A Floresta
Era uma vez uma floresta, que ficava em um local muito distante, desconhecido do mundo que conhecemos hoje. Para se chegar lá era preciso um conhecimento superior. A floresta não era muito grande e ao mesmo tempo alguém poderia se perder na sua imensidão. O calor das suas árvores e plantas contratava com a frieza da brisa contínua, das cores que permeavam e dos sons que nela havia. Percebia-se que ali tudo era possível de acontecer. Dentro deste ambiente existiam dois grupos que conviviam partilhando o espaço. O grupo dos azulóides, que eram seres extremamente capazes, porém utilizavam sua capacidade em benefício próprio, pareciam os donos da floresta, sem eles nada poderia acontecer ali, e tudo, todos os acontecimentos pareciam girar em torno de suas vidas, dos seus desejos, das suas necessidades, de mais e mais, sempre. A pare da floresta onde viviam era ainda mais fria e mesmo a convivência entre eles não era pacífica, uma vez que não confiavam uns nos outros, sempre acreditando que alguém ia passa alguém para trás. O outro grupo, os vermelhóides, era composto de seres regidos por princípios opostos. A área que habitavam era de calor intenso, iluminada, com alto nível de confiança mútua, onde até as árvores e suas folhas tinham uma textura parecida com a de um veludo macio e suave. A brisa dançava entre eles acariciando suas faces, deixando-as ainda mais coradas. Os dois grupos, depois de muitas tentativas de convivência comum, todas naufragadas nas diferenças que tinham, conseguem viver lado a lado, simplesmente “um não mexendo com o outro”,
coexistindo de forma pacífica. Só que essa situação estava longe de ser confortável para qualquer das partes, e como não podia deixar de ser, tanto em um grupo quanto no outro, existiam indivíduos descontentes com a situação, e que acreditavam que existia uma possibilidade de mudança. Tais elementos um dia se encontram e começam a descobrir que, apesar das diferenças também existem semelhanças, pontos em comum entre eles, e um desses pontos, talvez o mais importante, é a floresta. Caso eles não se unam para cuidar dela de forma conjunta, poderão perdê-la para sempre. Ela pode acabar. Concluem que é necessário que algo seja feito e descobrem que é justamente na adversidade, nas diferenças entre eles que pode estar a solução dos problemas. Se utilizarem as diferenças para somar ao invés de subtrair, para multiplicar ao invés de dividir, poderão salvar a floresta. Para que isso aconteça é preciso que os dois grupos mudem: alguns deixem de lado comportamentos como o orgulho, a pretensa superioridade, a obscuridade, e outros façam com que sua transparência, sua leveza, façam com que sua transparência, sua leveza, sua humildade, não sejam motivo de constrangimento. Obviamente houve resistência de ambos os lados, isso não ia dar certo, como o azul ia se misturar com o vermelho? O que seria deles? O que aconteceria com eles? Viram roxo. É isso!é preciso misturar o que tem de bom, tirar disso algo novo e que vai transformar a floresta em um lugar melhor para se viver, fazendo com que todos sobrevivam, como faz o camaleão, se adaptando ao ambiente. E assim a floresta foi salva, permitindo a continuidade da vida para as próximas gerações.
Vladimir