A Web 3.0 é classificada como a terceira geração da Web e também como a Web semântica. Este conceito foi inicialmente definido por John Markoff1, que usava esta definição para descrever produtos desenvolvidos por empresas, como a Google e a IBM, que desenvolviam projectos que se concentravam em uso simples e prático, desde a produção de recomendações de férias à previsão da próxima canção de sucesso. Segundo Tim Berners-Lee, a Web semântica é definida como, “… uma extensão da actual Internet na qual é dado significado à informação, permitindo que computadores e pessoas trabalhem melhor em cooperação”.2
É semântica porque o que se procura é a evolução tecnológica, onde se tenta aproximar cada vez mais do universo da inteligência artificial, isto é, procura-se que a Web organize e faça um uso ainda mais inteligente do conhecimento já disponibilizado online. Isto quer dizer que o que se procura nesta geração da Web é simplesmente que se passe a dar sentido aos dados, ou seja, alterar a forma como a informação é indexada e como vai alterar, principalmente, a maneira como a pesquisamos. Para Eric Schmidt3, “A Web 3.0 está a criar novas formas de construção de aplicativos nunca utilizadas pelo mercado da computação… A tendência é a criação de pequenas aplicações que possam ser utilizadas em vários dispositivos diferentes, como o computador, telemóvel, PDA e outros. O maior diferencial dessa nova geração de aplicativos é a velocidade e a alta capacidade de customização.”
Para uma melhor identificação de cada uma das gerações da Web e para chegarmos a uma definição concreta para a Web 3.0, pode-se dizer que, enquanto a Web 1.0 é unidireccional, a Web 2.0 já é bidireccional, ao passo
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Jornalista do New York Times escreveu um artigo sobre o aparecimento da nova geração da Web, a Web 3.0. 2 “The Semantic Web ”, Maio de 2001, por Tim Berners-Lee, James Hendler e Ora Larissa, traduzido. Disponível em: http://www.ryerson.ca/~dgrimsha/courses/cps720_02/resources/Scientific%20American%20The%20Se mantic%20Web.htm 3 Eric Schmidt, Presidente e CEO da Google Inc, numa entrevista, “O que é a Web 3.0?”, transcrita em: http://reflexoesdigitais.com.br/curiosidades/o-que-e-a-web-30-segundo-eric-schmidt/
que a Web 3.0 é colaborativa em tempo real, como exemplifico através do seguinte quadro4:
Quadro 2 – “The Changing Intraweb – From 1.0 to 3.0 – Gary Hayes, 2006
Os motores de busca da Web, passam a ser o ponto fulcral da Web 3.0, pois passam de uma era de simples recolha e apresentação de dados que circulam na internet, para uma era em que são capazes de processar a informação e dar respostas concretas em relação ao que é pedido. As pessoas e os computadores através desta Web podem trabalhar em cooperação na exploração do conhecimento, pois mediante esta entreajuda pressupõe-se a atribuição de um significado aos conteúdos publicados na internet e o desenvolvimento de tecnologias e linguagens que colocam esse significado ao alcance dos computadores. A Web semântica tem como objectivo construir uma linguagem que faça sentido para o computador, onde o maior volume possível de informação seja disponibilizado de modo lógico e coerente para o utilizador, isto é, uma pesquisa que estabeleça relações.
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“Evolução da Web: 1.0 a 3.0”, por Lino Oliveira. Artigo disponível em http://web20pt.wordpress.com/2008/02/17/the-changing-intraweb-from-10-to-30/