Pode classificar-se a internet por gerações, sendo que a primeira delas é precisamente a Web 1.0, a qual teve como principal característica a enorme quantidade de informação disponível a que todos podíamos aceder, no entanto, não podíamos fazer parte dela. Para o utilizador não era, todavia, muito atractivo, pois a sua contribuição era simplesmente a de mero espectador da acção que se passava na página que visitava, não tendo autorização nem possibilidade para alterar ou reeditar os seus conteúdos. Uma dessas causas era, sem dúvida, o total desconhecimento e domínio da linguagem utilizada, HTML1, para editar as informações contidas nos sites. Esta geração da internet era bastante dispendiosa para todos aqueles que a queriam utilizar, pois a maioria dos serviços facultados pela internet eram controlados através de licenças e pagos para se poder usufruir na totalidade, sendo também os sistemas restritos a quem detinha poder de compra para ombrear as transacções online e adquirir o software para a criação e manutenção das páginas de internet, os denominados sites. Mas é nesta fase que surgem e proliferam, de uma forma bastante rápida, os serviços disponibilizados através da internet, fazendo com que haja um aumento de postos de trabalho e nichos económicos, como é o caso do comércio electrónico, mais conhecido por e-commerce2, que consiste na combinação entre o negócio tradicional e a automatização trazida pela internet que permite às empresas, trocar informações ou dados sobre vendas, realizar transacções financeiras, entrega e facturação de bens e serviços, de uma forma automatizada e sobre um protocolo de comunicação seguro e inovador. No entanto, a Web 1.0 trouxe-nos avanços enormes, nomeadamente no acesso à informação e ao conhecimento, tendo como principal objectivo e como ideia base fazer com que esta rede global não tivesse propriamente um proprietário ou alguém que controlasse o acesso e/ou o conteúdo publicado, daí ter como filosofia uma rede de espaço aberto a todos.
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Hyper Text Markup Language – Linguagem de Marcação de Hipertexto, linguagem utilizada para produzir páginas na Web. 2 Porquê E-commerce? http://www.dalera.com/cache/imagens/XPQnHCP8s7885Bu21XzJtmwZKU.pdf
Segundo Tim O’Reilly3, a Web 1.0 obedece ao seguimento de algumas estratégias que considera parte da sua filosofia, sendo que os sites da Web 1.0 são estáticos, isto é, contêm informações que podem ser úteis, mas não existe razão para que um utilizador que visite esse site, volte novamente ao mesmo, pois o site nunca mais irá ser modificado, sendo a informação já existente na primeira consulta sempre a mesma numa nova consulta, quer isto dizer, que os sites depois de visitados uma vez deixam de ser interessantes, pois a informação que disponibiliza não será actualizada. Outra das estratégias subjacentes é a de que os sites não são interactivos, ou seja, os visitantes podem visitá-los, mas não modificá-los ou dar as suas contribuições, isto é praticamente como ir ao cinema ver um filme, onde somos meros espectadores e não podemos, por muito que queiramos, alterar uma parte do filme por achar que ficaria melhor de outra forma ou simplesmente por não gostar dessa mesma parte. Por fim, os aplicativos da Web 1.0 são fechados, quer com isto dizer que os visitantes podem fazer o download do software, mas não podem ver como este funciona, ou alterá-lo. Pode-se considerar que a Web 1.0 é a chamada grande biblioteca digital, pois foi a primeira geração de internet comercial e tinha como principal característica a grande quantidade de informação disponível, mas o seu conteúdo era pouco interactivo. A Web 1.0 baseou-se numa tecnologia que, sendo tradicional, é também revolucionária, isto porque tira proveito do modelo de imprensa escrita usado ao longo dos tempos e simultaneamente permite distribuir conteúdos a custos muitíssimo baixos, ou mesmo nulos.
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Definição de Web 1.0 - http://informatica.hsw.uol.com.br/web-101.htm