ANTROPOLOGIA E PARAPSICOLOGIA Demonstrando um possível impacto relacionando a hipótese PSI 1 e a Antropologia Física ou Biológica
Vanderlei Dallagnolo2 Blumenau, 25 de novembro de 2005 RESUMO Neste artigo faz-se uma ponte entre duas ciências, a Antropologia e a Parapsicologia. Com relação à Antropologia o enfoque do trabalho é sobre uma de suas áreas específicas, conhecida como Antropologia Física ou Biológica. Partindo deste enfoque específico, são tecidas considerações onde possíveis conclusões de uma e outra sobre o papel da comunicação, revelam como ambas podem se auto-influenciar. Palavras-chave: Antropologia, Parapsicologia, biologia, fenômenos, PSI, comunicação. 1 INTRODUÇÃO A Antropologia, na evolução de seu conhecimento vai delineando de modo cada vez mais claro, os contornos de uma imagem que vai formando o que julgamos ser o homem. Continuando este raciocínio, podemos considerar que através da Parapsicologia poderemos acrescentar novas cores a este quadro. A Parapsicologia, devido à natureza de seus objetos de estudo (ou ao seu desconhecimento), acaba sendo colocada em espécie de situação limítrofe ou fronteiriça entre o conhecimento científico e o conhecimento científico aceito ou oficial. Isto também ocorre em outras ciências, mas apenas em parte, enquanto a Parapsicologia acaba sendo colocada como um todo nesta região. Tomadas as devidas precauções, são estas incursões além dos limites que nos fazem evoluir e à Ciência. Mantendo isto em mente, podemos partir para as considerações do presente trabalho. Podemos avaliar as conclusões de uma parte e de outra, o impacto que é exercido em cada lado e a partir daí, sintetizarmos um novo conhecimento.
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Psi é a 23ª letra do alfabeto grego e é utilizada em Parapsicologia para designar os fenômenos que são objetos de seu estudo. Como a natureza dos fenômenos ainda é ignorada, Psi passou a ser utilizado com a mesma conotação do X na matemática. 2
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2 PARAPSICOLOGIA A Parapsicologia é a ciência3 que estuda as interações, aparentemente, extra-sensóriomotoras dos seres vivos entre si (humanos ou não) e também com o meio-ambiente. Existe uma divisão mais comumente utilizada nesta área para os fenômenos estudados, conforme Zangari (2001), “[...] os parapsicólogos dividem os fenômenos [...] em duas categorias: os extrasensoriais, ou fenômenos de percepção extra-sensorial, e os extra-motores, ou fenômenos psicocinéticos”. Os fenômenos de percepção extra-sensorial estão relacionados com a realização de percepções e obtenção de conhecimento, sendo o mais popularmente conhecido desta categoria o fenômeno de telepatia4. Os fenômenos psicocinéticos estão relacionados com a ação da mente sobre a matéria ou meio-ambiente, como exemplo muito conhecido desta categoria podemos citar a movimentação de objetos com o poder da mente. Ambas as categorias dos fenômenos parapsicológicos têm subdivisões e diferentes tipos de fenômenos, cada um com suas características e especificidades. 3 ANTROPOLOGIA Podemos entender a Antropologia, etimologicamente, como sendo o “estudo do homem”. Derivando este entendimento dos radicais gregos que formam a palavra; anthropus e logos, cuja junção forma a denominação desta ciência e que significam respectivamente homem e estudo (GISLON, [ca. 2005], pg. 1). Possui um vasto campo de investigação, dividido em aspectos sociais, humanos e naturais, mas sempre “em torno de seu foco de interesse: o homem e sua cultura [!]” (GISLON, [ca. 2005], p. 2). Ou o homem e sua cultura segundo estes aspectos. A Antropologia estuda as criações humanas. A Antropologia estuda as interações humanas. A Antropologia estuda a origem do homem (e sua respectiva evolução). Todos estes interesses levam a Antropologia a associar-se a demais ramos do saber humano na busca pelo conhecimento; característica esta, conhecida como multi-disciplinaridade, que é seguida nos dias atuais, por outras ciências visando enfrentar a crescente complexidade dos novos desafios que se erguem perante a senda da humanidade. 3.1 A PARAPSICOLOGIA E A ANTROPOLOGIA FÍSICA OU BIOLÓGICA 3
Recomenda-se o site http://www.pesquisapsi.com, como fonte de informações sobre pesquisa com base científica na área parapsicolóigca. 4 “A telepatia é um fenômeno [...] que resulta na aquisição de informação extraída [...] de um outro conteúdo mental (o grifo é do autor)” (BARRIONUEVO, apud PALLÚ, [ca. 2005], p. 5).
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A Antropologia física ou biológica estuda o surgimento do homem, suas migrações e evolução até os dias atuais. Este ramo da Antropologia tem como objetivo “compreender como os processos de evolução biológica e social contribuíram para que nos tornássemos o que somos hoje” (GISLON, [ca. 2005], p. 4). Mas, e o que somos hoje? De certa forma, a hipótese Psi coloca em cheque uma possível resposta para esta pergunta segundo os parâmetros atuais. E, portanto, nos faz repensar os argumentos que nos levaram às conclusões vigentes. Para melhor esclarecer este ponto, façamos uma breve análise sobre a comunicação no aspecto evolucionário do homem. Dentre os animais, a comunicação que se desenvolveu na espécie humana é tida como um grande diferencial evolucionário. Permitindo-nos difundir nossa cultura ao longo do tempo, e assim, tornando desnecessário a cada nova geração ter que reconstruir todo o arcabouço de conhecimento da geração anterior. Esta questão hegemônica entre as espécies, influenciada, portanto, pela sua habilidade comunicativa, foi refletida também entre os diferentes grupos primitivos humanos. Onde os que desenvolveram melhores mecanismos de comunicação sobrepuseram-se aos demais. Trazendo este raciocínio para os tempos atuais, tomemos o exemplo do poder dos meios de comunicação de massa. Ferramentas amplamente utilizadas como forma de manutenção do poder das classes ou grupos hegemônicos, permitindo que este controle se estenda a todo o globo terrestre, ou que ao menos assim intentem. Em contrapartida às formas de comunicação convencionais, temos as formas de comunicação ditas parapsicológicas, aparentemente difíceis de serem obtidas; poderíamos considerar que evolucionariamente elas não teriam tanta importância, pois o processo de evolução tende a contemplar o que for mais relevante ou eficiente. Ou seja, poderíamos daí presumir uma espécie de evidência evolucionária contrária à possibilidade de percepção extrasensorial, ou no mínimo, inversamente proporcional a sua probabilidade de obtenção. Mas, esta correlação é uma via de mão-dupla. Do mesmo modo que estas considerações antropológicas aparentam restringir o objeto de estudo da Parapsicologia, o oposto ocorre no outro sentido. Ao aventarmos uma nova forma de comunicação, como a possibilitada por certos fenômenos de percepção extra-sensorial, coloca-se uma nova variável neste grande esquema. Por certo que determinado grupo que possua maior acesso a uma forma de comunicação que não conheça barreiras de tempo-espaço, mesmo que a nível inconsciente, terá vantagens competitivas sobre uma que tenha menor acesso a este mesmo mecanismo. Como podemos observar, ocorre um impacto entre as conclusões da Antropologia biológica e as da Parapsicologia, ao analisar o aspecto da importância da comunicação durante a evolução humana e em suas relações. 3
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS A Antropologia é abrangente. A Parapsicologia é transcendente. Ela é transcendente com relação a seus objetos de estudo. Pois, para podermos melhor compreendê-los é necessário transcender aos paradigmas atuais e modelos do conhecimento científico dito oficial. O que pode ocorrer se aliarmos abrangência e transcendência (aos modelos atuais)? Alguns, talvez, sintam-se tentados a responder que teremos um “grande problema”. Eu prefiro deduzir que teremos um novo horizonte, com grandes possibilidades. A Antropologia se preocupa em conhecer o homem e suas manifestações5 sob seus múltiplos aspectos. A Parapsicologia vem trazer ao homem novas potencialidades que lhe facultam novas manifestações e/ou formas de expressá-las. Em suma, a Parapsicologia tem potencial para mudar o modo como vemos o homem. Se mudar o homem, por conseguinte, todas as conclusões a partir do “estudo do homem”6 também mudam. 5 REFERÊNCIAS PALLÚ, Tarcísio R.. Apostila de Parapsicologia I. Joinville, SC. Trabalho não publicado. VALCIR, Gislon. Apostila de Antropologia. Joinville, SC. Trabalho não publicado. ZANGARI, Wellington. O Estatuto Científico da Parapsicologia. Revista Virtual de Pesquisa Psi. São Paulo: Inter Psi. Disponível em: < http://www.pesquisapsi.com/index.php?option=content&task=view&id=2257>. Acesso em: 21 de novembro de 2005.
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Manifestações neste caso, tem o sentido do conjunto formado por cultura ou conhecimentos adquiridos, instintos ou comportamentos inatos, a relação entre eles e seus resultados. 6 A expressão “estudo do homem” remete ao significado epistemológico de Antropologia.
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