João Cândido Felisberto, foi o líder da Revolta da Chibata de 1910, Cabo João Candido ficou conhecido como “Almirante Negro”, ele viveu até os 89 anos de idade e reverenciado como uma espécie de herói popular.A Revolta da Chibata ocorreu em unidades da Marinha de Guerra brasileira baseadas no Rio de Janeiro, em novembro de 1910. Os marinheiros tomaram os principais navios da Armada, em protesto contra suas condições de trabalho, os alimentos estragados que lhes eram oferecidos, os trabalhos pesados que lhes eram impostos e principalmente o costume degradante da do castigo da chibata, herança da escravidão."Na época, a Marinha brasileira estava dentre as mais fortes do mundo. Já o tratamento dos marinheiros repetia as piores tradições. João Cândido, filho de escravos, liderou a revolta pela dignidade humana em nossa Marinha e em nosso país","O Almirante Negro"Os marinheiros tinham contato com o movimento operário e os partidos marxistas da Europa, onde iam acompanhar as fases finais de construção dos navios adquiridos pela Marinha de Guerra. O próprio João Cândido, como marinheiro de 1ª classe, seguiu para a Europa, onde assistiu ao final da construção do encouraçado Minas Gerais. Assim, a rebelião foi cuidadosamente preparada, inclusive com comitês clandestinos em cadabelonave.A revolta teve início na madrugada de 23 de novembro de 1910, em resposta ao castigo de 250 chibatadas sofrido pelo marinheiro Marcelino Rodrigues de Menezes. Sob o comando de João Cândido, amotinaram-se as tripulações dos encouraçados Minas Gerais e São Paulo e também dos cruzadores Barroso e Bahia, reunindo mais de dois mil revoltosos.A cidade do Rio de Janeiro, então capital da República, foi mantida por cinco dias sob a mira de canhões. João Cândido recebeu então o apelido de "o Almirante Negro", pela
maestria com que comandou a frota em evoluções na Baía da Guanabara.O então presidente da República, Hermes da Fonseca, não encontrou saída que não fosse ceder às exigências dos marinheiros. "No dia 25 de novembro, o Congresso, apressadamente, aprovou as reivindicações dos marujos, incluindo a anistia. João Cândido, confiando nessa decisão, resolveu encerrar a rebelião, recolhendo as bandeiras vermelhas dos mastros", conta o autor da proposta.A revanche da reaçãoTrês dias depois, porém, veio a traição. O então ministro da Marinha determinou a expulsão dos líderes do movimento. Os marinheiros tentaram reagir, mas o governo lançou violenta repressão que culminou com dezenas de mortes, centenas de deportações e a prisão de João Cândido. "O Almirante Negro" foi colocado numa masmorra da Ilha das Cobras de onde foi o único a sair vivo, de 18 marinheiros.Solto anos depois, João Cândido passou a viver como vendedor de peixes na Praça Quinze, Rio de Janeiro. "Morreu em 1969, sem patente e na miséria". Não podemos permitir que a história se repita, o exemplo de coragem deste simples marinheiro não pode ser esquecido, temos a obrigação de alcançar as melhorias que acharmos necessárias, basta compararmos os nossos recursos, conhecimentos e acesso a justiça, certamente hoje não seria necessário nenhuma revolta, bastaria somente um pouquinho de atitude, pensar mais em todos e arriscando as regalias individuais, que foram cedidas em forma de concessão, podendo acabar a qualquer momento por conquistas concretas, que poderão ser menores mas seriam eternas. Pensem nisto Praças da PMERJ! De que vale ter o que não é seu? Vamos conquistar o que é nosso por direito, nossa Dignidade. Estamos em 2008 e não em 1910, mesmo assim, nada fazemos contra os tiranos que nos roubam, perseguem e nos humilham.