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A Quaresma
é um tempo propício para renovar a vida cristã e nos purificar daquelas impurezas que foram se acumulando em nós ao longo do tempo
As Leituras bíblicas tratam de dois pontos fundamentais da religião judaica:
a Lei e o Templo, que, com o passar do tempo, também estavam precisando de uma purificação...
A 1a. Leitura fala da LEI que o povo de Israel recebeu como parte de uma ALIANÇA, durante a longa quaresma no deserto... (Ex 20,1-17)
- Deus
começou
se apresentando ao povo: "Eu sou o Senhor teu Deus que te tirou da escravidão no Egito“ - Os 10 mandamentos brotavam
do amor de Deus "Libertador", que depois de ter libertado seu povo da escravidão material no Egito, queria libertá-lo também de toda escravidão moral das paixões e do pecado. - O Decálogo queria explicitar
aquela lei do amor, que Deus imprimira no coração do homem desde a Criação, mas que este depois esquecera e deturpara.
- Os Mandamentos eram o caminho seguro para ser o Povo da Aliança, colaborador de Deus no Plano da Salvação… - Mas Israel não foi fiel a esse compromisso: muitos abusos e desvios esvaziaram o verdadeiro sentido do decálogo… - Era necessário restaurar a antiga Lei, completá-la, aperfeiçoá-la… sobretudo no sentido do amor e da interioridade…
Os 10 Mandamentos não são toda a Lei, apontam apenas os primeiros passos, o mínimo indispensável. “Somente o Amor é a plena perfeição da Lei”. (Rm 13,10) Precisava uma NOVA ALIANÇA… É o que Cristo veio realizar: “Não vim abolir a Lei e os Profetas, mas vim dar-lhes pleno cumprimento.” Mt 5, 17
Nesse clima encontramos, no Evangelho, o gesto ousado de Cristo, expulsando os profanadores do Templo… (Jo 2,13-25)
O Templo era um lugar muito sagrado para os judeus. Todo judeu devia ir ao templo ao menos uma vez por ano para oferecer um sacrifício a Deus. Estas ofertas para os sacrifícios faziam girar muito dinheiro... e provocaram abusos e exploração...
O gesto simbólico e profético de Cristo ao purificar o templo anunciava a vinda de um novo templo. O antigo já tinha concluído a sua função. E vai além, Cristo se apresentou como o novo templo, substituindo o antigo...
Nós também somos um templo, que freqüentemente precisa ser purificado de tudo aquilo que não nos deixa oferecer sacrifícios agradáveis a Deus…
Podemos ter a TENTAÇÃO de nos ater apenas na observância externa da lei e do culto divino. E assim nos tornarmos também profanadores do templo e da religião, merecendo o chicote de Cristo… - Jesus purificou o templo de seus profanadores… e nos convida a purificar também o templo do nosso coração…
+ Qual a nossa atitude diante da Lei de Deus, elencada nos 10 mandamentos, resumida por Jesus em dois, e ampliada por ele no Sermão da Montanha? - É um tabu, uma imposição que toleramos a contragosto? - Ou uma resposta livre
ao amor de Deus, que nos apontou um caminho seguro para a nossa felicidade?
- Cristo nos lembra: "Quem me ama, guarda os meus mandamentos…"
+ Qual a nossa atitude no templo (igreja): (antes, durante, depois…)
Jesus exige respeito na casa de Deus... - Qual
o motivo que nos levou aqui? - Se Cristo voltasse hoje em nossa igreja… o que aconteceria? - A quem deveria expulsar com o chicote?
A Campanha da Fraternidade nos lembra também de outro Templo, que infelizmente profanamos: templo vivo de Deus: a pessoa humana… O Homem é um lugar sagrado, onde Deus quer ser respeitado… E quantas profanações nesse templo sagrado da pessoa humana, e em particular na pessoa dos excluídos… nos deficientes... pela ganância dos "vendilhões" de hoje.
Essa celebração é uma oportunidade importante para refletir sobre o ESPÍRITO com que vivemos a nossa religião: - diante da Lei de Deus - nas práticas religiosas de nossa religião e - no respeito à pessoa humana !… Só assim o nosso culto será realmente agradável a Deus! Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa CS 19.03.2006