta fase o meio social pode desempenhar um papel muito importante; 4ª Fase da “ação”(action): o paciente investe – tempo, dinheiro, esforço na mudança. É a fase do trabalho terapêutico propriamente dito; 5ª Fase da “manutenção” (maintenance): é a fase imediatamente após o fim da terapia. O paciente investe na manutenção dos resultados obtidos por meio da terapia e introduz as mudanças no seu dia a dia;
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6ª Fase da “estabilidade” (termination): é a fase da cura. Nesta fase o paciente solucionou o seu problema e o risco de uma recaída não é maior do que o risco de outras pessoas para esse transtorno específico. De acordo com o desenvolvimento do paciente através das diferentes fases que classificam quatro tipos de progressão: A. O transcurso estável em que o paciente se estagna em uma fase especifica; B. O transcurso progressivo em que o paciente se movimenta em fases; C. O transcurso regressivo o paciente se movimenta para fase que já esteve; D. O transcurso circular (recycling) em que o paciente muda a direção do movimento pelo menos duas vezes. Fases da terapia: A terapia em si se desenvolve em quatro fases consecutivas e cada qual com objetivos próprios: 1. Indicação: definição do diagnóstico e decisão com respeito à necessidade de uma terapia de qual tipo “médica, psicoterapêutica ou ambas”. Aos métodos indicados para o problema em questão, esclarecimento ao paciente a respeito da terapia; 2. Promoção de um relacionamento terapêutico e trabalho de clarificação do problema: a estruturação dos papéis “terapeuta e paciente”, desenvolvimento de uma expectativa de sucesso, promoção do relacionamento entre paciente e terapeuta, transmissão de um modelo etiológico do problema; 3. Encenação
do
aprendizado
terapêutico:
aquisição
de
novas
competências ”terapia cognitivo-comportamental”, análise e experiência de
padrões
de
relacionamento
“Psicanálise”,
autoimagem “terapia centrada na pessoa”;
19
reestruturação
da
4. Avaliação: verificação do cumprimento dos objetivos propostos, estabilização dos resultados alcançados, fim formal da terapia e da relação paciente-terapeuta. As decisões tomadas na fase 1 não devem necessariamente permanecer imutáveis até o fim da terapia. Pelo contrário, o terapeuta deve estar atento às mudanças do paciente, a fim de adaptar seus métodos e suas decisões de trabalho à situação do paciente, que nem sempre é clara no começo da terapia. Isso se dá o nome indicação adaptável.
XIII – MECANISMO DE MUDANÇA EM PSICOTERAPIA
Vários autores se dedicaram á questão do funcionamento da psicoterapia: o que é que leva a mudança no paciente. K. Grawe (2005) descreve 5 mecanismos básicos de mudanças (Grundmechanismen der Veränderung) comuns a todas as escolas psicoterapêuticas: 1. Relacionamento terapêutico (therapeutische Beziehung): a qualidade do resultado de uma terapia é em grande parte influenciada pela qualidade do relacionamento entre o terapeuta e o paciente; 2. Ativação de ressources (meios) (Ressourcenaktivierung): a Psicoterapia auxilia o paciente a mobilizar a força interna que possui para realizar a mudança necessária e estabiliza-la; 3. A atualização do problema (Problemaktualisierung): a psicoterapia expõe o paciente ao seu padrão normal de comportamento, como modo de tornar esses padrões conscientes e assim modificáveis. Exemplos são o trabalho com meios teatrais como psicodrama, os treinamentos de competências sociais, que podem ser contados como parte integrante da terapia comportamental, a técnica de focusing de Gendlin e o trabalho com transferência e contratransferência, típico da psicanálise e de outras escolas psicodinâmicas;
20
4. Esclarecimento motivacional (Motivationale Klärung) ou clarificação e transformação de interpretações (Klärung und Veränderung der Bedeutungen): a psicoterapia auxilia a clarificação de ambiguidades e obscuridades na experiência pessoal do paciente, ajudando-o a encontrar um sentido para aquilo que ele experiencia. Exemplos são métodos de clarificação típicos da terapia centrada no cliente e os métodos de reestruturação cognitiva da terapia cognitiva; 5. Competência na superação dos problemas (Problembewältigung): a psicoterapia capacita o paciente a adquirir a capacidade de adaptação à realidade psíquica social, típico dos transtornos psíquicos. Exemplo típico de métodos que usam esse mecanismo de maneira explicita são os métodos de exposição, comuns a terapia comportamental, outra abordagem do problema oferecem Prochaska et al. (1992) Ao descreverem 10 (dez) processos de mudança diferentes, tais processos são definidos como atividades e experiências pessoais que o paciente, de maneira direta ou indireta, realiza na tentativa de modificar seu comportamento problemático. 1. Auto exploração ou auto reflexão (conscious raising), ou seja, o paciente procura se conhecer melhor; 2. O que leva a uma auto reavaliação; 3. Auto libertação da convicção de que uma mudança não é possível; 4. Contra condicionamento, ou seja, a substituição do comportamento problemático por outro mais adequado; 5. Controle dos estímulos, ou seja, o evitar ou combater estímulos que levam ao comportamento problemático; 6. Administração de reforços, ou seja, o paciente se dá uma recompensa cada
vez
em
que
se
comporta
da
maneira
desejada
“ver
condicionamento operante”; 7. Relacionamentos auxiliadores, ou seja, o paciente se abre a possibilidade de falar sobre seus problemas com uma pessoa de confiança (de maneira especial o terapeuta); 8. Alívio emocional através da expressão de sentimentos em relação ao problema e as suas soluções; 21
9. Reavaliação ambiental, ou seja, o paciente percebe como o seu problema provoca estresse não apenas para si, mas também para as pessoas a sua volta e; 10. Libertação social, ou seja, o paciente realiza gestos construtivos para seu ambiente social “família, amigos, sociedade geral”. Em seu modelo transteórico da Prochaskaet al. (1992) unem os processos acima descritos a seu modelo das fases de mudança (ver acima): os diferentes processos estão intimamente ligados às diferentes fases e determinados processos são completamente inócuos se realizados em uma fase inadequada. - Efeitos da psicoterapia: Ainda sob um ponto de vista geral, ou seja, comum a todas as escolas psicoterapêuticas, os efeitos da psicoterapia podem ser analisados sobre dois aspectos: 1. O aspecto processual, isto é, que se refere ao trabalho terapêutico em si. Aqui podem se observar os seguintes efeitos: o fortalecimento do relacionamento terapêutico, a intensificação da expectativa de sucesso paciente, sensibilização do paciente a fatores que ameaçam sua estabilidade psíquica, um mais profundo conhecimento de si mesmo (auto exploração) e a possibilidade novas experiências pessoais. 2. O aspecto final se refere às consequências da terapia da vida em si. Aqui se diferenciam os micro efeitos dos macro efeitos. Os micro efeitos referem-se aos pequenos processos que acontecem durante a terapia, entre sessões: os pacientes tem como experiências novas situações, emoções, novas facetas e formas de comportamento. Já os Macro efeitos dizem respeito às consequências a longo prazo e às mudanças mais profundas relacionadas às estruturas mais centrais da personalidade e do funcionamento psíquico: a pessoa adquire novas posturas em relação a si mesma e aos demais, adquire novas capacidades e competências.
22
Sobretudo, uma terapia realizada com sucesso conduz a um aumento da auto eficácia (self-efficacy), ou seja, da convicção do paciente de ser capaz de lidar com os problemas que o faziam sofrer, que leva a um aumento da autoestima. Outros efeitos são ainda uma compreensão maior dos problemas que afligem o paciente e da história de vida que conduziu a eles. Os Micro e os Macro efeitos, podem se dar em três níveis: 1. Melhora do bem estar do paciente, 2. Modificação dos sintomas e 3. Modificação na estrutura da personalidade. Mudanças na estrutura da personalidade só são possíveis depois de uma melhora do bem estar e dos sintomas. Os tipos de psicoterapia, apesar de terem tanto em comum, os diferentes tipos de psicoterapia se diferenciam na ênfase que dão em cada um desses aspectos comuns. Antes de serem concorrentes os diferentes tipos de Psicoterapia possibilitam uma maior adaptabilidade do tratamento às características individuais do paciente e podem ser classificados sob diversos pontos de vista, tais como os aspectos formais: De acordo com o numero de pessoas: psicoterapia individual, de casal, familiar ou de grupo, de acordo com a duração: terapias curtas “de 6 a 15 sessões” e longas “até três ou mais anos”, de acordo com o setting ”contexto”: online ou pessoalmente; De acordo com a delegação do “poder terapêutico”: terapias diretivas (power to the terapist), em que o terapeuta trabalha com apenas um paciente, terapias de meditação em que o auxilio não é direcionado ao paciente diretamente, mas a pessoas relevantes para ele (pais, parceiro, etc.), grupos de autoajuda em que pessoas com os mesmos problemas procuram se ajudar mutuamente na superação do problema.
23
XIV – CONCLUSÃO
No estudo da Psicologia, nas regras que giram em torno do comportamento humano, têm que ser observado alguns métodos cujos objetivos são mudanças intrapessoais “nas funções psíquicas do individuo”, outros tem por fim mudanças em sistemas interpessoais disfuncionais, de acordo com o fim da terapia: alguns tipos de psicoterapia têm por fim a superação de um problema, outras objetivam uma clarificação dos motivos e objetivos pessoais do paciente como o motivacional e por fim outras buscam enfatizar as ressources do paciente, dando atenção mais as partes saudáveis da pessoa. Este poder terapêutico que dará o resultado e a conclusão da terapia e o paciente terá um resultado favorável. Glória a Deus por isso!
“Antes de andar vagabundo ou perambulando pelas ruas, lembre-se que temos um Deus que é real e que tudo pode em nossa vida. Dê um lugarzinho para Ele atuar e as coisas vão mudar”.
24
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
I - INTRODUÇÃO
A expansão do ensino de nível superior tem demandado
cada
vez
mais
qualificados,
tanto
para
docentes
responder
às
exigências conteudistas curriculares quanto à condução pedagógica no espaço da sala de aula,
constituindo-se
assim
num
duplo
desafio. Tem por objetivo discutir os aspectos da didática aplicáveis ao processo de ensinoaprendizagem considerando-se
no a
nível
superior,
necessidade
de
ressignificação dos modelos de ensino visto que as abordagens Didáticas tradicionais
amiúde
deixaram
de
atender
as
especificidades
da
contemporaneidade. Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva que utiliza como fonte de dados uma ampla pesquisa bibliográfica sobre a temática. Procura concluir com a premente necessidade de reflexão da práxis didático-pedagógica do docente universitário frente às demandas da sociedade do século XXI e propõe algumas recomendações didáticas visando alavancar o processo de ensinoaprendizagem em adultos. Conceito: Didática Magma. O vocábulo ”Didática” vem do Grego didaktiké, que quer dizer “arte de ensinar”. A palavra didática foi empregada pela primeira vez com o sentido de ensinar em 1629, por Ratke, em seu livro “Aphorisma Didactici Precipui” ou “Principais Aforismos Didáticos”. O termo, porém foi consagrado por João Amus Comenius na sua obra “Didática Magna” publicada em 1657. 25
Didática assim, primeiramente, significou arte de ensinar. E como Arte a Didática dependia muito do jeito de ensinar, da intuição do professor, uma vez que havia muito pouco a aprender para ensinar. Esse “jeito de ensinar”, pelo que tudo indica, advém da capacidade de empatia do professor, que se prende à sensibilidade de colocar-se na situação de outrem e, assim, melhor se sentir e compreender a situação pela qual esse outro esteja passando. Essa capacidade de empatia facilita a capacidade do professor e sua aproximação ao educando, com maiores possibilidades de adequação da ação Didática e na orientação da aprendizagem. É de se notar que alguns professores, apesar de sua boa formação pedagógica, não tem a capacidade de empatia. Outros, têm mais junto às crianças, outros, junto aos adolescentes, e outros ainda, junto a jovens e adultos. Didática a seguir, passou a ser conceituada como ciência e arte de ensinar, prestando-se assim, a pesquisas referentes à como melhor ensinar. Pode então ser compreendida em dois sentidos: amplo e pedagógico. Didática em sentido amplo, tão só preocupa-se com os procedimentos que levam ao educando a mudar de comportamento ou a aprender algo, tanto para produzir hábeis delinquentes como a formar autênticos cidadãos. No sentido pedagógico, no entanto, apresenta compromissos com o sentido sócio moral da aprendizagem do educando que é a de visar a formação de cidadãos conscientes, eficientes e responsáveis. Pode-se, mais explicitamente, vincular o conceito de Didática com o de Educação e, então, ter-se-ia a seguinte conceituação: “Didática é o estudo conjunto de recursos técnicos que tem em mira dirigirem a aprendizagem do educando, tendo em vista leva-lo a atingir um estado de maturidade que lhe permita encontrar-se com a realidade de maneira consciente, eficiente e responsável para nela atuar como um cidadão participante e responsável”. A ação Didática pode ser focalizada do ponto de vista do professor ou do educando. Assim:
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PONTO DE VISTA
PONTO DE VISTA
DO PROFESSOR
DO EDUCANDO
ELEMENTO
Quem orienta a
1. Quem ensina?
Professor
aprendizagem?
2. A quem ensina?
Quem aprende?
Educando
3.Para quem ensina
Para que aprende?
Objetivos
4. O que ensina?
O que aprende?
Conteúdo
5. Como ensina?
Como aprende?
Metodologia
6. A que nível ensina?
Em que nível aprende?
Fase evolutiva do educando. No lar, escola, oficina ou
7. Onde ensina?
outra instituição social,
Onde aprende?
mas sempre vinculada à realidade/maio.
É
preciso
ressaltar,
no
entanto,
que
a
Didática
se
interessa,
preponderantemente, em “como ensinar ou como orientar a aprendizagem” sendo que os outros elementos são subsídios importantes para que o ensino ou a aprendizagem se efetue mais eficientemente. É claro, em direção aos desígnios da educação. Importante seria fazer-se uma distinção entre ensino e aprendizagem sob o ponto de vista didático porque esse binômio é uma constante da ação didática.
Objetivos da Didática: Em termos educacionais convergem todos para possibilitar a efetivação mais eficiente do conceito de educação e de seus objetivos gerais ou particulares, mediatos ou imediatos. Os objetivos das Didáticas podem ser expressos da maneira que se segue:
Efetivar os propósitos que se conceitue por educação;
Tornar o ensino e, consequentemente a aprendizagem, mais eficiente;
Aplicar novos conceitos advindos da Biologia, Psicologia, Sociologia e Filosofia que possam tornar o ensino mais consequente e coerente; 27
Orientar o ensino de acordo com a idade evolutiva do educando;
Adequar o ensino as possibilidade e necessidades do educando;
Inspirar as atividades ecoares na realidade e ajudar o educando a perceber o fenômeno da aprendizagem como um todo e não artificialmente alcançados;
Orientar a organização dos trabalhos escolares para serem evitadas perdas de tempo e esforços inúteis;
Tornar o ensino adequado à realidade e às necessidades do educando e da sociedade;
Realizar
acompanhamento
adequado
e
controle
consciente
da
aprendizagem a fim de que possa haver retificações ou recuperações oportunas da aprendizagem.
II – BASES DA DIDÁTICA
A Didática para tornar-se mais consequente, tem de lançar mão dos conhecimentos das diversas ciências, principalmente da Biologia, Psicologia, Sociologia e Metodologia Cientifica coordenados por uma visão filosófica que se venha a ter da educação. Essa visão filosófica da educação faria o papel de integradora de todos os subsídios a fim de coordená-los com o objetivo precípuo de objetivação, no comportamento do educando e na sociedade, dos propósitos da educação: tornar o homem livre e responsável, tornar a sociedade aberta, cooperadora e solidária. A Biologia dirá sobre a fadiga e as fases evolutivas do educando com os seus diversificados interesses e necessidades. A
Psicologia
quanto
aos
processos
que
mais
favoreçam
o
desenvolvimento da personalidade e mais eficientemente a efetivação da aprendizagem.
28
A Sociologia as maneiras de trabalho escolar para que se desenvolvam a cooperatividade, o respeito mútuo, a liderança e clima comunitário. Cabe aqui uma observação de alerta o perigo dos exclusivismos quanto à orientação psicológica a ser adotada com relação aos métodos e técnicas de ensinos. A Didática deve fazer um esforço muito grande para “em que, como e quando” é útil aplicar a orientação de uma escola ou concepção psicológica a ser adotada com relação à reflexologia, behaviorismo, gestalismo, psicanálise, existencialismo, funcionalismo, geneticismo, etc. Cada escola ou cada concepção dá uma visão parcial do comportamento humano e seria deformar a realidade psicológica ou se propor a não alcançar os objetivos da educação se na orientação da aprendizagem, na estruturação dos métodos e técnicas de ensino, for adotada uma só posição psicológica. É preciso haver estudo e acuidade para aplicar uma ou outra concepção na efetivação do ensino, segundo o tipo de aprendizagem, visando os objetivos almejados. Cabe dizer que o “ecletismo” psicológico interessa mais à Didática para não fugir de uma “definição psicológica”, mas, porque nenhuma delas abarca ou explica
convincentemente, na sua totalidade,
o comportamento e a
aprendizagem humana.
III – ELEMENTOS DA DIDÁTICA
A Didática trabalha, fundamentalmente, com professor, educando, meio, objetivos, conteúdo, metodologia de ensino e avaliação. Ação do professor em função dos níveis de ensino. Três são os níveis de ensino que exigem atitudes bem definidas do professor que neles atuem: 1) Nível de ensino “Fundamental” – duas atitudes se fazem necessárias: A primeira de entusiasmo por tudo que existe a fim de empolgar o 29
educando pelo homem, a sociedade e a natureza, transmitindo-lhe otimismo e alegria de viver. A segunda deve ser paternal. Paterna, não no sentido de tudo fazer para o educando ou de tudo a ele dar, mas no sentido que o educando pode recorrer ao professor com toda a confiança e em todas as circunstâncias. 2) Nível de ensino “Médio” – há também duas atitudes que devem orientar a conduta do professor: A primeira, de ação diante dos fenômenos da natureza e da sociedade. Experimentação a fim de incutir confiança na ação do homem. A segunda de aventura. Sim, de aventura, aceitando as sugestões de realização do educando e o estimulando para que novos planos sejam traçados para melhor conhecimento da realidade. 3) Nível de ensino de “Graduação” – também duas atitudes, mais do que as outras, devem orientação Didática do professor. A primeira reflexão, a segunda de universalidade. Pela primeira, o educando deve atirar-se ao procedimento científico-filosófico, para mais profundo conhecimento da realidade. Pela segunda, ele deve ser orientado para olhar mais distante, para que possa abarcar a realidade no seu todo e não tão só, uma parte que não raro, pode deformar esta mesma realidade.
Funções do Professor: As funções do professor, tudo indica, são cinco: 1) - Técnica, 2) - Didática, 3) - Orientadora, 4) - Não diretiva e, 5) - Facilitadora.
IV – METODOLOGIA DO ENSINO
30
A metodologia do ensino é fundamental no processo de aprendizagem e deve estar o mais próximo possível da maneira de aprender dos educandos. Deve propiciar atividade dos educandos, pois mostra a Psicologia da aprendizagem, a superioridade dos métodos e técnicas ativas sobre as passivas. Os métodos e técnicas de ensinos passivos são aqueles que levam o educando a aprender, fixar e, se possível, compreender conhecimentos em que a memorização é solicitada constantemente. Os métodos e técnicas de ensinos ativos são aqueles que colocam o educando em posição de elabora por si os conhecimentos ou formas de comportamentos desejados, em que a busca, a realização e a reflexão são solicitações constantes. A concepção de método e técnica de ensino evoluiu daquela que fornece dados até chegar a que não fornece dado algum para estimular, em crescente, a ação de pesquisa do educando. Claro que o ensino de cada disciplina ou área de estudo, requer métodos e técnicas específicos, mas devem estar todos eles orientados no sentido de levar o educando a participar ativamente nos trabalhos de classe, retirando-o daquela posição clássica de só ouvir, anotar e repetir. Pelo contrário, sejam quais forem os métodos ou técnicas aplicadas, o professor deve fazer com que o educando viva ou esteja sendo estudado. Os métodos e técnicas de ensino devem propiciar oportunidades para que o educando perceba, compare, selecione, classifique, defina, critique, isto é, elabore por si os frutos da sua aprendizagem. Os métodos e técnicas de ensino representam as “estratégias instrucionais” aplicadas no ensino para serem alcançados os objetivos previstos. Eles são os instrumentos com que efetivar o ensino, realizar a aprendizagem e também os instrumentos de ação da didática, a fim de levar o educando a alcançar os objetivos do ensino. A disposição e maneira de usar os métodos e técnicas de ensino podem receber a denominação de “Plano de Ação Didática” ou “Estratégia Instrucional”. Plano de Ação Didática ou Estratégia Instrucional representa a 31
maneira de desenvolver o ensino quanto aos momentos mais oportunos de utilização da adequada metodologia Didática a fim de tornar o ensino e consequentemente mais eficiente. Plano de Ação Didática representa, realmente, a estratégia, a maneira de agir e de aplicar certos recursos didáticos tendo em vista tornar mais consequente à marcha para a obtenção dos objetivos visados pelo ensino. O mesmo tema a ser estudado, em classes ou séries diferentes, poderá admitir Planos de Ação Didática diferentes, tendo em vista as diferenças e as condições específicas de cada uma delas.
V – CICLO DOCENTE
O ciclo docente representa a marcha do “ensino-aprendizagem” ou da orientação de estudo de um tema ou unidade, desde o seu planejamento, apresentação, estudo propriamente dito e avaliação, até que se considere vencida a tarefa, para, depois, passar o estudo de outro tema ou unidade. Em outras palavras, ciclo docente representa o desenvolvimento de um tema ou unidade, desde o seu planejamento e apresentação até o aprendizado satisfatório por parte do educando. Esquematicamente o ciclo docente pode desenvolver-se da seguinte maneira: Sondagem: Pesquisa dos pré-requisitos necessários ao estudo a ser efetuado, determinação das condições mais favoráveis para se efetuar o estudo em foco. Planejamento: Objetivos informativos, formativos e de automização ou objetivos educacionais e instrucionais visados, material didático necessário, conteúdo a estudar, métodos e técnicas de ensino mais adequados mais adequados ao estudo almejado e sua estruturação em Estratégia Instrucional ou Plano de Ação Didática.
32
Execução: Apresentação do conteúdo ou contato com o tema ou unidade a estudar: apresentação motivadora, indicação das normas de trabalho, para estudo coletivo, em grupo ou individualizado. Estudo: Estudo sistemático, fixação dos elementos essenciais de estudo, integração da aprendizagem, com a estruturação lógica, em suas partes essenciais, do objeto de estudo. Avaliação:
Verificação
circunstâncias,
pela
e
avaliação
associação
da
das
aprendizagem,
seguintes
conforme
possibilidades,
as pelo
desempenho do educando durante o estudo, individualmente ou em grupo, pelo trabalho realizado, por tarefas ou aplicações do objeto de estudo efetuadas, por auto avaliação, por provas. Reorientação da aprendizagem, segundo necessidades: de retificação, de recuperação. Reflexão crítica: sobre o processo de estudo e o objeto de estudo. Ampliação da aprendizagem: Destinada aos educandos mais interessados no tema ou na unidade. O ciclo docente pode ser simplificado da seguinte maneira:
Sondagem,
Planejamento
do
estudo
a
efetuar,
Motivação,
Apresentação geral do objeto de estudo com indicações metodológicas, Avaliação propriamente dita, acompanhada de avaliação, sempre que justificável, Estudo propriamente dito, acompanhado de avaliações de continuidade e retificações de aprendizagem, sempre que oportunas. Sondagem: Investigação do pré-requisito para ser efetuado o estudo em foco. Planejamento: Planejamento do ensino do conteúdo considerado em função da realidade do educando ou da classe. Estudo:
É
a
apresentação
motivadora
do
conteúdo,
apresentação
propriamente dita do conteúdo, cuja extensão varia segundo a Metodologia de Ensino adotada. Elaboração do conteúdo: Por meio de estudo sistemático do conteúdo, por meio de processos que levam à fixação dos elementos fundamentais do 33
conteúdo em estado, por meio de processos que visem à integração das partes essenciais do conteúdo em foco. Avaliação: Avaliação de continuidade, avaliação propriamente dita seguida de Curso: Série: Disciplina: Número de aulas semanais: Número total de aulas: Ano letivo: Motivação do curso: retificações quando necessárias, recuperações quando necessárias, ampliação da aprendizagem para os educandos mais interessados na disciplina ou no conteúdo de estudo.
PLANO DE CURSO
Plano de Unidade: consta de três momentos: Momento vertical que consiste em indicar as subunidades e o número de horas-aula que poderão ser destinadas para cada uma das unidades, Momento horizontal é aquele que em cada subunidade tem a sua extensão e profundidade delimitada e o Momento de Coordenação aquele em poderão ser feitos reajuste em função da articulação com outras atividades, áreas de estudo ou disciplinas.
PLANO DE UNIDADE
Curso: Série: Ano letivo: 34
Disciplina: Unidade: Número de aulas: Período de Execução: Motivação da Unidade:
Subunidade (a)
3
2
2
Subunidade (b)
2
3
Subunidade (c)
4
4
Subunidade (d)
2
Subunidade (e) Avaliação Retificação e
3
Recuperação
TOTAL
Avaliação serem aplicadas
1 Indicação das formas de avaliação a
1
Integração
Fixação e
Técnicas
Métodos e
Didático
Material
1
unidade significativos e exequíveis.
1. Menor Nº de objetivos, porém
Motivação da
Nº de Aulas
subunidades
Conteúdo-
Instrucionais
Objetivos
METODOLOGIA
15
Plano de Aula: A palavra “aula” vem do grego, “aule” – pátio, em especial pátio do palácio real, através do latim ”aula” (ae) – pátio. O sentido de “sala onde se ministram lições” prende-se ao significado antigo através da acepção de “recinto espaçoso á maneira de pátio”. A lição é a execução do trabalho de aula, em que o professor “transmite parte do saber” aos seus alunos. A lição, neste sentido, supõe alunos ignorantes e professor sábio “transmite” o seu saber àqueles.
35
A aula é representada pela realização de trabalhos entre professor e educandos, durante determinado tempo, que pode variar de 30 a 45 minutos nas quatro primeiras séries do 1º grau, e de 45 a 90 minutos nas séries de 2º e 3º graus. Justificam-se as aulas de 60 a 90 minutos, quando se destinam a aplicação de métodos de ensino como ”estudo dirigido, certas formas de dinâmicas de grupo e outros”, que requerem mais tempo para que se complete o seu ciclo natural de estudo. Não seria interessante interromper esse ciclo para que tivesse continuidade em outra aula, pois haveria o perigo exaurir o interesse dos educandos pelo trabalho e não terminado. Tudo indica que o mais preciso conceito de aula seja o seguinte: “Aula é um período de tempo variável em que o professor ativa o processo de ensino-aprendizagem que possibilite ao educando alcançar os objetivos previamente estabelecidos”.
O sentido moderno de aula deve ser o de alunos procurando o saber ao invés de recebê-lo (Cousinet). Pode-se dizer que a aula é um determinado período de tempo vivido entre professor e aluno em que aquele orienta as atividades desse, tendo em vista levá-lo a alcançar objetivos pré-determinados e deve sofrer planejamento por parte do professor, no escopo de levá-lo a refletir e sistematizar o que vai executar em classe, eliminando, dessa maneira, a pura improvisação. O professor fornece o material sobre o qual os alunos vão trabalhar, dá regras e indicações de trabalho e os alunos realizam a aula, no lugar do professor. O Plano de Aula é um projeto de atividade e destina-se a indicar elementos concretos de realização da unidade didática e, consequentemente do Plano de Curso. Em sua elaboração não deve ser esquecido o tempo disponível e para o Professor não cria obrigatoriedade de cumpri-lo fielmente, sem afastamento do mesmo, pelo contrário, segundo as circunstâncias, o professor deve afastar-se do Plano. Ele é um roteiro de trabalho disciplinador de esforços e depende da acuidade pedagógica do professor saber quando deixar ou quando não deixar de lado o 36
plano para aproveitar motivações espontâneas, a fim de dar outro rumo a aula e com mais aproveito para os alunos do que se insistisse em manter o plano. O professor deve preparar o Plano de Aula à medida que for desenvolvendo o Curso, pois uma unidade pode comportar uma série de aulas, mas nada impede, conforme o assunto, que a unidade se realize em uma só aula. Ele deve conter um conjunto significativo de conteúdo que tenha um princípio, uma sequência e fim e, permita a estruturação de um todo “lógico ou psicológico” sobre o qual o aluno possa refletir. O Plano de aula obriga o professor a pensar sobre “oque vai fazer”, sobre “o que os alunos vão fazer”, no material didático necessário e nos procedimentos que melhor se ajustem ao tipo de tarefas a executar, logo em última análise, se não é mais do que “uma reflexão sobre o trabalho a ser executado em classe”.
VII – PLANO DE AÇÃO DIDÁTICA
O Plano de Ação Didática obedece aos critérios normativos dos pareceres do CNE – Conselho Nacional de Educação que determina quanto a Carga Horária e a distribuição das matérias por séries evolutivas do Curso. Tendo como orientação as Ementas publicas no Plano Pedagógico da Instituição de Ensino Superior. O modelo novo distribuído por este Conselho fala dos Núcleos Comuns e Núcleos Diversificados, nomenclatura esta que ainda é usada no Ensino Infantil, Fundamental e Médio, a saber, a “Educação Básica”. Quanto ao Curso Superior, a dinâmica é outra, é determinado o Núcleo Comum por linhas horizontais e o Núcleo Diversificado por linhas verticais. A explicação técnica do Conselho é fazer com que as matérias se juntem formando assim o Ensino Padrão de determinado Curso. 37
Quanto a Aula propriamente dita, tem hoje aplicação moderna como Datashow, filmes relacionados à matéria, dinâmica dentro e fora da Instituição, grupo de pesquisas internas e externas, formando assim o Pensamento Cognitivo do Educando na visão dos temas propostos. Cada instituição tem sua orientação uma diversidade de aulas que poderá ser ministrada pelos seus professores com liberdade, como aula de sondagem, de motivação, de planejamento, de apresentação de matéria, de discussão, com base em outra dinâmica de grupo, de estudo dirigido, de demonstração ou prática, de exercícios, de recapitulação, de avaliação e aula ocasional, de debates, com base em um tema escolhido o qual pode ser da matéria ou um tema da cidade, como por exemplo, falar sobre os reservatórios de águas de São Paulo ou a iluminação das periferias e meios de transportes ou ainda escolher um debate social que envolva um grupo social, religioso, do trabalho, do comércio e outros.
Desenvolvimento de uma Aula: Segue uma diversidade de comportamentos orientados pela Instituição de Ensino. Mesmo com a liberdade acadêmica, o Professor deve observar com cuidado os três elementos básicos da Educação: o Aluno, o Sistema Pedagógico e o Local onde se dá a Aula propriamente dita. Observa-se que a distribuição de Aula tem como base principal a Acomodação da Classe onde o Professor ficará atento à mesma usando dentro dos 60 minutos o mínimo de 45 minutos de Aulas Expositivas, não devendo abrir mão deste período. Os 15 minutos restantes serão distribuídos na Acomodação, na Motivação e na Apresentação do Conteúdo, podendo, porém, além disso, usar outros métodos didáticos para a sua distribuição.
Professores e Mestres Profissão ou aptidão? A meu ver é mais do que uma profissão ou aptidão, pois é uma Chamada da Educação para servir. O Professor não é missionário e não
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é simplesmente um servidor. Ele é uma pessoa que trabalha para a formação de diversos profissionais.
VIII – CONCLUSÃO
A Didática não diretiva como é fácil perceber, funciona com base na liberdade do educando onde expressa, em parte na escolha de algumas unidades da matéria e disposição na ordem de estudo das mesmas. Esta liberdade pode ser expressa também por: Liberdade de Ação, que consiste na liberdade de escolha de método de estudo que pode ser em grupo ou individual, demonstração ou exposição do professor, instrução programada, etc. Enfim, liberdade de escolha de método de estudo, dentro dos limites em que a escola e o professor oferecem Liberdade de expressão, que consiste em que o Educando possa expressar todos os seus sentimentos e pontos de vista, sejam quais forem, com relação à matéria, ao curso, ao professor, sem o perigo de sofrer represálias e ter consciência de que ele é responsável pelo uso que fizer da liberdade. O professor de ter a preocupação de ressaltar que o educando é responsável pelas suas ações, que é o agente e não o paciente na tarefa escolar e que os resultados satisfatórios ou não satisfatórios dependem muito dele mesmo. Assim, levar o educando a tomar decisões como: estudar, não porque é seu dever, mas porque assim decidiu. Não seguir este ou aquele caminho porque deve ser seguido, mas porque decidiu fazê-lo.
“ESTUDE COM CUIDADO POIS AS REGRAS SÃO CLARAS”.
39
SOCIOLOGIA DA RELIGIÃO
I – INTRODUÇÃO
O termo “teologia” é derivado de duas palavras gregas, theos e logos, sendo que a primeira significa Deus e a segunda significa estudo, discurso ou doutrina. Em um sentido mais restrito, Teologia pode ser definida como Doutrina de Deus. “Em um sentido mais amplo, porém pode-se definir Teologia como a ciência de Deus e suas relações com o universo: a Teologia examina todos os aspectos da metafisica, a teologia propriamente dita “O estudo de Deus”, a antropologia “ O estudo do Homem “ e a cosmologia “ O estudo do universo “. A ciência pode ser definida como conhecimento organizado das Leis naturais gerais, principalmente aquelas obtidas através do método cientifico. Método cientifico pode ser definido como os princípios e modos de buscar o conhecimento sistemático, incluindo o reconhecimento de um problema e sua consequente formulação, a soma de informações obtidas através da observação e das experiências, a apresentação e comprovação das hipóteses.
II – PERÍODO HISTÓRICO
Em alguns períodos da historia, principalmente a partir dos estudos do teólogo francês Pierre Aberlardo (1079-1142), com que a expressão “ Teologia “ passou a indicar a ciência da Religião, ou seja, o estudo acadêmico acerca das Escrituras e a respeito de Deus, a Teologia passou a ser considerada a “ Rainha das ciências “ e a Teologia Sistemática “ Sua Coroa “. A partir daí as ciências comuns passaram a ser opor à ideia de que a Teologia seja uma ciência, muito menos a rainha das ciências mas é preciso reconhecer que se a verdade não está limitada à Teologia, todas as ciências revelam uma 40
parte da inteligência, desígnio e vontade de Deus e em função disso, conclui-se que todas as ciências são revelações de Deus. As ciências, em suas investigações empíricas, estão pesquisando a verdade de Deus, produzindo conceitos em muitas áreas importantes para os homens, embora nenhuma delas se relacionem explicitamente ao Ser Supremo, tarefa que cabe exatamente à Teologia que, portanto, é, sempre foi e continuará sendo a “ Rainha das ciências “ e como conceito de ciência disse que se trata de busca de conhecimento sistemático das verdades que a se relacionam, a Teologia Sistemática, é, sempre foi e continuará sendo a “ Coroa da Rainha “. Existem cientistas que se portam como verdadeiros ditadores do conhecimento desejando anexar a sua ciência os conhecimentos de outras áreas cientificas, enquanto procuram defender seu próprio território dos ataques de algum império cientifico rival. Assim, alguns psicólogos, enquanto defendem seu território cientifico dos ataques das ciências físicas, ao mesmo tempo se empenham em invalidar as verdades da ciência teológica, procurando reduzi-las a categorias do seu próprio domínio, como projeções da mente humana no seu comportamento externo, tais como “Poder da Mente, regressão, etc.” ao invés de reconhecer a religiosidade como influência externa como mente do Homem. “operação
da
vontade
de
Deus
manifestado ao homem segundo o seu Espírito, sua Palavra e sua Graça“.
A ciência, como disciplina, destaca o processo empírico da busca do conhecimento, embora individualmente alguns cientistas creiam também na eficiência da razão, da intuição e até das experiências místicas para descobrir e adquirir o conhecimento de teses cientificas. É o destaque das ciências comuns sobre o empirismo, em contraste com o destaque da ciência da religião “a Teologia sobre o misticismo” que de maneira desnecessária tem provocado conflitos de umas contra as outras. O cientista, no âmbito da física, restringe suas investigações aos fenômenos cujo comportamento, segundo pressupõem, pode ser explicado em termos de leis 41
causais com possibilidade de verificação empírica “método fundamentado unicamente na experiência”. Por seu lado, as ciências sociais, incluída aí a Teologia interessam-se pela analise do comportamento humano, devendo levar em conta que o homem é livre em sua conduta e em função disto, suas ações são imprevisíveis, dedicando-se o cientista social ao estudo de vários aspectos que motivam tais ações e seus resultados práticos, tanto no âmbito de consequências ao próprio individuo, bem como no meio social em que ele vive. As crenças religiosas, diversamente das crenças cientificas, não são hipóteses e nem se baseiam nos experimentos comprováveis ou não, sob determinadas condições, pois Deus não é passível de pesquisa empírica. Elas são dependentes do exercício do livre-arbítrio do homem, que pode ou não aceitar a influência externa do Espirito Santo de Deus, desvendando diante de si a verdade absoluta do Criador. Algumas pessoas se surpreendem ao constatarem que a ciência também envolve uma questão de fé. Sem fé na invariabilidade e coerência do processo de pesquisa, no resultado de suas conclusões, a ciência seria simplesmente impossível. Nem uma investigação cientifica seria possível sem a rigidez das leis da natureza, o que garante que uma mesma experiência, repetida sob as mesmas condições produza os mesmos resultados. Não poderia haver ciência sem a certeza de que o Universo que nos rodeia, de alguma maneira, misteriosamente tem correspondência com as nossas mentes e que as leis da natureza podem ser descobertas por meio da repetição das experiências. Estas leis naturais, até por força de sua coerência, sugerem a existência de um Legislador. E as experiências cientificas que são realizadas em qualquer um de seus ramos leva sempre a ciência de volta aos princípios religiosos da crença neste Legislador e na perfeição de suas leis que desmentem cabalmente as ideias de alguns cientistas quando falam de caos e obras do acaso no Universo. A mente divina opera em todas as atividades do homem e isso não deve ser ignorado. A mente humana tem uma afinidade com a Mente Divina por ser o 42
homem criado a imagem e semelhança de Deus, portanto, a mente humana, sem qualquer ajuda direta, é capaz de obter coisas surpreendentes das suas buscas de conhecimento em todos os campos do saber. A Carta do Apóstolo Paulo aos romanos, capítulo I, ensina que até os pagãos tinham a responsabilidade de saber coisas básicas de Deus e sua vontade, simplesmente através da revelação da natureza com a ajuda da razão. Não se pode subestimar os poderes humanos que nos foram concedidos pelo poder de Deus. A revelação de Deus através dos livros sagrados da bíblia podem ser exaltados, mas não devem ser desprezados outros meios de revelação. As ciências são um desses outros meios que precisam ser considerados e respeitados.
III - A EPISTEMOLOGIA
A Epistemologia é o estudo das ciências que tem por objetivo analisar seu valor para o espírito humano e reconhece a partir da perspectiva teológica, quatro níveis de obtenção de conhecimentos por parte do homem. Primeiro Nível: Os sentidos físicos – nele o homem adquire conhecimentos através da visão, da audição, do tato, do olfato e do paladar. Esse conhecimento é experimental. Aí está a base das ciências. Neste primeiro nível o homem age como um animal, pois os animais também aprendem por meio dos sentidos. Segundo Nível: A capacidade do homem de raciocinar – todos usam a razão. O cientista é alguém que usa a razão de forma metódica e bem organizada. A partir dai, o homem se diferencia do animal irracional, mas o homem, criado como criatura irracional, não se importou quando lhe disseram da impossibilidade de se responder de modo razoável às questões definitivas quanto à sua vida e destino e continuou nessa linha de indagações e pesquisas
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e muitos tem avançado, esforçando-se por serem tão irracionais quanto possível na obtenção de resposta. E de pronto admite-se que é a Fé cristã que nos move na busca de respostas racionais e é também a que nos leva a fazermos perguntas racionais. “ Pedi e recebereis, buscai e encontrareis, batei e abrir-se-vos-a” é uma verdade que, como Agostinho frequentemente observava, expressando perfeitamente tanto o inicio como a finalização da pesquisa filosófica, que o homem foi feito como criatura racional justamente para não se contentar enquanto não encontrar as respostas que satisfaçam a sua necessidade de identificação da verdade da sua origem e destino. A fé não pode admitir que o homem, em qualquer época de sua existência não possa conhecer a verdade que o liberta. No inicio do século V vemos, sob a poderosa influencia do ensino cristão tradicional, que se fixará através de Agostinho o resultado da pesquisa de John Locke sobre a natureza do entendimento humano. Por mais fraco que seja o conhecimento humano de uma total e universal compreensão de tudo quanto existe, já isso, não obstante, assegura os homens que eles possuem uma luz suficiente para os guiar ao reconhecimento de seu Criador e a visão de seus próprios deveres. Não há escusa para o servo negligente e relapso que não trabalha à luz de uma vela, alegando que o sol não está brilhando muito. A vela que nos foi dada, aclara o suficiente para que nos coloquemos em movimento na realização de todos os nossos propósitos. “Se deixarmos de crer em tudo, alegando a impossibilidade de conhecer ao certo todas as coisas, estaremos agindo como aquele que deixou de andar e morreu sentado porque se queixava de não ter asas para voar “. Terceiro nível: A capacidade humana da intuição é um poderoso meio de conhecimento quando os dois níveis anteriores fracassam, característica própria e natural do homem, vem pronta, está nele.
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Quarto Nível: A revelação divina uma concessão de Deus ao Homem. È o que supre as necessidades do homem na obtenção de conhecimento que não podem ser adquiridos nos três níveis anteriores sendo que a revelação divina é essencialmente mística. “O Conhecimento não é adquirido pelo homem em função da sua capacidade, Ou esforço, mas lhe é concedido pela graça de Deus, sendo por isso o nível mais elevado da obtenção de conhecimento “. Este é o campo da Teologia.
IV – CONHECIMENTO CIENTIFICO DA RELIGIÃO
Eis aqui a sabedoria cristã para o nosso século que nos poderá levar ao tal almejado triunfo sob os inimigos da ciência maior do conhecimento humano – a religião revelada de Deus na pessoa de Jesus Cristo. Durante a segunda metade do século XIX, foram se afirmando cada vez mais estudos e interpretações dos fatos religiosos alinhados com o desenvolvimento de ciências humanas. A Linguística e outras ciências: Como a linguística, a antropologia cultural, a própria psicologia e a sociologia, foi-se, progressivamente, afirmando a exigência de uma ciência da religião capaz de reunificar as contribuições que diversas disciplinas vinham oferecendo a partir de observatório e particular, para o conhecimento cientifico das religiões. Nasceu assim a ciência da Religião que por ter um inicio confuso e contraditório, pagou um tributo excessivo, às chamadas velhas mães – ciências antigas que procuram impedir não só o seu progresso como sua própria existência. Enquanto as ciências físicas necessariamente devem lançar mão de métodos experimentais ou empíricos, a fé religiosa impera por meio da razão, da
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intuição e das experiências místicas, o que comprova uma real diferença de métodos entre elas. A ciência está interessada no que é prático e material. Ela procura oferecer ao homem o conforto que a existência física exige, proporcionando-lhe recursos, tais como medicamentos que lhe proporcionem bem-estar corporal, curando suas enfermidades físicas, evolução tecnológica tanto na área do trabalho quanto no lazer, através de instrumentos cada vez mais apropriados e funcionais, enquanto a fé religiosa está interessada em outra dimensão da vida humana, a dimensão espiritual, no bem estar da alma, na busca da paz pessoal diante da vida, com reflexos na sua convivência social, proporcionando a cada indivíduo os melhores meios de uma conduta ideal em relação ao seu semelhante. Haverá sempre separação entre estas duas atividades humanas em função de objetivos tão distintos, mas na medida em que a ciência for sendo espiritualizada, ela irá atuando em setores da vida humana que antes interessavam somente aos filósofos e teólogos, como arqueologia, ramo da ciência física, que através das suas descobertas tem cada vez mais confirmado a verdade da bíblia o que confirma uma divisão de setores, porém uma unificação do conhecimento. Apesar da ciência e da fé religiosa terem suas respectivas ênfases operacionais, em última análise estão juntas, buscando uma única e ampla base de conhecimento. Todas as ciências, não importa o ramo a que se dediquem, estão subordinadas ao pensamento de Deus para quem todo o conhecimento está unificado. Algumas ciências desenvolveram estudos no campo da religião, destacando-se na cooperação com a “rainha das ciências “, a Teologia na busca do conhecimento da verdade de Deus como a Filosofia, Antropologia, Sociologia, Psicologia e a História.
V – FILOSOFIA DA RELIGIÃO
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Filosofia é o conjunto de concepções, práticas ou teóricas, acerca do ser, do homem e do seu papel no universo, conjunto de toda ciência, conhecimento ou saber racional. Filosofia é a história das ideias, é o saber a respeito das coisas. Etimologicamente o termo provém do grego philein ( amar ) e Sophia ( sabedoria ) podendo, portanto, ser definida com “ amor da ciência do saber, do conhecimento “. A Filosofia, segundo a tradição começa historicamente no século VI A.C. com Aristóteles para quem ela seria “a totalidade do conhecimento humano bem como os modos de se chegar a esse conhecimento “. Para Aristóteles, a Filosofia fundamental seria a Teologia, que é o princípio e as causas últimas, o que incluiria a ideia da divindade, que é o principal de todos os princípios, a causa de todas as causas. “Nenhum homem é sábio mas somente Deus. E as pessoas que têm interesse pelas coisas divinas são buscadoras de sabedoria “ A Filosofia na realidade seria uma religião mediante a qual o indivíduo aprende como buscar e obter a união com o divino. A Filosofia da religião teve seu começo como defesa da fé religiosa, quando o raciocínio filosófico, defendendo de imediato, como exemplo da atividade a que se dedicava racionalidade da existência da alma e de Deus. A Filosofia, ao considerar os assuntos religiosos e através da crítica analítica e da avaliação dos fatos, se identifica como Filosofia da Religião. O seu propósito não é primordialmente aceitar ou rejeitar as crenças religiosas mas na verdade compreendê-las e descrevê-las da forma mais exata e abrangente. A Filosofia da Religião é a abordagem lógica dos conceitos religiosos e do papel da Teologia na explanação e elucidação de tais conceitos, o exame minucioso que possibilita diversas interpretações da experiência e das atividades religiosas e deve ser distinguida da apologética, a ponto de considerar que o filosofo se dedica ao estudo da mesma não haverá necessariamente ser praticante dela.
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A busca da natureza e dos fundamentos da fé religiosa que faz parte da pesquisa filosófica, é uma das mais antigas e perseverantes áreas do esforço filosófico. A crença e as práticas religiosas provocam várias questões filosóficas e demandam indagações a respeito dos estudos das ciências que tem por objetivo apreciar o seu valor para o espirito humano, relacionando-as à justificação da fé religiosa e perguntas sobre o conhecimento das causas primárias e dos princípios elementares da natureza de Deus e da alma, e perguntas éticas acerca do relacionamento entre Deus e os valores morais. No terreno da religião, tantas são as preocupações filosóficas que se cruzam, e tão fundamental é o interesse por elas, que a Filosofia da Religião é, para os filósofos cristãos ou não, um dos principais setores do esforço filosófico. A crença em Deus, a imortalidade da alma, a natureza do milagre, e o problema do mal se constituem nos problemas clássicos da Filosofia da Religião. Existência de Deus e Sua Defesa Na defesa da existência e conhecimento de Deus, os filósofos da religião buscam outro caminho como argumento comprobatório das suas teses, que é a experiência religiosa. Uma experiência mística ou um contato pessoal com o Divino, através da sua revelação, oferece justificados motivos para fé, segundo afirmativa dos fiéis que viveram tais experiências. As religiões de modo geral estão alicerçadas sobre experiências místicas: um profeta recebe uma visão, discípulos reúnem-se em torno dele, como uma importante figura
religiosa,
seus discípulos
registram
suas visões e
ensinamentos, livros sagrados desenvolvem-se a partir desses registros, forma-se uma organização “igreja” a fim de preservar e promover aqueles ensinos. Tudo começa nas visões e no discernimento ou intuição do profeta. Por outro lado, a Filosofia é basicamente uma inquirição racional e empírica, embora também possa incluir elementos místicos. Muitas pessoas religiosas opõem-se a filosofia e outras chegam mesmo a despreza-la abertamente. Tal atitude é difícil de compreender. Deus é o criador do intelecto – “razão” e, não
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se pode aceitar a existência de criaturas suas como pessoas anti-intelectuais ainda que não enfatizem a intelectualidade humana. Apesar de ser verdade que a revelação é a parte principal da existência religiosa, existem outros modos de produção de conhecimento que a revelação não esclarece, mas que precisamos considerar como a razão, a intuição e empirismo. Em primeiro lugar: ao interpretarmos a revelação estamos fazendo o uso da razão. Em segundo lugar: entendimento à revelação é intuição e discernimento humano. Em terceiro lugar: todas as áreas da ciência se desenvolveram através do empirismo. Em quarto lugar: o conhecimento bíblico tem sido fortalecido e confirmado pelos estudos da Geologia, da Arqueologia, da Astronomia, da Biologia e outras ciências. A ignorância não tem qualquer valor embora, em algumas religiões ela seja valorizada como se fosse uma virtude. O próprio Deus é o “Grande Intelecto” sabendo tudo sobre todas as coisas. Todas as ciências nada mais fazem do que descobrir quais são os propósitos de Deus e todas elas representam uma busca legítima ( Russel Norman Champlin ). O grande reformador Martinho Lutero, aparentemente repudiado a razão, separando-a da revelação, declarou: “A sabedoria natural de uma criatura humana em matéria de fé, até que se regenere e nasça de novo, é tudo escuridão, nada conhecendo das coisas Divinas. Mas numa pessoa crente, regenerada e iluminada pelo Espirito Santo, através da Palavra de Deus, é instrumento glorioso e sincero e obra de Deus...” O entendimento pela fé recebe vida da fé, o que se achava morto vive de novo “”.
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Comparando-se o pensamento de Lutero com o de Agostinho, quando este afirma a habilitação da razão pela fé em Cristo, o ensino de Lutero pode ser considerado verdadeiro, como verdadeiro é o ensino de Agostinho. Em certo trecho da obra de Agostinho embora ele enfatize o fato de que a fé procede a razão na compreensão da verdade ele, no entanto, reconhece claramente haver um momento em que a razão precede a fé, visto que a Palavra não pode penetrar numa criatura irracional, admitindo-se, daí, que a razão é o necessário ponto da conexão da alma humana com a Palavra divina. São
de
Agostinho
as
seguintes
palavras:
“Morra de vez a ideia de que Deus odeia em nós aquilo em que Ele nos fez superiores às demais criaturas viventes. Digo, pereça a ideia de que devamos crer que não temos necessidade de busca uma razão para aquilo em que cremos, porque de fato já não poderíamos crer se não tivéssemos almas racionais. Em certas coisas que pertencem à esfera da doutrina salvadora e que ainda não temos capacidade de alcançar pela razão, e essa fé purifica o coração, de modo que ele pode receber e suportar a grande luz da razão. “
A Filosofia e a Bíblia
O profeta assim, fala bem racionalmente quando diz:” Se não credes, não entendereis”, Is7.9. O profeta faz distinção entre fé e razão e nos aconselha que devemos primeiro crer para que possamos entender aquilo em que cremos. Vimos assim ser coisa razoável que a fé preceda a razão. “ Se, portanto, é razoável que a fé preceda a razão a fim de nos levar a certos e grandes assuntos que não poderíamos ainda entender, segue-se então, indubitavelmente, ainda que em grau menor, que a razão, que disso nos convence, de algum modo precede a fé. Por isso o apostolo Pedro nos admoesta que estejamos preparados para responder a qualquer que nos pergunte a razão de nossa fé e esperança”, I Pe 3.15.
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Certa feita Paulo tentou atuar como filosofo e não obteve muito sucesso – At17. Entretanto, muitos intelectuais foram conduzidos a Cristo por pregadores que usaram uma abordagem filosófica da fé religiosa como é o caso de Justino Mártir, pois ele supunha que a melhor porção da Filosofia Grega atuava como mestre-escola para conduzir os pagãos a Cristo, tal como a Lei assim fazia no caso dos judeus. Os pais gregos da igreja concordavam com essa atitude e sempre encontraram muito uso para a Filosofia. O único lugar no Novo Testamento onde a palavra “Filosofia” é usada é em Colossenses 2.8, onde Paulo se mostra enfaticamente contrário às inúteis especulações do “gnosticismo” e não à Filosofia como um todo. Paulo usa claramente vários aspectos da Filosofia em suas cartas, como na que foi escrita aos Efésios e aos Romanos. Também transmite nos seus ensinos que não pode haver substituto para a mensagem simples da cruz, porque é através dela que o homem é levado a se reconciliar com seu Criador pela reconciliação que há em Cristo. “ A eloquência e a erudição humana com frequência tem sido usadas com êxito na defesa dos pontos secundários do Cristianismo, mas a simplicidade e a verdade são as que lhe tem preservado a fortaleza.” Adam Clark
Como o poder não é do homem mas provém de Deus, isto pode ser notado quando o instrumento que é usado por Ele não é produto simplesmente da sabedoria, mas testemunho vivo e real do poder divino. A simples substituição de uma pregação erudita pelo falatório inculto e ignorante não manifesta por si só o poder espiritual, pois é tão somente a troca da “sabedoria humana” pela “ ignorância humana “. Por outro lado, quando o poder de Deus realmente se manifesta não há necessidade de dourar a mensagem com habilidade retórica, mas quando esse poder está ausente, nem o discurso simples e destituído de sabedoria “ o que às vezes é motivo de orgulho e ufania” nem o discurso brilhante e retórico podem ter grande valia. 1- Argumentos clássicos da crença em Deus
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Podemos mencionar como argumentos clássicos da Filosofia, em defesa da existência de Deus, os cinco caminhos de Tomás de Aquino e o argumento ontológico de Anselmo da Cantuária: Anselmo da Cantuária ( 1033-1109), foi um dos maiores teólogos medievais nascido no norte da Itália e educado nas melhores escolas de gramática e dialética do norte da França, argumentou que: a) Deus é aquele ser maior que podemos conceber – tal realidade deve existir, pois de outro modo poderíamos conceber algo maior ainda. Outrossim, tal realidade deve ser perfeita, se Deus existisse apenas como ideia, mas não na realidade, não seria perfeito e nem seria a realidade última. b) Deus é aquele ser que não podemos conceber como não – existente – Se falarmos em não existência divina, estaremos falamos sobre uma contradição, porque o divino não pode deixar de existir. Em outras palavras, Deus é o Ser necessário, ao passo que todas as outras coisas são decorrentes. Tomás de Aquino ( 1225-1274), teólogo italiano e doutor da igreja, nasceu em Roccasecca, perto de Aquino, na Itália. Considerado o maior representante do Escolasticismo, movimento teológico cristão medieval, postulou cinco caminhos sobre sua maneira de pensar sobre a existência de Deus: a) Precisamos referenciar Deus a fim de explicar os movimentos do mundo – Tais movimentos não consistem apenas na mudança de lugar dos objetos, mas também em todos os desenvolvimentos, como se dá com as criaturas vivas, ao que chamamos de crescimento. b) Argumento Teológico – Esse é necessário para postularmos um causa. Existem causas intermediárias, mas finalmente precisamos admitir uma causa primária, como também o princípio de causa, que faz todas as coisas continuarem existindo. O coração pulsa, mas deve haver muitos fatores contribuintes, incluindo o de natureza cósmica “as condições favoráveis da Terra dentro do sistema solar “, para que essas pulsações continuem. Deus é também esse tipo de causa “sustentadora”, e não
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apenas a Causa primária. Sem a causa não poderia haver o efeito, e, portanto, nem a vida e nem a existência de qualquer tipo. c) Argumento baseado na contingência e na necessidade – Sem um Ser necessário, outros seres, por serem contingentes, necessariamente desapareceriam da existência. O conceito do ser, por si mesmo, conduznos ao ser corolário, o conceito do Ser necessário. Esse Ser é Deus. d) Existem graus de bondade, verdade, nobreza e valores morais – Para que nossos juízos sobre essas coisas façam sentido precisamos postular a Bondade Absoluta, a Verdade Absoluta, ou um Ser Supremo em quem estão incorporados todos os valores, o qual é, ao mesmo tempo, o alvo de toda a verdade e ações morais, bem como o inspirador das mesmas. e) Todas as coisas têm um alvo – bem como um propósito demonstrável. O estudo das ciências, em um importante sentido, é o estudo do desígnio que há na natureza, completo com suas invariabilidades. Sem esse fator não poderia haver ciência. Se há desígnio, então deve haver um supremo Planejador, cuja inteligência garante a Teologia. Observamos pelas ideias de Tomás de Aquino que ele dizia que a Filosofia e a Razão se complementam uma a outra. A Filosofia enfatiza o exercício da razão, que é propícia à fé, pois Deus, sendo o Intelecto Supremo, e as almas humanas sendo intelectuais, tem afinidade com Deus. A Razão aceita muitas doutrinas que podem estar em acordo com o que é aceito pela fé, que pode ir além da razão, porque a fé religiosa se abastece de informações por meio da intuição e das experiências místicas “revelação e de outras formas”. Assim, a fé supera a razão, embora não se oponha a ela. Algumas doutrinas se baseiam sobre a fé e a razão e outras sobre a fé somente, por meio da revelação cristã, como acontece com as doutrinas da trindade e da encarnação, com seus mistérios e implicações. Essas doutrinas estão intimamente ligadas à sabedoria de Deus e a razão humana não tem capacidade de, isoladamente conhecê-las perfeitamente. 2- Principais assuntos examinados pela Filosofia da Religião: 53
A Natureza, a função e os valores da religião.
A validade das reinvindicações religiosas e dos métodos de investigação.
A relação entre a ética e a religião.
O problema do mal.
A religião natural versus a religião sobrenatural.
O problema da revelação, os seus modos e a sua validade.
A alma, sua existência, sua sobrevivência diante da morte biológica e o seu destino.
A natureza e a existência de Deus.
A liberdade e o determinismo.
O misticismo.
O humanismo – “os valores humanos”.
Os credos, as organizações e os ritos religiosos.
Como filósofo político e educacional.
A função religiosa como parte da sociedade.
A religião é uma das instituições da sociedade.
A tradição profética: suas reivindicações, suas debilidades, sua validade, etc.
A natureza e a validade dos livros sagrados. As funções dos profetas.
A autoridade da igreja que preserva a mensagem dos profetas.
A natureza da linguagem religiosa.
A Filosofia secular, normalmente anticristã, procurou ocupar lugar de destaque no período moderno. As questões fundamentais tratadas pela Filosofia não têm sofrido grandes alterações de métodos na abordagem dos seus assuntos, mas nestes últimos séculos as soluções propostas às questões que ela formula normalmente têm sido incompatíveis com o Cristianismo. Surge daí a indagação: É a Filosofia da Religião, em si mesma, uma atividade legítima para o cristão? Tem havido um tradição que tem contestado esta pergunta com um não enfático, sustentando que a Filosofia em geral, e a
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Filosofia da Religião em particular, implicam uma interferência que corrompe a pureza da fé bíblica. Deste princípio surge a grande necessidade de restabelecimento da posição de destaque que os pensamentos e as verdades da revelação divina devem ocupar na abordagem do estudo filosófico de modo geral, para que se justifiquem a importância da Filosofia da Religião como área de interesse legítimo para o Cristianismo. Este objetivo específico da Filosofia Cristã moderna somente poderá ser atingido através do conhecimento da Teologia Bíblica. O estudioso cristão deve forçosamente interessar-se pela Filosofia da Religião, baseada na Assistência da erudição e da Teologia Cristã, fundamentada na Bíblia, devido à sua influência sobre o desenvolvimento da história da Filosofia geral e religiosa, mais especialmente. Posto que a ortodoxia do Cristianismo é fundamentada nos fatos registrados nas Escrituras, devendo haver coerência com eles, o filósofo cristão necessariamente deverá interpretar as Escrituras, como elas interpretam a si mesmas. O principal propósito do filósofo cristão é, em primeiro lugar, prestar obediência ao mandamento maior do Senhor Jesus Cristo, que é o amar a Deus acima de todas as coisas, com todas as suas forças e capacidade de sentimento, incluindo a mente. A Filosofia de um modo geral e a Teologia em particular, têm revelado grandes nomes através da história da humanidade que se destacam em qualquer análise que se faça da participação do homem no desenvolvimento destas ciências. Entre os grandes filósofos seculares e religiosos “ teólogos “ que muito contribuíram para o enriquecimento da alma humana, provocando mudanças radicais no seu comportamento, há um que ganha extraordinário destaque, colocado em posição de honra merecida, reconhecido pelos outros filósofos e teólogos como líder inconteste de uma tão brilhante categoria, sobre Ele, e sobre a tão maravilhosa obra que Ele legou para a humanidade. 55
3- Assim se manifestou Jean- Jacques Rousseau, filósofo político e educacional: “Digo ainda mais que a majestade das Escrituras me deixa pasmo de admiração, na medida em que a pureza do evangelho exerce a sua influência sobre o meu coração. Investiguemos as obras dos nossos filósofos com todo o seu pomposo estilo e veremos quão mesquinhas, quão desprezíveis são elas quanto confrontadas com as Escrituras! Um livro ao mesmo tempo tão simples e tão sublime poderia ter sido mera obra humana? Seria possível que o personagem sagrado, cuja história as Escrituras contêm, tenha sido, Ele mesmo, apenas um homem? Acaso descobrimos que Ele assumiu a pose de um entusiasta ou de sectário ambicioso? Quanta pureza e quanta doçura em suas maneiras! Quanta graça contagiante nos seus discursos! Quão grande é a sublimidade das suas máximas! Quão profunda é a sabedoria dos seus sermões! Que presença de espirito! Que sutileza! Quanta verdade há nas suas respostas! Quão grande era o controle sobre as suas paixões! Onde está o homem onde está o filósofo que poderia ter vivido e morrido com Ele viveu e morreu sem manifestar fraqueza e ostentação? Haveríamos de supor que a narrativa dos Evangelhos não passa de ficção? Na verdade, meu amigo, ela não exibe as marcas distintivas da ficção. Pelo contrário, a história de homens como Sócrates, que ninguém presume pôr em dúvida, não é tão bem atestada como a história de Jesus Cristo. Os autores judaico eram simplesmente incapazes de tal estilo e totalmente estranhos à elevada moral contida nos Evangelhos, as evidencias da autenticidade dos seus relatos são tão notáveis e invencíveis que um mero inventor seria um personagem ainda mais admirável do que o seu herói”. Jean-Jacques Rouseau – 1712-1778
VI – ANTROPOLOGIA DA RELIGIÃO
A Antropologia é o estudo dos seres humanos de uma perspectiva biológica, social e humanista. Em sentido amplo é estendida como Ciência que se propõe estudar o homem em sua totalidade física e sociocultural.
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É assim conceituada como a mais inclusiva das ciências voltadas para o conhecimento da espécie humana, uma vez que engloba extenso universo da especulação: desde os aspectos físicos até a variedade de componentes socioculturais, como a linguagem, expressão estética, organização econômica, social e política, sistema de crenças, em suma, a complexidade das relações sociais estabelecidas no interior de determinada sociedade, segundo um código de normas e valores denominado cultura. A Antropologia, como ciência, tem duas divisões principais: 1- Antropologia física – que estuda o que o homem era e é como um animal. 2- Antropologia cultural – que estuda o que o homem tem descoberto e inventado, aprendido e transmitido como um ser social. A Antropologia física tem várias subdisciplinas, sendo que a maioria delas não interessa nem à Filosofia e tampouco à Teologia, embora ela como ciência aborde a questão das origens, trazendo à tona o problema da evolução e a questão da identidade do homem, com a maioria dos antropólogos vendo o homem como um animal. Mas a Teologia tem muito a dizer sobre isso não considerando o homem apenas em seu corpo físico. Podemos concluir que a Antropologia só estuda o componente físico do homem e sua vida terrena, mas não sua verdadeira origem. A Antropologia Cultura é considerada sob os aspectos filosóficos e teológicos, tem como interesse central o estudo da ética. A maioria dos antropólogos defende o chamado relativismo cultural, ou seja, a tese de que a cultura desenvolve seus próprios conceitos éticos, em função das forças que sobre ela operam o leva a conclusão de que o padrão de certo e errado deixa de ser universal, o que provoca a existência de grupos sociais sofrendo desvios éticos como a existência de promiscuidade moral tolerada e até sacrifícios humanos em função de cultos religiosos, quando na verdade o homem foi criado para obedecer a um comportamento ético único originado do seu Criador. A doutrina do homem se relaciona com Deus, quanto à sua origem, à sua natureza presente, atividades que desenvolva, deveres e destino. 57
A Teologia ensina-nos que o homem foi criado para relacionar-se com Deus, participar de seus propósitos e, finalmente compartilhar da natureza divina ( 2 Pe. 1.4 “ pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas para que por elas vos torneis coparticipantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo”), tal como originalmente foi criado à imagem de Deus. O Homem deturpou esta imagem e a redenção tem como objetivo restaurá-la, mas também conduzi-la na busca da perfeição por meio da criação do homem espiritual, uma obra da dimensão espiritual divina. Na Antropologia Teológica o homem é um ser transcendente ou pelo menos está destinado a sê-lo. É preciso reconhecer-se que as referências que a Bíblia faz da natureza da humanidade acontecem dentro do contexto total do lugar que ocupamos na criação e da nossa posição diante de Deus. Não se pode responder às perguntas antropológicas, biblicamente, sem a referência a verdade teológica da doutrina da criação, antes de qualquer coisa, o homem é criatura à imagem e semelhança de Deus. A raça humana não evoluiu como fruto de um processo independente de seleção e desenvolvimento natural. A Bíblia apresenta a humanidade como a criação especial e direta de Deus. Gênesis 2.7 faz referência a que Deus criou Adão do pó da Terra e soprou em seu nariz o fôlego da vida de maneira que o homem chegou a ser “um ser vivente”. A palavra “ser” é tradução da palavra hebraica “nepes” que ainda frequentemente se traduz para o português como a palavra “alma” e que deve ser entendida em seu próprio contexto dentro do Antigo Testamento, como indicativa de homem e mulher, como seres viventes que se relacionam com Deus e com outras pessoas. Além disso, o fato de que o Adão recebeu vida pelo sopro de Deus implica que sua vida como “alma” nunca foi independente da vontade de Deus e de seu Espírito, Ec 12.7: “ E o pó volte à terra, como era e o espírito volte a Deus, que o deu”. 58
Não se deve conceber a vida humana em termos de imortalidade independente, porque esta vida nunca é independente da vontade de Deus. Antes da Queda, Adão era efetivamente imortal, já que existia uma relação perfeita com Deus, na qual sua vida era sustentada permanentemente pela Vontade de Deus. Como consequência da Queda, a morte foi o juízo de Deus pronunciado sobre Adão porque o relacionamento que havia sido a razão da sua imortalidade se havia rompido e esta ruptura da relação espiritual do homem com Deus, que constitui a morte espiritual, é o que caracteriza a totalidade da existência humana sem Cristo, Rm 7.9: “ Outrora sem a lei, eu vivia, mas sobrevindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri”. A decisão de Deus é que a humanidade reine e está escrita no Salmo oito na forma de uma pergunta: “O que é o homem?” Em outras passagens do Antigo Testamento a pergunta se repete de várias maneiras, porém, a resposta só é dada no Novo Testamento com referência a Cristo, Hb 2.9: “ vemos todavia aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor que os anjos, Jesus, por causa do sofrimento da morte, foi coroado de glória e de honra, para que, pela graça de Deus provasse a morte por todo homem”. Finalmente, a resposta à pergunta da Antropologia: “Que é o homem?” Somente pode ser discernida em Cristo. Assim como não pode haver um autêntico conhecimento de Deus, independente de sua auto revelação em Jesus Cristo, também não pode haver um conhecimento da natureza humana independente desta revelação. “Somente em Jesus se revelam e se cumprem a vontade e o propósito eternos de Deus”. Além disso, somente na Cruz de Cristo se revelam a profundidade, a totalidade e as consequências da queda da humanidade em relação à eterna vontade e propósito de Deus. É nesse sentido que Karl Barth fala de Jesus como revelação, tanto do verdadeiro homem que somos como do homem verdadeiro que não somos, somente a pessoas de Jesus Cristo é a fonte determinante de uma Antropologia Teológica verdadeira. 59
O Objetivo e a natureza autêntica da vida humana são discerníveis primeiramente em Cristo e só secundariamente no homem. A Divina Trindade constituída pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo, tem um propósito eterno de escolher os homens e as mulheres para terem um relação de pacto mútuo por meio da graça. A questão teológica da Antropologia não foi respondida de maneira adequada, até reconhecer este propósito divino de ter este pacto com o homem. Talvez não se deva imaginar a “imagem de Deus”, em termos estáticos ou individualistas, senão nos termos dinâmicos desta relação pactual, em Cristo, os homens e as mulheres são chamados a serem à “ imagem” da eterna relação intima da Trindade. Certamente não pode haver uma doutrina adequada da natureza humana sem o reconhecimento de que fomos criados à “imagem” de Deus. Definitivamente não pode haver uma Antropologia adequada sem referência a uma doutrina adequada e totalmente trinitária da natureza de Deus.
VII - SOCIOLOGIA DA RELIGIÃO
Sociologia é a ciência dos fenômenos sociais que tem por objetivo tanto a descrição sistemática de quanto o estudo dos “fenômenos sociais totais”, que visa integrar todo fato social no grupo em que ele se manifesta que tem como métodos a observação “análise objetiva, sondagens estatísticas, etc.” e a constituição de modelos descritivos. A Sociologia da Religião tem como objeto especifico o estudo da natureza do fenômeno social religioso como componente da estrutura das relações sociais, econômicas, políticas, éticas, culturais. Ela não coloca a religião como o principal dos seus objetos de estudo antes, centraliza a atenção no fato religioso entendido como “fenômeno social” ou como produto de uma criação coletiva, estruturado simbolicamente para exercer determinado papel no interior das estruturas sociais. Comportamentos 60
sociais particulares, tais como a Sociologia do Trabalho, Sociologia das Religiões, etc. Como escreve B. Wilson: “O significado social da religião deve ser buscado na sua capacidade de oferecer categorias e símbolos que ao mesmo tempo facilitam a compreensão por parte do homem da sua situação e lhe dão a possibilidade de avaliá-la e enfrentá-la emotivamente”. O estudo sociológico da religião desenvolveu-se relacionado com o esforço por entender o fenômeno religioso em todos os campos da atividade social e são muitas as tendências da explicação sociológica da religião. A Religião com sua referência transcendente a um “além” faz que as relações do homem com esse “além” e seu comportamento diante dele se transformem em aspecto fundamental do fato cultural. Passa a ter função própria dentro do conjunto de instituições que formam o sistema social, cooperando para o equilíbrio ou não do sistema, de acordo com as mudanças obtidas no sistema como um todo ou em parte dele. Segundo este conceito, a religião é, de certa forma, uma institucionalização do comportamento humano. Em suas origens durante o século XIX, a Sociologia da Religião era frequentemente opositora ao Cristianismo. Os elaboradores principais das suas teses, Claude Saint – Simon ( 1760-1825), Auguste Comte ( 1791-1857) e Emili Durkheim ( 1858-1917), conceituavam a Sociologia da Religião “ como uma possível imitação da antiquada Teologia como fonte da ética”. Foi Saint- Simon um dos filósofos que mais se aprofundou na análise do comportamento social quanto ao verdadeiro papel a ser desempenhado pelo homem na sua existência como membro de uma sociedade organizada. “ A Sociedade não é um simples aglomerado de seres vivos, cujas ações, independentemente de qualquer objetivo final, têm como única causa o arbítrio das vontades individuais e como único resultado, acidentes efêmeros e sem importância, a sociedade, ao contrário é uma
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verdadeira máquina organizada, cujas partes contribuem de maneira diferente para o movimento do conjunto.” De outro lado, a sua crença social-religiosa, totalmente voltada para o retorno às origens, é colocado com clareza em sua obra mais conhecida, O Novo Cristianismo, que significa para ele “a superação das confissões cristãs, consideradas como heréticas, opinião esta que tinha por objetivo a pregação dos restabelecimento do modelo original”. Esta renovação, segundo ele, implica primeiro uma dura crítica à situação religiosa do seu tempo, especialmente contra os seus administradores: “O ensinamento que o clero católico oferece aos leigos faz com que eles se desviem do caminho do Cristianismo”. Além disso, segundo ele, os responsáveis pela igreja tinham uma conduta contrária aos interesses das classes inferiores e dos próprios crentes e, a atualidade do Cristianismo está essencialmente na ética que professa. Os novos cristãos devem, através do exercício da sua fé, percorrer o mesmo caminho percorrido pela igreja cristã primitiva. O fundamento básico das teses defendidas por Saint- Simon é a prática da filantropia por parte da igreja cristã, em busca da felicidade social dos mais pobres, tarefa primordial para a identificação do Cristianismo regenerado, como ele dizia, dirigindo-se aos chefes da igreja de seu tempo. “Os primeiros cristãos fundaram a moral geral, proclamando, tanto nos barracos quanto nos palácios, o principio divino, ” todos os homens devem considerar-se irmãos, devem amar-se e ajudar-se mutuamente”. A partir desse princípio, eles organizaram uma doutrina, a qual, porém, recebeu deles apenas um caráter especulativo, a honra de organizar o poder temporal em conformidade com essa verdade divina foi reservada a vós. Vós fostes escolhidos pela eternidade para mostrar a estes princípios que é do interesse deles e faz parte do seu dever, conceder aos súditos a constituição que mais diretamente pode levar à melhoria da vida social da classe mais numerosa. Vós fostes escolhidos para induzir os chefes das nações a submeterem a sua política ao princípio fundamental da moral cristã. Vós é que salvastes a espécie 62
humana da degradação, depois da queda da potência romana. As circunstância atuais são as mesmas ( à medida que as diferença de nível civilizatório o permitem) e são também idêntica as causas que levaram aos mesmos efeitos. Deveis, senhores seguir o exemplo dos vossos antepassados, deveis desenvolver uma energia igual à deles-eles fundaram a religião cristã e vós deveis regenerá-la, deveis completar a organização do sistema moral e submeter a ela o poder temporal. “ Auguste Comte, discípulo de Saint-Simon, afastou-se progressivamente do seu mestre não só por razões de ordem pessoal mas, principalmente, pelo enfoque da sua visão em relação à Sociologia da Religião. O pensamento de Comte, que sempre evitou em suas reflexões sistematizar o fato religioso, está resumido em uma espécie de parábola universal, conhecida sob o nome de “lei dos 3 estágios: fetichismo, politeísmo, monoteísmo”, segundo a qual a Religião não tem mais lugar de destaque na sociedade, tese baseada no progresso técnico – científico. O estudo dessa Sociedade é atribuído por Comte a uma nova ciência, a “física social”, que terá a função de analisar as estruturas e os mecanismos da sociedade com os mesmos critérios com os quais as ciências da natureza examinaram os seus objetivos. , Nasce com Auguste Comte o movimento que viria a ser chamado de “Positivismo”, que deverá ser, segundo ele, a nova religião da humanidade, uma filosofia sistematizada, que pretende que o espírito humano deva renunciar a conhecer a natureza das coisas e contentar-se com as verdades tiradas da observação e da experiência dos fenômenos. Enquanto isso, Emile Durkheim, cuja obra sofreu uma inegável influência do pensamento positivista de Comte, assumiu a tarefa de tentar oferecer uma resposta teoricamente válida e metodologicamente vinculada a um problema. O declínio da Religião que a ele parecia um aspecto essencial não apenas da sua vida pessoal, mas também da sociedade à qual pertencia. Ele defendia a ideia de que a essência da função religiosa seria manter a distinção entre o
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profano e o sagrado. Isto incluía a tentativa de substituir na mente do homem o que é profano do que é sagrado. Ele afirmava que: “ A própria Sociedade é a origem dessa função religiosa e que os conceitos religiosos são meros símbolos das características da sociedade. O Sagrado é Deus, o que é personificado pela sociedade com um Ser separado. A essência da religião é eterna, mas a cultura modifica as suas formas e lhe confere suas muitas manifestações.” Fica claro pelas ideias defendidas por estes filósofos franceses fundadores da Sociologia da Religião, que ela trata de colocar os fenômenos religiosos no contexto social, examinar dentro desse contexto social, a forma e a direção tomada pela religião e o seu impacto social. Estão considerados aqui dois aspectos, com grande amplitude social-religiosa: do ponto de vista da Sociologia, refere-se ao convívio do homem no seu grupo, manifestando-se influências e inter-relações que ocorrem no seio deste grupo e, do ponto de vista religioso, refere-se às crenças em alguma divindade ou divindades superiores ao homem, das quais ele se considera dependente. Às vezes o papel dos fatores sociais são exagerados na Sociologia da Religião. Alguns insinuam que a credibilidade de uma doutrina depende quase que exclusivamente da existência de um grupo que conjuntamente dê apoio a esta doutrina. Mesmo que tal afirmação, por si mesma, seja de fácil aceitação, pois quando um grupo se reúne em torno de uma ideia unânime, ela tem o poder de transformar esta ideia em uma verdade, ela não deixa de ser uma verdade do homem, podendo se constituir em uma negação da transcendental verdade de uma doutrina originária do próprio Deus, dada ao homem para a sua sobrevivência em sociedade. Naturalmente,
as
crenças
estão
envolvidas
em
um
processo
ético
relacionamento humano, visto que muito da conduta humana resulta das convicções religiosas.
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Assim sendo, o comportamento ético do homem torna-se um aspecto importante da Sociologia da Religião. A Sociologia da Religião tem sido definida com um estudo dos processos e resultados das associações humanas, naquilo em que as crenças religiosas dos homens são afetadas e, é neste momento que é vital para o homem a distinção entre o “sagrado” e o “profano”. A Sociologia da religião ao analisar o comportamento religioso do homem, mostra em uma das suas áreas a existência de um religião comum, mecanicamente habitual, onde o interesse das pessoas se limita a crer na realidade visível e onde os mistérios são excluídos totalmente da crença praticada o que faz fundamental diferença em suas vidas. Ampliadas para incluir o estudo da religião civil e da ideologia, tais observações podem expor os verdadeiros tesouros de uma sociedade e desta maneira revelar onde está verdadeiramente seu coração. O primeiro registro bíblico da Religião como um evento social está no livro de Gn 4.26: “ A sete também nasceu um filho a quem pôs o nome de Enos. Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor.”, Convém lembrar que o nome Enos significa “homem” e nesta passagem está a afirmativa de que o homem “começou a invocar o nome do Senhor”, nós o vemos, não em processo de iniciação de adoração a Deus, mas introduzido pela primeira vez um culto público, com o decorrente despertamento no sentido da religião verdadeira. Os adorados de Deus passaram a unir-se para fazer em matéria de Religião alguma coisa além do que haviam feito até então. A frase “invocar o nome do Senhor” se refere a culto público e a adoração a Deus deixou de ser somente em particular e em família para se tornar um evento social e realizado em assembleias solenes. Os adoradores do Deus verdadeiro começaram então a se distinguir das demais pessoas, pois a partir daí “se chamavam pelo nome do Senhor”. Enquanto a descendência ímpia de Caim se preocupava somente com as coisas seculares, a família de Sete invocava o nome do Senhor e o adorava
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publicamente: vemos aí duas descendências diferentes ocupando a terra dos justos e a dos ímpios. Os justos descendentes de Sete alcançam, pela graça de Deus, a revelação de sua justiça, que através de Abraão, justificado pela fé, recebe a promessa de que da sua descendência e Senhor levantaria um povo para o seu nome, o que se cumpriria quando Deus, através de Moisés, confirmou ao povo de Israel que a promessa estava se tornando realidade ao dizer: “ Eu vos tomarei por meu povo e serei o vosso Deus”, Ex 6.7, fazendo deles um povo santo e sacerdotal. O povo creu na verdade da mensagem, aceitou a responsabilidade decorrente desta realidade, e os relatos das experiências desse povo com seu Senhor vieram a justificar a sua fé. A escolha de Israel não foi por mérito dele, mas obra única da raça divina e do seu amor imerecido. Esta mesma graça se revelaria como prometido a Abraão a todas as famílias da terra na pessoa de Jesus Cristo, o filho de Deus, e todo homem passaria a ter a liberdade de escolher seu próprio caminho, levantando-se na pessoa do Verbo Encarnado. O novo Israel, a Igreja Evangélica, como “geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido...chamado das trevas para a luz”, I Pe 2.9, mas a descendência de “Caim” não respondeu ao chamado de Deus verdadeiro e continuou no seu propósito de buscar nas religiões falsas as respostas espirituais que elas não podem dar, pois se baseiam na verdade do homem, negando a verdade do Criador Onipotente e através dos séculos, como está registrado na história, continuou crendo no “absurdo” de tais respostas, tão incoerentes, inconvenientes e danosas ao homem e ao seu destino final.
VIII – HISTÓRIA DA RELIGIÃO
São muitas as definições de História – como “o estudo do passado” ou “narração, descrição, resultado de uma indagação, conhecimento”, ou ainda a definição proposta por Lucien Febvre ( 1878-1956 ) “ História, ciência do homem”, não o esqueçamos nunca, que é a Ciência da mudança perpétua das 66
sociedades humanas do seu perpétuo e necessário reajustamento a novas condições de existência material, política, moral, religiosa e intelectual.” História “ ciência do passado, ciência do presente”. A História, como disciplina, atua na área do conhecimento que trata do passado e seus eventos relevantes. É o registro que preserva a experiência, passada da humanidade, através dos documentos escritos, nas descobertas arqueológicas, nos anais da geologia, etc. Ele abrange todas as áreas da atividade social e suas instituições, as Ciências em geral, os movimentos culturais e políticos, os avanços tecnológicos e a religião como parte inseparável da história. A Filosofia da História, mais do que só conhecimento e registro dos fatos acontecidos, procura interpretá-los tentando desvendar o seu significado e formular leis gerais que estabeleçam uma sucessão cronológica. Muitos são os métodos de interpretação da História da Civilização e de acordo com a mudança das característica das culturas que se sucedem no desenrolar da História. Os sistemas filosóficos que a interpretam variam de uma civilização para outra e de uma era para outra, o que dificulta o trabalho dos filósofos e historiadores no sentido de se pronunciarem como trabalhos conclusivos que são geralmente parciais e incompletos. Apresentam evidências de interpretações erradas, por não enxergarem nos acontecimentos históricos os desígnios de uma inteligência superior, sendo que outros reconhecem tais desígnios, mas quando a sua base para esse reconhecimento é a evolução ateísta ou confiam nos ideais progressistas, não encontram nem mesmo na própria história o necessário respaldo para as suas opiniões. Somente pela fé é possível se descobrir os desígnios desta inteligência superior na história da humanidade. Agostinho disse que “só quando purificada e instruída por fé” a inteligência humana consegue enxergar tais desígnios. Ponto de Vista da Religião como Ciências
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Um dos maiores benefícios que nos é proporcionados pela História da Religião, como ciência, foi nos chamar a atenção para a maneira como os livros da Bíblia foram escritos, e mostrar-nos os reais motivos e pensamentos, conceitos e limitações dos homens que os escreveram. Ela nos revela muitas coisas acerca da realidade histórica no momento em que foram escritos os livros sagrados, dando-nos uma visão geral dos tempos e da qualidade de pessoas que os escreveram, do seu modo de vida e do seu comportamento social. Tudo isto nos dá um grande e valioso enriquecimento de nossa compreensão do material bíblico, tanto do ponto de vista religioso quanto do científico. É verdade que alguns temem que o conhecimento científico possa comprometer a nossa compreensão espiritual da Bíblia. Mas tal receio não tem fundamento, porque os servos do Senhor não deixam de perceber que cada avanço no conhecimento científico por parte do homem capacita-nos a um entendimento mais profundo da Revelação que Deus confiou à sua Igreja. Devemos fazer todo esforço para nos aprofundarmos no entendimento da natureza da inspiração e autoridade da Bíblia, pois as ciências, sejam quais forem, no sentido de interpretação religiosa nada mais farão do que confirmar a verdade referente à revelação divina registrada pela Bíblia. Sob a ótica religiosa cristã, por exemplo, a História é interpretada como o diálogo da graça divina e da liberdade humana, registrando ao longo do seu processo que a vontade e o amor de Deus se manifestam tanto na criação do mundo e do homem, quanto na sua redenção e na encarnação do Verbo Divino, na vida, ministério, morte e ressureição do Cristo. A história visível ao homem oculta e revela, ao mesmo tempo, a história invisível de Deus e o seu plano divino, além dos insondáveis desígnios da Providência. Interpretada pelo Cristianismo, a História consiste do desenvolvimento de um plano providencial, cujas linhas gerais não podem ser alteradas pela liberdade humana.
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A Teofania “manifestação de Deus” transcende a história na realização de um projeto preestabelecido. O Cristianismo cujo mistério central é a encarnação do Verbo Divino promove a invasão do infinito pelo finito. Pela revelação do Verbo encarnado abrem-se outras possibilidades com relação ao tempo, pois é no tempo que o ser humano decide o seu destino eterno. A respeito do tempo, Agostinho, no capítulo XI da sua Obra Confissões, dá a entender que a sua percepção clara é a de ser o tempo o problema central da existência humana, onde o presente, permeado de ilusões, mostra como realidade a verdade de um futuro se escoando, continuamente sendo transformado em passado. A alma imortal, que transcende o corpo perecível, é no entanto prisioneira do tempo de limitada duração, que a rigor não passa de uma degradação da eternidade, se não houver a interferência da revelação divina. Vale lembrar que Agostinho é também o autor de A Cidade de Deus, obra que funda a Filosofia da história. Na interpretação do processo histórico os cristãos reconhecem-no como o meio através do qual Deus tem estado em contato com o homem em sua existência humana terrena. A sequência inteira dos acontecimentos mundiais passados presentes e futuros, raras vezes, se é que houve alguma, era descrita como História antes da última parte do século XVIII e a discussão do seu significado formou parte da Teologia através dos anos. Na Bíblia existe bastante material para preparar uma interpretação da História. O Antigo testamento apresenta Deus como em um ajuste do processo histórico, principalmente no êxodo do Egito, mas também em muitos outros acontecimentos. Em contraste com as divindades da natureza das nações vizinhas a Israel, Deus se revela de maneira evidente na História. No Novo Testamento Deus tomou parte decisiva nos assuntos humanos por meio de Cristo e seus propósitos começam a desenvolver-se através da Igreja, existindo a promessa
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de que a História chegará a um fim, com a segunda vinda de Cristo para o juízo. Podemos destacar algumas das principais contribuições da Bíblia sobre a história como:
Deus tem dirigido o curso total do processo histórico desde o princípio da criação;
Ele
interfere
nos
assuntos
particulares,
geralmente
exercendo
misericórdia ou juízo;
Ele levará seus planos a uma conclusão triunfante nos últimos dias.
Em oposição à opinião da existência de períodos cíclicos da história, defendia pelos historiadores seculares de acordo com o padrão das evoluções naturais, os cristãos têm sustentado a tese da linearidade da história como um processo que se movimenta até um fim predeterminado por Deus. Descrevem seu controle como providência e o fim dos tempos é sustentado como fundamento de sua esperança. A Escatologia é a chave para entender tanto a História como a Teologia e os cálculos que muitos Cristãos têm feito sobre o futuro se baseiam nas crenças sobre o Milênio que será o tempo em que Deus, na pessoa de Jesus Cristo, implantará literalmente seu Reino sobre a terra. O estudo da História pode ajudar o homem a escrever melhor a sua própria história, desde que ele atente para as grandes lições que ela ensina, mostrando as provas inequívocas da obra poderosa do Deus criador do Universo e na vida dos povos. Submissão: “Escuta-me, pois, e eu falarei, eu te perguntarei e tu ensina-me”. Jó 42.4, Estes ouviram, aprenderam e venceram. A Cronologia da História mostra fatos reais de experiências vividas e fielmente registradas e não obra literária de ficção tirada de alguma mente criativa e criadora de ilusões, mostrando o verdadeiro desenrolar do drama da vida, que caminha rapidamente para o grande desfecho do despertar da maior de todas as civilizações que o homem ainda não conheceu nem viveu, o Reino Milenial 70
do Príncipe da Paz, o Verbo encarnado: “...fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre”, Ap 1.18. Amém! “ E tenho as chaves da morte e do inferno”, Ap 1.18. E pelo insondável amor de Deus e por sua imensa graça, Ele tem também as chaves do céu para os que crendo, conheçam e, conhecendo, alcancem a salvação.
IX-CONCLUSÃO
Sociologia é a ciência dos fenômenos sociais que tem por objetivo tanto a descrição sistemática de quanto o estudo dos “fenômenos sociais totais”, que visa integrar todo fato social no grupo em que ele se manifesta que tem como métodos a observação “análise objetiva, sondagens estatísticas, etc. e a constituição de modelos descritivos”. A Sociologia da Religião tem como objeto específico o estudo da natureza do fenômeno social religioso como componente da estrutura das relações sociais, econômicas, políticas, éticas, culturais. Ela não coloca a Religião como o principal dos seus objetos de estudos, antes, centraliza a atenção no fato religioso entendido como “fenômeno social” ou “como produto de uma criação coletiva, estruturando simbolicamente para exercer determinado papel no interior das estruturas sociais”. Na Bíblia existe bastante material para preparar uma interpretação da História. O Antigo Testamento apresenta Deus como em um ajuste do Processo Histórico, principalmente no Êxodo do Egito mas também em muitos outros acontecimentos. Em contraste com as divindades da natureza das nações vizinhas a Israel, Deus se revela de maneira evidente na História. No Novo Testamento Deus tomou parte decisiva nos assuntos humanos por meio de Cristo e seus propósitos começam a desenvolver-se através da Igreja, existindo a promessa de que a História chegará a um fim, com a segunda vinda de Cristo para o juízo. 71
Podemos destacar algumas das principais contribuições da Bíblia sobre a História como: a) – Deus tem dirigido o curso total do processo histórico desde o princípio da criação; b) – Ele interfere nos assuntos particulares geralmente exercendo misericórdia ou Juízo. Deus levará seus planos a uma conclusão triunfante nos últimos dias.
“DEUS TOMOU PARTE DECISIVA NOS ASSUNTOS HUMANOS POR MEIO DE CRISTO”
DEUS
J E S U S HOMEM
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FILOSOFIA DA RELIGIÃO
I - INTRODUÇÃO
A Filosofia da Religião é uma das disciplinas que constitui uma das divisões da filosofia. Tem por objetivo o estudo da dimensão espiritual do homem desde uma perspectiva filosófica (metafísica, antropológica e ética), indagando e pesquisando sobre a essência do fenômeno religioso: "o que é afinal a religião?". Seu sentido Etimologicamente é religar, tornar real o que ficou solto, voltar a comunhão, ligar o que foi desligado. Para o estudo da Filosofia da Religião são usados três métodos: 1. Histórico-crítico comparativo- deles compara as várias religiões no tempo e no espaço em busca de seus aspectos mais comuns e suas diferenças para verificar o que constitui a essência do fenômeno religioso. 2. O Filológico faz o estudo comparativo das línguas visando encontrar as palavras utilizadas para descrever e expressar o sagrado e suas raízes comuns e; 3. O Antropológico- procura reconstruir o passado religioso tendo por base a etnologia (estudo dos povos primitivos e atuais, suas instituições, crenças, rituais e tradições). A Filosofia da Religião deve fazer uma adequada conjugação desses métodos "para obter a melhor soma de elementos para chegar à conclusão mais correta sobre a essência da religião e suas características universais". Filosofia é o conjunto de concepções, práticas ou teorias, acerca do ser, dos seres, do homem e do seu papel no universo, conjunto de toda ciência, conhecimento ou saber racional, é a história das ideias, é o saber a respeito das coisas.
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II - DEFINIÇÃO
FILOSOFIA: Etimologicamente o termo provém do grego, philein "amar", Sophia "sabedoria", Podendo, portanto, ser definida como "amor da ciência, do saber, do conhecimento". A filosofia, segundo a tradição, começa historicamente no século VI A.C. com Aristóteles, para quem ela seria "a totalidade do conhecimento humano, bem como os modos de se chegar a esse conhecimento". Para Aristóteles, a filosofia fundamental seria a Teologia, que é o princípio e as causas últimas, o que incluiria a ideia da divindade, que é o principal de todos os princípios, a Causa de todas as causas. "Nenhum homem é sábio, mas somente Deus. E as pessoas que têm interesse pelas coisas divinas são buscadoras de sabedoria". A filosofia na realidade seria uma religião mediante a qual o indivíduo aprende como buscar e obter a união com o divino. A filosofia da religião teve o seu começo como defesa da fé religiosa, usando o raciocínio filosófico, defendendo de imediato, como exemplo da atividade a que se dedicava, a racionalidade da existência da alma e de Deus.
III - PROPÓSITO DA FILOSOFIA DA RELIGIÃO
A filosofia ao considerar os assuntos religiosos e através da crítica analítica e da avaliação dos fatos, se identifica como filosofia da religião. O seu propósito não é primordialmente aceitar ou rejeitar as crenças religiosas, mas, na verdade, compreendê-las e descrevê-las da forma mais exata e abrangente. A filosofia da religião é a abordagem lógica dos conceitos religiosos e do papel da Teologia na explanação e elucidação de tais conceitos, o exame minucioso que possibilita as diversas interpretações da experiência e das atividades religiosas.
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A filosofia da religião deve ser distinguida da Apologética a ponto de se considerar que o filósofo que se dedica ao estudo da mesma não deverá necessariamente ser praticante dela. A busca da natureza e dos fundamentos da fé religiosa que faz parte da pesquisa filosófica é uma das mais antigas e perseverantes áreas do esforço filosófico. A crença e as práticas religiosas provocam várias questões filosóficas e demandam indagações a respeito dos estudos das ciências que têm por objeto apreciar o seu valor para o espírito humano, relacionando-as à justificação da fé religiosa e perguntas sobre o conhecimento das causas primárias e dos princípios elementares da natureza de Deus e da alma. E perguntas éticas acerca do relacionamento entre Deus e os valores morais. No terreno da religião tantas são as preocupações filosóficas que se cruzam e tão fundamental é o interesse por elas que a filosofia da religião é, para os filósofos cristãos ou não, um dos principais setores do esforço filosófico, que são quatro como segue: a crença em Deus, a imortalidade da alma, a natureza do milagre e o problema do mal, constituindo nos problemas clássicos da filosofia da religião. Na defesa da existência e conhecimento de Deus os filósofos da religião buscam outro caminho como argumento comprobatório das suas teses que é a experiência religiosa. Uma experiência mística ou um contato pessoal com o Divino através da sua revelação, oferece justificados motivos para a fé segundo afirmativa dos fiéis que viveram tais experiências. Apesar de ser verdade que a revelação é a parte principal da existência religiosa, existem outros modos de produção de conhecimento que a revelação não esclarece, mas que precisamos considerar como a Razão, a Intuição e o Empirismo. Ao interpretarmos a revelação, estamos fazendo uso da razão, o entendimento da revelação é devido também à intuição e discernimento humano e todas as áreas das ciências se desenvolveram através do empirismo.
IV- CONTRIBUIÇÕES DE OUTRAS CIÊNCIAS
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O conhecimento bíblico tem sido fortalecido e confirmado pelos estudos de outras ciências, elas contribuem para elucidar dúvidas. São as seguintes ciências: Geologia e Geografia da terra santa, Israel, dados topográficos, clima, subdivisões. “Monte do Templo ou Esplanada das Mesquitas, ao centro Mesquita de AlAqsa, construída por Omar sobre as ruínas do Templo de Salomão, destruído pelos romanos.” Monte do Templo é o lugar religioso de maior importância no Mundo para Judeus e Cristãos e segundo a tradição muçulmana o terceiro lugar em importância para o mundo islâmico. O Monte do Templo em hebraico: Har HaBayit, em alusão ao antigo templo, pelos judeus e cristãos, e Nobre Santuário Liz_-_k transi. Al-fiaram ash-Sharif pelos muçulmanos. Monte Scopus: hebraico (Har HaTzofim), em árabe Al-Masarif, al ôabalMashad, Monte dos Observadores é uma montanha (altitude: 2710 pés ou 826 metros acima do nível do mar do nordeste de Jerusalém, Israel.) Palestinos: Não há e nem nunca houve na realidade um povo chamado palestino, nunca houve uma etnia com este nome ou algo semelhante. Historicamente falando este nome somente tomou o conceito de um povo a fim de identificar os árabes que vivem na Terra de Israel. Monte Ebal: Monte das Maldições está localizado no centro de Israel e é uma das duas montanhas situadas na parte norte da Sumária (Cisjordânia), segundo as escrituras é um dos montes mais importantes no relato bíblico, fica próximo da cidade bíblica de Siquém, atualmente chamada de Nablus. Arqueologia Bíblica, nela alguns céticos duvida da Bíblia simplesmente porque não encontram monumentos que descrevam todos os seus acontecimentos. Eles fazem isso com a história das dez pragas do Egito. Por não acharem ali nada que confirme a história do Êxodo, julgam que ela jamais aconteceu. Ora, por que os egípcios iriam registrar para o mundo o vexame que passaram com a saída dos hebreus? É claro que eles ficariam calados a respeito disso. Contudo, outros povos, fora da Bíblia, testemunharam a ocorrência das pragas 76
que Deus enviou através do profeta Moisés e mesmo dentre a correspondência particular de alguns egípcios é possível encontrar pistas do que aconteceu ali naquela época. Vamos ver primeiro o que escreveu Deodoro Sículo, historiador grego do I século A.C., cujo testemunho dura até hoje: "Nos tempos antigos houve uma grande praga no Egito e muitos a atribuíram ao fato de Deus estar ofendido com eles por causa dos estrangeiros que estavam em seu país"... Os egípcios concluíram que, a menos que os estrangeiros fossem mandados embora de seu país, eles jamais se livrariam de suas misérias. Sobre isto, conforme nos informaram alguns escritores, os mais eminentes e estimados daqueles estrangeiros que estavam no Egito foram obrigados a deixar o país, [portanto] eles se retiraram para a província que agora se chama Judéia. Ela não fica longe do Egito e estava desabitada na ocasião. Aqueles emigrantes foram, pois conduzidos por Moisés que era superior a todos em sabedoria e poder. "Ele lhes deu leis e ordenou que não fizessem imagens de deuses, pois só há um Deus no Céu que está sobre tudo e é Senhor de tudo". Temos ainda o diário de um egípcio chamado Ipuwer que foi encontrado no Egito em 1820 e levado para o museu da Universidade de Leiden, na Holanda, onde permanece até hoje. Lá o escritor antigo lamenta o estado do Egito e diz numa carta endereçada ao faraó: "Os estrangeiros hebreus? Vieram para o Egito... eles têm crescido e estão por toda a parte lit. 'em todos os lugares, eles se tornaram gente' o Nilo se tornou em sangue as casas e as plantações estão em chamas... a casa real perdeu todos os seus escravos os mortos estão sendo sepultados pelo rio os pobres escravos hebreus? estão se tornando os donos de tudo os filhos dos nobres estão morrendo inesperadamente o nosso ouro está no pescoço dos escravos? o povo do oásis está indo embora e levando as provisões para o seu festival religioso? Essas palavras são muito parecidas com as pragas descritas em Êxodo 7:14-24, especialmente a primeira e a última. A referência aos escravos que agora se vão e ainda levam consigo algumas riquezas parece ecoar o testemunho bíblico de que os hebreus foram "e pediram aos egípcios
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objetos de Prata e de ouro ... De modo que estes lhes davam o que pediam. E despojaram os egípcios" (Êx 12:35-36). Biologia Humana- Seu objetivo é estudar todos os ramos da biologia de populações humanas, incluindo genética e variação humana, ecologia e adaptação
humana,
e
evolução
humana.
Pesquisa
a
natureza,
desenvolvimento e causas da variação em populações humanas, incluindo as disciplinas: genética humana, genética de populações, demografia evolutiva, auxologia,
fisiologia
ambiental,
fisiologia
do
crescimento,
ecologia,
epidemiologia e envelhecimento. Psicologia, é a ciência que estuda o comportamento (tudo o que um organismo faz) e os processos mentais (experiências subjetivas inferidas através do comportamento). O principal foco da psicologia se encontra no indivíduo, em geral humano, mas o estudo do comportamento animal para fins de pesquisa e correlação, na área da psicologia comparada, também desempenha um papel importante (veja também etologia). Paralela à psicologia científica aqui tratada existe também uma psicologia do senso comum ou cotidiana que é o sistema de convicções transmitidas culturalmente que cada indivíduo possui a respeito de como as pessoas funcionam, se comportam, sentem e pensam. A psicologia usa em parte o mesmo vocabulário que adquire assim significados diversos de acordo com o contexto em que é usado. Assim, termos como "personalidade" ou "depressão" têm significados diferentes na linguagem psicológica e na linguagem cotidiana. A própria palavra "psicologia" é muitas vezes usada na linguagem comum corno sinônimo de psicoterapia e, como esta, é muitas vezes confundida com a psicanálise. Apesar da semelhança de nome, a parapsicologia representa uma disciplina completamente diversa com outro objeto de estudo. Na Filosofia as interpretações comumente aceitas pelo homem constituem inicialmente o embasamento de todo o conhecimento. Essas interpretações foram adquiridas, enriquecidas e repassadas de geração em geração. Ocorreram inicialmente através da observação dos fenômenos naturais e 78
sofreram influência das relações humanas estabelecidas até a formação da sociedade, isto em conformidade com os padrões de comportamentos éticos ou morais tidos como aceitáveis em determinada época por um determinado grupo ou determinada relação humana.
V - A FILOSOFIA DA RELIGIÃO INVESTIGATIVA
É um ramo filosófico que investiga a esfera espiritual inerente ao homem, do ponto
de
vista
da:
Metafísica,
Antropologia
e
Ética.
Ela
levanta
questionamentos fundamentais, tais como: O que é a religião? Deus existe? Há vida depois da morte? Como se explica o mal? Estas e outras perguntas, ideias e postulados religiosos são estudados por esta disciplina. Há uma infinidade de religiões, compostas de distintas modalidades de adoração, mitologias e experiências espirituais, mas geralmente os estudiosos se concentram na pesquisa das principais vertentes espirituais como: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo, pois elas oferecem um sistema lógico e elaborado sobre o comportamento do planeta. E de todo o Universo, enquanto os orientais normalmente se centram em uma determinada filosofia de vida, os filósofos têm como objetivo descobrir se o olhar espiritual sobre o Cosmos é realmente verdadeiro em suas pesquisas. O filósofo da religião adota como instrumentos teóricos a metodologia históricocrítica comparativa que contrapõe as mais diversas religiões, espacial e temporalmente, para perceber suas semelhanças e o que as distingue, logrando assim visualizar o núcleo central dos eventos religiosos. A filológica, que realiza a investigação dos vários idiomas, comparando-os e buscando expressões usadas para se referir ao sagrado, estabelecendo assim o que elas têm em comum e a antropológica, que resgata o passado espiritual dos povos ancestrais e dos contemporâneos, seus institutos, suas convicções, seus ritos e seus valores. Cabe à Filosofia da Religião realizar uma correta 79
associação destes distintos métodos para assim perceber claramente o que é essencial nas religiões. A fé comum em Deus - Em todas as religiões vigentes no Ocidente há algo em comum: a fé em Deus. A Divindade é vista como um Ser sem corpo e eterno, criador de tudo que há, extremamente generoso e perfeito, todo-poderoso, ou seja, onipotente, conhecedor de tudo, portanto onisciente, presente em toda parte, melhor dizendo, onipresente. Esta é a imagem teísta de Deus, aquela que proclama sua existência. São Tomás de Aquino defende pelo menos cinco argumentos a favor da presença de Deus no Universo, entre eles o ontológico, o cosmológico e o do desígnio. Qual o verdadeiro significado da Fé? "Um senhor gerente de um banco foi ao culto no domingo à noite e o pastor pregou sobre a fé que é o firme fundamento das coisas que não se vê mais se espera. Seu filho de 8 anos perguntou ao pai o que realmente é fé. O pai ficou sem dar resposta por não saber como explicar ao filho, pois tudo que falava não convencia ao filho. O pai sabia de um poço que estava sendo cavado nos fundos de sua casa e sem que o filho soubesse ele entrou no poço à noite que tinha em media 3,5m de profundidade e pediu que sua esposa levasse o menino à beira do poço quando ele desse o sinal. Sem saber que o pai estava dentro do poço ele foi levado. Ao chegar, o pai avistou o menino mas o menino não o avistava pois, o poço estava escuro. O pai pergunta: está me vendo meu filho? Ele respondeu: não! Está muito escuro! O pai pergunta: você acredita no pai? Ele responde: sim! Acredito. E o pai fala -Meu filho, eu estou de braços abertos para te pegar. Se você acredita, pule! O menino pulou e seu pai o pega no escuro e diz: meu filho, isto que você fez é fé. O menino responde - Quer dizer que fé é um salto no escuro? - Responde o pai — "Sim, meu filho, fé é um salto no escuro". Porém, eu que já então neste assunto começava a deixar dobrar pelas questões de Nebrídio, não me recusei a expor-lhe meus prognósticos e o que me ocorrera, acrescentando contudo que estava já quase persuadido de que tudo aquilo era falso e quimérico. "Este trecho evidencia a prática da Astrologia
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pelo Santo". Entretanto, sua consultoria estava carregada de dúvidas. Quanto ao vaticínio de Santo Agostinho nunca o saberemos. Por ser consultado pelo culto amigo, Agostinho obviamente possuía conhecimentos sólidos de Astrologia e Astronomia, já que naquela época, não existia nem Canopus nem Vega e muito menos o Solar Fire. Só Deus pode ter o conhecimento do futuro, nenhuma arte existiria para prevê-lo.
VI - AS CARACTERÍSTICAS FILOSÓFICAS DO CRISTIANISMO
Não há propriamente uma história da filosofia cristã assim como há uma história da filosofia grega ou da filosofia moderna, pois no pensamento cristão, o máximo valor, o interesse central, não é a filosofia e sim a religião. Entretanto, se o cristianismo não se apresenta, de fato, como uma filosofia, uma doutrina, mas como uma religião, uma sabedoria, pressupõe uma específica concepção do mundo e da vida, pressupõe uma precisa solução do problema filosófico. É o teísmo e o cristianismo. O cristianismo fornece ainda uma -imprescindível integração à filosofia, no tocante à solução do problema do mal, mediante os dogmas do pecado original e da redenção pela cruz. E, enfim, além de uma justificação histórica e doutrinal da revelação judaico-cristã em geral, o cristianismo implica uma determinação, elucidação, sistematização racional do próprio conteúdo sobrenatural da Revelação, mediante uma disciplina específica, que será a Teologia Dogmática. Pelo que diz respeito ao teísmo salientamos que o cristianismo o deve, historicamente, a Israel. Mas entre os hebreus o teísmo não tem uma justificação, uma demonstração racional, como, por exemplo, em Aristóteles, de sorte que, em definitivo, o pensamento cristão tomará na grande tradição especulativa grega esta justificação e a filosofia em geral. Isto se realizará graças especialmente à Escolástica e, sobretudo, a Tomás de Aquino.
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Pelo que diz respeito à solução do problema do mal, solução que constitui a integração filosófica proporcionada pelo cristianismo ao pensamento antigo que sentiu profundamente, dramaticamente, este problema sem o poder solucionar - frisamos que esta representa a grande originalidade teórica e prática, filosófica e moral do cristianismo. Soluciona este o problema do mal precisamente mediante os dogmas fundamentais do pecado original e da redenção da cruz. Finalmente, a justificação
da
Revelação
em
geral
e
a
determinação,
dilucidação,
sistematização racional do conteúdo da mesma, têm uma importância indireta com respeito à filosofia, porquanto implicam sempre numa intervenção da razão. Foi esta, especialmente, a obra da Patrística e, sobretudo, de Agostinho. Esta parte, dedicada à história do pensamento cristão, será portanto, dividida do seguinte modo: o Cristianismo, isto é, o pensamento do Novo Testamento, enquanto soluciona o problema filosófico do mal, a Patrística, a saber, o pensamento cristão desde o II ao VIII século, a que é devida particularmente a construção da teologia, da dogmática católica, a Escolástica, a saber, o pensamento cristão desde o século IX até o século XV, criadora da filosofia cristã verdadeira e própria. A Natureza e a Fé Religiosa A busca da natureza e dos fundamentos da fé religiosa, que faz parte da pesquisa filosófica, é uma das mais antigas e perseverantes áreas do esforço filosófico. A crença e as práticas religiosas Provocam várias questões filosóficas e demandam indagações a respeito dos estudos das ciências que têm por objeto apreciar o seu valor para o espírito humano, relacionando-as à justificação da fé religiosa e perguntas sobre o conhecimento das causas primárias e dos princípios elementares da natureza de Deus e da alma, e perguntas éticas acerca do relacionamento entre Deus e os valores morais. No terreno da religião, tantas são as preocupações filosóficas que se cruzam, e tão fundamental é o interesse por elas, que a filosofia da religião é, para os filósofos cristãos ou não, um dos principais setores do esforço filosófico.
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A crença em Deus, a imortalidade da alma, a natureza do milagre e o problema do mal se constituem nos problemas clássicos da filosofia da religião. Na defesa da existência e conhecimento de Deus, os filósofos da religião buscam outro caminho como argumento comprobatório das suas teses, que é a experiência religiosa. Uma experiência mística ou um contato pessoal com o Divino, através da sua revelação, oferece justificados motivos para a fé, segundo afirmativa dos fiéis que viveram tais experiências. As religiões de modo geral estão alicerçadas sobre experiências místicas: um profeta recebe uma visão, discípulos reúnem-se em torno dele, como uma importante figura religiosa. Seus discípulos registram suas visões e ensinamentos, livros sagrados desenvolvem-se a partir desses registros, forma-se uma organização (igreja) a fim de preservar e promover aqueles ensinos. Tudo começa nas visões e no discernimento ou intuição do profeta. Por outro lado, a filosofia é basicamente uma inquirição racional e empírica, embora também possa incluir elementos místicos. Muitas pessoas religiosas opõem-se à filosofia e outras chegam mesmo a desprezá-la abertamente. Tal atitude é difícil de compreender. Deus é o Criador do intelecto (razão), e não se pode aceitar a existência de criaturas suas, como pessoas anti-intelectuais, ainda que não enfatizem a intelectualidade humana. A Revelação de Deus aos Homens: Apesar de ser verdade que a revelação é a parte principal da existência religiosa, existem outros modos de produção de conhecimento que a revelação não esclarece, mas que precisamos considerar, como a razão, a intuição e o empirismo. Em primeiro lugar, ao interpretarmos a revelação, estamos fazendo uso da razão, em segundo lugar, entendimento à revelação è intuição e discernimento humanos, em terceiro lugar, todas as áreas das ciências se desenvolveram através do empirismo, em quarto lugar o conhecimento bíblico tem sido fortalecido e confirmado pelos estudos da geologia, da arqueologia, da astronomia, da biologia e outras ciências mais.
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A ignorância não tem qualquer valor, embora em algumas religiões ela seja valorizada como se fosse uma virtude. O próprio Deus é o "Grande Intelecto", sabendo tudo sobre todas as coisas. Todas as ciências nada mais fazem do que descobrir quais são os propósitos de Deus, e todas elas representam uma busca legítima. Russel Norman Champlin. O grande reformador Martinho Lutero, aparentemente repudiando a razão, separando-a da revelação, declarou: "A sabedoria natural de uma criatura humana em matéria de fé, até que se regenere e nasça de novo, é tudo escuridão, nada conhecendo das coisas divinas, mas numa pessoa crente, regenerada e iluminada pelo Espírito Santo, através da Palavra de Deus, é instrumento glorioso e sincero, e obra de Deus... "O entendimento pela fé recebe vida da fé, o que se achava morto vive de novo". Comparando-se o pensamento de Lutero com o de Agostinho, quando este afirma a habilitação da razão pela fé em Cristo, o ensino De Lutero pode ser considerado verdadeiro, como verdadeiro é o ensino de Agostinho. Em certo trecho da obra de Agostinho, embora ele enfatize o fato de que a fé precede a razão na compreensão da verdade, ele, no entanto reconhece claramente haver um momento em que a razão precede a fé, visto que a Palavra não pode penetrar numa criatura irracional, admitindo-se, daí, que a razão é o necessário ponto de conexão da alma humana com a Palavra divina. São de Agostinho as seguintes palavras: "Morra de vez a ideia de que Deus odeia em nós aquilo em que Ele nos fez superiores às demais criaturas viventes. Digo, pereça a ideia de que devamos crer que não temos necessidade de buscar uma razão para aquilo em que cremos, porque de fato já não poderíamos crer se não tivéssemos almas racionais. Em certas coisas que pertencem à esfera da doutrina salvadora e que ainda não temos capacidade de alcançar pela razão, mas que compreenderemos um dia, a fé precede a razão, e essa fé purifica o coração, de modo que ele pode receber e suportar a grande luz da razão". 84
VII — CONFLITOS E CONCILIAÇÃO ENTRE A FÉ E O SABER
No plano cultural a Igreja exerceu amplo domínio, traçando um quadro intelectual em que a fé cristã era o pressuposto fundamental de toda sabedoria humana. Em que consistia essa fé? Consistia na crença irrestrita ou na adesão incondicional às verdades reveladas por Deus aos homens. A Bíblia um Destaque a mais: Verdades expressas nas Sagradas Escrituras (Bíblia) e devidamente interpretadas segundo a autoridade da Igreja. "A Bíblia era tão preciosa que recebia as mais ricas encadernações". De acordo com a doutrina católica a fé representava a fonte mais elevada das verdades reveladas - especialmente aquelas verdades essenciais ao homem e que dizem respeito à sua salvação. Neste sentido, afirmava Santo Ambrósio (340-397, aproximadamente) - Toda verdade, dita por quem quer que seja, é do Espírito Santo. Assim, toda investigação filosófica ou científica não poderia, de modo algum, contrariar as verdades estabelecidas pela fé católica. Segundo esta orientação, os filósofos não precisavam se dedicar à busca da verdade, pois ela já havia sido revelada por Deus aos homens. Restava-lhes apenas, demonstrar racionalmente as verdades da fé. Não foram poucos porém, aqueles que dispensaram até mesmo essa comprovação racional da fé. Eram os religiosos que desprezavam a filosofia grega, sobretudo porque viam nessa forma pagã de pensamento uma porta aberta para o pecado, a dúvida, o descaminho e a heresia (doutrina contrária ao estabelecido pela Igreja em termos de fé). Por outro lado, surgiram pensadores cristãos que defendiam o conhecimento da filosofia grega, na medida em que sentiam a possibilidade de utilizá-la como instrumento a serviço do cristianismo. Conciliado com a fé cristã, o estudo da filosofia grega permitiria à Igreja enfrentar os descrentes e demolir os hereges com as armas racionais da 85
argumentação lógica. O objetivo era convencer os descrentes, tento quanto possível, pela razão, para depois fazê-los aceitar a imensidão dos mistérios divinos somente acessíveis à fé. Filósofos da igreja Católica: Entre os grandes nomes da filosofia católica medieval destacam-se Agostinho e Tomás de Aquino. Eles foram os responsáveis pelo resgate cristão das filosofias de Platão e de Aristóteles, respectivamente. "Tomai cuidado para que ninguém vos escravize por vãs e enganadoras especulações da "filosofia", segundo a tradição dos homens, segundo os elementos do mundo, e não segundo Cristo"- São Paulo. A Patrística: "A fé em busca de argumentos racionais a partir de uma matriz platónica". Desde que surgiu o cristianismo tornou-se necessário explicar seus ensinamentos às autoridades romanas e ao povo em geral. Mesmo com o estabelecimento e a consolidação da doutrina cristã, a Igreja católica sabia que esses preceitos não podiam simplesmente ser impostos pela força. Eles tinham de ser apresentados de maneira convincente, mediante um trabalho de conquista espiritual. Foi assim que os primeiros Padres da Igreja se empenharam na elaboração de inúmeros textos sobre a fé e a revelação cristã. O conjunto desses textos ficou conhecido como patrística por terem sido escritos principalmente pelos grandes Padres da Igreja. As Questões Universais: Uma das principais correntes da filosofia patrística inspirada na filosofia grecoromana tentou munir a fé de argumentos racionais. Esse projeto de conciliação entre o cristianismo e o pensamento pagão teve como principal expoente o Padre Agostinho- "Compreender para crer, crer para compreender"- Santo Agostinho. A questão dos universais- O que há entre as palavras e as coisas. O método escolástico de investigação, segundo o historiador francês Jacques Le Goff,
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privilegiava o estudo da linguagem (o trivium) para depois passar para o exame das coisas (o quadrivium). Desse modo surgiu a seguinte pergunta: qual a relação entre as palavras e as coisas? Rosa, por exemplo, é o nome de uma flor. Quando a flor morre, a palavra rosa continua existindo. Neste caso a palavra fala de uma coisa inexistente, de uma ideia geral. Mas como isso acontece? O grande inspirador da questão foi o inspirador neoplatônico Porfirio em sua obra Isagoge: "Não tentarei enunciar se os gêneros e as espécies existem por si mesmos ou na pura inteligência nem, no caso de subsistirem, se são corpóreos ou incorpóreos nem se existem separados dos objetos sensíveis ou nestes objetos, formando parte dos mesmos". Esse problema filosófico gerou muitas disputas. Era a grande discussão sobre a existência ou não das ideias gerais, isto é, os chamados universais de Aristóteles. Vários pontos de vista são exclusivamente filosóficos e não bíblicos onde devemos ter o máximo de cuidado com as interpretações para você não entender as coisas da filosofia como as espirituais, uma distância que deve ser observada com muito critério, o grande perigo encontrado no século XXI é a mudança de comportamento dos líderes. Alguns perderam o coração de pastor - não conseguem ver mais as ovelhas, não oram mais e não estão preocupados com a salvação de almas, pois está claro, se não cuida dos que estão dentro de casa como cuidarão dos de fora? É uma vergonha a política dentro de nossos templos. E a falta de amor é assustadora entre os que dizem ser os pregadores da verdade. Onde vamos parar? "Venha o senhor urgente antes de perder tudo". Não temos corno trocar as ideias filosóficas, mas elas tem seus significados importantes dentro do raciocínio cristão. O problema maior é misturar o espiritual com o material. Esta mistura pode trazer consequências nos dois seguimentos, tanto material como espiritual. E poderão trazer descrença na fé cristã. Mais importante é que temos o Espírito de Deus e o discernimento adequado para seguir em frente.
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VIII - CONCLUSÃO Filosofia é o conjunto de concepções, práticas ou teorias, acerca do ser, dos seres, do homem e do seu papel no universo, conjunto de toda ciência, conhecimento ou saber racional. Filosofia é a história das ideias, é o saber a respeito das coisas. Etimologicamente, o termo provém do grego philein (amar) e Sophia (sabedoria), podendo, portanto, ser definida como "amor da ciência, do saber, do conhecimento". A filosofia, segundo a tradição, começa historicamente no século VI a.C. com Aristóteles, para quem ela seria "a totalidade do conhecimento humano, bem como os modos de se chegar a esse conhecimento". Para Aristóteles, a filosofia fundamental seria a teologia, que é o princípio e as causas últimas, o que incluiria a ideia da divindade, que é o principal de todos os princípios, a causa de todas as causas. "Nenhum homem é sábio, mas somente Deus. E as pessoas que têm interesse pelas coisas divinas são buscadoras de sabedoria".
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PEDAGOGIA DA RELIGIÃO
I - INTRODUÇÃO
A Pedagogia é a ciência ou disciplina cujo objetivo é reflexão, ordenação, sistematização e a crítica do Processo Educativo. Esta palavra tem origem na Grécia Antiga. É, portanto o conjunto de disciplinas agregadas como: Didática, Metodologia Cientifica, Filosofia da Educação e Sociologia da Educação. Existem técnicas para planejar, dirigir e orientar o Processo de ensinoaprendizagem ou é um dom inato do professor? Neste trabalho encontrarás uma introdução ao estudo da Pedagogia tão necessária à Educação e ao Professor em sala de aula. A proposta é orientar a ação docente e levar o educador à percepção e compreensão, através de uma reflexão crítica do seu trabalho, do seu papel na sociedade e no processo de ensino aprendizagem.
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Os desafios do professor: a) Pensar os objetivos, conteúdos e métodos; b) Interagir no processo ensino-aprendizagem; c) Disponibilizar conhecimentos e, d) Facilitar o desenvolvimento das capacidades cognitivas dos educandos. Os fenômenos econômicos e sociais da globalização, flexibilização e o novo mercado de trabalho, conferem à Educação um dos mais altos graus de importância. A Educação Continuada é hoje cantada em verso e prosa por todos os profissionais da área da educação. O Ensino à distância (EAD) também ganhou notoriedade com a difusão das redes de computadores - BBS e Internet.
II ENSINO TEOLÓGICO:
No século XX desenvolveram-se muitas teorias na área da pedagogia. Estudar essas teorias e verificar suas aplicações no ensino teológico não é tarefa das mais fáceis. Muitos perguntam: “Como atingir o perfil do novo profissional que o mercado precisa? Como ser um cidadão do inundo? Como ter unia vida feliz? Que rumos devo dar à minha vida?” E entre outras, a Bíblia tem as respostas. Não se trata aqui de trilhar os caminhos dos pregadores da Teologia da Prosperidade, ou ensinar as teorias de Napoleon Hill, Lair Ribeiro, Dr. Silva, Shinyashiki e tantos outros que, na verdade, oferecem manuais de condicionamento. A solução está em oferecer um ensino das Sagradas Escrituras, possibilitando ao, educando uma atitude reflexiva de construção dos conhecimentos bíblicos.
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O aluno deve ser levado a descobrir a alegria de estudar a Palavra de Deus. E o educador participa desse processo se estiver atento aos anseios e a cultura trazida para a sala de aula. "Mas isto é um desafio". Nesta
concepção
conhecimentos
de
bíblicos,
Educação ter
o
comunhão
educador com
deve
Deus,
possuir preparo,
sólidos reflexão,
conhecimento das ferramentas pedagógicas, amor fraterno pelo... próximo, possuir ferramentas, técnicas de como planejar, orientar e dirigir o Processo Ensino-aprendizagem que podem ser aprendidas e usadas. Não são obrigatoriamente características inatas de algumas pessoas que já nascem professor. Deve promover condições para que o educando desenvolva a capacidade de pensar criticamente, levando-o a aceitar os desafios que irão surgir ao longo da vida na Sociedade e na Comunidade Eclesiástica. É uma tarefa da Escola Bíblica Dominical, devendo auxiliar no desenvolvimento do educando, prepará-lo para uma participação ativa na Igreja e na Sociedade através da instrução e do ensino da Palavra de Deus. As Igrejas podem colaborar na formação do cidadão consciente e participativo. A formação religiosa que é hoje relegada a um segundo plano nas escolas seculares, ganha sua real dimensão nas Igrejas, nas Escolas Teológicas e nas Escolas Bíblicas Dominicais.
III — FORMAR: É A VIRTUDE DO CRESCIMENTO
Somente um processo consciente de ensino-aprendizagem garante uma vida cristã plena. Qualquer outro processo leva à escravidão pelo fanatismo e pelos rituais desnecessários. Como exemplo, citamos as Testemunhas de Jeová, que através de um processo de memorização de versículos bíblicos num encadeamento desenvolvido a pretexto, se julgam conhecedoras da verdade. Esta prática educativa propicia uma adesão cega às doutrinas da Sociedade Torre de Vigia, que os lidera.
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Nos meios evangélicos pode acontecer o mesmo processo que acaba alimentando as seitas que se valem desta falta de preparo e de cuidado com a prática educativa. O quadro a seguir esclarece melhor as ideias: a) - Aproximadamente 50% das Testemunhas de Jeová; b) - 50% dos membros da seita do "Reverendo Moon" saíram das Igrejas Evangélicas a nível mundial; c) - Os Mórmons crescem tanto no Brasil que já ocupam o 3° lugar a nível mundial em número de membros e, d) - O Brasil é a maior nação espírita do mundo com 80 milhões de simpatizantes. Mas para a inversão do quadro resumidamente descrito é necessário a formação profissional do professor, tanto na parte teórico-científica como na parte técnica-prática, para estar a frente do Processo Ensino-aprendizagem. Escolhemos a Didática como a primeira disciplina a ser estudada, pois nela se articulam a teoria e a prática - é a ponte entre "o que" e o "como". Acredita-se na formação profissional teórica e prática do educador como molas propulsoras do processo ensino aprendizagem. Não só a teoria ou só a prática dos que julgam ter o dom natural para o magistério favorecem a prática educativa.
IV - ÉTICA E COMPROMISSO PROFISSIONAL
Por que ensinar Teologia? Quais são as condutas e responsabilidades dos professores do ensino Teológico? A estagnação, do crescimento, em algumas igrejas pode estar relacionada com o Ensino Teológico? As respostas para essas questões passam pela análise do trabalho educador, mas não significa obrigatoriamente que sejam os responsáveis diretos por todos os problemas que afligem o mundo. O educador compromissado com o processo reflete sobre esses e outros problemas e busca soluções continuamente.
O
indicador
mais 92
forte
de
seu
compromisso
e
comprometimento está no permanente empenho e esforço em refletir, prepararse e educar.
Os valores éticos bem definidos é uma das qualificações esperadas dos professores das Escolas Bíblicas uma vez que na nossa sociedade pluralista existem muitas condutas. Deve-se cultivar valores éticos bem fundamentados na Bíblia, analisar o modismo no meio evangélico e rejeitar propostas éticas que não estejam devidamente fundamentadas.
V - PEDAGOGIA E DIDÁTICA
A Pedagogia é a ciência que investiga a teoria e a prática da educação. A Didática é um dos ramos de estudo da Pedagogia e tem como objeto de estudo o processo de ensino-aprendizagem. Estuda os objetivos, os conteúdos, os meios e as condições do processo de ensino-aprendizagem. É bom lembrar que este processo não está restrito ao retângulo da sala de aula. É uma disciplina importante na formação profissional do professor. A Educação é uma prática social que ocorre nas Igrejas, na família, no trabalho, nos meios de comunicação e concentradamente nas escolas e, a teoria do Ensino - a Didática - deve estar presente nos vários meios e atividades humanas. "A Educação, ou seja, a prática educativa é um fenômeno social e universal sendo uma atividade humana necessária à existência e funcionamento de todas as sociedades".
VI - OS OBJETIVOS E OS CONTEÚDOS DE ENSINO
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É de fundamental importância ter os objetivos bem claros antes de se iniciar o processo de ensino. Pode parecer lógico e óbvio esta afirmação, mas é comum vermos professores rodeando como baratas tontas o ano inteiro sem aparentemente chegar a lugar nenhum. Os Objetivos não devem ser guardados, a sete chaves dos educandos, eles fazem parte do processo. O educador deve apresentar no início de cada trabalho, os objetivos, os conteúdos e as atividades que serão desenvolvidas. Perceba até as novelas, que via de regra são ruins, apresentam seu lado pedagógico. Antes do capítulo do dia têm cenas do capítulo anterior. E no final do capítulo do dia apresentam cenas dos próximos. Podemos entender o conteúdo como sendo os conhecimentos de cada matéria da grade curricular. Pode-se dizer, a princípio, que dar o conteúdo significa transmitir a matéria. Mas é bom lembrar que esse conteúdo deve estar contextualizado a um público alvo. Que o processo ensino-aprendizagem é dinâmico. "Os objetivos antecipam resultados e processos esperados do trabalho conjunto do professor e alunos". Selecionar criteriosamente os conteúdos é necessário, pois seria impossível abranger todo o conhecimento transformando-os em elementos do conteúdo. É tarefa do professor escolher o conteúdo programático, pois é ele que está mais próximo dos alunos e, portanto conhece melhor suas condições culturais e origem social. Apresentamos a seguir, de forma resumida, a maneira que o professor Libâneo coloca a questão da escolha dos conteúdos.
VII • CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DOS CONTEÚDOS
A prática escolar atual mostra que não tem havido uma escolha criteriosa de conteúdos que devem observar os seguintes tópicos: 94
1) Correspondência entre objetivos gerais e conteúdos. Os conteúdos devem expressar em objetivos sociais e pedagógicos. 2) Caráter Científico. Trata-se de selecionar as bases das ciências transformadas em objetos de ensino necessários à educação geral. 3) Caráter Sistemático. O programa de ensino deve ser delineado em conhecimentos sistematizados e não em temas genéricos e esparsos sem ligação entre si. O sistema de conhecimentos de cada matéria deve garantir uma lógica interna que permita um estreito relacionamento entre os assuntos. 4) Relevância Social. Significa incorporar no programa as experiências evivências dos educandos na sua situação social concreta. 5) Acessibilidade e Solidez. Significa compatibilizar os conteúdos com o nível de preparo e desenvolvimento mental dos alunos.
VIII - OS MÉTODOS DE ENSINO
Qual é a função dos meios auxiliares de ensino? Organizar e conduzir com método e direção o processo de ensino-aprendizagem. É a função básica dos meios auxiliares de ensino. "O processo de ensino se caracteriza pela combinação de atividades do professor e dos alunos". "Por meio de ensino designamos todos os meios e recursos materiais utilizados pelo professor e pelos alunos para a organização e condução metódica do processo de ensino e aprendizagem". Como podemos justificar, pedagogicamente e didaticamente, as tarefas de casa? Não se trata de meros exercícios e sim tarefas preparatórias para a aula ou são de aprofundamento teóricos da matéria a ser vista ou já lecionada em
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sala de aula. As tarefas são relacionadas com os objetivos específicos e devem ser desenvolvidas como trabalho independente e individual. O momento em que o educando passa realizando as tarefas de casa é importante. Ele tem a oportunidade da reflexão e de desenvolvimento de suas potencialidades autodidatas, enfrentando problemas de interpretação de textos e dando asas à sua imaginação e criatividade. Apontamos como um dos motivos do baixo rendimento escolar do educando a falta de dedicação nessas tarefas caseiras. A maneira de apresentar essas tarefas deve ser desafiadora e inovadora para despertar o interesse do jovem educando em passar momentos pesquisando, meditando, revendo e criando soluções para as tarefas propostas, mas lembrando que o principal trabalho didático ainda é realizado em sala de aula.
IX - A AVALIAÇÃO
Por que a avaliação escolar é um processo continuo?
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Veja o diagrama abaixo. Ele representa o sistema educacional num processo de avaliação contínuo.
Os objetivos específicos estão sendo comparados com os resultados imediatos obtidos junto ao processo de ensino aprendizagem. A partir de uma avaliação do resultado podemos tomar decisões no sentido de replanejar. Se o processo é contínuo, os riscos dos objetivos terem sido deixados a quilômetros de distância são menores, pois os erros se detectados a cada passo são facilmente corrigidos. A avaliação contínua deve estar permeada de reflexão, honestidade nas análises, objetivos sempre bem vivos na mente. Não é objetivo principal da avaliação reprovar o educando e sim orientá- lo no sentido de superar as dificuldades observadas na avaliação.
X - PLANEJAMENTO
Qual a importância do Planejamento de Ensino? 97
O Processo de Planejamento é de fundamental importância, pois é nesse instante que os rumos do ensino serão tomados, a tríade, objetivos-conteúdosmétodos, será definida. E para tanto algumas perguntas devem ser respondidas: > Estamos educando para que? > Para quem? > Qual o alvo? > Pretende nossa prática escolar estar voltada aos interesses dominadores do Estado ou da Igreja ou de um grupo social? ➢ Os conteúdos levam em consideração o senso comum? > E as culturas populares são respeitadas? ➢ Será um ensino democrático destinado a todos? Após respondidas essas e outras questões, estão definidas as políticas e a pedagogia a ser adotada e o planejamento estará moldado a essas ideologias?
XI - RELAÇÕES PROFESSOR-ALUNO NA SALA DE AULA
Há distinções entre autoridade e autoritarismo? O autoritarismo é uma doença da autoridade, é o superlativo da autoridade. Normalmente se manifesta pela incompetência, pela insegurança ou pelo despreparo do professor para assumir uma sala de aula. O autoritarismo não admite críticas, pois a liderança se dá pela força e por aparelhos repressores da livre expressão. Não se deseja o questionamento dos erros e o apontar destas atitudes anômalas. A autoridade se dá pela competência, pelo equilíbrio, pelo diálogo e respeito ao interlocutor, mostrando caminhos, apontando soluções e discutindo-as, exercendo o direito e a obrigação do educar com o amor fraterno, que 98
humaniza e faz crescer espiritualmente as partes envolvidas no processo ensino aprendizagem. Na sequência apresentamos um trecho, do livro de C. M. Charles, sobre a teoria pedagógica de Jean Piaget. Recomendamos a leitura do livro, embora seja difícil de encontrá-lo no mercado.
XII - PIAGET AO ALCANCE DOS PROFESSORES
Para C.M. CHARLES, Jean Piaget é um psicólogo que ganhou fama mundial por suas pesquisas sobre o pensamento das crianças. Ele descobriu alguns modos pelos quais as crianças pensam, identificou muitas de suas habilidades e inabilidades mentais e partindo de suas observações formulou uma teoria do desenvolvimento intelectual humano. Piaget nasceu em 1896. Dedicou-se primeiramente à Biologia, mas, com a idade de 24 anos voltou totalmente sua atenção para a Psicologia. Um ano depois, 1921, filiou-se ao Instituto Jean Jacques Russel em Genebra. Aí realizou a maioria dos seus estudos sobre o processo do pensamento infantil. Ele relatou suas descobertas e conclusões em grande número de livros e artigos. Suas ideias atraíram muita atenção nos Estados Unidos na década de 1930. Esse interesse desapareceu por um tempo, com exceção da Europa, tendo ressurgido nos últimos anos. Piaget é agora considerado, por muitos, o mais importante teórico do desenvolvimento intelectual humano. Muitos professores conhecem o nome de Piaget, mas poucos conhecem sua obra, exceto de que ele acredita que as crianças passam por estágios de desenvolvimento mental e de que elas têm habilidades diferentes nesses diferentes estágios.
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Nos próximos anos, a obra de Piaget certamente atrairá atenção ainda maior, porque suas descobertas estão cheias de ideias importantes para o ensino.
XIII - IDEIAS CHAVES DE COMO ENTENDER AS CRIANÇAS
Começamos com um sumário das ideias chaves de Piaget sobre como as crianças aprendem e crescem intelectualmente: 1) As crianças têm estruturas mentais diferentes das dos adultos. Não são adultos em miniatura, elas têm seus caminhos distintos para determinar a realidade e para ver o mundo. 2) O desenvolvimento mental infantil progride através de estágios definidos. Estes estágios ocorrem numa sequência fixa, uma sequência que é a mesma para todas as crianças. 3) Embora os estágios do desenvolvimento mental ocorram numa ordem fixa, crianças diferentes passam de um estágio para o outro em idades diferentes. Além disso, uma criança pode estar num determinado estágio para algumas coisas e em outro estágio para outras. 4)
0
desenvolvimento
mental
é
influenciado
por
quatro
fatores
interrelacionados: • Maturação: amadurecimento físico, especialmente do sistema nervoso central; • Experiência: manipulação, movimento e pensamento sobre objetos concretos; • Interação Social: jogo, conversa e trabalho com outras crianças ou pessoas; • Equilibração: o processo de reunir maturação, experiência e socialização de modo a construir e reconstruir estruturas mentais raciocinando sobre o objeto. Nota: Piaget acreditava que o desenvolvimento intelectual ocorre por meio de dois atributos inatos aos quais chamam de Organização e Adaptação.
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Organização é a construção de processos simples, como ver, tocar, nomear em estruturas mentais de ordem mais elevada. Um individuo compõe assim seus sistemas de considerar o mundo. Adaptação é a mudança contínua que ocorre no individuo como resultado de sua interação com o meio. Isto ocorre medida em que se assimila experiências, as adapta as suas estruturas mentais já existentes e acomoda (modifica) estruturas mentais de modo a permitir a inclusão de experiências que tido se ajustam as estruturas existentes. 5) Para os professores três estágios do desenvolvimento mental são especialmente importantes. Estágio: média aproximada da idade de entrada e saída Pensamento Intuitivo: 04 a 07 - anos Operações Concretas: 07 a 11 - anos Operações Formais: 11 a 15 - anos a. Descrições. Pensamento Intuitivo. As crianças pensam e dão explicações na base de intuições, pressentimentos, em vez de logica. Elas são muito fracas ao expressar a ordem dos eventos, explicar relações, especialmente causa e efeito, compreender com precisão o que as outras pessoas falam e relembrar regras. b. Operações Concretas. As crianças estão desenvolvendo conceitos de número, relações, processos e assim por diante. Elas estão se tornando capazes de pensar através de problemas, mentalmente, mas sempre em objetos reais (concretos) não em abstrações. Estão desenvolvendo habilidade maior de compreender regras. c. Operações Formais. Os estudantes podem pensar usando abstrações. Formulam teorias sobre qualquer coisa distinta do real. Estão atingindo o nível do pensamento adulto.
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6) Operações- São ações executadas mentalmente. São componentes necessários do pensamento racional. (Os requisitos das operações incluem:) Conservação: O reconhecimento de que uma propriedade como número, comprimento ou quantidade permanece a mesma apesar de mudanças de posição, forma ou agrupamento. Reversibilidade: O reconhecimento de que qualquer mudança de posição, forma, ordem e outros podem ser reversíveis, isto é, retorna a posição, forma ou ordem inicial. 7) O desenvolvimento mental das crianças. Impõe limitações definidas sobre o que podem aprender e sobre como (as condições sob as quais) aprendem. 8) O pensamento. Cresce partindo de ações e não de palavras. 9) O conhecimento. Não pode ser dado as crianças. Ele tem de ser descoberto e reconstruído através das atividades dos alunos. 10) As crianças. Aprendem melhor partindo de experiências concretas. 11) Por natureza as crianças estão ativas. Elas têm de descobrir e dar sentido ao mundo. Quando elas estão fazendo isto, refazem as estruturas mentais que permitem tratar de informações cada vez mais complexas. 12) Este refazer de estruturas mentais toma possível a genuína aprendizagem, aprendizagem estável e duradoura. Quando estruturas necessárias não estão presentes, a aprendizagem é superficial: não é útil nem duradoura.
XIV - DESCOBERTAS IMPORTANTES
Agora voltaremos nossa atenção para algumas descobertas de Piaget que parecem ter especial importância na educação. Estas descobertas nos mostram muitas coisas que podemos esperar dos estudantes nos vários estágios do desenvolvimento intelectual. Igualmente importante elas nos mostram muitas coisas que não podemos esperar. Incluídas estão descobertas 102
relacionadas à linguagem, regras e jogos, pensamento e raciocínio, classificação e relação, número, casualidade, honestidade, competição, autoridade
e
obediência,
culpa
e
punição
e
comportamento
social.
Observaremos essas características como elas ocorrem tipicamente, nos estágios do Pensamento Intuitivo, Operações Concretas e Operações Formais.
XV - NO ESTÁGIO DO PENSAMENTO INTUITIVO
Antes da idade de mais ou menos quatro anos a criança deu enormes passos no crescimento mental. Tomou-se capaz de formar "símbolos mentais", que representam objetos reais, de usar palavras para referir-se a objetos e eventos, de agrupar objetos de forma rudimentar (embora, às vezes, inconscientemente) e de raciocinar num nível muito simples, provavelmente, usando imagens mentais em vez de palavras. Mais ou menos em torno dos quatro anos, em média, a criança começa a entrar no que Piaget chamou de estágio do pensamento intuitivo. Observamos antes que as crianças deste nível raciocinam e dão explicações como adultos, tipo lógico. Também observamos que apesar do grande progresso intelectual que fizeram, ainda são muito fracas em coisas tais como: compreender a ordem dos eventos, explicar relações, compreender números e suas relações, compreender com precisão o que as outras pessoas falam e compreender regras. 1 --LINGUAGEM E SUA APLICABILIDADE A linguagem verbal das crianças neste nível é de dois tipos: comunicativa e egocêntrica. A linguagem comunicativa consiste em falar com intenção de transmitir informação a outros ou de fazer perguntas. A linguagem egocêntrica é não comunicativa. Pode consistir na mímica de sons e de palavras ou pode ser um monólogo, a criança simplesmente fala enquanto brinca, sem intenção de se comunicar com outros. Faz isso, assim parece, por
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prazer ou talvez porque ainda não faz diferença, completamente, entre palavras, coisas e atos. Anteriormente grande parte da linguagem da criança era egocêntrica, não comunicativa. Agora se tornou bem mais comunicativa, embora ela ainda seja observada falando consigo mesma, ocasionalmente. As palavras também tornaram-se o instrumento do processo do pensamento, a criança cada vez mais pensa com palavras em vez de visualizações. Porém, as palavras têm de sempre relacionar-se com experiências concretas anteriores. A criança ainda não pode fazer abstrações puras. Ela usa muitas palavras altamente sofisticadas embora, muitas vezes, esteja apenas vagamente consciente dos seus significados. Agora que o aluno está se tornando capaz de usar abstrações ele torna-se ainda mais influenciado pela linguagem formal. Ele vê que a linguagem lhe dá um sistema de conceitos, ideias, classificações e relações que são convencionais, no sentido de que refletem significados sobre os quais há um acordo geral com o veículo de pensamento, especialmente para o pensamento abstrato onde os objetos concretos não existem. A linguagem egocêntrica pode abranger cerca de 40% da linguagem total da criança neste estágio. Os professores que se dedicam à educação de crianças deveriam compreender que isto é perfeitamente normal. As crianças simplesmente falam consigo mesmas mesmo estando em grupos. Na linguagem comunicativa as crianças têm dificuldades de compreender umas às outras com precisão, elas têm problemas de relembrar mais de um passo ou instrução ao mesmo tempo. No entanto, estão começando a usar palavras para verbalizar imagens mentais e a linguagem, então, é reflexo do pensamento. Usam palavras e expressões cada vez mais sofisticadas, as quais em muitos casos não compreendem. 2 — ARGUMENTOS E PERSUASÃO
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Crianças pequenas argumentam muito. Todos os professores e pais deveriam saber disto. Seus argumentos são disputas verbais, vigorosas afirmações de conflito. Há pouco interesse em persuadir ou convencer. Os professores deveriam compreender que argumentos neste estágio têm efeitos poderosos. As palavras e a realidade não são bem diferenciadas. Nomes ofensivos ferem terrivelmente os sentimentos e dizê-los, deveriam ser fortemente evitados. A criança ainda argumenta bastante, especialmente com outras crianças e não tanto como adultos, cuja autoridade, raras vezes, desafia diretamente. Os argumentos tendem a ser em voz alta e agressiva. Palavras ainda ferem gravemente. Porém há uma crescente tendência para a razão e a persuasão. 3 — JOGOS, REGRAS E COMPETIÇÃO. O jogo da criança torna-se cada vez mais social. Anteriormente egocêntrico e espontâneo, torna-se agora cada vez mais relacionado e dependente de outros. Os jogos favoritos incluem correr para pegar outras crianças, esconder e achar, procurar objetos que estão faltando e jogos de adivinhação. Certas regras vão se tornando necessárias. Estão ligadas ao tipo de jogo e não a quem vence ou perde. (De fato, ainda há pouca noção de ganhar ou perder). Ainda a criança é incapaz de conhecer e seguir mais do que regras simples. Embora ela esteja segura de que conhece as regras do jogo, raramente é capaz de considerar ambos, ou seja, seus próprios interesses e os do grupo. Esta é a razão pela qual a criança tão facilmente quebra as regras, embora não o faça mal-intencionada. Os jogos tornam-se cada vez mais coletivos e menos individualistas. Exigem-se cooperação e esforço de grupo. Aos 9 anos, em média, as crianças mostram desejo por regras definidas para regular o jogo. Enquanto qualquer criança individualmente pode querer transpor as regras do jogo, ela não desejará isto de parte de outras crianças. Ela reclama a violação das regras e grande parte das discussões entre as
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crianças, procedem de disputas sobre se as regras dos jogos foram adequadamente seguidas. Além da crescente necessidade de regras, emerge um forte sentido de competição. As crianças ainda são bastante cooperativas na maioria dos esforços de grupo e continuarão assim. Quanto a jogos, a boa vontade torna-se muito importante. Ao mesmo tempo, perder torna-se intolerável para muitas crianças. Perder pode produzir cenas, agressão e choro. Isto não significa que as crianças não possam tolerar não serem as primeiras na maioria das atividades. Mas nos esportes e nos jogos elas necessitam de ajuda para aprender a perder esportivamente. A competição em jogos e no trabalho virtualmente não significa nada para crianças deste estágio. Elas têm uma ideia muito limitada do significado de ganhar e perder ou de superar outros. Cada criança joga ou trabalha para si mesma e pelo prazer da atividade. Ela não joga contra os outros. 4 — PENSAMENTO E RACIOCÍNIO Devemos lembrar continuamente de que as crianças não pensam como os adultos. Neste estágio elas não podem efetuar operações em suas cabeças, operações como adicionar e subtrair, seguir passos na resolução de um problema, agrupar e reagrupar, colocar eventos em ordem, nomear os passos de um processo ou descrever como chegar de um lugar para outro. São muito fracas na explicação das relações. Acreditam que os objetos naturais são feitos pelos homens, que existem para servir ao homem e que desempenham motivos do tipo humano. São incapazes de pensar de uma vez em vários aspectos de uma situação. Podem pensar no todo ou em algumas partes, mas não em ambos ao mesmo tempo. Atos são pensamentos e vice-versa. Suas propriedades e resultados são vistos como absolutos, certo-errado, melhor - pior, maior-menor, sem variações. As crianças fazem estes juízos de valores na base das primeiras impressões, sobre instituições e conforme o prazer ou desprazer pessoal.
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Muitas dessas características foram mencionadas nos parágrafos introdutórios que descrevem a transição das crianças para o estágio das operações concretas. Basicamente, observamos que a criança se tornou mais parecida com o adulto nos seus processos de pensamento. Ela pode efetuar operações mentalmente, embora continue pensando em objetos reais quando o faz. É capaz de conservar quantidades, comprimentos, números, etc. Isto é, mantê-los constantes em sua mente, apesar do reagrupamento de partes ou mudanças na aparência. Ela pode tornar reversíveis as operações, desfazê-las, mentalmente, permitindo assim exploração mental de vários procedimentos com a habilidade de retornar ao início, sempre que necessário. Cada vez mais, ela se toma capaz de usar palavras e outros símbolos para representar objetos concretos quando faz suas explorações mentais. Nosso aluno tornou-se um teórico no auge da sua capacidade. Se ele não for exato, pelo menos, é produtivo. Formula teorias sobre qualquer coisa. Tudo tem sua explicação, seu lugar. As teorias que prescrevem o certo e o errado são abundantes. Esta tendência de formular hipótese e teorias gira em tomo de uma nova habilidade adquirida de fazer proposições, o tipo de pensamento "se... então". Não há necessidade de proceder do real para o teórico, como por exemplo: "Todos os gatos são bons trepadores e salteadores por que...". Ao invés disto, podemos facilmente começar com a teoria e voltar aos particulares. “Boa habilidade trepadora e saltadora é útil para a sobrevivência”. Esta é provavelmente a razão por que muitos animais diferentes como o gato, sabem subir e saltar tão bem". Em outras palavras, o raciocínio agora trabalha plenamente com o possível tanto quanto com o real. A realidade ainda é importante, mas não mais do que a possibilidade. O exercício deste novo poder de trabalhar do "certo" e do "possível" em termos abstratos produz o idealismo característico da adolescência e pós-adolescência.
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Aqui também, a habilidade anteriormente adquirida de tomar inversas as operações, permite exploração mental de hipóteses, você pode desenvolvê-las na sua mente. Se não der certo, você pode voltar ao começo e tomar uma nova direção. 5 — CLASSIFICAÇÃO E RELAÇÕES Durante este estágio a criança progride rapidamente da habilidade de apenas agrupar de modo rudimentar para a habilidade de classificar adequadamente. Está se tornando capaz de fazer coleções e esta desenvolvendo interesse em fazê-lo. Além disso, é capaz de fazer subdivisões ou suba grupamentos dentro de um grupo maior. No entanto, quando solicitada a considerar tanto o grupo maior como os menores dentro dele, é capaz de fazê-lo. Isto é, ela não pode apreender em sua mente simultaneamente a noção do todo e a noção de suas partes. Esta incapacidade obviamente tem importância no ensino da aritmética, como observaremos. A maioria das crianças de 4 ou 5 anos não é capaz de dispor objetos em ordem, como do menor para o maior, do mais curto para o mais longo e assim por diante. Pelos 6 anos, no entanto, a maioria é capaz de executar esta tarefa corretamente, embora geralmente o façam através de ensaio e erro, colocando e recolocando os objetos conforme os comparam os objetos adjacentes. Semelhantemente, a criança de 6 anos geralmente é capaz de estabelecer relações bi-unívoco entre objetos, mas neste caso ela também trabalha na base do ensaio e erro sem ter aparentemente princípios norteadores. As habilidades recentemente adquiridas permitem à criança fazer uma série de coisas que ela não era capaz de fazer antes, especialmente nas ciências e matemática. Realizar experimentos e fazer explanações e predicações lógicas são exemplos. Torna-se cada vez mais capaz de estabelecer relações válidas entre as coisas que observa. De fato, maiores oportunidades para observação e manipulação de objetos parecem ser de extrema importância para o crescimento mental. 108
As explanações que ela faz sobre o que observa mudam vagarosamente da concretização anterior sobre artificialismo e animismo para explanações mais "naturais". Para uma descrição detalhada dos tipos de explicações que as crianças fazem sobre fenômenos naturais. 6 — NÚMEROS, MATEMÁTICA E CIÊNCIAS. É somente neste estágio do desenvolvimento mental que surge uma noção adequada de experimentação. O aluno pode pensar: "Se eu fizer assim e assim resultará isto". Depois ele poder organizar um experimento para verificar se está certo. Ele começa agora a compreender as relações geométricas, questões que tratam de proporções, da noção geral da relatividade e o elo entre ações e reações. Ao mesmo tempo seu senso de admiração pela natureza aumenta. Experimenta sentimentos de inadequação. Rejeitou o animismo, porém a ideia das forças físicas em equilíbrio (responsáveis pelos movimentos e posições dos objetos do mundo) o extasiam. Piaget demonstrou que a criança não pode conceituar adequadamente o número até que compreenda classes e relações. Com outras palavras, a criança tem de ser capaz de "conservar", para compreender que a quantidade permanece a mesma independentemente de como é dividida em partes, antes que adquira o conceito de número. Estas observações tomam muitos de surpresas, por acharem que tão logo a criança seja capaz de contar, ela está pronta para começar a trabalhar com números. As investigações de Piaget mostram que a contagem e a conservação de números são operações bem distintas e que o conceito de números não segue imediatamente a habilidade de contar. Ao contrário, ela vem consideravelmente mais tarde.
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Professores descobrem que muitas crianças com mais ou menos 6 anos e até mesmo mais cedo, podem aprender alguns fatos numéricos básicos em adição e subtração. Piaget nota esta habilidade, também, mas mantém seu ponto de vista de que as crianças podem efetuar operações numéricas com compreensão somente quando se tornarem capazes de estabelecer Correspondências, isto é, compreender que o número não muda quando os objetos são reagrupados. Algumas ideias de Piaget sobre o desenvolvimento do conceito de número são explanadas no material no Apêndice B. Como já se observou, a criança desenvolveu a capacidade mental de tratar efetivamente com números e operações numéricas. Ela é capaz agora de estabelecer correspondência bi-unívocas exata. Pode conservar números e demonstrar esta conservação precisamente através de agrupamento e reagrupamento. É capaz também de medir adequadamente porque tem a habilidade de conservar comprimento e é ou se tornará capaz em breve de conservar massas. Esta habilidade permite o uso de réguas, balanças e outros instrumentos de medida. Pelo fato das operações mentais que a criança efetua ainda se basearem na visualização de objetos concretos, reais, as atividades em matemática ainda precisam dar muita ênfase à manipulação de objetos.
7 — HONESTIDADE E COMPORTAMENTO Antes a criança "mentia" como é natural, simplesmente para embelezar, inventar ou repetir as experiências de outros sem qualquer real intenção de enganar com malícia. Agora a criança tem o conceito cada vez mais significativo de honestidade. Torna-se capaz de desassociar a "verdade" de situações temporárias e
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específicas (isto é, vê a verdade como uma ideia e não meramente como parte de uma situação específica). Ela pode, quando as condições favorecem, fazer tentativas conscientes de enganar através de mentira. Ela tem o conceito de moralidade. Percebe que quanto mais a mentira tem intenção de enganar, pior ela é. Em resumo, ela desenvolveu urna consciência, baseada, pelo menos em parte, no respeito pelos outros e nas consciências da obediência coletiva de regras e expectativas. Estudos têm mostrado que os professores consideram a desonestidade um aspecto muito sério do caráter. Eles acham que mentir, por exemplo, indica um estado depravado e que isto jamais pode ser tolerado. Piaget lembra que "mentir" é comum às crianças no estágio do Pensamento Intuitivo. Talvez mentir não seja a palavra usada, porque raramente a criança tem intenção de enganar. Os fatos se confundem em sua mente, ela ainda não pode diferenciar completamente fato de ficção, a história pode soar melhor desta forma, ou se uma criança relata uma experiência, outras afirmarão que fizeram o mesmo. 8 — AUTORIDADE E OBEDIÊNCIA Nas idades de 4 a 5 anos, a maioria das crianças é muito obediente aos adultos. As maneiras dos adultos são justas. Ser bom é ser obediente, ser mal é ser desobediente. Este assunto é individual, as crianças não compreendem responsabilidades de grupo. Elas não esperam que o grupo todo seja punido pelo mau comportamento de alguns. Mas ainda, não há nada errado com a desobediência em si mesma, ela não é errada. É simplesmente uma violação da autoridade adulta, e corno tal, é bastante aceitável de que ela deva trazer punição.
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A criança que se comporta mal raramente se sente culpada de suas ações, no entanto, a reprovação do adulto para seu mau comportamento é esperada. Ações erradas de outras crianças sempre exigem punição de pessoa adulta. Na idade de 6 a 7 anos, no entanto, esta aceitação total da autoridade do adulto começa a vacilar. As crianças começam a notar inconsistência nas maneiras de comportar-se. Apesar disto, a maioria das crianças ainda aceita a autoridade adulta. A criança é ainda bastante obediente aos adultos e reconhece sua autoridade. Isto, porém, não significa que ela não tenha começado a perder sua fé de que eles sempre estão totalmente certos. Tornou-se consciente de muitas inconsistências, de muitos erros dos adultos. Ao mesmo tempo, tem uma crescente consciência dos modos pelos quais as regras são feitas. Desenvolve-se também uma confiança nas normas de orientação dos colegas. Na maioria das vezes, obedecerá aos adultos, mesmo quando fazem exigências absurdas. Mas poderá responder impertinentemente, dentro de si mesma, e começara a acumular insultos verbais na ausência das autoridades adultas quando estiver conversando com seus colegas. 9 — MORALIDADE, CULPA E PUNIÇÃO A mentira é agora vista como algo intencionalmente falso. Regras e leis devem ser moralmente certas e aplicadas com justiça. A quebra de regras não é mais vista como absolutamente errada. A punição pela quebra das regras, por exemplo, deve considerar fatores tais como: a intenção em quebrar a regra, a idade do violador e o registro anterior do comportamento. Muitas regras podem ser vistas como "erradas", nenhum dano é causado por quebrá-las. Agir mal merece punição, mas somente para aquele que age mal. A punição de grupo por causa de violações, quando existem membros inocentes no grupo, é vista como grosseira injustiça. Como se observou, a
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culpa não e nada mais do que ser apanhado fazendo algo errado, e o mau comportamento é meramente desobediência a regras adultas. Não há nada errado no mau comportamento como tal. No entanto, a punição é uma consequência natural do mau comportamento e é esperada. É justa. É necessária. Desde que a criança começou a desenvolver uma consciência, ela tem um sentido crescente do certo e do errado. Saberá quando faz coisas erradas se está, ou não, sendo diretamente desobediente a um adulto.
Raras vezes, a criança escolhe a punição como consequência devida a sua própria ação errada. Porém, ainda vê a punição como consequência adequada das ações erradas dos outros. Insiste, no entanto, na imparcialidade completa dos adultos no cumprimento das regras e na tomada de ações disciplinares. Para ser justa, a punição deve compensar exatamente a ação errada que já foi praticada. Ela vê grande injustiça na aplicação inconsciente da punição. Ressente-se profundamente pela punição do grupo por causa da culpa de alguns. 10 - COMPORTAMENTO SOCIAL Vimos anteriormente que a grande parte da linguagem da criança, no começo deste estágio, é egocêntrica. À medida que avança para as idades de 6 a 7 anos, seu interesse social aumenta. Envolve-se em uma linguagem mais comunicativa e menos egocêntrica, embora este último tipo apareça e reapareça por vários anos. Os jogos também se tornam cada vez mais sociais. Outros participantes são exigidos e não simplesmente tolerados. As crianças deste estágio imitam cada vez mais as outras. Se alguém faz um ruído ou um gesto engraçado, outras repetirão. Uma das características mais notáveis das crianças deste estágio é a diminuição do tamanho de suas tarefas familiares. 113
Os animais de estimação perdem seu status especial como membros imediatos da família, equivalentes aos irmãos e irmãs. Mas isto não significa que eles perdem seu valor. Julgando pela quantidade de discussões com os membros da família, os animais de estimação podem até subir na hierarquia. Além disso, as crianças estão crescendo quanto ao respeito que elas têm pelos outros. Ao mesmo tempo. Cresce o desejo de estar com outras crianças, de ter jogos em grupo, começar a formar grupinhos, clubes e facções. E certamente, as crianças se veem umas às outras sob uma nova luz, à luz da posição social. Um dos interesses maiores agora é a consideração de vários pontos de vista sociais. O aluno gosta de pesá-los, esclarecê-los, uns em relação aos outros. Ele pensa em política, instituições, relações humanas, e assim por diante. Sua teorização sobre sistemas ideais pode conduzi-lo a ser abertamente crítico e rejeitar falhas que vê na realidade. Porém, raramente ele se entregará com seriedade a uma nova ideia social. Ele pode rejeitar, amarga e severamente, em linguagem, muitas convenções e valores sociais. No entanto, em geral suas ações refletem uma adesão às convenções e valores que prevalecem.
XVI - NO ESTÁGIO DAS OPERAÇÕES CONCRETAS
Em média, a criança de mais ou menos 7 anos de idade começa a passar do estágio do pensamento intuitivo para o estágio das operações concretas. Observe novamente que a idade de 7 anos é uma idade média. Algumas crianças começam a transição mais cedo, outras mais tarde. E nenhuma delas faz a transição repentinamente. Uma dada criança pode, por exemplo, começar a pensar no estágio de operações concretas quanto à conservação de número, mas ela pode pensar no estágio de pensamento intuitivo quanto à conservação de um volume. 114
Em geral, podemos dizer que a transição ocorre primeiro para operações simples como conservação de comprimento e mais tarde para operações mais complexas, como conservação de volume. Para esclarecimento posterior da natureza destas operações. As capacidades de efetuar operações concretas desenvolvem-se uma por uma e não todas de uma vez. Mais ou menos aos 11 anos, as crianças começam a passar do estágio das operações concretas para o estágio das operações formais. Este é novamente um ponto muito significativo no decorrer do desenvolvimento intelectual. Nesse período a criança está passando para a maneira adulta de pensar. Isto não significa que ala possa tomar decisões tão bem quanto o adulto solucionar problemas tão bem ou ser tão equilibrada quanto ele em situações novas. Simplesmente significa que os seus processos de pensamento são semelhantes aos do adulto. Está se tomando capaz de pensar sobre ideias abstratas e de efetuar operações. Usando abstrações que não têm nenhuma referência concreta, tangível. Esta habilidade de usar abstrações dá à criança, poderosos e novos instrumentos para estruturar seu mundo. É capaz de pensar além do mundo real e além do presente. Não necessita mais limitar-se aos símbolos que representam coisas reais (embora a maioria de nós faça isto na maior parte do tempo). Pode fazer uso efetivo de conceitos de amor, ódio, honestidade e lealdade, de números negativos, forças, velocidades, tempo e partículas atômicas. Com outras palavras, pode penar sobre o pensamento. Mais ou menos no fim do estágio das operações formais, que ocorre em média aos 15 anos, a pessoa atingiu a maturidade intelectual. Seus trabalhos mentais alcançaram o nível máximo de desenvolvimento. Não se tornarão mais sofisticados ou complexos.
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É claro, que podem, através da prática, tomarem-se mais eficientes e mais coerentes. O indivíduo mais tarde se tomará mais sábio. Mas pela primeira vez, os professores podem esperar que as percepções dos seus alunos se assemelhem às suas próprias.
XVII- CONCLUSÃO
Neste trabalho encontrar-se uma introdução ao estudo da Pedagogia da Religião tão necessária à Educação Religiosa, tendo em vista ser ela a disciplina que mais trata de Ética e Comportamento humano, Estudos têm mostrado que os professores consideram a desonestidade um aspecto muito sério do caráter. Eles acham que mentir, por exemplo, indica um estado depravado e que isto jamais pode ser tolerado. Piaget lembra que "mentir" é comum às crianças no estágio do Pensamento Intuitivo. Talvez mentir não seja a palavra usada, porque raramente a criança tem intenção de enganar. Professor em sala de aula. Explica que os fatos se confundem em sua mente, ela ainda não pode diferenciar completamente fato de ficção, a história pode soar melhor desta forma, ou se uma criança relata uma experiência, outras afirmarão que fizeram o mesmo, e, portanto um desafio que temos que encarar para tornar a nossa juventude com mais firmeza e de um Caráter seguro em seus procedimentos. "Somente uma vida com Deus pode dar ao educando um comportamento mais rígido e coerente com a verdade da Palavra de DEUS"
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TEOLOGIA DA REFORMA
I - INTRODUÇÃO
Na defesa da existência e conhecimento de Deus, os filósofos buscam outro caminho como argumento comprobatório das suas teses que é a experiência religiosa. Uma experiência mística ou um contato pessoal com o Divino, através da sua revelação, oferece justificados motivos para a fé, segundo afirmativa dos fiéis que viveram tais experiências. Apesar de ser verdade que a revelação é a parte principal da existência religiosa, existem outros modos de produção de conhecimento que a revelação não esclarece, mas que precisamos considerar como a Razão, a Intuição e o Empirismo. Em primeiro lugar: Ao interpretarmos a revelação estamos fazendo uso da razão. Filosofar é buscar a verdade das coisas. 117
Em segundo lugar: O entendimento da revelação é devido à intuição e discernimento do conhecimento revelado humano. Em terceiro lugar: Todas as áreas das ciências humanas e sociais se desenvolveram através do empirismo.
II - CONTRIBUIÇÃO HISTÓRICA
A Reforma muito contribuiu para a mudança do comportamento religioso do século XX, a história do pensamento filosófico ocidental encontrava-se intimamente associada às tentativas de esclarecer certos aspectos do paganismo, do judaísmo e do cristianismo, enquanto que em tradições como o hinduísmo, o budismo ou o taoísmo, há uma distinção ainda menor entre a investigação filosófica e a religiosa. O problema clássico de conceber um objeto apropriado para a crença religiosa consiste em compreender se é possível lhe atribuir algum termo - fará sentido dizer que esse objeto cria e conhece coisas, que deseja certos acontecimentos, que é bom ou providencial, que é uma ou muitas coisas? Na Teologia da via negativa afirma-se que Deus só pode ser conhecido quando negamos que os termos vulgares possam ser-lhe aplicados, outra sugestão influente é a de que os termos vulgares só se lhe aplicam metaforicamente, não existindo qualquer esperança de eliminar essas metáforas. Mas mesmo que se chegue a uma descrição do Ser Supremo, continuamos com o problema de encontrar um motivo para se supor que exista algo correspondente a essa descrição. A época medieval foi a mais fértil em pretensas demonstrações da existência de Deus, como as cinco vias de Santo Tomás de Aquino ou o argumento ontológico de Santo Anselmo. Essas provas deixaram de ter ampla aceitação desde o século XVIII, embora ainda convençam muitas pessoas e alguns filósofos.
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De uma maneira geral, até os filósofos religiosos, ou talvez estes em especial, têm sido cautelosos em relação às manifestações populares da religião. Kant, um simpatizante da fé religiosa, distinguiu (5) cinco perversões dessa fé: a) Teosofia: uso de concepções transcendentais que confundem a razão; b) Demonologia: favorecimento de concepções antropomórficas do Ser Supremo; c) Teurgia: ilusão fanática de que esse ser pode nos comunicar sentimentos ou de que podemos exercer influência sobre Ele e, d) Idolatria: ou a delusão supersticiosa de que podemos nos tornar aceitáveis perante o Ser Supremo através de outros meios que não o de ter a lei moral no coração. No entanto, essas tendências para o contato arrebatado têm se tornado cada vez mais importante na teologia moderna. Desde Feuerbach há uma tendência crescente na filosofia da religião em se concentrar nas dimensões sociais e antropológicas da crença religiosa (ver também, ogo de linguagem), e) Magia: ou para a conceber como uma manifestação de várias necessidades psicológicas explicáveis.
III - PRÉ-REFORMA
A Pré-Reforma foi o período anterior à Reforma Protestante na qual se iniciaram as bases ideológicas que posteriormente resultaram na reforma iniciada por Martinho Lutero. A Pré-Reforma tem suas origens em uma denominação cristã do século XII conhecida como Valdenses, que era formada pelos seguidores de Pedro Valdo, um comerciante de Lyon que se converteu ao Cristianismo por volta de 1174. Ele decidiu encomendar uma tradução da Bíblia para a linguagem popular e começou a pregá-la ao povo sem ser sacerdote. Ao mesmo tempo renunciou à sua atividade e aos bens que repartiu entre os pobres. Desde o início os 119
valdenses afirmavam o direito de cada fiel de ter a Bíblia em sua própria língua, considerando ser a fonte de toda autoridade eclesiástica. Eles reuniam-se em casas de famílias ou mesmo em grutas, clandestinamente, devido à perseguição da Igreja Católica, já que negavam a supremacia de Roma e rejeitavam o culto às imagens, que consideravam como sendo idolatria. O PRECURSOR DA PRÉ -REFORMA John Wycliffe No seguimento do colapso de instituições monásticas e da escolástica nos finais da Idade Média na Europa, acentuado pelo Cativeiro Babilônico da igreja no papado de Avignon, o Grande Cisma e o fracasso da conciliação se viu no século XVI o fermentar de um enorme debate sobre a reforma da religião e dos posteriores valores religioso fundamental. No século XIV o inglês John Wycliffe, considerado como precursor da Reforma Protestante levantou diversos questionamentos sobre questões controversas que envolviam o Cristianismo, mais precisamente a Igreja Católica Romana. Entre outras ideias, Wycliffe queria o retorno da Igreja à primitiva pobreza dos tempos dos evangelistas, algo que, na sua visão, era incompatível. Com o poder político do papa e dos cardeais e que o poder da Igreja devia ser limitado às questões espirituais, sendo o poder político exercido pelo Estado, representado pelo rei. Contrário à rígida hierarquia eclesiástica Wycliffe defendia a pobreza dos padres e os organizou em grupos. Estes padres foram conhecidos como "lolardos". Mais tarde, surgiu outra figura importante deste período: Jan Hus. Este pensador tcheco iniciou um movimento religioso baseado nas ideias de John Wycliffe. Seus seguidores ficaram conhecidos como Hussitas.
IV - REFORMA NA ALEMANHA, SUÍÇA E FRANÇA.
No início do século XVI o monge alemão Martinho Lutero, abraçando as ideias dos pré-reformadores, proferiu três sermões contra as indulgências em 1516 e 120
1517. A 31 de outubro de 1517 foram pregadas as 95 Teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg; com um convite aberto ao debate sobre elas. Esse fato é considerado como o início da Reforma Protestante. Martinho Lutero aos 46 anos de idade suas teses condenavam a "avareza e o paganismo" na Igreja e pediam um debate teológico sobre o que as indulgências significavam. As 95 Teses foram logo traduzidas para o alemão e amplamente copiadas e impressas. Após um mês se haviam espalhado por toda a Europa. Com um desejo ardente de trazer a verdade à luz, as seguintes teses serão defendidas em Wittenberg sob a presidência do Rev. Frei Martinho Lutero, Mestre de Artes, Mestre de Sagrada Teologia e Professor oficial da mesma. Ele, portanto, pede que todos os que não puderem estar presentes e disputar com ele verbalmente, façam-no por escrito. Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.
V - AS NOVENTA E CINCO TESES DE LUTERO
1. Ao dizer: "Fazei penitência", etc. Mt 4.17, o nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo quis que toda a vida dos fiéis fosse penitência. 2. Esta penitência não pode ser entendida como penitência sacramental (isto é, da confissão e satisfação celebrada pelo ministério dos sacerdotes). 3. No entanto, ela não se refere apenas a uma penitência interior, sim, a penitência interior seria nula se, externamente, não produzisse toda sorte de mortificação da carne. 4. Por consequência a pena perdura enquanto persiste o ódio de si mesmo (isto é a verdadeira penitência interior), ou seja, até a entrada do reino dos céus. 5. O papa não quer nem pode dispensar de quaisquer penas senão daquelas que impôs por decisão própria ou dos cânones.
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6. O papa não tem o poder de perdoar culpa a não ser declarando ou confirmando que ela foi perdoada por Deus ou, certamente, perdoados os casos que lhe são reservados. Se ele deixasse de observar essas limitações a culpa permaneceria. 7. Deus não perdoa a culpa de qualquer pessoa sem, ao mesmo tempo, sujeitá-la em tudo humilhada, ao sacerdote, seu vigário. 8. Os cânones penitenciais são impostos apenas aos vivos, segundo os mesmos cânones, nada deve ser imposto aos moribundos. 9. Por isso, o Espírito Santo nos beneficia através do papa quando este, em seus decretos, sempre exclui a circunstância da morte e da necessidade. 10. Agem mal e sem conhecimento de causa aqueles sacerdotes que reservam aos moribundos penitências canônicas para o purgatório. 11. Essa cizânia de transformar a pena canônica em pena do purgatório parece ter sido semeada enquanto os bispos certamente dormiam. 12. Antigamente se impunham as penas canônicas não depois mas antes da absolvição, como verificação da verdadeira contrição. 13. Através da morte os moribundos pagam tudo e já estão mortos para as leis canônicas, tendo, por direito, isenção das mesmas. 14. Saúde ou amor imperfeito no moribundo necessariamente traz consigo grande temor e tanto mais quanto menor for o amor. 15. Este temor e horror por si só já bastam (para não falar de outras coisas) para produzir a pena do purgatório, uma vez que estão próximos do horror do desespero. 16. Inferno, purgatório e céu parecem diferir da mesma forma que o desespero, o semi desespero e a segurança. 17. Parece desnecessário, para as almas no purgatório, que o horror diminua na medida em que cresce o amor.
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18. Parece não ter sido provado, nem por meio de argumentos racionais nem da Escritura, que elas se encontrem fora do estado de mérito ou de crescimento no amor. 19. Também parece não ter sido provado que as almas no purgatório estejam certas de sua bem-aventurança, ao menos não todas, mesmo que nós, de nossa parte, tenhamos plena certeza disso. 20. Portanto, por remissão plena de todas as penas, o papa não entende simplesmente todas, mas somente aquelas que ele mesmo impôs. 21. Erram, portanto, os pregadores de indulgências que afirmam que a pessoa é absolvida de toda pena e salva pelas indulgências do papa. 22. Com efeito, ele não dispensa as almas no purgatório de uma única pena que, segundo os cânones, elas deveriam ter pago nesta vida. 23. Se é que se pode dar algum perdão de todas as penas a alguém, ele, certamente, só é dado aos mais perfeitos, isto é, pouquíssimos. 24. Por isso a maior parte do povo está sendo necessariamente ludibriada por essa magnífica e indistinta promessa de absolvição da pena. 25. O mesmo poder que o papa tem sobre o purgatório de modo geral, qualquer bispo e cura têm em sua diocese e paróquia em particular. 26. O papa faz muito bem ao dar remissão às almas não pelo poder das chaves (que ele não tem), mas por meio de intercessão. 27. Pregam doutrina humana os que dizem que, tão logo tilintar a moeda lançada na caixa, a alma sairá voando (do purgatório para o céu). 28. Certo é que, ao tilintar a moeda na caixa, pode aumentar o lucro e a cobiça, a intercessão da Igreja, porém, depende apenas da vontade de Deus. 29. E quem é que sabe se todas as almas no purgatório querem ser resgatadas, como na história contada a respeito de São Severino e São Pascoal?
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30. Ninguém tem certeza da veracidade de sua contrição muito menos de haver conseguido plena remissão. 31. Tão raro como quem é penitente de verdade é quem adquire autenticamente as indulgências, ou seja, é raríssimo. 32. Serão condenados em eternidade, juntamente com seus mestres, aqueles que se julgam seguros de sua salvação através de carta de indulgência. 33. Deve-se ter muita cautela com aqueles que dizem serem as indulgências do papa aquela inestimável dádiva de Deus através da qual a pessoa é reconciliada com Ele. 34. Pois aquelas graças das indulgências se referem somente às penas de satisfação sacramental determinadas por seres humanos. 35. Os que ensinam que a contrição não é necessária para obter redenção ou indulgência estão pregando doutrinas incompatíveis com o cristão. 36. Qualquer cristão que está verdadeiramente contrito tem remissão plena tanto da pena como da culpa, que são suas dívidas, mesmo sem uma carta de indulgência. 37. Qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, participa de todos os benefícios de Cristo e da Igreja, que são dons de Deus, mesmo sem carta de indulgência. 38. Contudo, o perdão distribuído pelo papa não deve ser desprezado, pois, como disse — é uma declaração da remissão divina. 39. Até mesmo para os mais doutos teólogos é dificílimo exaltar simultaneamente perante o povo a liberalidade de indulgências e a verdadeira contrição. 40. A verdadeira contrição procura e ama as penas ao passo que a abundância das indulgências as afrouxa e faz odiá-las ou pelo menos dá ocasião para tanto.
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41. Deve-se pregar com muita cautela sobre as indulgências apostólicas para que o povo não as julgue erroneamente como preferíveis às demais boas obras do amor. 42. Deve-se ensinar aos cristãos que não é pensamento do papa que a compra de indulgências possa, de alguma forma, ser comparada com as obras de misericórdia. 43. Deve-se ensinar aos cristãos que, dando ao pobre ou emprestando ao necessitado, procedem melhor do que se comprassem indulgências. 44. Ocorre que-através da obra de amor cresce o amor e a pessoa se torna melhor, ao passo que com as indulgências ela não se torna melhor, mas apenas mais livre da pena. 45. Deve-se ensinar aos cristãos que quem vê um carente e o negligencia para gastar com indulgências obtém para si não as indulgências do papa, mas a ira de Deus. 46. Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem bens em abundância, devem conservar o que é necessário para sua casa e de forma alguma desperdiçar dinheiro com indulgência. 47. Deve-se ensinar aos cristãos que a compra de indulgências é livre e não constitui obrigação. 48. Deve ensinar-se aos cristãos que, ao conceder perdões, o papa tem mais desejo (assim como tem mais necessidade) de oração devota em seu favor do que do dinheiro que se está pronto a pagar. 49. Deve-se ensinar aos cristãos que as indulgências do papa são úteis se não depositam sua confiança nelas, porém, extremamente prejudiciais se perdem o temor de Deus por causa delas. 50. Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa soubesse das exações dos pregadores de indulgências, preferiria reduzir a cinzas a Basílica de São Pedro a edificá-la com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.
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51. Deve-se ensinar aos cristãos que o papa estaria disposto —como é seu dever — a dar do seu dinheiro àqueles muitos de quem alguns pregadores de indulgências extorquem ardilosamente o dinheiro, mesmo que para isto fosse necessário vender a Basílica de São Pedro. 52. Vã é a confiança na salvação por meio de cartas de indulgências mesmo que o comissário ou até mesmo o próprio papa desse sua alma como garantia pelas mesmas. 53. São inimigos de Cristo e do Papa aqueles que, por causa da pregação de indulgências, fazem calar por inteiro a palavra de Deus nas demais igrejas. 54. Ofende-se a palavra de Deus quando, em um mesmo sermão, se dedica tanto ou mais tempo ás indulgências do que a ela. 55. A atitude do Papa necessariamente é: se as indulgências (que são o menos importante) são celebradas com um toque de sino, uma procissão e uma cerimônia, o Evangelho (que é o mais importante) deve ser anunciado com uma centena de sinos, procissões e cerimônias. 56. Os tesouros da Igreja, a partir dos quais o papa concede as indulgências, não são suficientemente mencionados nem conhecidos entre o povo de Cristo. 57. É evidente que eles, certamente, não são de natureza temporal, visto que muitos pregadores não os distribuem tão facilmente, mas apenas os ajuntam. 58. Eles tampouco são os méritos de Cristo e dos santos, pois estes sempre operam, sem o papa, a graça do ser humano interior e a cruz, a morte e o inferno do ser humano exterior. 59. São Lourenço disse que os pobres da Igreja são os tesouros da mesma empregando, no entanto, a palavra como era usada em sua época. 60. É sem temeridade que dizemos que as chaves da Igreja, que foram proporcionadas pelo mérito de Cristo, constituem estes tesouros. 61. Pois está claro que, para a remissão das penas e dos casos especiais, o poder do papa por si só é suficiente.
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62. O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus. 63. Mas este tesouro é certamente o mais odiado, pois faz com que os primeiros sejam os últimos. 64. Em contrapartida, o tesouro das indulgências é certamente o mais benquisto, pois faz dos últimos os primeiros. 65. Portanto, os tesouros do Evangelho são as redes com que outrora se pescavam homens possuidores de riquezas.
66. Os tesouros das indulgências, por sua vez, são as redes com que hoje se pesca a riqueza dos homens. 67. As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como as maiores graças realmente podem ser entendidas como tais, na medida em que dão boa renda. 68. Entretanto, na verdade, elas são as graças mais ínfimas em comparação com a graça de Deus e a piedade da cruz. 69. Os bispos e curas têm a obrigação de admitir com toda a reverência os comissários de indulgências apostólicas. 70. Têm, porém, a obrigação ainda maior de observar com os dois olhos e atentar com ambos os ouvidos para que esses comissários não preguem os seus próprios sonhos em lugar do que lhes foi incumbidos pelo papa. 71. Seja excomungado e amaldiçoado quem falar contra a verdade das indulgências apostólicas.
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72. Seja bendito, porém, quem ficar alerta contra a devassidão e licenciosidade das palavras de um pregador de indulgências. 73. Assim como o papa, com razão, fulmina aqueles que, de qualquer forma, procuram defraudar o comércio de indulgências, 74. Muito mais deseja fulminar aqueles que, a pretexto das indulgências, procuram fraudar a santa caridade e verdade. 75. A opinião de que as indulgências papais são tão eficazes a ponto de poderem absolver um homem mesmo que tivesse violentado a mãe de Deus, caso isso fosse possível, é loucura. 76. Afirmamos, pelo contrário, que as indulgências papais não podem anular sequer o menor dos pecados venais no que se refere à sua culpa. 77. A afirmação de que nem mesmo São Pedro, caso fosse o papa atualmente, poderia conceder maiores graças é blasfêmia contra São Pedro e o Papa. 78. Dizemos contra isto que qualquer papa, mesmo São Pedro, tem maiores graças que essas, a saber, o Evangelho, as virtudes, as graças da administração "ou da cura", etc., como está escrito em I Co 12.
79. É blasfêmia dizer que a cruz com as armas do papa, insignemente erguida, equivale à cruz de Cristo. 80. Terão que prestar contas os bispos, curas e teólogos que permitem que semelhantes sermões sejam difundidos entre o povo. 81. Essa licenciosa pregação de indulgências faz com que não seja fácil nem para os homens doutos defender a dignidade do papa contra calúnias ou questões, sem dúvidas argutas dos leigos. 128
82. Por exemplo, por que o papa não esvazia o purgatório por causa do santíssimo amor e da extrema necessidade das almas, o que seria a mais justa de todas as causas, se redime um número infinito de almas por causa do funestíssimo dinheiro para a construção da basílica — que é uma causa tão insignificante? 83. Do mesmo modo, por que se mantêm as exéquias e os aniversários dos falecidos e por que ele não restitui ou permite que se recebam de volta as doações efetuadas em favor deles, visto que já não é justo orar pelos redimidos? 84. Que nova piedade de Deus e do papa é essa que, por causa do dinheiro, permite ao ímpio e inimigo redimir uma alma piedosa e amiga de Deus, mas não a redime por causa da necessidade da mesma alma piedosa e dileta por amor gratuito? 85. Do mesmo modo, por que os cânones penitenciais — de fato e por desuso já há muito revogados e mortos — ainda assim são redimidos com dinheiro, pela concessão de indulgências, como se ainda estivessem em pleno vigor? 86. Por que o papa, cuja fortuna hoje é maior do que a dos ricos mais crassos, não constrói com seu próprio dinheiro ao menos esta uma basílica de São Pedro, ao invés de fazê-lo com o dinheiro dos pobres fiéis? 87. O que é que o papa perdoa e concede àqueles que, pela contrição perfeita, têm direito à plena remissão e participação? 88. Que beneficio maior se poderia proporcionar à Igreja do que se o papa, assim como agora o faz uma vez, da mesma forma concedesse essas remissões e participações cem vezes ao dia a qualquer dos fiéis?
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89. Já que, com as indulgências, o papa procura mais a salvação das almas do que o dinheiro, por que suspende as cartas e indulgências, outrora já concedidas, se são igualmente eficazes? 90. Reprimir esses argumentos muito perspicazes dos leigos somente pela força, sem refutá-los apresentando razões, significa expor a Igreja e o papa à zombaria dos inimigos e fazer os cristãos infelizes. 91. Se, portanto, as indulgências fossem pregadas em conformidade com o espírito e a opinião do papa, todas essas objeções poderiam ser facilmente respondidas e nem mesmo teriam surgido. 92. Portanto, fora com todos esses profetas que dizem ao povo de Cristo "Paz, paz!" sem que haja paz! 93. Que prosperem todos os profetas que dizem ao povo de Cristo "Cruz! Cruz!" sem que haja cruz! 94. Devem-se exortar os cristãos a que se esforcem por seguir a Cristo, seu cabeça, através das penas, da morte e do inferno. 95. E que confiem entrar no céu antes passando por muitas tribulações do que por meio da confiança da paz. -oApós diversos acontecimentos, em junho de 1518 foi aberto um processo por parte da Igreja Romana contra Lutero, a partir da publicação das suas 95 TESES. Alegava-se, com o exame do processo, que ele incorria em heresia. Depois disso, em agosto de 1518, o processo foi alterado para heresia notória. Finalmente, em junho de 1520 reapareceu a ameaça no escrito "Exsurge Domini" e, em janeiro de 1521, a bula "Decet Romanum Pontificem" excomungou Lutero. Devido a esses acontecimentos, Lutero foi exilado no Castelo de Wartburg, em Eisenach, onde permaneceu por cerca de um ano. Durante esse período de retiro forçado, Lutero trabalhou na sua tradução da Bíblia para o alemão, da qual foi impresso o Novo Testamento, em setembro de 1522. 130
VI - EXTENSÃO DA REFORMA PROTESTANTE NA EUROPA.
Enquanto isso, em meio ao clero saxônio, aconteceram renúncias ao voto de castidade, ao mesmo tempo em que outros tantos atacavam os votos monásticos. Entre outras coisas, muitos realizaram a troca das formas de adoração e terminaram com as missas, assim como a eliminação das imagens nas igrejas e a ab-rogação do celibato. Ao mesmo tempo em que Lutero escrevia "a todos os cristãos para que se resguardem da insurreição e rebelião". Seu casamento com a ex-freira cisterciense Catarina Von Bora incentivou o casamento de outros padres e freiras que haviam adotado a Reforma. Com estes e outros atos consumou-se o rompimento definitivo com a Igreja Romana. Em janeiro de 1521 foi realizada a Dieta de Worms, que teve um papel importante na Reforma, pois nela Lutero foi convocado para desmentir as suas teses, no entanto ele defendeu-as e pediu a reforma. Autoridades de várias regiões do Sacro Império Romano/Germânico pressionadas pela população e pelos luteranos expulsavam e mesmo assassinavam sacerdotes católicos das igrejas, substituindo-os por religiosos com formação luterana. Toda essa rebelião ideológica resultou também em rebeliões armadas, com destaque para a Guerra dos camponeses (1524-1525). Esta guerra foi de muitas maneiras uma resposta aos discursos de Lutero e de outros 131
reformadores. Revoltas de camponeses já tinham existido em pequena escala em Flandres (1321-1323), na França (1358), na Inglaterra (1381-1388), durante as guerras hussitas do século XV e muitas outras até o século XVIII. A revolta foi incitada principalmente pelo seguidor de Lutero, Thomas Münzer, que comandou massas camponesas contra a nobreza imperial, pois propunha uma sociedade sem diferenças entre ricos e pobres e sem propriedade privada, Lutero por sua vez defendia que a existência de "senhores e servos" era vontade divina, motivo pelo qual eles romperam, sendo que Lutero condenou Münzer e essa revolta.
VII — O MURO DOS REFORMADORES
Em 1530 foi apresentada na Dieta imperial convocada pelo Imperador Carlos V, realizada em abril desse ano, a Confissão de Augsburgo, escrita por Felipe Melanchton com o apoio da Liga de Esmalcalda. Os representantes católicos na Dieta resolveram preparar uma refutação ao documento luterano em agosto, a Confutatio Pontificia (Confutação), que foi lida na Dieta. O Imperador exigiu que os luteranos admitissem que sua Confissão havia sido refutada. A reação luterana surgiu na forma da Apologia da Confissão de Augsburgo, que estava pronta para ser apresentada em setembro do mesmo ano, mas foi rejeitada pelo Imperador. A Apologia foi publicada por Felipe Melanchton no fim de maio de 1531, tornando-se confissão de fé oficial quando foi assinada, juntamente com a Confissão de Augsburgo, em Esmalcalda, em 1537. Ao mesmo tempo em que ocorria uma reforma em um sentido determinado, alguns grupos protestantes realizaram a chamada Reforma Radical. Queriam uma reforma mais profunda e foi parte importante dessa reforma radical os Anabatistas, cujas principais características eram a defesa da total separação entre igreja e estado e o "novo batismo", que em grego é 132
anabaptizo. Enquanto na Alemanha a reforma era liderada por Lutero, na França e na Suíça a Reforma teve como líderes João Calvino e Ulrico Zuínglio. João Calvino foi inicialmente um humanista. Nunca foi ordenado sacerdote. Depois do seu afastamento da Igreja católica, este intelectual começou a ser visto como um representante importante do movimento protestante. Vítima das perseguições aos huguenotes na França, fugiu para Genebra em João Calvino 1533 onde faleceu em 1564. Genebra tornou-se um centro do protestantismo europeu e João Calvino permanece desde então como uma figura central da história da cidade e da Suíça. Calvino publicou as Institutas da Religião Cristã que é uma importante referência para o sistema de doutrinas adotado pelas Igrejas Reformadas. Os problemas com os huguenotes somente concluíram quando o Rei Henry IV, um ex-huguenote, emitiu o Édito de Nantes, declarando tolerância religiosa e prometendo um reconhecimento oficial da minoria protestante, mas sob condições muito restritas. O catolicismo se manteve como religião oficial estatal e as fortunas dos protestantes franceses diminuíram gradualmente ao longo do próximo século, culminando na Louis XIV do Édito de Fontainebleau, que revogou o Édito de Nantes e fez do catolicismo única religião legal na França. Em resposta ao Édito de Fontainebleau, Frederick William de Brandemburgo declarou o Édito de Potsdam, dando passagem livre para franceses huguenotes refugiados e status de isenção de impostos a eles durante 10 anos. Ulrico Zuínglio foi o líder da reforma suíça e fundador das igrejas reformadas suíças. Zuínglio não deixou igrejas organizadas mas as suas doutrinas influenciaram as confissões calvinistas. A reforma de Zuínglio foi apoiada pelo magistrado e pela população de Zurique, levando a mudanças significativas na vida civil e em assuntos de estado em Zurique.
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VIII - NO REINO UNIDO
O Curso da Reforma foi diferente na Inglaterra. Desde muito tempo havia uma forte corrente anticlerical, tendo a Inglaterra já visto o movimento Lollardo que inspirou os Hussitas na Boémia. No entanto, ao redor de 1520, os lollardos já não eram uma força ativa ou pelo menos um movimento de massas. Embora Henrique VIII tivesse defendido a Igreja Católica com o livro Assertio Septem Sacramentorum (Defesa dos Sete Sacramentos), que contrapunha as 95 Teses de Martinho Lutero, Henrique promoveu a Reforma Inglesa para satisfazer as suas necessidades políticas. Sendo este casado com Catarina de Aragão, que não lhe havia dado filho homem, Henrique solicitou ao Henrique VIII Papa Clemente VII a anulação do casamento. Perante a recusa do Papado, Henrique fez-se proclamar, em 1531, protetor da Igreja inglesa. O Ato de Supremacia, votado no Parlamento em novembro de 1534, colocou Henrique e os seus sucessores na liderança da igreja, nascendo assim o Anglicanismo. Os
súditos
deveriam
submeter-se
ou
então
seriam
excomungados,
perseguidos e executados, tribunais religiosos foram instaurados e católicos foram obrigados à assistir cultos protestantes, muitos importantes opositores foram mortos, tais como Thomas More, o Bispo John Fischer e alguns sacerdotes, frades franciscanos e monges cartuchos. Quando Henrique foi sucedido pelo seu filho Eduardo VI em 1547, os protestantes viram-se em ascensão no governo. Uma reforma mais radical foi imposta diferenciando o anglicanismo ainda mais do catolicismo. Seguiu-se uma breve reação católica durante o reinado de Maria I (1553-1558). De início moderada na sua política religiosa, Maria procura a reconciliação com Roma, consagrada em 1554, quando o Parlamento votou o regresso à obediência ao Papa. Um consenso começou a surgir durante o reinado de Elizabeth I. Em 1559, Elizabeth I retornou ao anglicanismo com o restabelecimento do Ato de Supremacia e do Livro de Orações de Eduardo VI. Através da Confissão dos 134
Trinta e Nove Artigos (1563), Elizabeth alcançou um compromisso entre o protestantismo e o catolicismo: embora o dogma se aproximasse do calvinismo, só admitindo como sacramentos o Batismo e a Eucaristia, foi mantida a hierarquia episcopal e o fausto das cerimônias religiosas. A Reforma na Inglaterra procurou preservar o máximo da Tradição Católica (episcopado, liturgia e sacramentos). A Igreja da Inglaterra sempre se viu como a ecclesia anglicanae, ou seja, a Igreja cristã na Inglaterra e não como uma derivação da Igreja de Roma ou do movimento reformista do século XVI. A Reforma Anglicana buscou ser a "via média" entre o catolicismo e o protestantismo. Em 1561 apareceu uma confissão de fé com _uma Exortação à Reforma da Igreja modificando seu sistema de liderança, pelo qual nenhuma igreja deveria exercer qualquer autoridade ou governo sobre outras e ninguém deveria exercer autoridade na Igreja se isso não lhe fosse conferido por meio de eleição. Esse sistema, considerado "separatista" pela Igreja Anglicana, ficou conhecido como Congregacionalismo. Richard Fytz é considerado o primeiro pastor de uma igreja congregacional, entre os anos de 1567 e 1568, na cidade de Londres. Por volta de 1570 ele publicou um manifesto intitulado As Verdadeiras Marcas da Igreja de Cristo. Em 1580 Robert Browne, um clérigo anglicano que se tornou separatista, junto com o leigo Robert Harrison, organizou em Norwich uma congregação cujo sistema era congregacionalista, sendo um claro exemplo de igreja desse sistema. Na Escócia, John Knox (1505-1572), que tinha estudado com João Calvino em Genebra, levou o Parlamento da Escócia a abraçar a Reforma Protestante em 1560, sendo estabelecido o Presbiterianismo. A primeira Igreja Presbiteriana, a Church of Scotland (ou Kirk), foi fundada como resultado disso.
IX - ARQUEOLOGIA BÍBLICA
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Alguns céticos duvidam da Bíblia simplesmente porque não encontram monumentos que descrevam todos os seus acontecimentos. Eles fazem isso com a história das dez pragas do Egito. Por não acharem ali nada que confirme a história do Êxodo, julgam que ela jamais aconteceu. “Ora, por que os egípcios iriam registrar para o mundo o vexame que passaram com a saída dos hebreus?”. É claro que eles ficariam calados a respeito disso. Contudo, outros povos, fora da Bíblia, testemunharam a ocorrência das pragas que Deus enviou através do profeta Moisés e mesmo dentre a correspondência particular de alguns egípcios é possível encontrar pistas do que aconteceu ali naquela época. Vamos ver primeiro o que escreveu Deodoro Siculo, historiador grego do I século a.C, cujo testemunho dura até hoje: "Nos tempos antigos houve uma grande praga no Egito e muitos a atribuíram ao fato de Deus estar ofendido com eles por causa dos estrangeiros que estavam em seu país... Os egípcios concluíram que, a menos que os estrangeiros fossem mandados embora de seu país, eles jamais se livrariam de suas misérias. Sobre isto, conforme nos informaram alguns escritores, os mais eminentes e estimados daqueles estrangeiros que estavam no Egito foram obrigados a deixar o país, portanto, eles se retiraram para a província que agora se chama Judéia. Ela não fica longe do Egito e estava desabitada na ocasião. Aqueles imigrantes foram pois conduzidos por Moisés, que era superior a todos em sabedoria e poder. Ele lhes deu leis e ordenou que não fizessem imagens de deuses, pois só há um Deus no Céu que está sobre tudo e é Senhor de tudo. Temos ainda o diário de um egípcio chamado Ipuwer que foi encontrado no Egito em 1820 e levado para o museu da Universidade de Leiden, na Holanda, onde permanece até hoje. O povo do oásis está indo embora e levando as provisões para o seu festival religioso? Essas palavras são muito parecidas com as pragas descritas em Êx 7:14-24, especialmente a primeira e a última. A referência aos escravos que agora se vão e ainda levam consigo algumas riquezas parece ecoar o 136
testemunho bíblico de que os hebreus foram "e pediram aos egípcios objetos de prata e de ouro ... de modo que estes lhes davam o que pediam. E despojaram os egípcios", Êx 12:35-36. Mais uma vez a História confirma a Palavra de Deus. "A ignorância não tem qualquer valor, embora em algumas religiões ela seja valorizada como se fosse uma virtude. O próprio Deus é o "Grande Intelecto", sabendo tudo sobre todas as coisas. Todas as ciências nada mais fazem do que descobrir quais são os propósitos de Deus, e todas elas representam uma busca legítima". Russel Norman Champlin Na Teologia da via negativa afirma-se que "Deus só pode ser conhecido quando negamos que os termos vulgares possam ser-lhe aplicados", outra sugestão influente é a de que os termos vulgares só se lhe aplicam metaforicamente, não existindo qualquer esperança de eliminar essas metáforas, mas mesmo que se chegue a uma descrição do Ser Supremo, continuamos com o problema de encontrar um motivo para se supor que exista algo correspondente a essa descrição. "Poderão
ainda
dizer
que
as
estrelas
indicam,
mas
não
realizam
acontecimentos. É como se a sua posição fosse uma linguagem de predizer o futuro 'foi de fato o parecer de homens não mediocremente doutos". Não é assim que os astrólogos costumam falar. Não dizem, por exemplo: - Esta posição de marte anuncia um homicida- mas - faz um homicida. “Concedamos, porém, que eles não falam como devem e que deviam tomar dos filósofos á sua maneira de falar para anunciar os acontecimentos que julgam descobrir na posição dos astros”.
X- CONFLITOS E CONCILIAÇÃO ENTRE A FÉ E O SABER
No plano cultural, a Igreja exerceu amplo domínio, trançando um quadro intelectual em que a fé cristã era o pressuposto fundamental de toda sabedoria humana.
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Em que consistia essa fé? Consistia na crença irrestrita ou na adesão incondicional às verdades reveladas por Deus aos homens. Verdades expressas nas Sagradas Escrituras "Bíblia" e devidamente interpretadas segundo a autoridade da Igreja. "A Bíblia era tão preciosa que recebia as mais ricas encadernações". De acordo com a doutrina católica a fé representava a fonte mais elevada das verdades reveladas - especialmente aquelas verdades essenciais ao homem e que dizem respeito à sua salvação. Neste sentido, afirmava Santo Ambrósio (340-397, aproximadamente): "Toda verdade, dita por quem quer que seja, é do Espírito Santo". Assim, toda investigação filosófica ou científica não poderia, de modo algum, contrariar as verdades estabelecidas pela fé católica. Segundo essa orientação, os filósofos não precisavam se dedicar à busca da verdade, pois ela já havia sido revelada por Deus aos homens. Restava-lhes, apenas, demonstrar racionalmente as verdades da fé. Não foram poucos, porém, aqueles que dispensaram até mesmo essa comprovação racional da fé. Eram os religiosos que desprezavam a filosofia grega, sobretudo porque viam nessa forma pagã de pensamento uma porta aberta para o pecado, a dúvida, o descaminho e a heresia "doutrina contrária ao estabelecido pela Igreja em termos de fé". Por outro lado, surgiram pensadores cristãos que defendiam o conhecimento da filosofia grega, na medida em que sentiam a possibilidade de utilizá-la como instrumento a serviço do cristianismo. Conciliado com a fé cristã, o estudo da Filosofia Grega permitiria à Igreja enfrentar os descrentes e demolir os hereges com as armas racionais da argumentação lógica. O objetivo era convencer os descrentes, tanto quanto possível, pela razão, para depois fazê-los aceitar a imensidão dos mistérios divinos, somente acessíveis à fé. Entre os grandes nomes da filosofia católica medieval destacam-se Agostinho e Tomás de Aquino. Eles foram os responsáveis pelo resgate cristão das filosofias de Platão e de Aristóteles, respectivamente. "Tomai cuidado para que ninguém vos escravize por vãs e enganadoras especulações da filosofia, 138
segundo a tradição dos homens, segundo os elementos do mundo, e não segundo Cristo, e sim o Apóstolo Paulo". "Não tentarei enunciar se os gêneros e as espécies existem por si mesmos ou na pura inteligência nem, no caso de subsistirem, se são corpóreos ou incorpóreos, nem se existem separados dos objetos sensíveis ou nestes objetos, formando parte dos mesmos”. Vários pontos de vista são exclusivamente filosóficos e não bíblicos onde devemos ter o máximo de cuidado com as interpretações para você não entender as coisas da filosofia como as espirituais, uma distância que deve ser.
XI - CELEBRAÇÃO DA ÚLTIMA CEIA
Na Igreja Católica, Chamado de a Eucaristia é um dos sete sacramentos. Segundo o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, a Eucaristia é “o próprio sacrifício do Corpo e do Sangue do Senhor Jesus, que Ele instituiu para perpetuar o sacrifício da cruz no decorrer dos séculos até ao seu regresso, confiando assim à sua Igreja o memorial da sua Morte e Ressurreição”. É o sinal da unidade, o vínculo da caridade, o banquete pascal, em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é dado o penhor da vida eterna. Segundo o papa João Paulo II, em sua encíclica Ecclesia de Eucharistia, a Eucaristia é verdadeiramente um pedaço de céu que se abre sobre a terra, é um raio de glória da Jerusalém celeste, que atravessa as nuvens da nossa história e vem iluminar o nosso caminho. Ainda nessa encíclica, é chamada atenção para o fato significativo de que no lugar onde os Evangelhos Sinópticos narram a instituição da Eucaristia, O Evangelho de João propõe a narração do lava-pés, gesto que mostra Jesus mestre de comunhão e de serviço, em seguida o papa atenta para o fato de que mais tarde o apóstolo Paulo qualifica como indigna duma comunidade cristã a participação na Ceia do Senhor que se verifique num contexto de discórdia e de indiferença pelos pobres.
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Comungar ou receber a Comunhão é nome dado ao ato pelo qual o fiel pode receber a sagrada hóstia sozinha ou acompanhada do vinho consagrado, especialmente nas celebrações de Primeira eucaristia e Crisma. Segundo o Compêndio "Para receber a sagrada Comunhão é preciso estar plenamente incorporado à Igreja católica e em estado de graça, isto é, sem consciência de pecado mortal. Quem tem consciência de ter cometido pecado grave deve receber o sacramento da Reconciliação antes da Comunhão. São também importantes o espírito de recolhimento e de oração, a observância do jejum prescrito pela Igreja e ainda a atitude corporal (gestos, trajes), como sinal de respeito para com Cristo." (n. 291). A transubstanciação do pão em Corpo de Cristo na missa de canonização do Frei Gaivão em 11 de maio de 2007. A Igreja Católica confessa a presença real de Cristo, em seu corpo, sangue, alma e Divindade após a transubstanciação do pão e do vinho, ou seja, a aparência permanece de pão e vinho, porém a substância se modifica, passa a ser o próprio Corpo e Sangue de Cristo. Eucaristia também pode ser usada como sinônimo de hóstia consagrada no Catolicismo. "Jesus Eucarístico" é como os católicos se referem a Jesus em sua presença na Eucaristia. "Comunhão" é como o sacramento é mais conhecido. As crianças farão a sua Primeira comunhão. "Comunhão Eucarística" é a participação na Eucaristia. Também há uma adoração especial, chamada "adoração ao Santíssimo Sacramento" e um dia especial para a Eucaristia, o Dia do Corpo de Cristo (em lat. Corpus Christi). Segundo Santo Afonso Maria de Ligório, a devoção de adorar Jesus sacramentado é, depois dos sacramentos, a primeira de todas as devoções, a mais agradável a Deus e a mais útil. Para a Igreja, a presença de Cristo nas hóstias consagradas que se conservam após a Missa perdura enquanto subsistirem as espécies do pão do vinho. Um dos grandes fatores que contribuíram para se crer na presença real de Cristo e adorá-lo foram os "milagres Eucarísticos" em várias localidades do mundo, entre eles, um dos mais conhecidos foi o de Lanciano (Itália). 140
São João Crisóstomo destaca o efeito unificador da Eucaristia no Corpo de Cristo, que é identificado pelos cristãos como a própria Igreja: Com efeito, o que é o pão? É o corpo de Cristo. E em que se transformam aqueles que o recebem? No corpo de Cristo, não muitos corpos, mas um só corpo. De fato, tal como o pão é um só apesar de constituído por muitos grãos, e estes, embora não se vejam, todavia estão no pão, de tal modo que a sua diferença desapareceu devido à sua perfeita e recíproca fusão, assim também nós estamos unidos reciprocamente entre nós e, todos juntos, com Cristo. João Paulo II ensinou que à desagregação enraizada na humanidade é contraposta a força geradora de unidade do corpo de Cristo. Segundo a igreja católica a consagração da Hóstia pode ser feita apenas por presbíteros (ou padres) ou por dotes de maior grau hierárquico (bispos, cardeais, ou papa) os diáconos não ministram este sacramento.
XII - IGREJA ORTODOXA
Como a doutrina da transubstanciação surgiu no ocidente após o cisma com a Igreja Ortodoxa nela não há uma formulação teológica. Na formulação teológica sobre o que acontece com os elementos na liturgia divina - é tido como "mistério". O pão na liturgia ortodoxa é fermentado (simbolizando a nova natureza em Cristo) e o vinho é servido a todos os fiéis (inclusive crianças) servido com uma colher.
XIII - IGREJA DO ORIENTE
Na Igreja do Oriente a Qurbana Qadisha (em aramaico: o Santo Sacrifício) seguem um dos mais antigos ritos em uso, o de Addai e Mari. Suas orações eucarísticas, Gehantha, possuem grande semelhança com as orações e bênçãos judaicas sobre as refeições. Nela a doutrina da transubstanciação é 141
desconhecida e em sua liturgia não há as palavras de instituição "este é meu corpo... este é meu sangue...". Indiferença pelos pobres.
XIV - O PROTESTANTISMO
Dentro do protestantismo cuja teologia remonta aos princípios da reforma e são influenciados por Lutero e Calvino são três visões principais quanto a Eucaristia. Nas igrejas Luteranas existe o entendimento da ceia como essência ou substância do corpo de Cristo e não transformada no mesmo. A essa forma de entendimento dá-se o nome de consubstanciação. Na visão de Zwinglio a ceia é a lembrança do sacrifício de Cristo - essa posição é chamada de memorialismo. A proposta de Calvino, em oposição a Lutero e Zwinglio, era que na ceia ocorria a presença de Jesus, não nos elementos, mas como co-participante e co-celebrante junto com os comungantes. A essa forma de entendimento dá-se o nome de presença real. Na Igreja Anglicana o entendimento é de um sacramento, independente de como o mesmo será entendido pelo comungante e por essa liberdade é permitida até mesmo o entendimento não sacramental da ceia. Dentro da Teologia Evangélica a Eucaristia é chamada geralmente por "Santa Ceia" ou "Ceia do Senhor" derivando da teologia de Zwinglio. O reformador suíço doutrinava que a ceia não podia promover efeitos espirituais, sendo apenas um símbolo e tendo como único efeito o de lembrança. No século XVII, quando do surgimento da denominação batista, o seu fundador, John Smith, baseou-se em relação à ceia, nos princípios disseminados por Zwinglio, assim concebendo a ceia apenas como um rito simbólico ordenado por Cristo “Vai aqui uma critica ao sistema de nossas Igrejas no Brasil".
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PERGUNTA: Como devo celebrar a ceia do Senhor? O que devo fazer com o vinho que sobra da ceia? O pão é picado por alguém autorizado pelo Pastor da Igreja? O que fazer com o restante do pão? Qual o tipo de vinho deve ser usado? Onde posso aprender e ter informações para isto? Quem deve preparar a mesa? APRESENTAÇÃO DO "FILME DE LUTERO", APÓS, FAZER COMENTÁRIO SOBRE O MESMO E FOCAR O BEM DA REFORMA PROTESTANTE.
XV - CONCLUSÃO
Ao rever todos os conceitos de grandes homens que se envolveram na Reforma protestante temos visto que o ideal era o mesmo focar a crença e a confiança em Deus tirando a visão Papal e dando a Bíblia o valor que ela merece. Entre outras coisas muitos realizaram a troca das formas de adoração e terminaram com as missas, assim como a eliminação das imagens nas igrejas e a ab-rogação do celibato. Ao mesmo tempo em que Lutero escrevia "a todos os cristãos para que se resguardem da insurreição e rebelião", seu casamento com a ex-freira cisterciense Catarina von Bora incentivou o casamento de outros padres e freiras que haviam adotado a Reforma. Com estes e outros atos consumou-se o rompimento definitivo com a Igreja Romana. Em janeiro de 1521 foi realizada a Dieta de Worms, que teve um papel importante na Reforma, pois nela Lutero foi convocado para desmentir as suas teses, no entanto ele defendeu-as e pediu a reforma. Autoridades de várias regiões do Sacro Império Romano-Germânico pressionadas pela população e pelos luteranos, expulsavam e mesmo assassinavam sacerdotes católicos das igrejas, substituindo-os por religiosos com formação luterana. "Lutero começa a tradução da bíblia em outras línguas e cria um mal estar em seu país, Alemanha. Cria uma grande intriga entre o papado e uma guerra
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entre a corte. Porém, deus estava no controle, como está agora nesta última etapa da igreja do Senhor ou a igreja do arrebatamento."
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QUESTIONÁRIOS
PSICOLOGIA DA RELIGIÃO
1- O que a Psicologia da Religião estuda? 2- Do comportamento humano cite dois exemplos. 3- Quando nasceu a Psicologia da Religião? 4- O que levou a criação desta disciplina? 5- Como se chamava uma mulher de Tiatira? 6- Qual a ciência que trabalha a normativa da natureza? 7- O que você entende por biossocial? 8- 8- Qual é a função do Ego? 9- 9- Em que nível encontra-se o transpessoal? 10- 10-Faça uma dissertação sobre psicoterapia.
DIDÁTICA
1- A Didática tem vários conceitos, cite pelo menos três. 2- Faça uma diferenciação entre professor e aluno. 3- Qual o objetivo da Didática? 4- Cite três objetivos. 5- Quais são as bases da Didática? 145
6- A psicologia da Religião se ocupa no comportamento grupal? 7- Quais são as principais atitudes no ensino fundamental? 8- Cite duas atitudes do ensino médio. 9- O que você entende por função do professor? 10- Cite três delas. 11- O que é ciclo docente? 12- Qual a função do ciclo docente? 13- Faça uma dissertação sobre as fases do planejamento.
SOCIOLOGIA DA RELIGIÃO
01- Exemplifique a epistemologia da Sociologia da Religião. 02- Em que base se encontra o empirismo na Sociologia da Religião? 03- Fé e Ciência podem andar juntas? Explique. 04- Quais são os quatro níveis que o ser humano pode alcançar? 05- Fale sobre dois tópicos do conhecimento científico da religião. 06- Cite as ciências que desenvolvem no homem o estudo do campo das religiões. 07- Na defesa da existência de Deus qual a sua experiência? Conte 08- Cite os quatro imperismos do conhecimento da Sociologia da Religião. 09- Qual a ligação da Bíblia em Sociologia da Religião? 10- Como se chamava o teólogo dos anos 1033 a 1109? 11- Cite os dois argumentos clássicos da crença em Deus. 12- Quais são os principais assuntos examinados pela Sociologia da Religião? 146
13- Qual o primeiro registro bíblico sobre a Sociologia da Religião.
FILOSOFIA DA RELIGIÃO
01- Faça uma dissertação crítica sobre filosofia da religião com no mínimo 50 linhas.
PEDAGOGIA DA RELIGIÃO
01- O que significa Pedagogia? 02- Qual a responsabilidade da pedagogia no ensino religioso? 03- Cite os quatro desafios do professor. 04- Quando começou a desenvolver o ensino teológico no Brasil? 05- Qual o impedimento do crescimento da Teologia nas igrejas? 06- O que você entende por formar ou educar. 07- Qual a principal conduta do professor de teologia? 08- O que significa Didática? 09- Didática é um ramo da pedagogia ou não? Explique. 10- O que significa conteúdos ou ementas? 11- Cite o critério da seleção dos conteúdos. 12- O método tem que ser rígido ou não? 13- O que significa avaliação e o porquê dela? 14- Qual o conceito que você encontra entre a relação professor e aluno? 15- Quais são as ideias chaves para entender uma criança? 16- Cite os estágios crescentes a partir do quarto ano de vida. 17- Qual a diferença entre operações concretas e operações formais? 18- Quando começa o estágio do pensamento intuitivo? 19- O que significa honestidade e comportamento? 20- Explique qual o estágio da idade de 06 a 07 anos.
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TEOLOGIA DA REFORMA
01- O que é a Reforma? 02- Qual a contribuição da história da reforma? 03- Cite o nome de um dos reformadores da pré reforma. 04- Com qual idade Martin Lutero escreveu as 95 teses? 05- Das 95 teses cite 10 que mais lhe chamou a atenção 06- Por quem foi publicado Apologia em 1531? 07- Quem foi João Calvino? 08- Faça uma dissertação entre fé e o saber.
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ELABORAÇÃO DE MONOGRAFIA E TCC
- Orientações ABNT –
I — ESTRUTURA GRÁFICA 1) Formato Em seu aspecto extrínseco, as dissertações e teses devem ser apresentadas de acordo com os seguintes parâmetros: • em papel branco, formato A-4 (21 cm x 29,7 cm) na posição vertical; • digitadas ou datilografadas na cor preta, com fonte Times New Roman ou Arial, 12 polegadas, aplicando tamanho menor, 11 polegadas, para as citações, notas de rodapé, paginação e legendas das ilustrações e das tabelas. Quando o trabalho for datilografado, deve ser observado um recuo de 4 cm da margem esquerda para as citações; • escritas no anverso da folha, exceto a folha de rosto, que traz no seu verso a ficha catalográfica; • o projeto gráfico é de responsabilidade do autor do trabalho. 2) Margem • Esquerda — 3,0 cm; • Superior — 3,0 cm; • Direita — 2,0 cm; • Inferior — 2,0 cm; • Cabeçalho — 1,5 cm; • Rodapé — 1,5 cm. 3) Espacejamento A parte textual deve ser digitada em espaço 1,5 (um e meio), porém devem ser digitados em espaço simples: • As citações de mais de 3 linhas; • As notas explicativas; • As notas de referências; • Os resumos. As partes pré e pós-textuais, podem ser digitadas em espaço simples: 149
• A natureza do trabalho, o objetivo, o nome da instituição a que é submetida, a área de concentração (no anverso da folha de rosto); • As referências; • As legendas de ilustração; • As legendas de tabelas; • A ficha catalográfica (no verso da folha de rosto).
Embora o espaço das referências seja simples, elas devem ser separadas entre si por espaço um e meio. Ex.: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Apresentação de citações em documentos. Rio de Janeiro: ABNT/Fórum Nacional de Normalização, 1988. 3 p. (NBR 10520). Apresentação de livros. Rio de Janeiro: ABNT/Fórum Nacional de Normalização, 1993. 5 p. (NBR 6029). Os títulos das seções devem ser separados do início do texto que os precedem ou os sucedem por três espaços simples. Na folha de rosto e na folha de aprovação, a especificação da natureza e do objetivo do trabalho, o nome da Instituição a que é submetido e a área de concentração devem ser alinhadas no meio da mancha (parte escrita da página) para a margem direita. 4) Notas de Rodapé As notas devem ser digitadas ou datilografadas dentro das margens, ficando separadas do texto por um espaço simples de entrelinhas e por filete de 3 cm, a partir da margem esquerda.' 5) Indicativos de Seções Seções são as partes em que se divide o texto de um documento, contendo as matérias consideradas afins na exposição ordenada do assunto. Seções primárias são as principais divisões do texto de um documento (denominadas "capítulo") e devem ser iniciadas em folha distinta. 150
Cada seção primária pode ser dividida em seções secundárias, estas em seções terciárias, as terciárias em quaternárias etc. Recomenda-se limitar o número de seções até a quinaria. O indicativo numérico de uma seção precede seu título, alinhado à esquerda, separado por um espaço. Quando não houver um título próprio, a numeração precede a primeira palavra do texto, separada por espaço. São utilizados algarismos arábicos. Nas seções primárias a numeração segue a sequência dos números inteiros a partir de 1. Nas seções secundárias, coloca-se o indicativo da seção primária a que pertence seguido do número que lhe foi atribuído na sequência do assunto e separado por ponto. Repete-se o mesmo processo em relação às demais seções. Os números indicativos das seções e subseções obedecem à mesma margem e não se coloca ponto, hífen, travessão ou qualquer outro sinal entre o último algarismo e o início do texto ou do título. Destacam-se gradativamente os títulos das seções, utilizando o recurso de negrito, itálico ou grifo e redondo, caixa alta ou versal. O título das seções (primárias, secundárias etc.) deve ser colocado após a sua numeração, separado por um espaço. O texto deve ser iniciado em outra linha. No sumário, as seções devem ser grafadas conforme apresentadas no corpo do trabalho. Ex. 1 A EXPOSIÇÃO 1.1 A cidade do Rio de Janeiro 1.1.1 Urca 1.1.1.1 Av. Pasteur 1.1.1.1.1 A casa dos meninos cegos Títulos sem indicativos de seções: 151
• errata; • agradecimentos; • lista de ilustrações; • lista de abreviaturas e siglas; • lista de símbolos; • resumo; • sumário; • referências; • glossário; • apêndice(s); • anexo(s) e • índice(s). Elementos sem títulos e sem indicativos de seções: • folha de rosto; • folha de aprovação; • dedicatória e • epígrafe. As seções podem, ainda, ser divididas em alíneas, que enumeram diversos assuntos de uma seção que não possui título. São ordenadas alfabeticamente por letras minúsculas, seguidas do sinal de fechamento de parênteses. Ex.: a) b) c)
152
Quando
as
alíneas
forem
cumulativas
ou
alternativas,
podem
ser
acrescentadas, após a penúltima, as conjunções "e" ou "ou", conforme o caso. O texto da alínea começa por letra minúscula e termina por ponto e vírgula, exceto a última que termina por ponto. Outras regras para a apresentação das alíneas são: • a frase que introduz as alíneas termina por dois pontos; • as alíneas são ordenadas alfabeticamente; • as letras indicativas das alíneas são reentradas em relação à margem esquerda; • o texto da alínea começa por letra minúscula e termina por ponto e vírgula, exceto a última que termina por ponto. Quando houver subalíneas, estas terminam por vírgula; • a segunda e as demais linhas do texto da alínea começam na mesma direção da primeira letra do texto da própria alínea. Se for necessário, subdividir uma alínea em subalínea utilizando apenas o hífen para caracterizá-la. O hífen deve ser colocado sob a primeira letra do texto da alínea correspondente, dele separada por um espaço. As linhas seguintes do texto da subalínea começam sob a primeira letra do próprio texto. As subalíneas terminam por vírgula Ex.: • resumo • sumário Os indicativos devem ser citados ao longo do texto de acordo com os exemplos abaixo. Ex.: • ... na seção 4 • ... ver 2.2 153
• ... em 1.1.2.2, § 3° ou 3° parágrafo de 1.1.2. 6) Paginação Todas as folhas, a partir da folha de rosto, devem ser contadas sequencialmente, mas não numeradas. A numeração é colocada a partir da primeira folha da parte textual, em algarismos arábicos, centralizado no rodapé da página, utilizando a mesma fonte utilizada no texto, porem, com o tamanho da fonte, uma polegada a menos (11') que a utilizada na parte textual da dissertação. Se o trabalho for constituído de mais de um volume, deve ser mantida uma única sequência de numeração das páginas, do primeiro ao último volume. Havendo apêndice e anexo, as suas folhas devem ser numeradas de maneira contínua e a paginação deve dar seguimento à do texto principal. 7) Siglas Quando aparecem pela primeira vez no texto, devem ser precedidas pela forma completa e colocadas entre parênteses. Ex.: Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). 8) Equações e Fórmulas Aparecem destacadas no texto, de modo a facilitar a sua visualização e leitura. Na sequência normal do texto é permitido o uso de uma entrelinha maior para comportar expoente, índices e outros. Quando vierem destacadas do parágrafo devem ser centralizadas e, se necessário, deve-se enumerá-las. Quando fragmentada em mais de uma linha, por falta de espaço, devem ser interrompidas antes do sinal de igualdade ou depois dos sinais de adição, subtração, multiplicação ou divisão. 9) Ilustrações Qualquer que seja o tipo de identificação, esta deve aparecer na parte inferior, precedida da palavra designativa, seguida de seu número de ordem de ocorrência no texto (em algarismos arábicos), do respectivo título e/ou da legenda explicativa de forma breve e clara, dispensando consulta ao texto, e da fonte. A ilustração deve ser inserida o mais próxima possível ao trecho a que se refere, conforme o projeto gráfico. 154
10) Tabelas, Quadros e Figuras Devem conter um título objetivo e expressivo e sua numeração deve ser sequencial, em algarismos arábicos, para facilitar a consulta, sempre que necessária. Segundo o IBGE (1993), as Tabelas se diferenciam dos Quadros porque nas tabelas os dados vêm limitados por linhas em todas as margens e nos quadros, as linhas de delimitação só aparecem nas partes superior e inferior. II - ESTRUTURA DO TRABALHO CIENTÍFICO A estrutura de um trabalho científico é composta de três partes fundamentais (ABNT, 1993): • Pré-textual • Textual • Pós-Textual 1) PARTE PRÉ-TEXTUAL Elementos que antecedem o texto principal: • Capa; • Lombada; • Folha de Rosto • Ficha catalográfica (impressa no verso da folha de rosto); • Errata; • Folha de Aprovação; • Dedicatória; • Agradecimentos; • Epígrafe; • Resumo em língua vernácula; • Resumo em língua estrangeira; • Lista de ilustrações (quadros, figuras, tabelas); Lista de tabelas; • Lista de abreviaturas e siglas; • Lista de símbolos; • Sumário. 155
Elementos essenciais: Capa Devem constar as seguintes informações, dispostas na ordem apresentada: • nome da instituição; • nome do autor; • título; • subtítulo (se houver); • número de volumes (se houver mais de um deve constar em cada capa a especificação do respectivo volume); • local (cidade) da instituição onde deve ser apresentado; • ano de apresentação. Lombada Os elementos devem ser impressos, conforme a NBR 12225, trazendo: • o nome do autor, impresso longitudinalmente e legível do alto para o pé da lombada; • o titulo, impresso da mesma forma que o autor; • sigla da instituição; • elementos alfanuméricos de identificação, por exemplo: v. 2. (anexo 1). Folha de rosto É composta pelos seguintes itens: Anverso da folha de rosto: •Autor; • Título principal do trabalho: deve ser claro e preciso, identificando o seu conteúdo e possibilitando a indexação e recuperação da informação; 156
• Subtítulo (se houver) deve ser evidenciado a sua subordinação ao título principal, precedido por dois pontos; • Número de volumes (se houver mais de um deve constar em cada capa a especificação do respectivo volume); • Natureza do trabalho (tese, dissertação, trabalho de conclusão de curso e outros) e objetivo (grau pretendido, aprovação em disciplina e outros), nome da instituição a que é submetido o trabalho e a área de concentração, orientador e, se houve, co-orientador; • Local da instituição que o trabalho vai ser apresentado; • Ano de Publicação (da entrega). (anexo 2). Ficha catalográfica Descreve o trabalho acadêmico quanto aos aspectos físicos e temáticos, devendo ser impressa na parte inferior do verso da folha de rosto, segundo o que estabelece o código de catalogação adotado no Brasil (AACR-Anglo American Cataloging Rules, j.nd). Deve ser elaborada pelo bibliotecário da UESB. Folha de aprovação: • O nome do autor; • O título do documento por extenso e subtítulo (se houver); • A natureza, o objetivo, o nome da instituição a que é submetido e a área de concentração; • A data de aprovação; • O nome, a titulação, a assinatura e a instituição dos membros que constituem a Banca Examinadora. O Orientador deve aparecer em primeiro lugar, por ser o presidente da banca. Obs: a data de aprovação e a assinatura dos membros componentes da banca são colocadas após a aprovação o trabalho. 157
Resumo na língua vernácula O resumo é digitado ou datilografado em espaço simples, devendo ressaltar o objetivo, o método, as técnicas de abordagem, os resultados e as conclusões do trabalho com frases, concisas, objetivas e coerentes, e não uma simples enumeração de tópicos. No resumo devem ser identificadas as novas técnicas, se for o caso, e paia trabalhos não experimentais, descrever as fontes e os tratamentos dos dados. Nos resultados devem-se destacar fatos novos, descobertas significativas, contradições e teorias anteriores, relações e efeitos novos verificados. Deve-se indicar os valores numéricos, brutos ou derivados; os resultados de uma ou várias observações repetidas e os limites de precisão e graus de validade. Descrevem-se as conclusões, ou seja, as conseqüências dos resultados, e como eles se relacionam com os objetivos propostos no documento em termos de recomendações, aplicações, sugestões, novas relações e hipóteses aceitas ou rejeitadas. No resumo, a primeira frase deve ser significativa, explicando o tema principal do documento. A seguir, indicar informações sobre a categoria do tratamento, isto é, qual o aspecto a ser abordado, por exemplo: memória científica, estudo de caso, etc. Deve ser evitado o uso de frases negativas, símbolos ou contrações que não sejam de uso corrente, fórmulas, equações, diagramas etc. que não sejam absolutamente necessárias; quando for indispensável, defini-las na primeira vez que aparece. O resumo deve ser redigido em só parágrafo, de preferência, na 3a pessoa do singular e o verbo na voz ativa com, no máximo, 500 palavras e no mínimo 150 palavras. (ABNT, 2006). O resumo deve vir antecedido pela referência bibliográfica do trabalho, conforme apresentado no (anexo 5). Acrescentando ao final do resumo os descritores com inicial maiúscula.
Resumo em idioma estrangeiro
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Deve apresentar a versão do resumo em idioma de divulgação internacional (anexo 6) e digitado em espaço simples. Sumário Consiste na "enumeração das principais divisões, seções e outras partes de um documento, na mesma ordem e grafia em que a matéria nele se sucede, acompanhado dos números das páginas". Se houver mais de um volume o sumário completo deve constar em cada um deles. Ver como exemplo, o sumário deste trabalho. Obs: O sumário não deve ser confundido como índice. • Elementos opcionais São os elementos opcionais: errata, dedicatória, agradecimentos, epígrafe, lista de ilustração, lista de tabelas, lista de siglas, de abreviaturas e lista de símbolos. Errata Consiste em uma lista das folhas e linhas onde ocorreram erros, seguidos das devidas correções. Apresenta-se, quase sempre, em papel avulso ou encartado, acrescido ao trabalho depois de impresso. Deve vir logo após a folha de rosto. Ex. ERRATA Folha
Linha
Onde se lê:
Leia-se:
33
5
atencao
atenção
Dedicatória Colocada após a folha de aprovação, onde o autor presta homenagem ou dedica seu trabalho. Agradecimentos
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Colocado após a dedicatória e deve ser dirigido àqueles que contribuíram de maneira relevante na elaboração do trabalho. Epígrafe A epígrafe é a folha onde o autor apresenta uma citação, seguida de indicação de autoria, relacionada com a matéria tratada no corpo do trabalho. Deve vir após os agradecimentos. Podem também constar epígrafes nas folhas de abertura das seções primárias. Listas de ilustrações Devem ser elaboradas de acordo com .a ordem apresentada no texto, com cada item designado por seu nome específico, acompanhado do respectivo número da página. Quando for necessário, deve ser elaborada uma lista para cada tipo de ilustração, ex.: desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos, mapas, organogramas, planta, quadros, retratos, etc. Listas de tabelas Elaboradas de acordo com a ordem apresentada no texto, com cada item designado por seu nome específico, acompanhado do respectivo número da página. Listas de siglas, abreviaturas, entre outras Relação alfabética das abreviaturas e siglas, utilizadas no texto, seguidas das palavras e expressões correspondentes grafadas por extenso. Recomenda-se a elaboração de listas separadas. Listas de símbolos Apresentadas de acordo com a ordem apresentada no texto, com o devido significado. 1)PARTE TEXTUAL Esta parte deve ser composta dos seguintes itens: •Introdução; 160
•Desenvolvimento;
• Introdução É a apresentação do trabalho e deve indicar a delimitação do assunto tratado, os objetivos da pesquisa e outros elementos necessários para situar o tema do trabalho. Deve indicar o tema da pesquisa de maneira clara e simples, apresentar a metodologia do trabalho e fazer rápidas referências a trabalhos anteriores, que tratem do mesmo assunto. •Desenvolvimento Parte principal do texto que contém a exposição ordenada e pormenorizada do assunto. Divide-se em seções e subseções, que variam em função da abordagem do tema e do método. Deve ser visto como algo que subsiste sozinho sem necessitar da introdução ou da conclusão. O desenvolvimento lógico do trabalho aparece por inteiro no desenvolvimento. • Conclusão Parte final do texto, na qual se apresentam conclusões correspondentes aos objetivos e/ou hipóteses.
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Deve responder aos objetivos e às hipóteses apresentadas na introdução. Para tanto, é importante a retomada da visão ampla apresentada na introdução. A conclusão deve fazer sentido para quem não leu o resto do trabalho, ou pelo menos para quem leu, no máximo, a introdução. Ela não deve conter dados novos. Recomendações e sugestões para a implementação da pesquisa, também podem ser incluídas no trabalho. 2)PARTE PÓS-TEXTUAL Nesta parte estão incluídos os seguintes itens: •Referências (obrigatório); •Glossário; •Apêndice; •Anexos; •índice. • Referência': Conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento que permite sua identificação individual, conforme a NBR 6023, mesmo mencionados em notas de rodapé. (ABNT, 2002). A lista das publicações citadas na pesquisa, ou que serviram de fundamento para o desenvolvimento da mesma, deve constar de um capítulo à parte, denominado Referências.2 • Glossário: relação de palavras ou expressões técnicas de uso restrito ou de sentido obscuro, utilizadas no texto, acompanhadas das respectivas definições. É um elemento opcional, elaborado em ordem alfabética. • Apêndice:
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elemento opcional que consiste em um texto ou documento elaborado pelo autor, a fim de complementar sua argumentação, sem prejuízo da unidade nuclear do trabalho. Os apêndices são identificados por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos. Ex.: APÊNDICE A — A avaliação numérica de células aleatórias totais aos quatro dias de evolução. APÊNDICE B — Avaliação das células musculares presentes nas caudas em regeneração. • Anexo: elemento opcional, que consiste em um texto ou documento não elaborado pelo autor, que serve de fundamentação, comprovação e ilustração. Os anexos são identificados por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos. Ex.: ANEXO A - PÁGINA DE ROSTO • índice: é a lista de palavras ou frases, ordenadas segundo um determinado critério, que localiza e remete para as informações contidas no texto. O índice aparece no final da publicação.
III - REGRAS GERAIS DE APRESENTAÇÃO
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• Transcrição de dados bibliográficos Antes de se começar a escrita do trabalho científico, na etapa da pesquisa bibliográfica, deve-se ter o cuidado de transcrever
indicações
sobre
as
obras
consultadas,
para
facilitar
a
normalização posterior. Os dados indispensáveis (ABNT, 2002) a serem transcritos são: Para livros: • Autor e título (do capítulo e do livro); • Edição; • Local, editor e data (do livro); • Página(s) mencionada(s). Para artigos de revistas: • . Autor e título do artigo; • Título da revista; • Local de publicação; • N° do volume e do fascículo; • Páginas do artigo (inicial e final); • Data de publicação; • Página(s) mencionada(s). Bibliografia • PAULA, Rogério Pinto de. Manual para elaboração e normalização de dissertação e tese. Vitória da Conquista - Ba: UESB, 2009, 128p. Este capítulo foi elaborado por: Rogério Pinto de Paula — CRB 1746-6 Reg. Diretor da Biblioteca Regina Célia Ferreira Silva — BIRCEFS
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Presidente do Conselho de Bibliotecas da UESB Assessor de Cultura e Extensão Comunitária — ASCULT Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) — Campus de Itapetinga-BA
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