2005.03.07 - Alerta Nas Estradas - Estado De Minas

  • April 2020
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E STA D O D E M I N A S



S E G U N D A - F E I R A ,

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GERAIS TRÂNSITO

Moradores da rua Patagônia, no bairro Sion, região Centro-Sul, cobram medidas para evitar novos acidentes no trecho, como o que matou um adolescente de 14 anos, na noite de ontem

Jovem morre em acidente AMIR NADUR JÚNIOR

GISLENE ALENCAR A madrugada de ontem foi marcada por acidentes de carro com morte de um adolescente e de um rapaz na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Na capital, às 0h20, Bruno Lagamba Aguiar, de 14 anos, morreu após o Pálio placa MPK 6640 bater em um poste da Cemig na rua Patagônia, bairro Sion, região Sul de BH. No outro acidente, às 4h, na avenida Getúlio Vargas, em Lagoa Santa, o passageiro André Cotta Chatti, de 20, ficou preso às ferragens e não resistiu aos ferimentos provocados pela batida do Vectra placa GYA 0664 em um poste da Cemig, que foi derrubado. O irmão dele, Gustavo Cotta Chatti, de 22, que dirigia o veículo, foi levado de helicóptero para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS). Para os moradores do edifício Jardim da Patagônia, na rua Patagônia, acidentes são comuns e causados pelo trajeto irregular, marcado por descidas e subidas seguidas de curvas e falta de visibilidade. A fita do sistema de segurança do prédio registrou o acidente, que aconteceu em uma subida no sentido bairro/avenida Nossa Senhora do Carmo, no quarteirão entre as ruas Groenlândia e Haiti. As imagens mostram a hora que o condutor do Pálio, Danilo Padrão Santiago Campos, de 27, não consegue fazer a curva e invade a contramão. O carro chega

a ter as duas rodas levantadas e bate no poste da Cemig, o que impede o tombamento. Em seguida, o veículo bate em duas barras de proteção, que estão na calçada do edifício, e pára uns 20 metros depois, próximo a outro poste. Bruno estava no banco de trás e bateu a cabeça no poste na hora da primeira batida. O adolescente morreu no local. Danilo e U.B.A.S., de 16, foram socorridos pela unidade de resgate e levados para o HPS. Segundo o registro da Polícia Militar, a adolescente M.B.X., de 15, não foi socorrida porque não esperou pelo resgate. Eles estariam vindo de uma festa. Até o fim da tarde de ontem, Danilo continuava em observação no hospital após passar por cirurgia ortopédica. Policiais militares da 127º Companhia apreenderam a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do proprietário do Pálio, Leonardo da Costa Uchoa, de 27. A Polícia Militar não informou o motivo da apreensão da CNH alegando que não tinha acesso à ocorrência, registrada no plantão anterior. No registro da PM, consta apenas que não foi possível entrar em contato com Danilo para saber se ele era habilitado ou não. Moradores da região informaram que os acidentes são constantes, principalmente nos finais de semana. “Quem tem o sono leve não consegue dormir com a quantidade de batidas. Hoje eu só me levantei porque o barulho foi muito forte”, con-

ANÁLISE DA NOTÍCIA

Motorista perde o controle, ao fazer a curva, e bate em poste, causando a morte de Bruno Aguiar tou o engenheiro Ted Marcel, de 49. Ele disse que foi até a portaria e viu umas cinco ou seis pessoas no local, todas nervosas. “Tinha uma garota que estava em estado de choque. Ela falava quase gritando ao celular”, relatou, acrescentando

que ela questionava o dono do carro o motivo de ele ter entregado a condução do veículo para outra pessoa. Para os moradores, a única solução seria a instalação de quebra-mola nos dois sentidos. “Os motoristas descem em alta velo-

cidade para pegar embalo para subir o morro. Até caminhão desce embalado. É perigoso até mesmo para nossos filhos que têm que atravessar a rua e também para os motoristas entrarem em casa”, contou o engenheiro Alexandre Felicori, de 45.

A solução para a estreita, sinuosa e acidentada rua Patagônia passa pela discussão do sistema viário na região Sul da capital. O poder público autorizou o adensamento populacional na área, com a explosão imobiliária e comercial no entorno do BH Shopping, sem se preocupar em oferecer alternativas para o tráfego. A situação piorou com a multiplicação dos condomínios na saída de BH rumo ao Rio. O resultado: uma rua nascida para servir apenas aos moradores se transformou em uma via de movimento intenso, sem nenhuma capacidade para isso. Quebra-molas não vai resolver. Guilherme Aragão) (G

ESTACIONAMENTO

TRANSPORTES

Faculdade busca resolver impasse

Alerta nas estradas

O impasse sobre a ocupação das vagas do estacionamento da Faculdade de Medicina da UFMG deve ser resolvido em uma reunião, no próximo dia 16, entre Conselho Diretor do Hospital das Clinicas (HC) e congregações da Faculdade de Medicina, e de Enfermagem. Protesto dos alunos contra a interdição do acesso, no semana passada, tumultuou o trânsito em toda a região hospitalar. Na próxima reunião, a decisão de excluir os estudantes será novamente avaliada já que não há vagas para todas as pessoas que precisam ter acesso à faculdade e ao hospital. Revoltados com a decisão que foi aprovada no ano passado, os alunos não permitem que outras pessoas possam entrar no estacionamento. Apenas os carros que estão a serviço do hospital, como as ambulâncias, podem ter acesso ao local. Estudantes e a diretoria do Hospital das Clínicas se reuniram para um entendimento antes que a medida de vetar os alunos de medicina seja novamente avaliada pelos colegiados. A proposta apresentada pelo diretor-geral do Hospital das Clínicas, Ricardo Castanheira, é que as manifestações terminem imediatamente e que a decisão tomada a partir da próxima reunião seja respeitada por todos. “O bloqueio que os estudantes têm feito na porta do esta-

cionamento causa muita revolta e tensão nos funcionários e professores. Alguns já cobraram uma posição mais enérgica da direção do hospital, mas entendo que o momento agora é de desarmar os ânimos para retomarmos as negociações. Não é hora para pensarmos em punições, mas espero que todos respeitem a decisão que for tomada na próxima reunião”, defende Castanheira. O diretor do HC propôs que a reunião fosse adiantada para a próxima quarta-feira mas os alunos alegaram que estariam ocupados com provas e sem condições de mobilizar os estudantes. “O hospital tem problemas mais sérios para resolver e queremos dar fim a essa discussão”, alega Ricardo Castanheira. O coordenador de movimentos sociais do Diretório Acadêmico de Medicina, Bruno Abreu, afirma que o pedido de encerrar as manifestações será votado em uma assembléia geral. Eles querem aproveitar a mobilização causada pelo veto ao estacionamento para discutir outros problemas acadêmicos como precariedade da biblioteca, mudança de currículo e maior integração do hospital com os pacientes do Sistema Único de Saúde. “O problema do estacionamento foi a ponta do iceberg para que unidos possamos debater nossas demandas e melhorar a nossa formação”.

O hospital tem problemas mais sérios para resolver e queremos dar fim a essa discussão ■ Ricardo Castanheira, diretor-geral

Os buracos, que aumentaram desde o início do ano, são uma ameaça para quem pega as estradas. Na BR-381, saída para João Monlevade, o motorista já pode ter uma noção do que o espera pela frente. Além dos buracos e do asfalto trincado e irregular, a areia carreada para o meio da pista, pelas enxurra-

das, também pode provocar acidentes. A estrada tem traçado complicado, com muitos aclives e declives, não tem acostamento em alguns trechos e as pontes são estreitas. No km 423 da rodovia, a 30 quilômetros da capital, uma cratera toma conta do asfalto a cada chuva. No sábado, o cami-

nhão dirigido por Deusdete Pereira da Silva, de 33 anos, bateu na traseira do Gol do estudante Igor Júnior, de 19. O Gol foi jogado para o acostamento, a 14 passos da cratera com uma ribanceira de 50 metros, que desemboca num rio. Próximo dali, dois carros tiveram os pneus estourados si-

MARCOS VIEIRA

No km 423 da BR-381, uma enorme cratera toma conta do asfalto toda vez que chove

multaneamente. Um deles foi uma viatura da Polícia Militar, dirigida pelo sargento Aricélio Santos, do Estado Maior. “Se a gente não tiver cuidado, corremos o risco de morrer em um acidente”, alerta o sargento. O motorista do outro carro, Jaime Martins Alves, 26 anos, considera a estrada péssima e diz que a situação piora a cada dia. “Quando vem a chuva, fica mais perigoso. Você não enxerga os buracos porque eles ficam cobertos de água. Lá para trás tem carro tombado por causa de um buraco”, reclama. Para ele, as curvas aumentam os riscos. O policial rodoviário federal Marcos de Moro, responsável pelo policiamento no trecho, alerta que o risco de acidente é maior à noite, quando chove, em função dos buracos e da menor visibilidade para os motoristas. O assessor de imprensa da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Aristides Júnior, diz que as chuvas reabrem muitos buracos e provocam a abertura de outros. Em Nova Era, no Vale do Aço, houve queda de barreira na BR-381. Há uma semana, em Antônio Dias, também no Vale do Aço, uma ponte está interditada para veículos com carga superior a 23 toneladas. Veículos pesados estão fazendo desvio de 150 quilômetros, pela BR262, passando por Realeza, subindo a BR-116 (Rio-Bahia) , até Governador Valadares (Vale do Rio Doce), passando por Caratinga. O Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte (Dnit) não tem previsão de resolver o problema. Nos cinco primeiros dias deste mês, a PRF registrou 298 acidentes nas estradas federais que cortam Minas, sendo 74 com vítimas e 224 sem vítimas, totalizando 111 feridos e oito mortos. “Muitos desses acidentes foram provocados pelos buracos”, alerta o patrulheiro Aílton Batista.

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