Virar os olhos Mais um pedaço de escuridão, Um pouco mais de mais escuro, Na escuridão escura, O escuro que possa haver, Nem que seja feito de desaparecimento, Escuro que haja, Mas mais escuro ainda assim. Mas ainda assim mais escuro. Nenhum vestígio de branco, Diluído no cinzento. Escuro absoluto-informe. Total. Sem vestígios de cinzento de qualquer escuro sequer, tão escuro que possa ter desaparecido no escuro. No escuro tão anterior às próprias palavras que falam de escuro e escuridão. Tudo isto O resultado de ter visto o ponto branco na parede branca Durante todo o dia Aquele que houve chamado branco O branco todo escuro Ao mesmo tempo que a iluminação dava nos olhos Ao mesmo tempo que a escuridão desaprecia Da chamada mente Da chamada Da mente – total Mas escuridão nenhuma a não ser na luz Mas luz nenhuma a não ser na escuridão escura Apagada Como o fim da luz de uma vela. Haver maior escuridão do que a luz que termina? Mesmo a de uma vela. Mesmo a de sonho nenhum? A vida nenhuma? Realidade abaixo de zero? O resultado de ter visto a parede escura sobre o ponto escuro Ter estado acordado ao mesmo tempo que esteve o ponto branco na parede branca O resultado de ter vivido sob a luz da imensa escuridão Ao mesmo tempo que enegrecia como se acende uma vela no fim do pavio.
Vela, Direccionada ao branco da seu nascimento.