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VIRGEM MARIA

Maria é uma jovem de 23 anos muito beata do interior de Minas Gerais que desde pequena sonha em ser médica para ajudar as pessoas. Seus pais sempre foram relutantes a ideia e não acreditavam que ela seria capaz de passar em uma faculdade, já que ela trabalhava integralmente e não tinha tempo de se dedicar aos estudos. Depois de incontáveis noites sem dormir, ela é aprovada para uma faculdade federal no Rio de Janeiro. Seus pais tentam de toda maneira impedi-la de ir, mostrando todos os perigos e dificuldades que ela encontraria na cidade grande, sua mãe insistindo que ela só poderia ir se estivesse casada e que a metrópole corromperia suas crenças e virtude e pedindo que até o padre se posicione contra sua mudança. Maria se mantém firme e vai mesmo sem aprovação dos pais que julgam a desobediência da menina. Ela aluga um quarto próximo a faculdade e um emprego. A exaustão é contínua, mas ela se mantém firme na sua rotina de trabalho e estudos. Faz poucos amigos, porque todos em sua sala são de classes sociais diferentes a dela e nenhum deles sabe o que é trabalhar para se sustentar. Entre esses poucos amigos, está Adriana, uma garota preta muito festeira e engajada em movimentos sociais. Parte de sua rotina é a igreja, onde ela integra o grupo de oração jovem e frequenta a missa todos os domingos de manhã. Todas essas atividades têm seu preço, seu sono é prejudicado e não saí para conhecer a cidade ou se divertir. Depois de se acostumar a correria que a mudança causou, Adriana consegue convencer Maria a ir em uma festa da faculdade, dizendo que ela precisaria dessa experiência e, que se ela quisesse poderiam ir embora cedo. Maria cede depois de muita insistência e, na festa, colocam algo na bebida dela e a estupram. Adriana só a encontra depois de algum tempo, no banheiro desmaiada. Sem entender o que aconteceu mas visivelmente perturbada, Maria volta as atividades diárias. Adriana sempre pergunta o que aconteceu, mas Maria não fala a história com clareza por trauma e lacrimeja, e se culpa por ter deixado acontecer. Adriana leva Maria a um grupo de mulheres que passaram pelo mesmo trauma que a ajudam a entender um pouco do que aconteceu com ela, que começa a se envolver com pautas feministas e acaba registrando um boletim de ocorrência sobre o estupro. Contudo, sua rotina continua e parece que se corpo cobra por tanto esforço. Suas costas doem e as pernas estão exaustas, com veias saltando. Acha que pegou

uma virose e vai no médico, descobrindo que está grávida. Imediatamente liga para Adriana, por não fazer a mínima ideia de que caminho seguir. Juntas, elas enumeram as opções de Maria, aborto e fingir que nunca aconteceu ou ter a criança e voltar para casa. Não haveriam condições de ela ter o filho e continuar na faculdade. Adriana discorda e diz que ela conseguiria dar um jeito e que, se fosse necessário, ela ajudaria a criar a criança, mas o que preocupa ela é a situação na qual a criança foi gerada. Tê-la seria uma lembrança eterna do trauma que ela sofreu. Maria não faz ideia do que fazer e diz saber que precisa escolher rápido. Chega um feriado e ela vai para casa dos pais. A princípio, a mãe se recusa a recebe-la, então ela fica na casa da avó. Maria conversa com o padre sobre a situação, que é compreensível e não a julga. Ele diz que o aborto é errado mas que a escolha é sempre dela mesmo que a igreja não a apoie e ainda diz que Deus é misericordioso e entenderia a saída que ela escolhesse. A mãe a visita na casa da avó para ter certeza de que ela estaria fracassando no seu caminho e percebe que ela está diferente, não só no amadurecimento, mas na aparência. Maria conta da gravidez sem mencionar a concepção, a mãe a julga e diz que ela precisa se casar imediatamente e, ao saber que a filha não conhece o pai da criança, desmaia. Quando acorda, Maria conta do estupro e a mãe chora pela filha, pedindo desculpas por ter sido tão cruel quando ela tentou seguir seus sonhos. Apesar de entender a vontade da filha de abortar, ela pede, implora, que ela não faça isso. Que ela dê para adoção mas não aborte, que ela não foi criada para abortar. As duas choram juntas. Maria volta para Rio de Janeiro sem ideia de como resolver. Na manhã seguinte, já na faculdade, ela vê o homem que a estuprou. Descobre o nome dele, que é Carlos, e vai a delegacia para completar seu boletim de ocorrência. Os policiais se recusam a acrescentar o nome dele, que ela devia estar inventando, já que o garoto era filho do delegado e nunca faria algo do gênero. Esse é o impulso que ela precisava para realizar o procedimento. Sua mãe liga enquanto Maria se afunda na tristeza, perguntando sobre a gravidez. Ela conta da sua escolha e pede que a mãe a compreenda, o que é impossível. Mais uma vez, a mãe se afasta dela, mas sem agressividade dessa vez. Carlos vai tirar satisfação com Maria sobre a acusação e a ameaça. Diz que se ela contar para mais alguém o que aconteceu, ela iria se arrepender. Maria conta da

gravidez e do subsequente aborto. Carlos bate nela, dizendo que ela nunca deveria ter matado o filho dele. Adriana vê tudo e as duas vão a delegacia da mulher por ajuda. O caso vai parar nas redes sociais e um medo cresce no peito de Maria, sobre o que será dela quando ele ver. Seu telefone toca, é um número desconhecido, o qual ela atende e só ouve um “você vai morrer, garota”. Ela não sai de casa por dias seguidos, seu chefe a liga e diz que viu a notícia e por isso perdoa suas faltas mas que no dia seguinte ela precisaria ir, caso contrário não seria possível manter o cargo dela. Ela reúne toda coragem em seu peito e tenta voltar a sua rotina. Todos já sabem de toda a história e a olham com pena, seja no serviço ou na igreja. O grupo de oração dela faz um terço para que a polícia resolva essa situação e para que Deus perdoe o pecado dela. Mas ela ainda não se sente confiante para ir na faculdade, só depois de muito apoio de Adriana que, na semana seguinte, ela volta a frequentar, tentando recuperar sua vida. Bilhetes estranhos e ameaçadores aparecem na sua mochila e ela não sabe quem é, já que Carlos tinha sido preso. Seus amigos se recusam a deixa-la andar sozinha. Certo dia, ela precisa ir ao supermercado. Suas colegas de quarto insistem para ir com ela, mas ela diz que as coisas já se acalmaram e que ficaria bem. Ela desce as escadas, compra o que precisa e caminha de volta. Andando até a casa, ela percebe estar sendo perseguida e apressa o passo, mas esbarra nas costas de alguém. É Carlos, que já havia sido solto. Ele e seu amigo agridem-na e deixam-na sozinha na rua, toda machucada. Horas mais tarde, a polícia a encontra. Ela está morta.

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