2005.02.28 - Acidentes Violentos Na Br-381 - Estado De Minas

  • April 2020
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E STA D O D E M I N A S



S E G U N D A - F E I R A ,

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GERAIS VIOLÊNCIA

Garota de 5 anos morre com sinais de ter apanhado muito e polícia espera resultado da perícia, pois há indícios de que houve estupro. Mãe está na lista dos suspeitos

Espancada até a morte

FOTOS BETO MAGALHÃES

ALFREDO DURÃES Com uma Bíblia na mão, aberta no livro dos Hebreus, e sentada em frente à mesa onde são registradas as ocorrências policiais na 6ª Delegacia de Polícia, em Contagem, Luciana Gualberto da Silva chora e confessa que matou a filha, Luana, de 5 anos. A confissão, teoricamente encerraria a apuração do caso, mas os policiais não têm dúvidas que se trata de um crime que ainda guarda muitas interrogações. Luana morreu com hematomas por todo o corpo e sinais de violência sexual. E, durante seu depoimento, Luciana entrou,

MAIS HOMICÍDIOS Das 18h de sexta até as 18h de ontem, o Instituto de Medicina Legal registrou 20 homicídios na Grande BH. Na manhã de ontem, no bairro Maria da Conceição, em Contagem, um homem foi morto com 20 tiros. Segundo militares do 18º Batalhão, Ivailde Antunes da Silva, de 37 anos, era dono de um topa-tudo. Testemunhas contaram à polícia que as agressões começaram dentro da casa da vítima. No bairro Olhos D’água, região do Barreiro, um corpo carbonizado foi encontrado dentro de um veículo. Segundo a PM, os braços e pernas do homem estavam amarrados com arame farpado . No local estava a caminhonete placa GKJ 3346, que, segundo a polícia, era roubada.

por mais de uma vez, em contradição. Por isso, a polícia não acredita que a garota tenha sido espancada apenas pela mãe. Na manhã de ontem, por volta das 9h30, policiais militares do 18º BPM foram acionados por médicos da Unidade de Atendimento Imediato (UAI), do bairro Ressaca, em Contagem, que denunciaram a morte da garota. Segundo o cabo Joel Parreira, que participou da ocorrência, a PM foi acionada para “um caso de estupro de menor, seguido de morte”. O braço esquerdo da garota estava quebrado na altura do ombro e o corpo coalhado de hematomas. Os médicos denunciaram que a criança chegou morta à unidade, com sinais de estupro e espancamento. Ela foi levada ao UAI pelo pai, Francisco José da Silva, de 25 anos, e seu sogro, Geraldo Gualberto. Segundo a versão apresentada por Francisco José, ele chegou em casa, na rua Prefeito Newton Cardoso, 45, bairro Kennedy, em Contagem, às 8h30, depois de trabalhar durante toda a noite numa boate, onde é encarregado de copa. Assim que entrou, estranhou a casa com vários objetos espalhados e um forte odor de fezes. Francisco disse que foi ao quarto e encontrou a mulher sentada na cama com uma Bíblia na mão e com a filha deitada ao lado e coberta por um lençol. Francisco José retirou o lençol e viu a pequena Luana com os olhos vidrados e com o corpo todo machucado. Ele disse que perguntou o que havia acontecido e Luciana lhe disse “para ajoelhar e rezar, pois nossa filha está viva”. Francisco conta que pegou Luana no colo e chamou o sogro, que mora nos fundos da casa. Mesmo acreditando que a menina estava morta, os dois pediram ajuda a um vizinho, que levou os três

Luciana Gualberto da Silva, mãe de Luana, presta depoimento, na delegacia de Contagem, mas a polícia diz que ela caiu em muitas contradições para a UAI do Ressaca, a cerca de dois quilômetros da casa. Lá, Francisco José deixou o sogro com a pequena Luana e voltou para casa, pois estava preocupado com o estado mental da mulher, com quem tem outros dois filhos, um de quatro meses e outro de 3 anos, que estavam em casa. Poucos minutos depois, a PM chegou e prendeu os dois. Na 6ª delegacia de Contagem, Luciana, entre soluços e segurando nervosamente a Bíblia, disse que a filha começou a ter diarréia de madrugada. Ela levou a menina para o banheiro e caiu com ela no chão. Depois, ficou irritada com Luana, porque ela não parava de

chorar, e confessou que deu alguns tapas na garota. “Ela disse que está tomando alguns remédios para emagrecer e, às vezes, fica descontrolada. Mas como cada hora fala uma coisa diferente, vamos esperar mais alguns dias para ouvir dela o que realmente aconteceu”, diz o delegado Vitor Kildare, frisando que, além do marido Francisco José, vizinhos atestam que Luciana sempre tratou os filhos com muito carinho. O perito do Instituto de Criminalística Renato de Paula Júnior, depois de vistoriar a casa, recolheu medicamentos manipulados que têm como princípio ativo a substância Femproporex, que, supos-

tamente, seriam os remédios para emagrecer tomados por Luciana. Como o pai da garota estava trabalhando durante toda a noite, apenas a mulher ficou presa. O delegado Vitor Kildare disse ainda que somente o exame do Instituo Médico Legal poderá definir se a criança foi estuprada. “Mas tudo indica que há mais alguém envolvido”, avalia, fazendo um apelo aos pais para observar sempre as crianças. “Às vezes, pessoas que achamos que têm boas intenções podem se transformar em monstros”, diz, levantando a possibilidade de que a mãe bateu na filha para esconder algum segredo, ou porque queria descobrir alguma

coisa que Luana escondia. Na UAI da Ressaca, a direção proibiu os funcionários de darem qualquer declaração. No entanto, o ESTADO DE MINAS apurou com dois profissionais da unidade que a garota realmente foi estuprada, o que deixou todos revoltados. Pedindo sigilo dos nomes, os dois profissionais, que estavam ontem de manhã na UAI e acompanharam o atendimento de Luana, garantem que a menina “estava com o ânus e a vagina rompidos”. Um deles contou que, de acordo com quadro, “era assustador pelas lesões e que o estupro vinha acontecendo de forma sistemática e já há algum tempo”.

EMPRESÁRIO

Polícia ainda procura suspeitos

Parentes e amigos choram a morte violenta do fundador do Raffinè

Foi enterrado ontem, no cemitério Bosque da Esperança, na Região Norte da capital, o corpo do empresário José de Assis Melo, assassinado na última sexta-feira e abandonado, dentro de seu carro, nas margens da BR-040, que liga Belo Horizonte ao Rio de Janeiro, próximo à entrada de São Sebastião de Águas Claras (Macacos), na Grande BH. Nesta semana, a Polícia Civil de Nova

Lima, responsável pelo caso, começará a ouvir amigos e parentes da vítima para tentar esclarecer o crime, que ainda é um mistério. A família do empresário esperou que uma de suas filhas, Cristiane Florêncio de Melo, de 26 anos, chegasse da Alemanha para sepultá-lo. A jovem desmentiu o primo de José de Assis, o cabeleireiro Eduardo Ribeiro, que informou que a víti-

ma sofria de esquizofrenia e fazia uso de medicamentos controlados. Segundo ela, o pai era uma pessoa saudável. O irmão do empresário, Luiz Carlos de Melo, afirma que a família está “pasma” com o assassinato de José de Assis. “Ele não tinha desafetos e não imaginamos o que possa ter acontecido”, afirma. Os parentes descartam possibilidade de seqüestro-relâmpago já que nada do

empresário foi roubado. O mistério pode começar a ser desvendado esta semana, quando a Polícia Civil de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte começará a ouvir familiares de José de Assis. A delegada Ana Maria Santos, responsável pelas investigações pretende saber como era a vida do empresário e vai investigar os últimos passos dados pela vítima.

CHUVA

Acidentes violentos na BR-381 Dois acidentes, um deles com uma vítima fatal, foram registrados, ontem, em menos de seis horas, na BR-381, que liga Belo Horizonte à Região do Vale do Rio Doce, uma das rodovias federais que cortam Minas Gerais e que mais mataram nos últimos três anos. Em Betim, na Grande BH, a manobra arriscada pode ter provocado o acidente, que aconteceu por volta das 13h, entre dois veículos de passeio e

deixou dez pessoas feridas, no km 483. Já às 18h, em Caeté, na altura do km 30, quando chovia muito, outros dois automóveis bateram deixando sete passageiros feridos e um morto. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, o Escort prata, placa GUI 2533, de Belo Horizonte, seguia de Igarapé para a capital. Conforme relatos do motorista, Dailton Rener Gomes Couto, de 33 anos, seu veí-

culo foi fechado por um Santana Quantum, que fugiu do local, e ele perdeu o controle da direção. O automóvel invadiu a outra pista e bateu de frente com o gol vermelho placa GRY 0534. Os feridos, a maioria deles jovens entre 20 e 30 anos, foram encaminhados para o Hospital Regional de Betim e para a Unidade de Atendimento Imediato (UAI) do bairro Jardim Teresópolis, no mesmo município. No Escort estavam, além do motorista, cinco passageiros : Maurício Márcio Oliveira, de 31 anos, Fernanda Aparecida Silva, de 19, Camila Oliveira Chaves, de 20, Kelly Nascimento de Abreu, de 18 e Kelly dos Reis Miranda, de 20. O motorista, Maurício e Kelly dos Reis foram para o hospital em estado grave. Os outros foram atendidos na UAI, com escoriações.

No gol, dirigido por Antônio Dirceu Marcolino, de 58, que teve ferimentos leves, estavam Jeferson Ribeiro Alcides, de 26, Simone Melo Marcolino Alcides, de 32 e Valdete Vieira dos Santos, de 52. Todos os passageiros foram internados em estado grave, com cortes pelo corpo e suspeita de fraturas. O policial rodoviário federal, Rogério Tadeu Pereira, lotado no posto policial de Betim, prestou os primeiros socorros às vítimas. Ele informa que, por transportar número de passageiros acima do permitido pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), o motorista do Escort será multado. Em Caeté, a chuva pode ter provocado a batida entre o Uno placa GQG 6395, de Alvinópolis, que seguia da capital para João Monlevade e o Tempra placa

O choque entre o Uno e o Tempra , em Caeté, causou morte de um homem CAV 7006, de Belo Horizonte, que seguia em sentido contrário. Em cada um dos veículos havia quatro passageiros. Chovia muito no momento da colisão lateral que deixou uma mulher pre-

sa às ferragens. Um homem, que estava no Uno, não identificado até o fechamento dessa edição, morreu no local. As outras vítimas foram encaminhadas para o Hospital João XXIII.

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