XEROGRAFIA Carlos Magno Sampaio (2006-03-03)
Xerografia (xero-seco e grafia – escrita) é um processo reprodução que não usa papel umedecido (mimeógrafo) nem substâncias líquidas. Chester Carlson iniciou suas pesquisas em 1937 e patenteou um processo que chamou de eletrofotografia que mais tarde popularizou-se como xerox, ou cópia eletrostática.
Num pequeno quarto, no dia 22 de Outubro de 1938, Carlson preparou uma lâmina de vidro, o original, com os dizeres: “10 – 22 – 38 ASTORIA” e uma placa metálica recoberta de enxofre. Atritando-se a placa com um lenço de algodão esta adquiriu cargas elétricas (eletrizou). A lâmina de vidro foi colocada sobre a placa metálica e exposta à luz de um refletor e quando uma folha de papel foi pressionada contra a superfície sulfurosa da placa, a inscrição transferiu-se para o papel. Retirando a lâmina de vidro, pulverizou a placa metálica com um pó chamado licopódio, e os dizeres "10 - 22 - 38 - ASTORIA” tornaram-se visíveis.
O processo de xerografia se deve a eletricidade estática e a condução de eletricidade. Obtemos a condução num dispositivo chamado Corotron (fig.1). Aplicamos uma carga elétrica da ordem de 600 a 3000 V de tensão eletrostática e corrente elétrica baixa neste fio condutor; um bloco isolante ligado a ele impede que as cargas se distribuam de um
ponto a outro, acumulando-se no fio. Além dos materiais condutores e isolantes, destacamos os materiais que tem dupla propriedade e depende basicamente da presença ou da ausência da luz em certos materiais. Os fotocondutores (fig.2) Dentre os fotocondutores destacamos o Selênio, que é o material utilizado no cilindro xerográfico ou correia fotoreceptora (fig.3) Vejamos agora como a combinação desses dois princípios, Eletricidade e Condutância, torna possível o processo Xerográfico. (A) A carga utiliza o princípio da eletricidade estática. Um fio metálico, o corotron, deposita cargas eletrostáticas sobre o cilindro xerográfico. O original é iluminado. Suas áreas brancas, ao serem atingidas pelos raios de luz, têm a propriedade de refleti-los, o que não ocorre com as áreas onde há imagem. (B) Um sistema de lentes e espelhos se encarrega e "transportar” a imagem até o cilindro. O cilindro/correia é exposto à imagem formada. (C) Nas áreas onde há imagens não há luz, o cilindro/correia permanece como isolante e retém as cargas. As áreas que recebem luz tornam-se condutoras, perdendo as cargas. Nesta etapa aparecerão dois outros elementos: o tonner e o revelador. Quando estes dois elementos são atritados, adquirem cargas elétricas. O tonner fica negativo e o revelador positivo. Então, milhares de unidades de revelador são derramados sobre o cilindro/correia. Como o cilindro está carregado atrai o tonner retirando o mesmo do revelador, este por sua vez, está e permanece na unidade reveladora, que está a poucos milímetros do cilindro (o revelador não toca o cilindro) (D) Como as cargas positivas do cilindro são mais fortes que as do revelador, o tonner se desprende do mesmo, aderindo ao cilindro, atraído pelas cargas positivas, o revelador (positivo) é repelido. Assim, a imagem latente torna-se visível, sendo de imagem revelada. Agora a imagem vai mudar. Haverá um transporte da imagem para uma folha de papel comum.
(E) O corotron lança cargas positivas sobre o papel comum. Como o tonner está preso por uma
menor carga positiva, será atraído para o papel, abandonando o cilindro ou correia. Nesta etapa a cópia ainda não deve ser tocada, pois qualquer gesto brusco poderá inutilizar a cópia. (F) O tonner (que é plástico) é então derretido e fixado no papel por intermédio do calor e pressão, tornando a imagem permanente. O módulo de fusão é composto por um rolo de pressão (emborrachado) e um rolo de fusão (vazado com uma lâmpada interna para o aquecimento). O aquecimento varia entre 122 e 302 °F Agora a escova ou lâmina encarregada da limpeza elimina todo o tonner residual do
cilindro, retirando a sujeira que ficou nele (que vai para o reservatório de tonner usado) e aprontando-o para uma nova cópia.