Versos, 1884-1888.pdf

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  • Words: 32,562
  • Pages: 266
I e

n e

f a y

r i e n

s a n s

G

a

y

e

(Moníaigne,

J

o

t

é

Des

livres)

E x

L i b r i s

s

M

é

i

n

d

l

i

n

\

I

V

E

R

S

O

S

W E N C E S L A U

E

R

D E

Q U E I R O Z

S

O

1 8 8 4 — 1 8 8 8

S. T E I X E I R A

P A U L O

dr» I R M Ã O

— E D I T O R E S

0 5 , R U A D E S. B E N T O , G5 189O

I

Typographia

da Empreza

178, Rua de D. Pedro, 184 —Porto

4''

1

Litteraria e

Typographica

(

A

d

e

l

a

3

?f m h t u n n ai

m u m e i

i

d

e

d

e

A

ti,

ó bva

e rara

Q

e

fiel

u

e

i

r

o

z

amiga,

A mais saitta e a melhor das companheiras •6. G O N Ç A L V E S

CRESPO.

A

G A R Ç A

E X I L A D A

(A

D e A

azas nivea

cortadas, g a r ç a ,

triste

Contemplativa, S o n h a r

C o m o R e v ê —

parece

u m

rei

talvez

a

que

u m

c o m o

i m m o v e l , n u m a

tarso u m

D E

pária,

solitária,

extincta

p á t r i a

v i d a . . .

passa

imaginaria,

alegre, na

á

m u n d a n a r i a

aflanosa

lida.

A R A Ú J O )

erguida,

e x i l a d o , — e n t o r p e c i d a ,

lndifTerente á

T u r b a

sobre

J O Ã O

8

J u n t o E

á

A

l u a

do

lago

noite,

assim

q u a n d o

envolve a

os

e m

terra

dias

l e v a ;

l u m i n o s a s e

ao

c é o se

m a g o a s eleva,

Géme a garça ao luar frouxo e dormente, E

m a i s

A

sua

e

m a i s

i m a g e m

alonga-se

nas

b r a n c a

transparente.

e

á g u a s

• G E L O

P O L A R

(A

R o l e U m Role

do

t e m p o

a n n o este

mais, ainda,

na e

l i m o s a v e n h a

e

m a i s

E U G Ê N I O

L E O N E L )

p e n h a

m a i s u m

u m

anno,

o u t r o

v e n h a . . .

Que importa! si no seio teu não medra Desengano Pois

q u e

n e n h u m ,

elle a b r i g a

n e n h u m u m

engano,

c o r a ç ã o

de

pedra.

IO

A

i n d i f f e r e n ç a

Q u e D o

no teu

Que

a

teu

é

seio

a m o r

é

tanta, algido

é

tanta

se

t ã o gelada

amar-te,

estatua,

j á

a

neve

acama, a

c h a m m a , n i n g u é m

se

a t r e v e . . *

E si eu te desse o meu amor, em breve Sei O

que m e u

— U m

se

tornaria,

a m o r , urso

a

altiva

m i n h a

branco

d a m a ,

ardente

c h a m m a ,

u i v a n d o sobre

a

n e v e . . .

A

C L A R E I R A

(A

N a

areia

De

sol se

De

trecho

S o m b r a

b r a n c a

u m a

extende, e m

de

e,

trecho

u m a

H E R C U L A N O

d o u r a d a nitida, vê-se

ave

D E

F R E I T A S )

esteira f u l g u r a :

a

passageira

atravessando

a

a l t u r a . . .

Na orla da selva abobadada, escura, D a s

phalenas

Bailando

a

t r i b u

assoma,

E s p a n e j a n d o

as

e

azas

a

forasteira fulva na

luz

p r o c u r a ,

clareira.

I 2

Das

arvores

N e m

u m

Vago,

na

copa

r u m o r !

indeciso,

n e m n a

f r o n d e j a n t e u m

r u m o r

e n t u f a d a

distante,

relva.

Súbito salta um cervo da folhagem, E

da

V a e

/

clareira de

outro

na

veloz

lado

p a s s a g e m

d e m a n d a n d o

a

s e l v a . . .

E D E L - W E I S S

- ( A

N a

c i m e i r a

Eterno,

vento

— N i v e o , Nasce

Alpes,

d'entre

— N i n h o s D o

dos

o

das

os

alcantis

á g u i a s ,

expostos

ao

a g o m a n d o eclel-weiss,— q u e

d'entre

D o

a m o r ,

vao

N a

A l l e m a n h a , os

dos

o

o

B I L A C )

gelo

fragosos, falcões

b r u t a l

os

O L A V O

flagello,

s é p a l o s

m i m o s o s ,

s y m b o l o

buscar, a m a n t e s

gulosos,

cheios

singelo de

zelo,

venturosos.

D e

u m

m o ç o

B u s c a n d o P a r a

c o n t a m

q u e

aquella flòr,

offertal-a á

noiva

p e r d e r a

entre

os

a

v i d a

fraguedos,

e s t r e m e c i d a :

Achado morto n'uma esconsa cava, A

flòr

de

Segura,

neve, c o m o

livido, u m

entre

os

dedos

t a l i s m a n , b e i j a v a . . .

A

F R A G A T A

^tf-l' jÉt.: ...

(A FLAVIO DE QUEIROZ)

A v e A s

do azas

largo

a

o

C h o q u e

do

E m

c i m a ,

u m a

m a r

azas

de

u m a

dos

estoure

distendendo,

e n o r m e

fragata a

f l a m m e j a n t e azul

XJrrante

A

as

t r i u m p h a e s

Remonta-se O

m a r ,

doce

r e g i ã o

paz

m a i s

gloriosa

t r ó p i c o s

os

de

pura,

i n d a

u m a

no

mais,

r e g i ã o

altivola,

altura,

f e n d e n d o . . .

v a g a l h õ e s

t e m p o r a l , — s o b e a

envergadura,

h o r r e n d o procura,

m a i s

p u r a ,

a s c e n d e n d o . . .

i6

D o

continente

V i a j a

a

velho

fragata,

C r u z a n d o

só,

s e m p r e

o

ao

n o v o

continente,

i n i p e r t u r b a v e l m e n t e , m a r

na

eterna

parallela.

—Na paz do lar, assim, a alma do poeta *vôa, V ò a • A

t ã o alto,

v i d a —este

e

p a i r a , — o l h a ,

oceano,

a

t r a n q u i l l a e

lucta — e s t a

boa,

procella.

C A R I C I A S

P a r e ç a Isto;

m a s

C o m o Q u e

ao

n u m

m u n d o n'esse

u m

o

U

M

desatino

olhar,

livro,

a v a r a m e n t e

D E

estulto

querida,

s e n t i m e n t o

escondes

no

eu

leio,

occulto teu

seio.

4

Phrase por phrase, lettra a lettra, em meio Dessas

retinas,

E

e m

t u d o

vejo,

A

i l l u m i n u r a

m e u

porvir

n u m

sacra

do

consulto;

crescente teu

anceio,

v u l t o . . .

i8

Que

n u m

Outros, A z u l

que

dos

Olha-me, Que N o

novos teu

olhar eu

m o r n a s vejo

sonhos

pois,

olhar

de

nesse

que

assim,

ideaes

volupias olhar

a

vez

m e

outra

d a m a

m i n h ' a l m a

a n t í l o p e

v e j a m t r o p a b e i j a m .

querida, topa

f e r i d a . . .

A L M A

A r r a n c a - m e Esta

de

tristeza o

D a

m i n h a

v i d a

vez,

d ' a ç o

T i r a - m e

N E G R A

t e m p o

V e r d a d e que

c o m o

débil

m e

a m a r g a ,

o p p r i m e ,

d u r a

c o m o

carga

u m

vime. •

Acobardo-me ao ver o infesto crime D a

innocencia

N ã o A

q u e b r a n d o

lava

o

s a n g u e

a

injuria

o

insulto nesta

a

honra,

rija n ã o

v i d a

adarga, r e d i m e

larga.

20

E m

t u d o

L u t a Que

encontro

incessante a

e

o

e s f o r ç o

cega

H u m a n i d a d e

de

c o m o

n e m

u m a

a

siquer

l u t a ,

sorte escuta.

Eis-me a teus pés, do alfange afia o córte, G o m o A o

u m

n a d a

p e d a ç o atira-me

de

m a t é r i a

este

corpo,

b r u t a , o h

M o r t e

!

L O U R A

É

loura.

A

seda

a

seio

f r o u x a

L a n g u i d o Que

O

o

e m do

r o u p ã o

olhar,

gente,

ao

flor, t u m i d o ,

as

lhe

f o r m a s

vêl-as,

a p e n a s

e s t i r a . . . t ã o

timido,

serenas suspira.

Ai! no mundo, confesso, nunca eu vira U m E u

t ã o f o r m o s o sei

a t é de

C o m p a r o u - a s

par

u m a

de

b a r d o

d u a s

m ã o s q u e

p e q u e n a s : na

a ç u c e n a s .

lyra

F a z - m e

b e m

Á j a n e l l a , — o

q u a n d o cabello

Atravessado

de

A

cheia

olhar,

A l é m , A

t ã o

da

virginal

serra

u m a

a

vejo, ao farto

flecha

de

azul

a p p a r i ç ã o

e

fim

do

louro de

ouro,

melancholia, na da

g r i m p a l u a . . .

nua,

P O R T A

S E M

G O N Z O S

(A

€ o l l a d a U m

a

bocca

d o u d o

« E r g u e - t e

ao

m á r m o r e ,

a m a n t e

á

sua

e

e

livido

v e m »

A l l u c i n a d a m e n t e

A R T H U R

á q u e l l a

A Z E V E D O )

dizia

a m a n t e

m o r t a :

batia

porta.

«E ella não vem,—o doudo repetia,— « E

a

« H e i « D e

noite de

é

n e g r a

esperal-a

joelhos

sobre

e

g é l i d a . . .

a t é

r o m p e r

esta

funerea

Que o

i m p o r t a !

dia, p o r t a . »

24

D o u d o !

M a s

Que,

o

H a

se

desse

pezar

d o u d o

no

m u i t a s portas

a

n ã o

c o r a ç ã o q u e

n ó s

se

z o m b e m o s ; e m

brusca,

b a t e m o s ;

Portas sem gonzos sobre céos trancadas, A De

q u e uns

b a t e m o s restos

d o u d a m e n t e de

illusões

e m

busca

m u m i f l c a d a s !

C O L U M B A

N a

azul

Que A

esphera

distendesses,

e n v e r g u r a De

Dos

á

das

p l u m a s

m e u s

Errava, B e m

dos

ideaes toa,

c o m o ,

á

e m

p o m b a azas cor

a

sonhos,

antes

l u m i n o s a ,

t r i u m p h a n t e s , de

rosa;

m u l t i d ã o círculos

tarde,

A n d o r i n h a s

m e u s

n a

m e d r o s a

distantes,

e s t a ç ã o

e r r a n t e s . . .

calmosa,

E m

plena

O n d e

luz, p o r é m ,

u m a D e

eterna

naquella

p r i m a v e r a

c h y m é r a

e m

esphera,

brilha

e h y m é r a ,

Dos meus ideaes o festivoso bando E m p o z

teu H o j e

v ô o , p o m b a , passa

(oh!

m a r a v i l h a ! )

c a n t a n d o . . .

C O R A Ç Ã O

D E

U

M

(A

D i a

e

noite, h o r a I n d a g o ,

A i n d a

q u e

a

Este

a

hora,

estudo

r a z ã o

H Y P P O L T T O

e m

e

a n c i ã

D A

S I L V A )

e x t r e m a ,

sondo,

vacille

b a r a t h r o

E S T O I C O

e

t r e m a ,

h e d i o n d o .

Que ninguém saiba! nelle a dor suprema B a r b a r a m e n t e E

si

u m

dia N ã o

eu se

escondo;

quebrar-lhe o u v i r á

o

a

f é r r e a

estrondo.

algema,

28

D e

treva

Que,

ao

tanta

encheu-m'o

perscrutal-o, N ã o

b a s t a . . .

o

a l g u é m

teu

a i n d a

olhar é

no

p r o f u n d o

p o u c o . . .

E creio até que nunca achastes, sábios, N e n h u m a A

cousa este

igual,

m ú s c u l o

nos ò c o .

m u n d o ,

alfarrábios,

V I O L I N O

M Á G I C O

(A

Escutae-o A

a

luz

R o m p e

o sol,

n u m

t u d o do

nos

c o m o

q u e

c é o s o

sol

fulguraes

dos

de

escuto

p r o l o n g a d o

f u n d o a z u l

g e m m a s ,

— P e d r a r i a

irial

canta

p o m p a s

O n d e D e

vereis

s y m p h o n i a

Q u e

As

e

engastada

vejo:

a m p l í s s i m o s , de

á u r e a s

u m

prazios, jóias

e

apenas

m a n h ã s

astros,—cofre

de

e m

e

P A C H E C O )

beijo

derrama-se

r u b i n s ,

A S S I S

e m

de

hellenas; ouro

thesouro

de

esmeraldas,

grinaldas;



As

rosas

D a

viva

N a s

a e

cantar,—boccas r u b r a

almas

infantis a

Do

porvir

Os

m u n d o s

E m

que

Passa, Por

c ô r os

«allegros»

m u s i c a

d e s e n h a n d o ideaes

tudo, visão

entre

os

e m

l u z !

de

de

dos

sonhos,

t u d o

mais t e m

risonhos;

azas,

transparentes

passa

o vortilhão

a m a n t e s , —

brilhantes;

p a i n é i s

que

a t r a v é s

de

febris de

nos

c é o s

milhares

gazas,

p r o f u n d o s ,

de

m u n d o s ;

Os crebos vendavaes,—trompas de bronze,—atroando O

e s p a ç o ,

O

m a r

igneos

e m

v a g a l h õ e s

Q u e b r a n d o N a

E n t r e A

a

í i m p i d e z

Dolente

do

os

boiar,

a

a

e m

glacial dos

flor e

região

belleza do

a

e m

m e d o ;

pura. olhos

cerrados,

d e s t r a n ç a d o s ,

v i a g e m

N a d a — a

de

b r a n c u r a

Ophelia,

boiar,—cabellos da

rochedo

recuando

luz t ã o

m o r t a ,

f u l g u r a n d o ;

no

lagos,

nessa

salgueiros,

e s p a ç o

desfeito,

e s p u m a

luar, e

— C a d á v e r Para

fuzis no

m y s t e r i o s a

p a r a g e m

n e v o s a . . .

Eis o que escuto e vejo aos sons de um violino Sob

as

nervosas

O

pranto,

A

ineffavel

O s o m , T u d o — A O n d e

a

que

o

m ã o s

riso, a

dor,

saudade,

f ô r m a , mais

a

a

a

u m

artista

tristeza,

f u n d a

côr, a

ideal a

t r a n s f i g u r a ç ã o

de

alegria,

nostalgia;

linha,

a

natureza

phantastica

m i n h ' a l m a v ô a , onde

a

divino:

luz,

na

terra

encerra, do

m e u s

sonho,

olhos

p o n h o .

Conta Azas Das

u m

s á b i o

abertas

viajor

no

estrellas,—

A l m a s

feitas — A s

L o n g e

da

terra,

p o m b a s á

eternos

b r o n z e

azas

as

d o r m e m

assim,

de

Cantais, Entre

ar,

que

e

luz

do

Oriente,

t r e m e n t e

sonhadores,

feitas

de

fulgores,

e s p a l m a d a s , — á

luz

de

brilhais,

c o n s t e l l a ç õ e s

de

eternas sonhais,

vivos

»

alvoradas,

ideaes..-

O B E L I S C O

(AO

E i l - o ! — E E

de

Que, O u r o Q u e

u m

outro, entre

de

apresenta ao

artístico:

outro,

florões

e

de

aberto, o

ex-captivo

O U R O

C O N S E L H E I R O

p r i m o r

e

D E

o

g r a n d e d e u

de

u m

outro

P R A D O )

lado,

a i n d a , —

esmerilado

n o m e

u m

A N T Ô N I O

d'esse

n o m e

h o n r a d o !

De um monumento é q. bella miniatura: A

I d é a

e m t a n t o

D o m i n a , D e T e r

altura mais

que

avulta, tal que que

eile

e n c e r r a , —

a u g m e n t a , ao

alguns

povo

e elle

se

cresce,

afigura

parece

c e n t í m e t r o s

de

a l t u r a !

v ê - s e

E N T R E M E Z

De

arrufos

T r e m u l a U m

dia,

Tivera,

a

n u m voz,

n ã o

sei

que,

ao

I n t e r r o g o u - m e Mais

versos

E

si

d'antes

O

m e u

olhar

desafogo (que

sereia!)

que

i d é a

v e r - m e ,

logo

p o r q u e

eu o

L Y R I C O

n ã o que

j á

fazia, eu

n ã o

via v ê - . .

V

Si

n ã o era

C o m o Si

m a i s

n'outros

t e m p o s

aquella g r a ç a

Q u e

a

sol poente

E m

subitaneo

Ao

cahir

Si

ao

C o m o

da

Si

noite

o

olhar de

irrequieto,

o u

andaluza, terceto

m u s a ;

t i n h a e n v e r g a d o

A

sonhar,

p o r

u m

e m

vez

de

T o r n á r a - m e S o m m a n d o Do

m e u

Si,

no

d i a

de

cordas

artista

e m

vista

p r e c á r i o ; da

spleen

fazer u m

m e z . . .

argentario,

cifras,

tirei

fora,

ao

u m

u m

i m p e t o

a

tive

ser

estado

agora

burguez,

noite

lucros que

P'ra

u m a

m i n h a

de

E m

raio

v a g a . . .

q u a d r a

farpella

Si

u m

desmaio,

A

Nos

d é r a

apaga,

olhar

fazia a

eu

se

seu

N e n h u m a N ã o

lhe

c o m o

De

era;

infinita

natureza

A p a g o u - s e ,

As

bonita,

da

ira, m a r m ó r e o , lyra

s u s p e n s o r i o . . .

P o r

esta

m a n e i r a ,

a

m i n h a

E n a m o r a d a

galante,

C o m o

bate

q u e m

A r g u i u - m e C o m o A s

a

Cada

do

gesto

O

que

ella

E

seu

lábio

V e r t i a V i v o

A

q u e

D e

estava

Pois R o s a Que,

que e

do

m e

e m

m e

q u a n d o

U m a

a

u m m a s

n o v a

C o m o m e i o

ao

s o r r i a . . *

vêl-o,

o

g e l o . « *

m i n h a

m e u

v e n d o - a

sinto

c o n d e m n o .

d'entre

luz do

enfado

parecia

saiba

e m

Talvez,

E m

veneno,

s e m p r e

flor

fallar!

acerejado

antidoto

A b o t o a n d o



a

frio sorriso!

U m a

E u

olhar!

s u b l i n h a v a

q u a n d o

Que

instante.

esfriava seu

subtil



acarinha,

naquelle

ironia

brazas

e

a m a d a ,

c a m i n h o ,

assim

prazer,

a g a s t a d a

m e s q u i n h o

desconhecido, s e n s a ç ã o ,

se de

ouvisse u m a

u m

r u g i d o

c a n ç ã o .

r

m

A

N a

U

poesia

C o n t a M o r t o ,

M

celtica, u m a

que,

apenas

n u m a

Sobre

u m a

O n d e ,

serena,

D e

sobre

Se

e r g u i a

— N e g r a ,

D o

ilha

as

Q u e b r a r

q u e de

na

g u e r r a

terra v i v e n d a

e n c a n t a d a — c o n s t r u i d a , corria a

á g u i a ,

azul

atalaia

m a r ,

n u m a

g r i m p a s ,

do

heroe

p l á c i d a

lhe

u m a

M O R T O

lenda

u m

resuscitava

L o n g i n q u a ,

C o m o

G R A N D E

á s

de

broqueis

de

e s p a l m a d a s

c o r t a n d o

v a s t i d õ e s

v i n h a nas p é r o l a s

vida.

as

leves

azas, gazas,

desertas

m u r a l h a s

o seu

cobertas,

de

t h e s o u r o . . .

o u r o



E r a A

o

p a l á c i o

silenciosa,

O n d e O

u m a

heroe

c u r a v a

feridas

T a l A o

o

U m a

I m p r i m e ,

Que

de

eleitos,

m y s t i c a e

p e r e g r i n a

c o m

balsamo

u m a

d é s s e

d a n d o - l h e

e

u m

sagrado

onde

u m a

corpo

a

J u s t i ç a

radiante

mais

t r a n s f u s ã o a

austera,

e n s a n g ü e n t a d o .

Historia,

i m m o r t a l

fada

bondade

c o r p o

a

era

m o r a d a ,

glorioso espirito

vida

G o m o

do

recebe

seu

a

doce

U n g i n d o - l h e A s

dos

b r i l h a n t e

n o v a

liça,

de

alento

o

c o r a ç ã o

n o v o de

u m

p o v o !

S O F F R E R

É

V I V E R

( C A M P O A M O R )

M a l d i z e n d o A

D e u s



« F a z e i

V e n h a Que

j á

a

m i n h a

fallei desta que

o

sorte:

T e m p o ,

a r r a n c a r - m e m e

d ò r

este

v a i d a n d o

a

Senhor, a m o r , m o r t e . »

Minha supplica escutando, O

azul

P o r

e

ethereo

o r d e m

Correndo, C h e g o u - m e

de o u o

c a m i n h o

Deus

cortando,

m e l h o r , T e m p o

voando, m e s q u i n h o .

E

« v o u

Disse:

teus

e q u a n d o

M e

foi do

E u

comecei

E

de

males

o b e m

peito a

c u r a r » que

adoro

arrancar c h o r a r

l e m b r a r - m e

i n d a

choro.

Por minha estranha paixão, Penas

soffri t ã o

estranhas,

Q u e

soube

m e u

Q u e

u m a

M e u

a m o r — m i n h a s

cousa

c o r a ç ã o m e s m a

s ã o

entranhas.

E feliz na minha dôr, M i n h ' a l m a «Dizei

ao

c l a m o u t e m p o ,

m e

sentida: Senhor,

Q u e

n ã o

a r r a n q u e

Q u e

vai a r r a n c a r - m e

este a

a m o r

v i d a . »

Minha supplica escutando, O

azul

P o r

e

ethereo

o r d e m

Correndo, P a r t i u

o

de o u

c a m i n h o

D e u s

cortando

m e l h o r ,

T e m p o

v o a n d o ,

m e s q u i n h o .

O D I O

Odeio-a. D e n t r o

Este

do

Se

a

Se

t u d o

odio

peito o

estrella, m e u

o

livido

q u e

c o r a ç ã o

m u s g o ,

espirito

a

m e

e s p u m a afoga,

pedra,

a luz, a

i n t e r r o g a . . .

Odio intranhavel! Quando ao bosque atira A

r u b r a

A i n d a

flor

do

assim

I n f l a - m e

o

Oriente

c o m

peito

o

o

t ó x i c o

este

odio

póllen da

d'oiro,

ira

i m m o r r e d o i r o .

b r u

44

A n t i t h e s e T u d o E

o

do

que

a l m e j o

Beijar-lhe

a m o r !

l e m b r a

ainda, as

A m o essa

n u m

finas

no

entanto

m u l h e r

s u p r e m o

u n h a s

c ô r de

f o r m o s a ; encanto, r o s a . . .

A

T r e m u l a ,

N O I V A

casta,

hesitante,



((Sim» — m u r m u r a s t e

E

c o m e ç a s t e

Sob

o t e u

v é u

a

no

altar,

chorar a l v e j a n t e . . .

Tinha-te as mãos... doce instante N a s

m i n h a s , — q u a n d o ,

T r e m u l a , —

casta,

a

chorar,

hesitante,

« S i m » — m u r m u r a s t e

no

altar.

46

C o m o Ferido E u Por

u m

p r i s m a

pelo

vi-te entre

o

de

diamante,

luar, f o r m o s o

o

— T r e m u l o ,

v é u

olhar,

ondulante,

casto,

h e s i t a n t e . , .

M A D R I G A L

De

m i n h a

a l m a

a m o r

e

no

0

m e u

o

Á

n o i t e , — p o m b a s

h u m i l l i m o

teu

E n s a i a m

e

a m o r

se

recanto o s c u l a m . . *

g á r r u l a s , — u m

canto

m o d u l a m . . .

Na doce faina de fazerem ninhos H a A t é

m u i t o v i v e m q u e

os Q u e

estas

versos m e

aves;

m e u s

f o g e m

s ã o

do

creio passarinhos

s e i o . . .

I



C A N Ç Õ E S

A L E G R E S

(A

S A C R A M E N T O

I

Aqui... além... longe ou perto, U m N ã o

sorriso h a

na

c o m o terra

M e s m o

no

o de

teu certo,

c é o . . .

E os olhos? — vividos, n'alma V e r t e m - m e F a z - m e D o

b e m teu

u m a

negro luz

t ã o

l u a r : c a l m a

olhar!



M A

cuco)

T u a

v o z

C o m o E

t r e m e

u m a

h a v e r á U m

e

suspira,

c a n ç ã o

de

n a l g u m a s o m

a m o r ;

lyra

m e l h o r ?

Ouve-me,—eu sempre diviso, Cheio N a

de

voz,

viva no

T e u

e m o ç ã o ,

olhar,

no

sorriso,

c o r a ç ã o . . .

II

Sinto-me bem — como quando, N u m a Olho

o n d u l a ç ã o no

azul

suave,

chilreando

A l g u m a

a v e . . .

Entra-me a vida nos poros A o

brilho

A s

aves Os

aurorai c a n t a m

seus

das e m

flores; coros

amores.

Os sonhos, em revoadas, A

m i n h a

C o m o

as

Que

fronte

p o v o a m

phalenas a l é m

d o u r a d a s

r e v o a m . . .

A

p r i m a v e r a

O

m o n t e ,

T u d o

o

atavia c a m p o ,

d e s l u m b r a

M i n h ' a l m a

e

e m

a

extasia festa...

E emquanto o jardim fumega A o

beijo d a

A s

tuas O h !

m a d r u g a d a ,

violetas m i n h a

t

floresta;

rega, a m a d a !

L E N D O

N a

i n f o r m e

O u ç o E

a

de

F o r m a m

e s c u r i d ã o

Jehovah

luz, e

o

d a

A

c é o , e

a

cahotica

f é r r e a a

natureza

B Í B L I A

v o z

a b y s m o

t r o a n d o :

t e r r a , — o o

do

a b y s m o

electrico

v o m i t a n d o ,

o r g a n i s m o .

Novas scenas depois vão-se desenrolando, Ora

cheias

R u e m Dos

de

a m o r ,

ora

cheias

grandes

n a ç õ e s ,

c o m o

p r o p h e t a s

hebreus

ao

de

n u m

b r a d o

e g o í s m o r c a t a c l y s m o ,

f o r m i d a n d o .

Tenebrosas Desfilam

visões,

ante

— N ú n c i o s

visões

sinistras

m i m , v o c i f e r a m ,

celestiaes

d a

c ó l e r a

passam,

a m e a ç a m , i n f i n i t a . . .

Tudo, porém, se esváe no aroma capitoso Que Ó

aspiro ao filha

da

seio

J u d é a ,

t e u , — d o r n a ó

casta

de

S u l a m i t a !

estranho

goso,

P R E S E N T I M E N T O

Si

f o i m e n t i r a

Q u e

á

noite

aquillo,

m e

( R e p a r a :

estou

Q u e

q u e

Si

v i d a

f o i m e n t i r a

disseste... tranquillo)

m e

d é s t e !

a q u i l l o . . .

— É simples; tudo passa: O

a m ô r ,

— N ã o M e

os

creias;

l a n ç a m

Pois

s o n h o s . . .

q u e

n a

mais

n e m

dizes

d e s g r a ç a raizes,

t u d o

passa..

Inexoravelmente, Se

é

— O Só

esse

o

a m o r ,

m e u

castigo,

anjo

m o r r e r á ,

inclemente,

c o m m i g o ,

Inexoravelmente.

Si foi mentira aquillo, Que

á

noite

m e

(Repara:

estou

Que

que

Si

vida

foi m e n t i r a

disseste.. • tranquillo)

m e

d é s t e !

a q u i l l o . . .

I

(

D

E

J

E

A

N

R

I

C

H

E

P

I

N

)

I

P o r H o j e

seres

t ã o f o r m o s a m e

q u e

Curas,

á

P o r é m ,

tens

o

noite, de

dia,

m e u esta

atormentas,

a m o r ,

q u e r i d a :

m o r t a l

hysterica,

ferida, a

e n s a n g ü e n t e s . . .

Mas, si eu amo sem conta o sonho escuro Q u e

t u

m e

E m

breve

E m

que,

d á s nesta c h e g a r á

do

teu

p a i x ã o

aquelle

a m o r

doentia,

dia,

m e n o s

seguro,

58

Para

fuçir

T a m a n h o Que Á

t u

luz

ao

teu

golpe

v e r á s do

d o m í n i o

rasgarei

m e u

dia,

n u m

louco, no

c o r a ç ã o s o l u ç o

peito, desfeito,

rouco.

Então, querida, prantearás o instante, O

instante

V o m i t a r e i Pela

bocca

p r a n t e a r á s , o

teu d a

a m ò r

c h a g a

e m

que,

n u m

m a l d i t o palpitante!

grito

O

N o s

p é t r e o s

Depois, Desce,

dos e,

E n t r e

G A N G E S

flancos í n d i o s

brota o

H y m a l a i a

sagrado

o r a espelhante,

florestas

do

e j u n c a e s

rio

ora se

sombrio, e s p r a i a . . .

A natureza toda, quando raia O

sol, reflecte

O

e l e p h a n t e

N e l l e

a

o

seu

q u e

V i c h n ü

espelho

v e m

s a ú d a

frio:

beber, sobre

tardio, a

praia.

6o

Q u a n d o

o

As

margens,

a o n d e

t o r n a

terrenas

suas

Pura

se

indio

sente-se

das

m o r r e r , a

a l m a

p r o c u r a i m p u r a

m a g o a s . . .

Pois que do indio a esperança derradeira, A

s u p r e m a

— E

m o r r e r

a m b i ç ã o

da

v i d a

c o n t e m p l a n d o

inteira

aquellas

á g u a s . . *

P O L H A

H o n t e m ,

pela



Gelado

A

r a m a g e m

I n v e r n o ! A

a l m a

C o m o

o

D O

m a n h a ,

vento, das

n u m

eu

c h o r a r

passava,

convulso,

d o b r a v a . .

C o m o

f u g i r - m e ao folha

q u a n d o

arvores

I n v e r n o !

u m a

O U T O M N O

que

corpo

m u r c h a

eu

á q u e l l e que

.

sentia i m p u l s o ,

c a h i a . . .

De uma janella ao peitoril no entanto, L o g o

avistei u m

Cheias E

m a l o

de

viço,

vento

de

m e d o

de

de

violetas,

orvalhoso

sacudia

F l o r e s , — r e c r e i o C o m

vaso

das

pranto

;

aquellas

gentis

magoal-as,

Julietas,— de

offendel-as.

62

O u v e - m e , Sobre

pois, c r i a n ç a . . .

n ó s

a m b o s

S e r á

tranquilla

Pois

que

Mais

que

nos as

E t e r n a m e n t e ,

a

R u j a

t o r m e n t a

nossa

c o r a ç õ e s

vida o

escura,

a g o r a ;

a m ò r

violetas vividas, flòr,

e m b o r a

latente, p e r d u r a ,

e t e r n a m e n t e . . .

N O I V A

M O R T A

(A

J Ú L I O

R I B E I R O )

Morrera em Maio a pallida Clemência, N u m a

das

l í m p i d a s

C o m o

a

Breve

e t r a n q u i l l a fora-lhe

Q u a n d o

e x i s t ê n c i a

m a n h ã s

sua

a l m a , — a

A b a n d o n o u - l h e —

Soltas

T i n h a m

no u m a

e p h e m e r a

as

leito,

das

suas

r o m â n t i c a

rosas,

e x i s t ê n c i a . . .

delicada

f ô r m a s as

a

cheirosas:

essência,

unctuosas, m ã o s

piedosas

indolência.

6

4

Jamais N e m De

pisou-lhe

u m

seus

pezar quinze

os

olhos

dor

a l g u m a ,

t o l d o u , — a l g i d a annos

o

polido

b r u m a , — a l v ô r . . .

Fôra-lhe a vida um tremolo suave... L e v o u , O

seu

p o r é m , p r i m e i r o

comsigo, —estrella e

derradeiro

o u

a m ô r .

ave,

P R O M E T H E U

D E

E S C H Y L O

(A F l L I N T O

A

á g u i a

Preso — D e

lhe

ao

n a

de

A r a u t o , Q u e

solta

prediz

solidão

C h e g a n d o O u v e

roendo

rochedo,

J ú p i t e r

G e m e

vae

a

do

H e r m e s ,

n o v o

D e u s

f í g a d o . . .

a

apostrophe

queda;

Caucaso

a i n d a

P r o m e t h e u : H e r m e s

o

de

p e r g u n t a virá

a

e

a

D'ALM£IDA)

Raivoso, s u p r e m a :

voz

b l a s p h e m a

nevoso.

m a l d i ç ã o

e x t r e m a

J ú p i t e r — z e l o s o ao

partir-lhe

revoltado aquella

iroso a l g e m a . . .

5

i

66

N a d a E m As

r e s p o n d e . . .

v ã o ! n a d a coleras de

O

O l y m p o

responde Zeus,

o

a m e a ç a - o ,

m a r t y r

sereno,

t r o v e j a n d o . . .

revoltado,

d e s a f i a n d o . . .

Nova interrogação! nova mudez profunda! S ú b i t o A o

o

raio

Gaucaso

estala...

fatal,

no

e

P r o m e t h e u ,

T a r t a r o se

atado

a f u n d a .

A

Á

doce

D o s

do

rios, a

C u j a De

luz

raiz

u m

M A N D R Á G O R A

sol,

no

Oriente,

m a n d r á g o r a

m o r t í f e r a

c o r p o

á

m a r g e m

floresce,

parece

h u m a n o

a

e n s a n g ü e n t a d a

Delia esta lenda estranha se conhece: A o

arrancar-se-lhe

N e s s a

m u d a

S o t u r n a

de

raiz

a u m a

g e m i d o s

raiz

selvagem,

l i n g u a g e m apparece.

i m a g e m .

68

O

teu

Cuja U m

amor, raiz

no

veneno

m a n d r á g o r a

m a l d i t a ,

c o r a ç ã o

habita,

m e

m e

e m b e b e

nos

sentidos.

Mas esse amor, se um dia m'o arrancares, D o U m

m e u

seio

dolente

verás,

subindo

nevoeiro

de

aos

ares,

g e m i d o s . . .

M A R

« P a r t o

a m a n h ã » — e u

Beijava-te ( T u

m e

E

n a

repetia,

v é s p e r a . . .

dizias,

Seja esta

C É O , .

« Talvez,

t r e m u l a ,

noite

a

q u a n d o

chorando)

derradeira

v e z . »«

Pobre creança, amavas-me... No entanto E u

p a r t i r a

S e n t i n d o Gotta

a

no

p r ó x i m o

n ' a l m a

gotta,

a

a

vapor,

c h u v a

cahir,

de

o h !

teu

m e u

pranto,, a m o r .

7o

Sentei-me

ao

E m q u a n t o

o

D e i x a n d o

t o m b a d i l h o . m a r

atraz

a fios

helice de

O

azul

r a d i a v a . . .

cortava,

e s p u m a s , — e u

Pensava em ti silenciosamente... Q u a n d o Somente

acordei, eu

eu

via e n t ã o

via e n t ã o — o

m a r

somente, e

o

c é o . . .

O

G R A N D E

A M O R

(PARAPHRASE DE H .

A m e i - t e ; Creio A

amo-te

q u e

toda

C a n ç ã o

a

te

hei

gente

de

ainda, de

e

m e u

e t e r n a m e n t e

amar,

ensinarei a m ô r — a

HEINE)

e a

m a i s

a i n d a :

inflnda

toda

a

gente!

Direi ás aves: «Solfejai tão linda C a n ç ã o « D a

de

a m o r »

p r i m a v e r a

Celebrae,

c o m o

e

á s flores,

j u n t a m e n t e

d'este a m ô r

ardente

os

a

p á s s a r o s ,

v i n d a ! »

72

A m e i - t e ; Preso E u

amo-te

das

creio

ainda.

c h a m m a s , a t é que,

por

..

se

E

si

este

esboroasse

milagre,

m u n d o , u m

flòr,

Das ruinas fumegantes aò rotundo P á r a m o , A

ao

c h a m m a

alto

c é o ,

ascenderia

t r i u m p h a l do

m e u

a m ô r !

dia,

N O V A S

I L H A S

(A

N a

Oceania

F e r v e m N o v o Por

m a r ,

o n d e

C o m o O

nos

u m

polypo,

N a s Cada

e t e r n a m e n t e bancos novas

v ò a m

collar a

m a i s

coraes,

f o r m a n d o

novas

plagas,

p á s s a r o s

e m

b a n d o . . .

de

scintillantes

bagas,

b o i a n d o

c i n g i n d o

seu

J Ú N I O R )

vagas

ilhas,

m a d r é p o r a

ondas — v ã o vez

de

as

F E L I Z A R D O

â m b i t o

as

ilhas

magas,

a l a r g a n d o . . .

74

A

flora abi

pollula

As

corpulentas

De

u m a

exuberante,

arvores

c o b r i n d o

f o l h a g e m vivida,

a b u n d a n t e . . .

— Ao cavo som do pelago profundo, Nessas A

ilhas

p r o j e c ç ã o

ridentes mirifica

vae de

u m

s u r d i n d o m u n d o .

V I A J A N D O . . .

(AO

A

D R .

J.

L .

esfusiada horrisona

C o m o

u m

M u g e

e

N a s

t r o ç o

de

r e m u g e ,

fauces

D E

do

b á r b a r o s

dos

N O G U E I R A )

vento,

atroando

negras

A L M E I D A

o

guerreiros, A r m a m e n t o ,

despenhadeiros.

Chove. Ennublado o céo ha tantos dias, T i n a Os

réstia

de

arredores

O n d e

e m

luz

n e m

d'estas

A b r i l

o

brilha

e

aquece

serranias,

coqueiral

floresce...

D a

c h u v a

O

m e u

E

p á r a ,

á s grossas

cavallo, olhando

b á t e g a s ,

tropego, e m

torno

na

estrada,

vacilla a

m a t t a

escura

A noite cahe... Nada se avista, nada... E

e m

v ã o procuro

Q u a n d o

a

luz do

a

desejada

r e l â m p a g o

villa,

f u l g u r a . . .

B I O L E T S

Disseste-me, Q u e —

n ã o gostavas

E r a

frio,

N e v o e i r o

e

os

Disseste-me, Q u e

flòr,

q u e c é o s

u m do u m

dia, inverno: eterno

e n c o b r i a



flòr,

u m

dia,

n ã o gostavas

do

inverno.

I I

E

eu

s e m p r e

te

respondia

— Bella e s t a ç ã o

que

Mas,

meigo

n u m

gesto

Replicavas: E

eu

é

— C o m o

s e m p r e

te

o

i n v e r n o ! e

é

:

terno,

fria!

r e s p o n d i a :

— Bella e s t a ç ã o

que

é

o

i n v e r n o !

I I I

Hoje, A Es

p o r é m ,

longa de

A

e s t a ç ã o

o u t r o . . .

Nevoeiro Hoje,

m e

que

p o r é m ,

longa

e os

excrucia do

adoras c é o s

m e

e s t a ç ã o

i n v e r n o . . . o

e t e r n o

c o b r i a . . .

excrucia do

i n v e r n o !

A

Velhos,

D O U S

contae-me,

Branqueou-vos, Quem Pois

de

que

v ó s o eu

V E L H O S

— q u a n d o

fio a

fio,

os

R O M Â N T I C O S

o

gelo

cabellós;

p r i m e i r o acolheu

n ã o sei

q u a l

é

da

o

m a i s

a

velhice

depois,

calvice, calvo

dos

dois?

Entre-olharam-se, e logo os velhos se entenderam.. E,

c o m o

N u m a — N o

lhes

u n i s o n a a m o r

de

calcasse voz, u m a

o

peito

a m b o s

m e

a l g u m a

d ò r ,

r e s p o n d e r a m :

illusão! — N u m a

illusão

de

a m o r

T Ê T E

V e m

p a r a

aqui,

Fallemos Seja

e

e m b o r a

A

e s v o a ç a r

T Ê T E

senta-te

do

isto

Á

a

m e u

lado;

sonho

alado

f u t u r o :

c o m o no

u m

e s c u r o . . .

Vê... si este quadro não sahir bem feito, A É

que

c u l p a

n ã o

é

estou

v e n d o

a

C o m o

s o n h a d o

m i n h a : c u r v a eu

do

teu

peito

t i n h a . . . —

82



Longe,

b e m

Casinha Que,

de

m ã o s

A

longe,

entre

branca;

ao

postas,

nossa

boa

se

arvoredos,

u m a

vel-a,

b e m d i g a

e m

s u m m a

estrella.

Um rio no pomar, trepido, arfando As Á

suas

m a r g e m ,

ondas

tu —as

Entre

claras

á g u a s

folhagens

;

c o n t e m p l a n d o ,

raras...

Sobre os meus joelhos (pois sentado eu quero Ficar A l g u m

n'esta

romance Que

paysagem)

de

te

u m

copie

a

a m o r

sincero,

i m a g e m .

A luz coada á medo iriando as cores N u m E

aromas, E m

p r i s m a cantos, m e i o

de

n u n c a p á s s a r o s tudo

visto; e

flores

i s t o . . .

O S

D O U S

E S P E L H O S

( C A M P O A M O R )

N u m A o s E

fino

crystal

q u a r e n t a

annos

a c h a n d o - m e

D e

raiva

o

cFespelho m e

feio e

crystal

v i ,

velho

parti.

Mas d'alma na transparência E n t ã o E

tal

Que

m e u m e

o

rosto

v i na

espelho

mirei, c o n s c i ê n c i a ,

d'alma

quebrei.

É

que

A

s a ú d e ,

N o E

o

h c m e m , a

espelho n'alma

p o b r e !

c r e n ç a ,

o

e m

a m o r ,

enxerga-se —

vê-se — i n d a

p e r d e n d o

h o r r e n d o

peor!

!

A

Á G U I A

E

O

I D E A L

( A

A L F R E D O

Do rochedo ás grimpas, onde A

aljava

de

luz,

O

sol

flammivomo

ao

poente, esconde,

Costuma a águia, fremente, E r g u e r O

o

largo

v ô o ,

scindindo

azul — de

r e p e n t e . . .

D'alli, no horizonte infindo. A f u n d a

o

C o m o

sol,

o

olhar

penetrante,

t r e m e l u z i n d o . . .

P R A T A )

Contempla

o

Que

as

U m

Encelado

m a r

vagas

a r q u e j a n t e

levanta,

c o m o

gigante;

E em fervido e vivo assomo Á

rocha

T a l

atira

u m

si fosse u m

navio,

leve

p o m o .

..

Olha a planicie que o rio, — P o l i d a

franja de

Cinge, —

olha

p r a t a , —

t a m b é m

o

esguio

Perfil umbroso da matta; O l h a

tudo,

Desde

o

tudo,

insecto

tudo, á

cataracta!

Ar *

Naquelle rochedo mudo, Exposto C o m o

u m

á s

iras do

granitico

vento escudo,

Ella faz, grande portento! O

ninho,

AíTeita

ao

onde

a

prole

cria

d e s l u m b r a m e n t o !

Q u a n d o Nessas Vivas

a

p e n n u g e m

aves

radia

pequeninas,

corno

a

luz do

d i a ;

Em suas garras belluinas Gondul-as A s

a

á g u i a

t r a n s l ú c i d a s

altiva

c a m p i n a s . . .

A luz do sol excessiva Fal-as Os

f i t a r . . :

olhos

Si u m a

fecha

dellas

d'esquiva,

1 M a t a - a Q u e

o

de

súbito,

sol fitaram

P a i r a m

no

azul

e

aquellas

s e m

m e d o ,

c o m o

estrellas.

* *

*

Assim, Ideal, n'um rochedo Forte, A

invisível,

terra,

c o m o

t u

u m

fitas d e g r e d o . . . -

Dessa atalaia onde habitas i C a n t a n d o C o m o

p a r t e m

phalanges

/

teus

filhos,

i n v i c t a s . . .

D o

olvido,

T o m b a m N ã o

p o r é m , alguns,

p o d e m

fitar

nos que

os

trilhos da

gloria

brilhos!

Neste prelio formidando Os

que

C o m o N o

g a n h a m

a

victoria,

á g u i a s — p a s s a m

A r m a m e n t o

da

v o a n d o

Historia.

A

. . . E

partes

P a r a

as

Partes, Que

U

M

A

c o m o

festas de e eu

parte luz

f i c o . . .

s a u d a d e

a

V I A J A N T E

u m a

da Que

a n d o r i n h a

p r i m a v e r a . . . tristeza

m i n h ' a l m a

a

m i n h a

dilacera!

Levas comtigo os sonhos e a chymera, —

Essa

B o r d a d o P a r a

r o u p a g e m á

noite

vestir-te

o

lúcida

n a

que

soidâo

corpo

de

eu

tinha

austera rainha.

9o

N o Que Do

entanto n ã o m e u

ea

levas a m o r

sei,

eu

sequer

s e i . . . u m a

t ã o cheio

de

c r u a

certeza!

l e m b r a n ç a p u r e z a . . .

E partes hoje, ó tímida creança, D e i x a n d o Ao

a

delgado

m i n h a j u v e n t u d e grilhão

d u m a

presa

e s p e r a n ç a . . .

N E Y R O S E /

(A

T H E O P H I L O

I

Na voragem da infinita L o u c u r a

q u e

m e

s u p p l a n t a

H a

u m a

serpente

Que

m e

m a l d i t a

constringe

a

garganta.

A noite de agro remorso, — R e m o r s o {Noite D e

e m

p r a n t o

q u e q u e e

m e choro

s a n g u e

fragòa, e

m e

e s t o r ç o . . . )

gerou-a.

D I A S )

9

2

C o r r o m p e m - s e - m e Entre

m ó r b i d o s

— O u ç o — N a

no

T o m a m Os

sonhos

C o m o D e

A

m e u s

L e v a - m e

a

A b r i n d o

as

N o s

c é o s

N ' a l m a A s

p a r a m o

azues

do

R ó e

carcassa

torvo,

bizarras c o m o

a

seu

a

esqueletos.

garras

azas

C o m o a

de

r o e u - m e

rosas

secretos,

r o n d a

nas

u m

h e d i o n d a

m a i s

p o r ç ã o

phantasia

phantasmas.

e f o r m a

f r e n é t i c a

u m a

g e m i d o s ,

vejo

c o r p o

sentidos

m i a s m a s :

treva

s o m b r a

os

u m

c o r v o . . .

apathia

conforto,

larva h u m i d a de

u m

e

fria m o r t o .

E o olvido (ai! corre-me o pranto...) Vae

s e p u l t a r - m e

C o m o Q u e

se

farrapos de espedaoou

os

despojos,

u m nos

m a n t o tojos.

Neste A

incessante

r a z ã o

G o m o

a

N u m a

G o m o D e

m a i s luz

se

m e

dentro

afunda, de

inconsciencia

nas

noites

h u m i d a

ursos

A b r i n d o

as

visões

Nesta

m u d e z m e u

Sugai-o,

nos

do

p r o f u n d a .

ares famintas.

passado,

que

seio

p o ç o ,

retinctas,

boccas

Surgi,

u m

polares,

treva

F a r e j a m

Eis o

d e s t r o ç o ,

m e

cinge:

golpeado,

lábios

de

e s p h y n g e . . .

I I

N a N e m H a

tristeza ar,

e m

n e m

lia a m a r g a

Escuro

deste

q u e luz no

m e

eu

n ã o

f u n d o

recinto.

a f u n d o sinto;

A c i m a A c h o

si os treva,

S u g a - m e O

e

a

sangue,

Os

olhos

cahe-me

d ô r ,

V e r m e l h o s

D a

Si

os

toco

c á u s t i c o s

o

Muda-se Q u e A

p é e m

m e

lábios a m a d a

resabios

u m a

lábio e m

i m p r e c a ç a o

polvo,

envenenada.

de

diz,

u m

nos

m i n h a

blasphemia

pranto

quebranto.

dou

da

o

c o m o

n'este

beijos que

T ê m

volvo,

sangrento,

voz

de

rosa,

u m

chorosa, l a m e n t o .

Alguém que me segue o passo K o u b a - m e Si A

canto, farpa

N o s E u E

toda silva

de

no

u m a

astros—laivos encontro,

entre

U m

a

elles

anjo,

a l e g r i a . . . e s p a ç o ironia.

de

q u a n d o

s a n g u e os

perpassa,

torvo o

olho, e x a n g u e ,

s o b r ' o l h o . . .

O u t r o

anjo,

A t r a z

s e g u i r e m ,

E

m o r t o s ,

b r a ç o s

N u m

gesto

a

A s

fibras

L y r a

d e

todas

u m

nesse

dos

s o n h o s . . .

estrellas e

logo

ellas,

u m

e

fatuo

fogo.

r e m o r d e

peito

n u m u l t i m o

Q u e b r a - t e

cortejo,

á s

m o r d e

e u , v e j o

tristonhos,

supplice,

l u z d e

— D u v i d a ,

o u t r o

os anjos

ergo

A p a g a m - s e G o m o

mais

nesse

P a s s a m - m e

Os

e

e x h a u s t o ;

accorde, holocausto.

/

N O

P a r a

traz p a s s a m

Valles, D e

Veloz,



inverso

q u a l

n a

V i n d o

troncos,

m o n t a n h a s ,

r u m o

T a l ,

nada,

p a r a

a

de

e m

p a r a

m o r t e

o

rios,

vae

t r e m

m o n s t r o

e x i s t ê n c i a ,

d o

t u d o

ao

E n t e n d e m o s q u e

M a s

T R E M

passando,

q u e

foge,

invisíveis

r á p i d a n a d a

a n d a m o s

os

mattas,

passos

u r r a n d o ,

p a t a s . . .

corrida, v a m o s : p a r a

a

vida,

desandamos,

P O E M A

D a

carne

D o

t e u

O Os

rosada

c o r p o

prazer

D A

e

do

b r a n c a

p r i m o r o s o

fervido

arrepios

C A R N E

a r r a n c a

g o s o . . .

Como um par de negras cobras, L a m b e m - t e Q u e

h a

o

m u i t o

P r e n d e r a m - m e

dorso t e m p o as

u m a s e m

trancas, m i l

dobras

e s p e r a n ç a s .

IOO

Tuas

calidas

narinas

A r f a m — q u a n d o , C o m o

folhas

R o l a m - t e

de

os

L a t e j a m - t e O

delírio

Aflora

as

luz

de

A

s e n s a ç ã o

se

mais

frasco

T u a

pelle

cheio

atroz

e

b o c c a . . .

todo

m o d o crentes.

fugace

roseas

pomas,

destampasse de

aromas.

povoada

i n n u m e r a v e i s

T r e m e Á

as

louca,

sentes

olhos

a l g u é m

U m

D e

fontes; t u

teus

P e r f u m a - t e C o m o

da

estranho

Á

e

cravinas,

beijos

que

de

ardente

desejos

retrahe-se p r e s s ã o

de

irritada m e u s

beijos.

Quebra-te a voz na garganta A

titilação

Que O

excita,

corpo,

nervosa, que

Laís

te

q u e b r a n t a

formosa.

T e u s

b r a ç o s

C i n g e m - m e I m p e r a m G o m o

u m

c o m o

c a d ê a s

s e m p r e . . .

sobre

as

rei sobre

os

sentidos

idéas, os

vencidos.

( O R T E G A

Calar-me Q u e —

a

a i n d a . . .

a l m a ,

D a q u e l l a

D o u d o

e

D E

n a

A

P A R R A )

n ã o ! Partido

apparencia,

c a l m a

vivaz,

L

o

m e

cobria,

indifferente e

rebenta

o

m e u

gelo,

fria, anhelo.

Eu deixo agora espedaçado o sêllo Q u e J á A o

ao

lábio

n ã o

posso

calar

q u e

c é o . . .

ver

o

m e

d e i x o u a

d ò r eu

a

h y p o c r i s i a : s o m b r i a

tenho

de

perdei

O

c é o do

N a Si

terra eu

teu a m o r !

Q u e

encontrarei,

n ã o posso

nova

a l m a

apagar-te

gloria

querida, d a

m e m ó r i a !

Si nem ao menos posso, na partida, Dos

teus

Q u e

é

a

a m o r e s

m a l d i z e r a

historia infeliz

d a

historia,

m i n h a

vida?

R O S A S

D E

I N V E R N O

...Son I

cniiti che pensai m a che non

Le parolc d'amor

che n o n te

quelli scrissi,

disse.

STECCHETTT.

«

O

i n v e r n o ,

T o d o

o

folha a

a r v o r e d o :

A m a r g u r a d a , N o

r e p o u s o

has final,

folha, irá e de

sob

a

despindo

terra,

encontrar

m e u

c o r a ç ã o .

e n t ã o , d o r m i n d o ,

F e s t õ e s Nessa

e m

nevosa

Q u a n d o O n d e

flòr e

has

de

frigida

fores saber

d o r m e ,

colher,

onde

entanto,

e s t a ç ã o ,

ao jaz

no

C a m p o m e u

Santo,

c o r a ç ã o .

O segredo de amor que te occultava, Desfeito e m S ó

nesse

Depois

de

dia

rosas, has

b r o t a r á

de

saber

apodrecido

o

do que

c h ã o : a m a v a . . .

c o r a ç ã o .

D I A S

Felizes, Dois E m

c o m o m e

q u e

N ã o

m e

f o r a m

f o r a m o

F E L I Z E S

os

os

dias,

m o r c e g o

s u g o u

ao

teus

dias

dois

das

somente,

h y p o c o n d r i a s

c o r p o

o

sangue

ardente.

Foram os teus — manhan resplandecente D e —

folguedos, auroras Os

m e u s ,

s ó noites,

Atravessadas

d e

de

alegrias,

p a v o r o s a m e n t e

s e m s a b o r i a s . . .

io8

Eis

para

— U m , —

O

m i m

os

f o i ao

Foi outro

dias

vèr-te ao

Q u e

o

a m o r

o

pela

vêr-te

p r i m e i r o d e i x o u - m e Levou-m'as

m u i

a

vez

p r i m e i r a ,

derradeira

á r d u a s

segundo;

nos

felizes:

foi u m

de

vez.

r a í z e s ; m a n e i r a

lyrico

entremez.

S E M P E R

A

vê-la

Noite D o

dia

e

dia

n ã o h o u v e

e

feio

noite

a c o s t u m a d o , e m

i n v e r n o e m b o r a

Chorasse,

e m b o r a

a

q u e

a

n ã o

o v e n t o

p r i m a v e r a

visse,

irado risse.

De flores se esmaltasse embora o prado O u

de

alva

neve

o

m o n t e

a

caricia de

Delia

eu

t i n h a —

Delia

eu

t i n h a — u m

se

sorriso

cobrisse, u m de

agrado,

m e i g u i c e .

I IO

O

travôr

N u n c a S e m p r e

a m a r i s s i m o

senti

c o m

cantei

u m

do

ella; duo

pranto

mas de

c o m

ella

ventura.

Eu não sei como foi p'ra amal-a tanto... Mas E u

si isto foi l o u c u r a , — e u adoro,

eu

b e m digo

esta

quero

tel-a,

loucura.

( A .

T

R

U

E

B

A

)

I

Cri, cri, cri, cantam os grillos, Rra, Cò,

rra,

c a n t a m

c ò , r ô , c ò , canta

C o m o

o

— Mas, —

rra,

« B e m

c l a r i m q u e

d i z e m

h a j a a

A s

estreitas

A s

estrellas

das

nos

as o

r ã s , gallo,

m a n h ã s . q u a n d o

noite,

elles

e n c a n t a m ,

i m m o r t a e s ! »

c a n t a m ? d i z e m ,

— A s s i m Si

eu

perto

Q u e

a

de

a

m o r e n a ,

m i m

luz da

N e n h u m a Si

digo,

m a n h a

falta

luz de

e s t á s ,

m e

teus

Pois,

para

eu

Élles

s ó , e n a d a

serena faz,

olhos

ver,

t e n h o ;

b a s t a m

elles,

m a i s .

II

D e b a i x o

das

n u v e n s

N ã o

saias,

ó

•Que

m u i t o

b e m ,

E u

m e

C o m o N ã o E

encontro estou

m e

é

apalpo,

D e b a i x o

a

ó

ó

•Que

roseo

p u d o r

Ó

N ã o ; S e u

l u a

nas

p u d o r

lua, si para

de

delia. amores,

luz de

n a d a ;

apalpa,

a m a d a !

n u v e n s

saias,

de

escuras,

j u n t o

l u a

N ã o

Pois

á s

cego —

das

A c c e n d e r

bella,

cego

serve

si q u e m

E u

lua

fica

fica,

bella, n ã o

faces

q u e r o

delia;

m o r r e r i a ,

apparecesses... eu

olhar m e

ver,

si

quiz?sse,

bastaria.

I I I

Q u a n t o G o m o A s

eu

se

Q u e

o

b o a

l á

P o r é m , S ã o A q u i S ã o E

seio,

lábio,

á s

escuras!

v i d a

nos

n ã o

passaria,

e

p ó l o s

de

u m

m e t a d e

ao

pólo,

é

a n n o

d i a ! . . .

m o r e n a . - .

n ã o ; m e l h o r é

lá de

gêlo

s ã o de a q u i

as

olhar

a

e

estranha,

fogo;

m u l h e r nos nos

H e s p a n h

mulheres,

c h a m m a

p ó l v o r a

si u m a

U m

m o r e n a !

venturas, teu

m e t a d e

noite,

V a m o s

no

teu

C o m t i g o Pois

quero,

g o s a m

escuras,

Sobre

É

te

olha,

q u e i m a

l o g o . . .

I V

Moreninha de meus olhos, V e m J á

j á

r e p o n t a n d o

c a n t a m

os

Pelas c a m p i n a s

a

aurora,

passarinhos a f ó r a ,

.lá

o s a c h r i s t à o

Din,

da

d i n , d i n , d i n , toca

Aurora, Aves,

a p a g a

calae

Mas,

os

o

As

aves

c a n t a m

Pelas Din,

da

a i ! m o r e n a ,

azul

corre

da os

aurora, seus

a casa,

para

Portas,

Que

pois,

alongar

a

janellas

Fechemos

a

h y m n o s

afora,

d i n , d i n , soam

Para

raios,

t o r r e . . .

j á

clarão

c a m p i n a s

sinos..

h y m n o s , .

desce

N o

os

teus

esses

Sachristào,

E,

aldeia,

os

v o l t e m o s ; noite,

fechemos,

casa

t o d a . . .

i m p o r t a ! assim

Para

m i m — s ã o

P a r a

ti— o

sinos.

os

m e u

m e s m o teus

v e j o . .

olhos,

desejo.

V

Cri,

cri, cri, c a n t a m

Rra, Cô,

rra,

c a n t a m

c ô , rò, cò, canta

C o m o

o clarim

— Mas, —

rra,

« B e m

que

das

d i z e m

haja

os

grillos,

as o

r ã s ,

gallo,

m a n h ã s . q u a n d o

noite, elles

c a n t a m d i z e m ,

A s

estrellas

nos

A s

estrellas

i m m o r t a e s ! »

A s s i m Si

eu

perto

Q u e

a

digo, de

luz

N e n h u m a Si

a

luz

encantam,

de

morena,

m i m

da

e s t á s ,

m a n h a

falta teus

Pois,

para

eu

Elles

só, e

n a d a

m e

serena faz,

olhos

ver,

tenho;

b a s t a m

mais.

elles,

A r r i m a d o N a

pupilla

Olhos D á

a

nos

mais

u m s e m

céos,

luz e

O

C E G O

b o r d ã o ,

c a m i n h a

luz, a

l a g r i m a

p o r é m ,

mais

a

c é g o . . .

Á s

vezes>

scintilla,

c h o r a n d o

v i d a

o

os

a p a g a d a

seus

revezes,.

pupilla.

Pára, si escuta alguém approximar-se... a esmola Pede; D o r m e De

e

lá vae ao

m a n h ã ,

depois

relento; e ao

c a n t a r

tacteando

se

ergue,

das

aves

os

c a m i n h o s ;

e m p u n h a n d o sobre

os

a

sacola^

ninhos.

n 8

Cego

infeliz!

U m a

restea



É

que

Q u a n d o

a

O a m o r de

lhe

fogo á s

Miséria,

n ã o atirou

trevas

tendo

fere, estrangula

a

d a

m ã o

u m a

n u n c a

cegueira: á s p e r a ,

e x i s t ê n c i a

adunca, inteira.

P É R O L A S

P é r o l a s C h o v e r Os

s ó , e m

P o r q u e

seus

seu

n u m

pena,

a m a r g o por

pranto,

encanto,

claro azul

rasgados,

p e i t o , — m e l i n d r o s o

sentimentos

T e m

de

p o d i a m , c o m o

olhos

De

vez

F A L S A S

e

nobres,

se

abre,

cofre

delicados,

q u a n d o

a

gente

soffre.

Soffre, e não menos do que nós... Comtudo N o

seu

a m o r ,

I l l u d i u - m e O u a n d o — Se

E m

q u e

esconde,

longo

Julguei saber

n e n h u m a

cada

f o i m e u

cousa

c o r a ç ã o q u a l

no

e n t ã o

s e m p r e seu

de

se

estudo, sobra,

sabia:

u m a

d o b r a

m ' e s c o n d i a . . .

I 20

M a s

fingida

Naquelles S i m ,

olhos

tanta

sua

G o m o

mascarando

a l m a

nos

verdade

m a g u a

arrasados

arrasados d'agua

M e n t i a m , D e

seria

aquelles u m

Í n t i m o s

— o

que

d'agua

?

olhos

sentimento, refolhos,

era

f i n g i m e n t o !

De lagrimas de amor se marejavam, Q u a n d o

n e n h u m

— É

que

nao

Que

do

Aos

olhos

M a s

s i m

seu

a m o r

foi de

sequer

p é r o l a s

peito,— cofre vinha, c o m o

as

falsas

o

p r a n t o

melindroso,

por

p é r o l a s

m o s t r a v a m !

encanto: do

g o s o . . .

I D Y L L I O S

V a m o s

ao

Estrada E x h a l a U m

b o s q u e . . .

larga e a

verde

quero

D a

r a m a r i a a b i

Q u e

giesta

deitar-me m a i s

d o r m i r

esta

sinuosa

fresco effluvio de

E u

E

Por

á

r o s a . . .

s o m b r a

alta,

sobre

a

o o r v a l h o l í m p i d o

a l f o m b r a esmalta.

Eu

giso

de

N a

tela

da

ha

m u i t o

t u , gloria

S e r á s

m e u

isso

Colher Para

a

tuas

N o

atelier

T e n h o

Das

de

tinta

u m a s

dos mais

Cheio

de

n e v e . . .

N a t u r e z a

das

palhetas,

singeleza, b o r b o l e t a s . . .

d e s c r i p ç ã o

Q u e

de

c o m

N a

A z u l

leve

ricas

d e b u x a r

V a m o s . . .

flores

p r i m o r e s

p ô r todo

teus

guia.

das

mais

os

A o

Dos

m e u

venho

da

azas

Hei

eu

faces

Cortadas,

s u p r e m a !

b r a ç o ,

pintar

De

p o e m a

phantasia,

O n d e

Por

u m

os

o

cuidado,

sonetos, do

o n d u l a d o

contornos

correctos!

C o n t e m p l a c é u s

o

setineo

luminosos,

parece prazios

u m

escrinio

custosos...

Envolve-te A

o

rosto

pallidez das

C o m o

da

N ã o

as

Rosem-te

A s

estes

lábios

n a s c e m de

camelias.

que

os

rosas

encanto

alvas

t a r d a r á

Pois

Ophelias,

lua ao

B r i l h a m

santo

e

nestes

ares

a

fronte,

logares

Anacreonte.

Ensopa-te em luz; o dia E s c a m p o ,

l i m p o

e

Leva-te

n e g r a

a p a t h i a

Nas

a

azas

leves

de

radioso,

u m

goso.

•.

Quando meu beijo humedece A

t u a

O

sol, coitado!

Q u e

bocca

m e

v e r m e l h a , parece

c o n t e m p l a

d'esguelha

Bem como um velho ciumento D e

r a i v a i n f l a m m a - s e

E

agita

m a i s

A

c a b e l l e i r a cie

logo,

t r u c u l e n t o f o g o . . .

124

V e r d e j a

ao

O n d e

m o r a s . . .

t u

Janella

longe

vê-se

L o n g í n q u a ,

N ã o

e

Q u e

c o m

n ú a .

noitadas quantos

doiradas

os

E n t r e m o s

os

t u a

nas

c r e n ç a s

fora o

Escuta: Nos

alli,

p e r f u m a s t e

V a m o s !

D e

c a m p i n a

frio inverno,

Sonhos

collina

virente e

L e m b r a s - t e ? De

a

a

m e u s

na

cantos?!

m a t t a ,

calor

f u s t i g a . . .

veios

de

c h a m a m

á

prata

s o m b r a

a m i g a .

Olha: aquella ave palreira, Poisada

nuns

Junto

da

Canta

u m

vasta

r a m o s

clareira,

idyllio de

Ar *•

toscos,

*•

M o s k o s .

E u A

c o n d u z o aljava

C o m Se

de

que,

tiracollo

r i m a s

n a

O

E m De

tuas

a

seguir

D a

tribu

De

insectos

c ô r v o ,

p e r f u m e

de

absorvo

m i n h a

v ô o s

alegre

flexas,

madeixas.

m u s a os

Apollo,

estas

negras

Alegra-se E m

este

tédio — c o m o

de

T h e s o u r o .

pois,

q u a n t o

d'ouro

terra

locupleta o

M a t e m o s , —

a

e

francos d a m n i n h a

elyctros

brancos.

Com finas azas d'estrellas, As

tuas

doiradas



C o m o

R e g i õ e s

scismas,

elles— r e v ô a m d'encantados

pelas prismas.

No fervet opus dos ninhos A

t u r b a

O u v e :

d'aves

c o m o

D ã o - n o s

os

p e r p a s s a . . . passarinhos

concertos

de

g r a ç a . . .

Para

e s p a n c a r - m e

T r i n a Canta! Uns

t a m b é m q u e

duettinos

o

c o m o

v i b r e m

c a n ç a ç o as

no

suaves!

aves.. e s p a ç o

O

N a

Grécia,

Esse Que O

N a

B A S I L I S C O

outr'ora,

e s t r a n h í s s i m o repassava

V i n h a

o

A q u e l l e M o r r i a

d r a g ã o

de

u m a

setta

m u i t a

vez,

c a l m o

P o r é m ,

olhar

d a n d o

lhe

c o n v u l s õ e s ,

a de

lenda

conta)

pequeno,

m o r t a l

v i a j o r . . .

e m

(a

de

o l h a r , — q u a l

estrada,

havia

v e n e n o a

hervada

e

ponta.

sereno,

v i c t i m a

t o n t a !

m o r t e

p r o m p t a ,

angustias

pleno.

128

A s s i m , N o

u m

m e u

Ferir;

e

dia,

e m

olhar

u m

desse

dia

que lindo

passava, olhar

m e

e m veio

angustioso,

Artéria a artéria, o sangue me percorre: M e u

c o r a ç ã o

de

a m o r

anceia

e

Desses olhos

ao

fogo

venenoso.

m o r r e

cheio

D U A S

A U R O R A S

(AO

Vago

r u b o r

N u v e n s

do

colora Oriente

Alvacenta-se .Sobre o

o

e s m a i a

a l é m

respaldo

c é o . . .

a

Nas a

m a t i n a l

azul

das

D R .

R U B I Ã O

J Ú N I O R )

ondulantes

estrella

m a t u t i n a .

neblina

m o n t a n h a s

distantes.

Não tarda o sol. No entanto, eil-a entre as flores, antes Do

s o l , — n o

J a r d i m AUi

u m

lábio

afora, lyrio,

a

a q u i a l é m

luz

de

u m a

colhendo as

c a n ç ã o

u m a

violetas

d i v i n a ,

cravina,

fragrantes.

9

J

i3o

Eil-a E A o

o

a c o r d a n d o o

insecto brilha, gesto

virginal

insecto, o e a de

flòr

suas

passaredo,

desperta, m ã o s

e

as

rosas...

a ave

descanta

formosas.

Reponta emfim o sol. Ella, a infantil princeza, S a ú d a

o sol, b e b e n d o

G o m o

u m

v i n h o

o

orvalho

de luz n u m

n u m a

crystal

de

planta, Veneza.

A N A C R E O N T E

(A

V A L E N T I M

M A G A L H Ã E S )

Mar jonio em fóra, á popa da galera Medita Entre

o velho velas

Mastros,

de

dos

festins

p u r p u r a ,

f u l g i n d o a

u m

e sol

sagrados, d o u r a d o s de

p r i m a v e r a .

O manto ás auras solto, a barba austera E

os

L e v a

cabellos u m a

Suspensa

de

e s s ê n c i a s

e b u r n e a ao

peito,

p e r f u m a d o s ,

l y r a , — o s

seus

e

u m

á

m ã o ,

cuidados,

thyrso

de

hera. *

R u m o Y a e

a

de

A t h e n a s

galera

E m q u a n t o

c o m

n'agua

leva.

O

festões os

m a r

frisando

virentes,

corpos

b a l o u ç a n d o ,

Brincam Nereidas, a fitar, curiosas, Anacreonte, Coroado

de

á

p o p a , — a s

p a m p a n o s

e

cans rosas.

luzentes



(

E u

penso

E m N o N ã o

se

E

e m

m i n h a m e u

D

M

m e n t e

reflicta

c h a m m a

Á

m i n h a

A

t u a

q u e

escura

Ú

de

u m a

A o

m a r m o r

F

A

R

e m

e

)

m i n h a

m e n t e , e m b o r a

rosto indifferente p a i x ã o

carinhosa o

sol

a b o b a d a de

latente,

silencio m e

m o r t a

T a m b é m

A t r a v e z ròto

T

vives, douda,

esta

i m a g e m ,

D e s c e . . .

N

t i ; vives e m

tranquillo

A

Ò

u m a

devora.

phantasia e u m

pura, raio

envia,

s o m b r i a , sepultura.

*34

Parado, Jaz E

o

inerte,

m e u

vibra, e

Quando, A

estupor

c o r a ç ã o , ullula

entre

melodia

no

de

mas

u m

o

p r o f u n d o

nelle

grito

e c h ô a ,

m o r i b u n d o ,

v ã o estrepito

teu

n o m e

do

m u n d o

s ô a . . .

Sem lucta, sem trabalho, sem tormento, S e m

agitar-me

S e m

proferir u m

Conto A s

da

longas

noite

e m

s ó , u m

as

horas

cego

horas,

e m

que

frenesi, leve lento penso

accento, e

lento, e m

t i .

* E S T E E L L A

Se E

a l g u m a e m

estrella

ao

m e i o

differentes c é o s

c a d a

E r r a b u n d o , O r b i t a

M O R I B U N D A

nostálgico,

n o v a

a

descrever

se

se

partisse,

p e d a ç o , visse

no

e s p a ç o ;

E mais e mais se lhe tornando escasso O

b r i l h o , —

m é s t o

S a u d a d e

m u t u a

A t é

e m

que,

luz

e

do

livido, p a r t i d o

sangrando,

sentisse laço, se

e x t i n g u i s s e . . .

136

Se

tal exicio

acontecesse

N o

c é o , q u e estrella

D a

pobre

estrella

o

a m i g a

acaso prantearia

miserando

caso?

—Também se parte um coração amado.. Mas, A h !

c o m o

a

estrella

m o r r e

o

c o r a ç ã o

m o r i b u n d a

e

fria,

d e s p e d a ç a d o !

N U M

O

m i m o

Sorriso

O

ideal daquelle casto

Sensual e b a n o

« A T E L I E R »

c o m o

a

luz, a

porejando-lhe da

c o m a

olhar,

d a

aquelle

vida

pelle,

desprendida;

O seio turturino, branco e imbelle, Q u e

á

l o n g a

E m b o r a A

veia

sesta

a

repoisar

nelle arfando azul

da

p o m a

se

convida,

m o d e l e

e n t u m e c i d a ;

A Os

fronte eburnea, p r i m o r e s

Essa

risonha

lyrial,

sublimes e

doce

de

perfeita. que

é

creatura;

Tudo pintaste, artista... e conseguiste Resuscitar A

tua

nessa

a m a d a

que

ideal já

p i n t u r a

n ã o

existe.

feita

S A U D A D E

N ' a l m a ,

c o m o

Seu

doce

Que

os

G o m o

os

ais

C o m o

u m

o

m e

de

e n l a ç a v a

u m a

sol,

(e

aos

cahia,

n a

u m

p é s o

e

de

h a r m o n i a , allegro.

esphera,

esplendores,

feliz que d a

entorpecia,

brilhante

crystallina

leque e n t ã o

negro,

l a n g u i d a

de

noivo gentil

P u n h a - l h e

m e

f u l g i d a m e n t e

c u r v o

m a n h ã o

allivio,

á s vezes,

E m q u a n t o

P e l a

olhar

nervos

Cortada,

A b r i a

u m

eu

era!)

p r i m a v e r a ,

m e u

botcquet

de

flores.

140

E

c o m

a

vista, de

Nas

ancias

Por

entre

E u

a

v i a . . .

U m a s

N o

de

as

T u d o

o

a l l i . . .

Era

que

sei

o

bella,

Pois

que,

C o m

duas

Á

suas

á

das

mas

mais

fugindo, m ã o s

na

m u i t a s

Q u a n d o

olhava

arvores u m

s e i . . . lábios

eu

entre

Achegava-se de

A b o b a d a

a

pavor,

se

na

rolava a l g u m a

lhe

d i z i a m .

pedia

u m e

l e d a ! *.

tapava

sacada,

os

astros,

beijo,

brava,

p e j o . . .

na

m i m , e,

oh ! tarde

risonha

de

azul

segreda

tornava,

lhe

vezes,

c a b i a m ,

c o r a ç ã o

alvissimas

no

volta

alameda,

b e l l a se

terra,

e m

m a c i o . . .

n e m

m e u s

solta,

p e s c o ç o

tarde,

a m a d a

que

e

seu

faces rubidas

noite,

T r e m i a

desvario,

p ê e e g o

sombras

Si, joelho e m

A s

do

u m a

disse...

N e m

revolta,

fòfa cabelleira

j a r d i m ,

L h e

amoroso

felpas de

O n d e

p a i x õ e s

ella

descorada, estrellada estrella...

Depois,

c o m o

Daquelle E

m e d o

longos

Riso

Aos

ria-se

nas

Q u e

eu

todos,

Pela

Si,

de

a

leve

E u

p r e m i a ,

Ella

A s

c u r v a

passou eu,

Vejo u m

de

vestido

camelia, no j a r d i m ,

colhido;

incendido,

de a

u m a

n u m

a n d o r i n h a ,

contacto

cintura, sua

m ã o

na

m í n i m a s

m i n h a .

de

olhos,

longe,

c o m o

u m

olhar

t u d o

b r a n d o ,

q u a n d o

m e u s

que

Ophelia!

w a l s a n d o

ante

t a m b é m m e u

do

musica,

circumstancias

M a s

A

u m a

c o m o

apertava

T u d o

ia,

anhelito

á

Voava,

doce

esse

c h a m a v a m : — l i n d a

Chopin

lhe

d'interesse,

i m m e n s i d a d e . . .

havia,

o

vontade,

fazia

na

levava

c o m

sala,

e

q u a n d o

m e s m o

á

que

serras

d e c ó t e

acontecesse,

cheia

é c h o s

bailes

N o

A

n a d a

a c o m p a n h a v a ,

Os

E

lhe

se

outr'ora, t u d o ;

sonho,

agora

evapora

chorosamente

m u d o . . .

T H E S O U R O

C i r c u m v a g a n d o 0

usurario

Resoluto, Cava,

9 vesgo

u m

medita, depois,

possuido

de

O C C U L T O

e n x a d a

de

terra

u m

olhar, ao

p r i m e i r o

h o m b r o . . .

u m

c o m b r o

t r e m o r

l i g e i r o . . .

Cava... cava inda mais, com desassombro; P o r é m , V e r g a ; E s f o r ç o

é a

v e l h o . . .

Exhausto,

r e s p i r a ç ã o

perde,

n u m

t r e m u l o

de

o

corpo

derradeiro assombro.

inteiro

H 4

M a s

a

c u b i ç a

Ergue, G o m o

a o

lhe

da

e n x a d a d a s o m

cavo

forra; cahe

no

dentro

de

o

b r a ç o c h ã o , u m a

soturna, f u r n a . . .

Fuzila o vesgo olhar, adianta o passo... Enfia E,

e m

as

m ã o s

vez

de

na u m

cova

traiçoeira,

cofre, t i r a . . .

u m a

caveira!

M A R I N H A

(A

R a s g a n d o De

raios

A s c e n d e Dos

c é o s

a

espessa

niveos a á

V I C E N T E

l u a

D E

n e b l i n a

bordada, o p a l i n a

c o n c h a

azulada.

Os rochedos solitários E s f u m a m - s e C o m o De

u m

os

n o

brancos

antigo

horisonte, ossuarios

m a s t h o d o n t e .

C A R V A L H O )

E m A

c o n v u l s ã o

glauca

G o m o O

se

esteira

c o m

alcyones

M a l

se

das

a l g u é m

oceano

As

estreméfce ondas,

revolvesse

m u i t a s

e m

sondas.

bando

v i s l u m b r a m nos

ares,

Corno

emigrantes —

buscando

O u t r o

clima,

l u g a r e s . . .

T a l A o loa

c o m o longe o

Que

u m u m

velame o

outros

vento

m o n s t r o n a v i o de

m a r i n h o ,

errante

linho

e n f u n a

arquejante.

Sobre o curvo tombadilho Canta N u m A s

a alegre

m a r i n h a g e m ,

languoroso

aventuras

de

modilho, viagem.

O brilho das ardentias Sobre

as

C o m o

a

D e

á g u a s luz

a l g u m a

das

p h o s p h o r è a , pedrarias

occulta

sereia.

Dos c é o s nas a m p l a s veredas • Os astros v ã o e m e r g i n d o , Gomo um punhado de moedas Que a lua vae espargindo...

J U L I A

Se

a

C o m o

languidez u m

Afflue-lhe

que

o

a m o r

e s p u m e o

e

delicioso

aos

Scintillação

olhos

suave

n u m a

de

n ' a l m a

lhe

entorna,

v i n h o ,

doce

e

m o r n a

c a r i n h o .

Se a volúpia lhe cinge o corpo e torna O

lábio

e m

Vendo-se A

maciez

fogo,

e n t ã o

a

nas

r o u p a

e m

carnes

d u l c i s s i m a do

desalinho,

que

a m a d o r n a

a r m i n h o . . .

x

'5°

Aia-se U m a

a

m i n h a

ave,

Revoa

á

e m

phantasia,

luz

torno

as de

c o m o

p l u m u l a s u m

iriando,

d o u r a d o

p o m o ;

E, emquanto o seio vae-lhe contorneando, Os

m e u s

U r r a m

desejos férvidos

nos

ares,

c o m o

que

leões,

eu e m

d o m o , b a n d o . . .

S O L

A/.as t ã o a m p l a s Me

pareceu

0

m u n d o

E

u m

d e u - m e

estreito,

e n t ã o

m u n d o ,

e

E X T I N C T O

e

o

deixei, u m

o

seu

a m ô r ,

que

c é o , t a m b é m d e i x e i o

c é o criei,

c é o

mas

o

m u n d o

estreito:

p r o f u n d o ,

dentro

do

m e u

Fiz de minh'alma o céo, e alegre, satisfeito, Nelía Que

atirei sobre

Jorrando

u m o

a

s o l , — o

seu

a m ô r

c o r a ç ã o , — m u n d o

luz, o

fez

de

d'impulsos

j o c u n d o , trevas bons

feito,

fecundo.

peito

'52

A i n d a

m a i s :

— T ã o

bellas

E

sobre

povoei aquelle illusões,

aquelle

c é o

a s p i r a ç õ e s

m u n d o

e r g u i

d'estrellas, t ã o

bellas,—

castellos

d ' o u r o . . .

Doudo! Extinguiu-se logo o amor immorredoum; E

no

R o l a

m e u u m

peito,

a g o r a , — e s p a ç o

exctincto sol sobre

u m

i n a n i m a d o , — m u n d o

gelado.

V E N T U R A

Esse

q u e

a

sorte,

n u m

tufão

L e v a r - l h e v i u os

sentimentos

Maldiga

a

e m b o r a

Tranquilla

c o m o

vida

o

seio

q u e

de

neve,

magos, n ã o

azul dos

teve l a g o s . . .

Sempre, a teus pés, corra-me a vida em leve E n c a n t o ,

e m

A o

casto

olòr

D e

teu

olhar

vivo

anceio,

dessa aos

e m

m ã o s i n h a

tepidos

sonhos breve,

afagos.

vagos,

154

X

altna

Que

eu

n ã o tens

u m

n ã o possa,

Grvstallisar

e m

s ó dos

no

doce

teus

fogo de

desejos,

m e u s

beijos,

r e a l i d a d e . . .

Passemos,' pois, sobre este escuro sólo, E u — c o m o Cantando

u m e

guia,

r i n d o

t u — c o m o

nesta

nossa

u m

consolo,

edade.

O

A

bella

c ò r

V E S T I D O

azul

Cheio

de

Eleva

o

A

c é o ignoto

u m

rendas, m e u

do

A Z U L

teu

de

vestido,

brocados

espirito

cheio,

vencido

n u m

continuo

anceio.

líeceio a queda, a eommoção receio, Q u a n d o X a A

c o n t e m p l o ,

c u r v a t u r a bella

e m

h a r m ô n i c a

c ô r azul

do

teu

ê x t a s e do

embebido,

seio,

vestido.

E

v e m - m e

a

Á

m a r g e m

d u m a

Por

onde

á

i d é a

u m a

feliz

p l á c i d a

noite a

m o r a d a ,

Jagôa,

g o n d o l a

e n c a n t a d a

Nos levasse a sorrir, boiando á toa, E u — te

beijando

T u — desferindo

a

c o m a

u m a

desnastrada,

saudosa

l ò a . . .

D U A S

Estavas, U m

livro,

Leve, Eu

do

q u a n d o e

m e

n'elle

o u v i d o

segredei-te T u

acheguei, f o l h e a n d o

p u n h a s

á

c o n c h a

u m a

m e

P H A S E S

a

a t t e n ç ã o :

delicada

p a l a v r a

a m a d a . . .

d i s s e s t e : — N ã o .

Tres semanas depois, voltando, achei-te E m

r o u p ã o ,

a

passear,

A p p r o x i m e i - r n e , A

m e s m a

cousa T u

m e

e

no

v i q u e

teu

j a r d i m :

estavas

triste;

disse-te — s o r r i s t e . . . disseste: — S i m .

15»

D o

m e u

passado,

C a h e - m e , E

a

m i m

((Qual

de

ó

flòr,

sob este

p e r g u n t o , n ó s a m b o s O

m a i s

e

os

olhos,

caso a

hoje,

o r i g i n a l . . .

t i , m i n h a

foi o

m a i s

constante,

e x - a m a n t e : constante,

q u a l ? »

O L H A R

N a

a l m a ,

p o r

D a

sorte,

c o m o

M i n h a Ó

doce

bíblia e

entre

as

u m

de

a m a d o

D E

M Ã E

coleras

salutar

luz,

m e u

olhar,

funestas

conselho, evangelho,

i n d a

m e

restas.

Como um crystal de virginaes arestas Sobre —

L u z

u m

golphao

voraginoso

do

sagrado

altar

A c l a r a n d o - m e

a

vida,

a

onde paz

e m e

m e

velho, ajoelho, prestas...

N ã o

creio

E m

t i , de

Que

a

e m

D e u s

b ê n ç ã o s

santa

a l g u m ; e

religião

e n t a n t o

d o ç u r a s do

b e m

e u

creio

cheio, m e

ensinas.

o l h a r , — l u a r

saudoso,

Si um dia o fado o coração ruinoso F i z e r - m e , — ó Chorando,

casto

alveja as

pedras

das

r u i n a s . . .

A

M A S C A R A

(A

C O R T E

Depois de amal-a, eu tenho de esquecel-a, D i s s i m u l a n d o C o m o D o

si o

peito

n u n c a

haver

a m a d o ,

a m o r , — c o n s o l a d o r a

m ' o

tivessem

estrella,

arrancado.

Vèl-a no meu caminho e, desgraçado, D i s s i m u l a r A m a l - a Fingir

n ã o ser

s e m p r e , n a

vida

e

q u e

visto

p o r

s e m p r e , detesto

ella! allucinado,

v ê l - a !

B R I L H O )



Collada A

ao

p l ú m b e a

A r d e

entre

rosto a

m a s c a r a

m a s c a r a n ó s o

da

i m p a s s í v e l ,

indifferença,

inferno

do

i m p o s s í v e l .

Ainda assim viver por longos annos E u

quizera,— vivendo,

De

desenganos

sobre

nesta

c r e n ç a ,

d e s e n g a n o s . . .

V I O L E T A S

(A

Tonitruoso, O

raio;

o

Despeje

a

D o

n'amplidao

c é o d'escuras c h u v a , — a

valle caia,

e

P R A D O )

estale nuvens

c h u v a

i n u n d e

P A U L O

no

todo

o

cheio entre-Seio valle.

O temporal a tudo num bloqueio Ponha,

rouco,

Q u ' i m p o r t a ! C o m o

á

noite

estou raz,

N a d a ,

c o m o

nesta

beijar-se

vida,

u m

u m

t i m b a l e :

vale

m o r n o

seio...

IÒ4

Á m a n h ã , D a m a

ao

j a r d i m ,

formosa,

— Tuas

roxas

q u a n d o

olhar

as

violetas

t u

tuas

fores,

flores,

feiticeiras,

Nenhuma encontradas, chorosa... Entanto N o s As

teus

olhos

violetas

verei,

gentis

cheias

cie u m a s

de

pranto,

olheiras!

E S C R E V E ! .

.

.

(A

A L F R E D O

P U J O L )

•. .Pois imagina então que ella, pensando E m

t i , c o m o

(Só

p o r q u e

M a s

afinal

t u t u

pensas n ã o lhe

nella,

agora

escreveste)

desculpa-te,

chora,

c h o r a n d o . . ,

Espera mais um dia... Hora a hora, Passa O

u m a

r e l ó g i o . . .

M a l

se

noite, por

pavida,

fitando

f i m ergue-se,

v i s l u m b r a no

levante

a

q u a n d o aurora.

A b r e N o %

a janella.—Canta-lhe

seio,

L u z

que

c o m o

os

jaspeia

p á s s a r o s o

c é o . . .

a

e s p e r a n ç a

á

m a n s a

Mas

afinal

Não lhe escreveste, bárbaro, uma linha. E

ella,

pensando

E s p e r a . . .

q u e

(Vê que

t ú

essa

carta

fizeste

v i n h a ,

m a l . . . )

O

Ia

do

L e v e

m a r o

B E I T O

na

batei

superfície

O N D A

u m

d e i x a n d o . . .

Gantava

á

E

plaino azul

c a l m o

D A

p r ô a ,

t e n d o

e m

do

0

friso bateleiro

frente

m a r

o

liso

fagueiro.

De espaço a espaço vinha-lhe um sorriso Á

flôr

Tlevia

do

l á b i o . . . — É

n ' a l m a

' O " p a r a í s o

de

que

elle,

prazenteiro

u m

vago

p a r a í s o ,

u m

a m o r

p r i m e i r o . . .

i68

Cantava,

solto

Rompe-se, Nas

o

r e m o . . .

e m p o l a

á g u a s . . .

o

S ú b i t o

m a r , o

Nisto

a

silva a

batei

vela procella

n a u f r a g a . . .

E o bateleiro, em ancias delirando, Cuida O

a

r e g a ç o

noiva

gentil beijar,—

e s p u m o s o

d u m a

beijando

v a g a . . .

O

R E L Ó G I O .

(A

Disse-me: — « P o u s a Do

m e u

seio,

B a t e . - , e

bate,

« O

m e

T u d o

o

que

Doce

illusão

N a d a

o

o u

e

e

que

o

que

o

o

Q U E I R O Z )

c i m a

r e p r i m a e m

m e

m i n h ' a l m a

n a d a

D E

escuta:

sempre,

realidade

amortece,

m ã o e m

n a d a

alegre,

estimas

P E R E I R A

attento,

s e m p r e

t o r n a

A .

tua

depois,

n ã o ouves?

Existe,

que

e

a

J.

l u c t a . . .

enlucta, estima,

bruta, desanima.

»

i ; o

E

sobre

A

m i n h a

Puz-nie

aquelle m ã o a

seio,

pousei;

escutar-lhe

casto

e

branco,

tranquillo o

c o r a ç ã o

e

f r a n c o ,

b a t e r . . .

Ma tanto tempo que isto foi... Agora, C o m o O

u m

c o r a ç ã o

relógio p a r o u

que

n ã o d á

d'essa

m a i s

m u l h e r .

hora,

A U

D È P A R T

I

B e m

v ê s , senhora, E m

T o m e i

p o r D a

H o j e

e m

u m

c u m p r o

v i r dizer-te

adeus;

isso

u m a

c ô r dos

dia

O u e Seja

eu

olhos

n ã o ha

se

u m

n ã o traje

artista

T r a z e m

farpella

o u

u m a

preta,

teus.

pobre

diabo

assim,

seja a l g u m

farpella,

etiqueta

e m t i m .

n a b a b o

172

N ã o

ha

r a z ã o

para

R a n c o r As

a l g u m

curtas horas F o r a m

Sonhos

que

Mas Pois

E

e m

que

peito

N u m

Esta

L o g o

o

sentimos, U m a

a m o r

b e m ,

illusão

perdida,

a m a r g a ,

cahe;

as

azas

larga

a i . . .

nos

foge,

n ã o volta;

e

a m a n h ã

ou

tristeza

vida,

d e s c r e n ç a

derradeiro

e

n a

t a m b é m .

u m a

alegria juvenil Foge,

r á p i d o s ,

avalanche,

longe

c o m t i g o

m u l h e r .

u m a

chora-se

nosso

p a r a

passei

m a l t r a t a m

vê-se

C o m o E

que

passam,

c o m i g o

sequer,

sonhos,

q u a n d o A h !

levar

atroz.

n ó s hoje,

I I

J á

te

disse A

Mas

ao

que

m i n h a

voltarei? Pensa

A m a n h ã ,

n ã o

n u m

a

S e r á

a u s ê n c i a ,

esta

Estarei O l h a n d o

v i m . . .

e m

navio,

m a r

convez,

m o b i l

v a s t i d ã o a

louca q u e . . .

no

R e b e n t a r

m e u s

pouca

c r ê . . .

c a b e ç a

sei

b e m

e m

fóra,

sonora

p é s .

*

Gomo uma alva oceanitide, minh'alma,

C o m o

Solta

no

e n t ã o

s e r á

Ver-se

e s p u m e o

v é u ,

bello, e m

entre

o

m a r

noite e

o

calma,

c é o !

No oceano vêem-se largos horisontes, N o v o A

v i d a

alli, N o v a s

ar,

n o v a

c o m o

l u z ;

nos

f o r ç a s

altos

produz.

montes,

174

O

corpo

se

A N a d a

nos

a l m a

nos

enche de

tenta,

Das

de

s a ú d e ,

esplendor; n a d a

ondas

ao

nos

illude

r u m o r .

I I I

Eu

n ã o creio N ã o

T e n h o

que

m e

no

tomes

fizeste

entanto

E m

vez

de

isto

a

serio,

m a l ;

agora

u m

ar

funereo,

jovial.

Talvez seja um effeito da sombria Côr Influe

Si

ao

que

m e u

f a t o . . .

a

c ô r

muitas

vezes

na

alegria,

Muitas

vezes

na

dor.

lábio A o

É

do

a

m i n h a

voz,

f a l l a r - t e . . .

u m a U m a

noite

t r e m u l a ,

P e r d ã o ,

destas

c o n s t i p a ç ã o .

eu

sentira

e x p i r a ,

E n c a r a s - m e . . . Isto B e m

sabes A

R i o - m e

m e

luz

do

no

C o m o

te

tanto

interessante

visses

eu

olhos

p e n s a r . . .

apertar-te

q u e

p r a n t o

semblante

chorar:

v é s , senhora,—escravo

m a l

é

gaz.

ler-te

b e m

que

mas

d ó e nos

e r r ô n e o

m e

Quiz F a r á

q u e

m e s m o

penses

o l h o s . . .

a t é p o r

Que

B e m

nos

c r u a

Esse Seria

Talvez

a

etiqueta,

m ã o . . .

r o u b e

r e c o r d a ç ã o ?

da

esta

violeta,

P A G I N A

( A

G e l i d a m e n t e E n t r e Essa O

as p o r

g r a n d e

M E U P A E

b r a n c a

planchas q u e m a m o r

E S C U R A

de

v i

de

J.

D E

O L I V E I R A

outr'ora,

u m

c h o r o u

E.

e

f ú n e b r e a i n d a

m i n h a

a t a ú d e ,

c h o r a

j u v e n t u d e .

Lembra-me até como si fosse agora : Prostrado

e

S u b i t a m e n t e D u r a

e

s ó , nesta

e x i s t ê n c i a

v i - m e á q u e l l a

t r e m e n d a ,

e m

que

rude,

hora, chorar

n ã o

pude.

Q U E I R O Z )

178

A o

longe,

G o m o

o

u m

S o l u ç a v a m

r i o , as

còro

de

de

d ò r

arvores, cytharas nesse

o

vento,

chorosas,

m o m e n t o .

Eu via que ella olhava e não me via; M u r c h a s E

eu,

f i c a r a m do

perdendo-a,

seu

n e m

lábio

as

soube

o

rosas, que

p e r d i a . . .

Á S

V I C T I M A S

V e d e : — o sólo, A s p e r a m e n t e D o n d e

u m a

G e m i d o s

e

D

A

estrugindo,

m u g e m

espessa

nos

se

e m

a b r e . . .

de

s o m b r i o s

p a r o x i s m o s .

De meio a meio fendem-se os rochedos E x p l o s i n d o Que

e m

i n c e n d e i a m

A t e r r o r a n d o

tarantulas os

m a i s

seccos aquelle

Os

abysmos,

n u v e m

ais rebenta

A N D A L U Z I A

de

c h a m m a ,

arvoredos, d r a m a . . .

rios

iSo

T o r v e l i n h a m

as

N u m

tétanico,

esforço

arvores, as

As

avalanches

r o l a m ,

N a

passagem,

milhares

Os

volcões,

c o m o

H o r r i d a m e n t e , u m

F u m o

despejam

p e n d ã o

A l h a m b r a Cercado Fosse

da

Chorar,

esmagando, infelizes.

da

negras

e m

terra, boccas,

Talvez

H e s p a n h a u m

de

golphadas

seus validos

corno

de

phantastico

r u e . . .

de

r a í z e s . . •

válvulas

pelas

G o m o

mostrando,

a

que

guerra,

roucas.

o

Cid, o

guerreiros,

d e p l o r á v e l

phantasma,

sorte

entre

os

Através dessa misera hecatomba, O

povo

exangue,

Desfallece,

delira,

Das

torvas

r u i nas

e m

l a g r i m a s

g e m e no

Forte,

e

e

luto,

t o m b a

silencio

bruto.

salgueiros.-

J a r d i m N ã o

d a

m a i s

Que,

e m

c h o r a noites

A c o r d a v a

Sob A o

os

Aos

E,

no

teus

p ô r do

N e m

a

e m de

leito

teu luar,

a

verdes

sol, n ã o

da

e m

voz

do

Granada,

— M o n u m e n t o s

de

A

e m

m o r t e

F é r r e o s

pobre

canta, tercêtos

de

A n d a l u z i a !

seio

a

de

flòr

serenada,

poesia,

a m a d a . . .

laranjaes

floridos,

m a i s

o

g u i t a r r a solta

sons

a i !

Hespanha,

r u f a

m a i s

p o b r e

g e m i d o s aventureiro.

Gordova p o é t i c a vez

da

pandeiro,

e

Sevilha,

legenda



seguidilha,

t r a g é d i a

horrenda.

N E V E S

És fria c o m o Que

n u m

a

nevoa

sudario

E T E R N A S

alvissima do

envolve

u m

m o n t e ,

rutilo

horisonte.

Nunca sentiste o amôr—essa ave arribadora Abrigar-se

e m

t e u

s e i o — u m

n i n h o

c ô r

d'aurora!

No entanto, és muito bella... arrastas preso ás trancas Muito

sonho

de

a m o r

d o u r a d o

de

e s p e r a n ç a s . . .

Arrastas fascinado aquelle que te olha, Porque

M

u m

sorriso

estranho

e

acerbo

se

desfolha

l

N a

8

4

ponta

do

teu

lábio

ardente

e

p u r p u r i n o ,

Q u e a respirar m u r m u r a u n i som... u m canto... u m

h v m n o . . .

No teu olhar se vê um fluido que electrisa, Que

encanta,

que

seduz,

q u e

a

todos

t a n t a l i s a . . .

O teu perfil nervoso, esbelto, grande e nobre I m p õ e - s e

a

toda

a

gente:

ao

rico,

ao

pária,

ao

pobre.

Tanto attractivo tens nos modos e nos gestos Q u e

r o j a m

aos

teus

p é s ô s h o m e n s

mais

funestos

De uma alma purulenta —uma alma torpe e abjecta Q u e

de

vicios

senis

a

sociedade

infecta.

Mas... passas orgulhosa e fria e indiíTerente, S e m

v ê r q u e

p o r

t i s ó anceia

toda

a

gente.

E tens no grande olhar uns brilhos de cutello, E

no

seio,

t a l v e z . . .

u m

c o r a ç ã o

de

gelo.

R E L Í Q U I A S

Pelas O r a E u

noites

m e i g o , beijo-as E m

m o n ó t o n a s o r a

triste, ora

todas,

seu

do

o h

i n v e r n o , tranquillo,

p e n h o r

sagrado

eterno!

asylo.

Aspiro melancholico e saudoso O

p e r f u m e subtil

Esse

r e s q u í c i o D o s

das

pallido

m e u s

m u r c h a s - f l ò r e s , e

castos

choroso amores.

i?6

A s Por

cartas eu vezes

O n d e

releio-as

u m

su'alma

decorando

p e r í o d o n u m

E x h a l a v a

sentido,

q u e i x u m e

u m

brando,

g e m i d o .

Em meio dumas fitas perfumadas D o

seu

C o m o

retrato eu O

eu vejo o olhar

j á v i nas olhar

paginas

do

sereno,

sagradas

Nazareno.

Illuminá-lhe a bocca breve e rara U m As

sorriso alvas

de

m ã o s

E x c e d e m

a n g é l i c a

d o ç u r a ;

do

m a r m o r

a

brancura.

de

Carrara

Em caracóes deslisa a trança loura N a U m

o n d u l a ç ã o

artistica

ideal e s t e m m a A

sua

do

seio;

sobredoura

fronte e m

m e i o . . .

V E R S O S

Vi-te

b e m

Volver Se

atraz,

outro

Cégo

t a r d e . . .

de

se

norte, p r a n t o

a

eu

s e i . . .

noite

o u t r a e

R O M Â N T I C O S

m e

luz,

dor,

M a s

agora

apavora?

o u t r o

n ã o

c o m o

destino,

descortino?

Se na vereda atroz que se me antolha, R ô t a , Irei — A

suja

de

d e i x a n d o m a i s

p ó , folha a

p o r

flor dos

q u e r i d a

flor

folha,

m e u s

de

amores,

m i n h a s

f l o r e s . . .

T88

D i r á s : — Q u e U m —

sonho

Floreo

i m p o r t a ! — E u

extincto,

n i n h o

a

u m a

boiar

na

c r e i o . . .

illusão j á

que

m o r t a ,

correnteza?

E meus ais, minha dor, minha tristeza? — E m

S i m ,

n a d a

quanto

sentes,

m i n h a s

m e u

gentil

lagrimas

te

verdugo,

e n x u g o . . .

i m p o r t a

D A

P A S T A

H o n t e m , N a

á

solidão

P u l s o u - m e Q u e

pensei

D E

noite,

ao

o

n U n c a

M

L Y R I C O

recordar-me

t r i s t í s s i m a tanto

U

e m

que

c o r a ç ã o m a i s

delia,

vivo,

captivo

poder

eu

v e l - a . . .

Uma lagrima, como lenitivo, O r v a l h o u - m e

o

E u

b r i l h a r no

v i j a m a i s

T u d o

s o r r i u - m e

p a p e l . . .

ao

seu

N e n h u m a azul fulgor

c o m o t ã o

estrella ella: vivo.

Atravez O n d e E u

dessa

ria-se

p u d e

gotta

a

luz,

ver-lhe

a

crystallina, t r e m u l a m e n t e ,

bocca

p u r p u r i n a . . .

E eu, que chorava, agora estou contente, P o r q u e

entrevi

O

ideal

rosto

de

na

l a g r i m a

m i n h a

d i v i n a

a m a d a

ausente.

A

U

M

A c o m p a n h e i Q u e

A

o

m a r c h a v a

C R E A N Ç A

prestito e m

L e v a n d o U m a

funereo

silencio ao

c r e a n ç a — u m

M O R T A

e n o r m e

e

f u n d o ,

c e m i t é r i o

anjo

deste

m u n d o .

Muda e soturna a multidão fitava A q u e l l a —

B o t ã o

L e v a d o

de ao

flòr sopro

flòr de

q u e d a

e m

u m

dia,

sonhos

nortada

abrolhava.

f r i a . . .

E n t e r r a v a m - n a , V i n h a

a

noite dos

C o m o

u m

e n o r m e

c é o s corvo

q u a n d o

azues n a

t o m b a n d o

a m p l i d ã o ;

Emquanto, envolto em sombras de tristeza, N o

lar,

d a

sorte — m i s e r a n d a G e m i a

u m

presa!

c o r a ç ã o . . .

A M O R

Pelos

a b y s m o s

Q u a n d o

fitas

Seguem-te

a

a

concavos

dos

a b o b a d a

estrellada,

a l m a ,

M e d i t a ç ã o — m e u s

ares,

seguem-te fervidos

a

sagrada

s c i s m a r e s . . .

Tua pupilla azul então banhada De

a m o r

V e r t e - m e U m a

sereno

c o m o

o

azul

n ' a l m a t r e m u l a ,

c h u v a

de

l í m p i d o s

dos

mares,

extasiada,

luares.

194

A m o A

a

luz, a m o

estrella,

E u

a m o

a

o

noite,

e m f i m

u m

p á s s a r o , a

a m o

aurora,

deus — a

os

as

flores,

resplendores,

natureza.

Mas o amor que te sagro —é bem mais fundo Que Mais

esse o u t r o

g r a n d e

brilhante, m a i s

a m o r ,

vasto,

é,

mais

c o m

certeza,

p r o f u n d o . . .

O S

Os

a l c h i m i s t a s , — d o u d o s

U m a Á

A L C H I M I S T A S

e s p e r a n ç a

luz dos

O n d e

os

a

a l i m e n t a r

cabalisticos

c a r v õ e s ,

pertinazes,— v i v i a m ,

m a t r a z e s

phantasticos,

a r d i a m . . .

Rasgando á nova sciencia üm novo rumo, A l g u n s N u m a A o

m o r r i a m , a t m o s p h e r a

brilho

c r ú

dos

c o m o

h e r ó e s

t u r g i d a m i n e r a e s

de

valentes, f u m o ,

candentes.

196

Partiam-se

as

Os

soffrendo esses

m í s e r o s

I n d a

retortas

a g u a r d a v a m

o

m u i t a s

vezes:

revezes

f e r m e n t o

d ' o u r o . . .

— Assim trabalho, num fervor insano, Para

f u n d i r

n u m

M e u

ideal — m e u

m o l d e ú n i c o

s o b r e h u m a n o , thesouro.

P A S S E I O

Encosta-te T e m

a

ao

subida

P á r a s . . .

M a s

A o

ri-se

longe

m e u

M A T I N A L

h o m b r o . . .

Í n g r e m e ,

collina

e s c a r p a d a . . .

n ã o v ê s c o m o aos

esta

fogos

d a

a

c a m p i n a

alvorada?

E os astros d'ouro, na cerulea umbella, F o g e m V a m o s ,

do

oriente

c o r a g e m !

C o n t e m p l a r

este

á

luz

que

v a m o s vasto

do

se alto

d e r r a m a ? delia

p a n o r a m a ! . . .

s 198

Envie-nos P a r a

o

sol

dourar-te

P e n d e

c a n g a d a

u m

t ê n u e

raio

a

fronte

que

e

t r e m u l a . . .

e m E

d e s m a i o c h e g a m o s !

Fita naquella viride planura U m a Que

c a s i n h a . . . outr'ora

Pois

i n d a

f o i lá

c r e a n ç a s

(ventura!) nos

a m á m o s !

A

Eil-o j á E

A

v e l h o e

valente

Q u e

U

M

V E T E R A N O

encanecido — o

g u e r r e i r o

corria

da

c o m b a t e r

d'outras

p á t r i a

t e m i v e l

e m c o m o

b r a v o

é r a s ,

desagravo as

f é r a s . . .

Das bastas cans os flocos prateados C o r ò a m - l h e C o m o D a s

a

c a b e ç a

t r o p h e u s

balas

na

de

gloriosa,

louros

floresta

conquistados

estrepitosa.

200

N a s A o

noites p é

Essas

do

frias, ao

fogo o

historias

soprar

b r a v o

dos

conta

t r á g i c a s

da

aos

ventos, centos

g u e r r a . . .

E tremulo de espanto e de enthusiasmo, í)o

ardor

C u i d a

guerreiro

ouvir

u m

no

c l a r i m

febril de

espasmo,

serra

e m

s e r r a . . .

A

T u g i n d o E n c h e Y ó a

o

N o s

v a i o

de

luz

aditos

A o

o n d e r u b r o

cálice

no

d a

o

c o m o

passa s o m

as

dos

a

arcos

m u s i c a

c h y m e r a

m e u s

serpes

de

amores.

hera

vencedores,

t r i u m p h a n t e

d a

p r i m a v e r a flores;

c o m o

azul

m a t t a

A

das

azul,

recorta

A c u r v a m - s e Por

i n v e r n o . . . o

insecto

T a m b é m

P R I M A V E R A

das

a

fera cores.

2()2

T r i n a m

aves

Pendura-se A

v o a n d o

das

p a r a s i t a . . .

e m

r a m a s

E

o

sol

da

d o u d a

festa...

floresta

glorioso,

ufano,

Um punhado de luz no espaço atira... E

c o m o

«Oh!

t r e m e

e

p r i m a v e r a ,

canta gioventú

a

m i n h a

lvra

d e l V a n n o ! »

R U Í N A S

A n t e

u m

Cheias P o r D o

de

entre t e m p o

m o n t ã o

de

m u s g o , as

de

pedras

avaro

r u i n a s

pezarosas,

hervas soltas,

pelas

e n l a ç a d a s despegadas

m ã o s

irosas;

Donde fogem, sinistras, tenebrosas, E m

l o n g o

T o r n a n d o Mais

b a n d o , as

as

m u d a s

desertas,

m a i s

aves

espantadas,

ruinas

desoladas

tristes,

m a i s

saudosas.

204

A n t e Por Do

u m a s o n d e

vento

ruinas

zune o

negras

s a c u d i n d o

sopro

c o m o o

a

noite,

a ç o u t e

l a c r y m o s o e

triste:

Sinto no peito o coração gelado, Pois

m e

l e m b r o q u e

M e u

c o r a ç ã o

a

t u , lyrio

ruinas

adorado,

reduziste.

T a n t a N a A

vez

eu

p r o f u n d a

ouvi, m u d e z

e n c a n t a d o r a

Que

ao

p i a n o

Q u a n d o Ella

o

U m a C o m o

romanza u m

voz

da

noite

cheia

de

desfolhava

m é s t o

d e i x a v a

arrebatado,

l u a r

ouvir,

de

lhe

magestosa, s e n t i m e n t o m u l h e r

prateava

apaixonada,

triste, d a r d o

essa

attento.

u m

luz,

t h r e n o o

a

formosa,

v i d r a ç a ,

inquieta, que

c o r a ç ã o

de

trespassa, u m

poeta.

206

C o m o e u

gostava

e n t ã o ,

attonito,

D e

abrir

o

e

lvrico

Ao

mavioso

H e i n e s o m

ler

o

dessas

surpreso,

I n t e r m e z z o ,

c a n ç õ e s

d i v i n a s . . .

cahia

s o m

E, estranha phantasia! abi julgava insano Que U m a

por

todo

cascata

o

m e u

azul

de

ser

notas

ao

do

c r v s t a l l i n a s . . .

p i a n o

0

m e u

N O

S E R T Ã O

cavallo

i m p a c i e n t e

G a l o p a n d o C a m i n h a E

á

A o

estrada

p r é s t o

m a n s a

Sacode

pela

luz

na da

frente, a l v o r a d a

a

c r i n a

luzente.

perto

collêa

o

Claro,

onduloso,

E

e m

ledo

A

passarada

R o c a - l h è

o

b a n d o

rio, irisante, erradio

inconstante

dorso

m a c i o - . .

N o

peristylo da

A

trepadeira

Cobre

a

Orlada Que

N a

o

e m

verde de

m a t t a c o r y m b o s

c o l u m n a t a ,

estranhos

sol desfia

e n r e d i ç a

da

n i m b o s

e m

cascata.

r a m a g e m

S o p r a m ,

cantando

L u fadas

frescas de

a r a g e m

Que

t r a z e m

c a m p i n a

U m

m e

santo

Ardentes Z u m b e O

no

louro

ar

Das

o

o

a

de

m e l

c a b e ç o

de

C o m o

u m a

d o u r a d o

a t é a

fralda,

alterosas

g r a m i n e a

Cheia

abelhas,

v e r m e l h a s .

m o n t a n h a s

A v u l t a

selvagem.

i n f l a m m a d o

parasitas

Desde

surdina,

scentelhas,

e n x a m e

R e c o l h e n d o Das

da

a r o m a

c o m o

á

chispas e n o r m e

espalda, radiosas, esmeralda

209

O

s a n g u e

D a s

m e

f l o r a ç õ e s

D a n d o - m e E

esta

M e u s

E

a

a

seivosa

oxigenisa.

ao

o

P o r

s e r t ã o

este

m e u

Bufa,

sol

cavallo g a l o p a

precisa,

v e r d u r a

p u l m õ e s

e m q u a n t o

frescura,

f o r ç a

A s c e n d e

O

14

tonalisa

p á r a m o

glorioso, infindo fogoso n i t r i n d o . . .

lindo

\

T R A N S F O R M A Ç Õ E S

(AO

A

m o r t e

n ã o

m e

T r a n s f o r m a - s e P á s s a r o V i v e m ,

o u

espanta,

e

renasce

flor...

Nesta

m o r r e n d o ,

os

eu de

D R .

A M É R I C O

sei

que

m i l

a

o r g a n i s m o s

lida todos.

Desde o infusorio ao ente mais perfeito, N a d a

se

perde;

T a l v e z

de

P o s s u a

o

t u d o

resuscita:

a l g u é m

u m

á t o m o

c o r a ç ã o

q u e

e m

desfeito

m i m

v i d a

m o d o s :

e v i t e r n a

palpita.

D E

C A M P O S )

212

Talvez

d ê

D e

u m

m o r i b u n d o

D e

u m

olhar

Talvez Que, A o

m a i s

talvez

seja u m

e m

p e r f u m e

noites

o

ao

derradeiro seja a

philosopho de

casto

luz

o

lyrio

alento,

de

u m

c i r i o . . .

cypreste,

luar,

c o m o

u m

c é o p e r g u n t e : — Q u e

viver

é

l a m e n t o , e s t e ? —

R E C U E R D O

D e p o i s

d a

D o

m e u

E u

m e

c o n f i s s ã o

a m o r

A E, E u

n u m

d o c e n u m te

si eu

sonho,

a m a n t e gesto

disse

e u

q u e

que

t u

c o n f i s s ã o

l e m b r o . . .

P e r g u n t a s t e

C o m o

a

que

essa

m e

singela,

noite,

lia a

e n t ã o ,

lia a

falia

a

m e d o ,

e

Graziella.

de

v i , pallida a

ouviste,

n ã o

L a m a r t i n e e

bella;

define,

Graziella.

triste,

214

E m

duas

Solta

nos

(Santa As

t r a n ç a s ,

tua

h o m b r o s ,

visão

t r a n ç a s

de

m e

a m o r

virginaes

c o m a

escura,

l e m b r o u ,

que de

e m

donzella,

m i m

perdura!)

Graziella.

Sonho, e não deixo de sonhar ainda, A o E m

m e

l e m b r a r

que,

t o m a d a

Perguntaste

daquella de

si lia a

u m a

n o i t e , — a q u e l l a angustia Graziella.

infinda,

A

M A T T A . ..

D a s

mattas

T u d o

t e m

V ê - s e

o

V I R G E M



1

v i r g e n s no v i d a . . .

r e c ô n d i t o

P o r

u m

o l h a r ardente

D a

flòr

nos.leves

Q u e

o

voa,aos

Pelas

póllen ares

aragens

t u d o

anceio

D e

F o r m a - s e

seio

e

m u d o

pistillos d o u r a d o tranquillos.

l e v a d o . . .

Distiltam A s

vivos

floreas

a r o m a s

c a ç o u l a s

d ' o u r o ,

G o m o

odorantes

r e d o m a s

Deste

e n c a n t a d o

thesouro.

E m

voluta

D e A

u m a

bella

f o r m a

e

tosca

c a p r i c h o s a

m a d r e - s i l v a se

Pela

O

c ú p u l a

n i n h o

e n r o s c a

f r o n d o s a .

m u s g o s o

Suspenso

a

u m

e

r a m o

Parece

feito

D e

engenhoso

u m

fofo

de

florido

estofo tecido.

Neste verde e irial delúbro, O

sol

T i n g e

nascente, a

explosivo,

f o l h a g e m

de

D o

colorido

A s

aves

D e

m i l variegadas

E

v i v e m

O

idyllio

m a i s

v o a m

de

v i v o . . .

e m

s e m p r e seus

r u b r o ,

b a n d o cores,

c a n t a n d o a m o r e s .

217

A

luz vital

Pela

f o l h u d a

Veste E m

p e n e i r a d a

u m a

cada

seiva

p l a n t a

T r a n s m u d a N a

m a i s

E m

as

rica

Facetada D e

r a m a g e m

c o m

paciente

t u d o

D e s d e

o

a

s a g r a d a selvagem,

gottas

de

o r v a l h o

p e d r a r i a o

t r a b a l h o

phantasia.

v i d a

b o r b u l h a . . .

estribilho das

A t é

a

m í n i m a

H a

m e l o d i a s

aves

b u l h a s u a v e s . . .

Nas mattas de seiva cheias, P a r a

o n d e

Sinto

q u e

Mais

u n s

v i m quasi t e n h o

nas

g l ó b u l o s

de

e x a n g u e , veias s a n g u e . . .

N O V O S

B A R D O S

( A

L U I Z

M U R A T )

I

RAYMUNDO CORRÊA

Como um florão numa espiral senrola A o

bello

D o c e D e

e

seus

p l i n t h o

d ' u m a

h a r m o n i o s a versos

no

estatua,

c o m o

u m a

m á r m o r e se

a

i d é a ,

alva

enleia.

O fogo do estro fervido, nervoso, Q u e

lhe

N u m A s

f e c u n d a

d i v i n o

cordas

o

crysol

espirito,

f u n d i r a ,

maravilhoso,

t r i u m p h a e s

de

sua

rola,

lyra.

220

A

p r i m e i r a a u d i ç ã o

V i b r o u - m e C o m o

Que

a

Jamais E

a

os

n ' a l m a

cantos

q u e

m ã o lyrial deixe

i m a g e m

o

as

de

buril

lavra

das

«

S y m p h o n i a s »

e m o ç õ e s A b r i l

tua q u e

c o m o

e m

m u s a , a

sadias, t u d o

artista,

estrophe

u m a

a c o r d a . .

borda,

amethysta.

I I

Phantasio O n d e

e m

u m

T H E O P H I L O

D I A S

salão,

o

jarras

L y r i o s

v a p o r a m

O n d a s

e

ondas

de

fina

d o de

q u a n d o

releio,

t r a n s p a r ê n c i a

v i r g i n e o subtil

seio

e s s ê n c i a . . .

A myrrha, o nardo, o aloès ardem nas pyras... R o m p e

o

c o n c e r t o :

A

g u z l a g e m e

E

o

violino

e m

o

b a n d o l i m

a c o m p a n h a n d o l a g r i m a s se

as

r e s ò a , lyras,

e s c o a . . .

222

E m

m e i o

Que

a

Pelo

desta

a l m a

c é u

da

nos

m u s i c a leva,

enervante,

aligera,

u t o p i a azul,

surpresa,

distante,

Rompe uma orchestra valida e sonora, O

h y m n o

G o m o

u m

t r i u m p b a l d a c a n h ã o

« M a r s e l h e z a » ,

salvando

a

luz

d'aurora.

I I I

A L B E R T O

D E

O L I V E I R A

É alegre a sua musa... Quando o dia D e

faixas

Ella,

d'ouro

cinge

e m p u n h a n d o

S a ú d a

o

sol

q u e

a

o

calvo

t a ç a

a s s o m a

m o n t e ,

d'alegria, no

horizonte.

Gosto de vel-a, de manhã, sorrindo, C o m P o r U m a

o

avental

m o n t e s c a n ç ã o

e

de p o r

n u m

pedrarias valles l i m p i d o

cheio,

desferindo gorgeio.

I 224

O r a

canta,

o r a

N a s

grutas

de

A

c o r é a

das

r i , ora crystal

a c o m p a n h a , d ' u m a

D r y a d e s

m o n t a n h a ,

f o r m o s á s . . .

Ás mãos cheias, depois, atira aos ares, Q u a n d o , U m a

r i s o n h a , se

c h u v a

de

recolhe aos

pedras

lares,

p r e c i o s a s . . .

I V

A U G U S T O

D E

L I M A

A poesia brota-lhe fecunda, C o m o O n d e Q u e

u m a

densa,

floreja a

luz

o de

tropical

p a m p a n o ,

seiva

e m

floresta, a

giesta,

g o r g o l õ e s

i n u n d a .

Escancaram-se abysmos — cnde, em sanhas, R o n c a D o

e

e s t r e p í t a ,

p a c h y d e r m e

A p a v o r a n d o

as

caudaloso,

vê-se

o

s o l i d õ e s

o l h a r

o

r i o ;

s o m b r i o

e s t r a n h a s . . .

226

Das A

arvores

f o r m a ,

D ã o

aos

a

no

dedalo

còr, o

sentidos

frondoso,

fructo, u m

o

a r o m a ,

p r o f u n d o

o

canto,

g o s o . . .

Antistite do bello, com certeza N i n g u é m A

casta

c o m o religião

elle adora da

e

eleva

t a n t o

natureza.

I

V

A R T H U R

É De

preciso seus

C u j o

t a m b é m

q u e

c o m p a r s a s

n a

scenario — a

M u d e z

Sobre

d o

a

e s p a ç o

E u r o p a ,

P a s s a r a m —

O

riso

F u n d o ,

A Z E V E D O

e

c o m o é

c o m o

a

gente

ria

c o m e d i a

h u m a n a ,

T e r r a — s c i n d e n ' u m a

c u r v a

Cervantes duas o

r e t a l h a as

e

a

fria

insana.

M o l i é r e

g a r g a l h a d a s . . .

bisturi carnes

q u e

fere

gangrenadas

228

G o m o Settas D e

do

lápis

sobre

G a v a r n i

u m a

g e r a ç ã o

vicios asquerosos

c o m

a

Contra

esta

sociedade

doloroso

p e n n a

frenesi

escrava,

carcomida,

V i b r a s

A o

v i b r a v a

a

da

satyra

m o r d e n t e

indifferente v i d a . . .

V I

L U I Z

A

p a y s a g e m

O

seu

livro

G U I M A R Ã E S

f o i esta

q u e

n a

t r a ç o u - m e : — e m

A r e i a

de

oiro,

F o ç e ,

r e g a n d o

m u r m u r a u m

J Ú N I O R

m e n t e f i o , sobre

c o r r e n t e

florejante

alfòbre.

a l i , c o r t a n d o r o s a s . . .

P e r t o ,

Vê-se uma turma de gentis crianças, A q u i A

e

m ã e as

P a p e i a m

v ê e aves

r i . . . P o r n u m

gazil

sobre

as

concerto.

f r a n ç a s

3o

Passa

e

Sobre

t o u ç a s

E

de

repassa de

o u t r o voa,

u m

colibri

d o u r a d o

a n e m o n a s ; e

some-se

de

u m

lado

v o a n d o . . •

Se alguma nuvem ha que a dôr exprima N a O

paysagem, eterno

t a m b é m

c é u azul

se

se

avista,

e m

d e s d o b r a n d o . . .

c i m a ,

V I I

G O N Ç A L V E S

C o m o

u m

T a l h a d o

m o d e l o e m

fino

P o e t a , — elle, M a r m o r i s o u

d a

estatuaria

m á r m o r e

d'arte a

C R E S P O

n a

de

genial

i n s p i r a ç ã o

antiga

rosa, fadiga,

fogosa.

De imagens uma chlamyde impolluta B o r d a v a C o m o D é r a

s e m p r e

P y g m a l e ã o contornos,

ao á

seu

a m o r

p e d r a

v i d a

e

v i o l e n t o ;

b r u t a

s e n t i m e n t o . . .

A r r u l h o s A r o m a s D e

d'ave, de

silvos de

violeta, luz

saudosos

luares,

serpente,

dolente

tons

diversos,

Tudo o que ao poeta, ás súbitas, fascine, Elle N a

tudo bella

e m p r e g o u , cinzelura

de

novo seus

Cellini, versos.

4

V I I I

F O N T O U R A

X A V I E R



Vüo-se-lhe os versos, ríspidos, vibrando, N a

v e h e m e n c i a

G o m o U m

se

e u

dos

visse

b a t a l h ã o

ó d i o s

concentrados,

desfilar

valente

de

m a r c h a n d o

soldados.

Doiram-lhe a estrophe as syllabas flamantes, C o m o

f u l g u r a ç õ e s

E

p a s s a m ,

A

a l m a

c o m o

de

meteoros,

aligeros

e s p a l h a n d o

e m

d i a m a n t e s ,

t u r b i l h õ e s

sonoros.

234

D e

suas

E u

fico,

A

r i m a s ao

q u e d a

atravez,

longe,

e n o r m e

o u v i n d o

o s o m de

u m

q u e titan

faz

a

q u é d a ,

r u i n o s o ;

E vae-me n'alma fundo percutindo, D e O

u m a vivo

alvorada toque

de

á u m

r u b r a c l a r i m

labareda, g l o r i o s o . . .

/

P O E M A S

D O

(A

L

D .

A

R

A N G E L I N A

D E

Q U E I R O Z )

I

L i n d a !

n ã o

h a

c o m o

Q u a n d o

c h o r a

O

esconde

rosto

P o r é m U m a

d e i x a

g o t t a

de

e

e l l a , — a

sorri, atraz

escapar, pranto,

q u a n d o d a

sorri

p a l m a

q u a n d o u m

travessa

a

sorriso

e

F a n t i n a , c h o r a :

pequenina, c a b e ç a de

inclina,

aurora.

236

Esse —

A

roseo

e

crystallisação

I n s p i r a - m e Q u e

lyrial

i d é a s

G o m o

o

n ã o sei

c o r p i n h o de

u m

que

virginaes,

de

tres

beijo

p a l m o s ,

a b e n ç o a d o , —

p e n s a m e n t o s

que

a m o r ,

p r i m e i r o alvor de

u m

que dia

calmos, sonhos

de

almos,

n o i v a d o .

Gomo que sobre mim canta um coro de estrellas, Revelando O n d e

anjos

Envoltas T ê m

o

o

mysterio

p a r a í s o ,

t r i u m p h a e s , — l o u r a s

no

seu

ideal do

esplendor m e s m o

de

olhar,

c a b e ç a s

brilhantes o

seu

bellas,

capellas,

m e s m o

sorriso.

E neste enlevo, e neste encanto, e n'este sonho, Junto

dessa

G o m o

a

c r i a n ç a

p a l m e i r a

Beijo-a,

levando

P a r a

lutas

as

da

eu

a p ó s

u m

assim, vida

s i n t o - m e

a

deserto

c o m o p a l m a

c r i a n ç a : m e d o n h o ,

p r ê m i o d a

risonho,

e s p e r a n ç a .

I I

( A O

Essa De

frágil

creatura

alguns

dias

de

e x i s t ê n c i a

D á - m e

este

sonho — a

D á - m e

esta

f o r ç a — a

D e

joelhos

N o

b e r ç o ,

C o m o E u

a e

innocencia.

c o n t e m p l o fico

si^dentro

estivesse

v e n t u r a ,

sonhando, de

u m

t e m p l o

r e z a n d o . . .

R A U L )

E

nas

azas

Passa-me A —

visão

da

e s p e r a n ç a

n ' a l m a

dessa

enlevada

c r i a n ç a

Espiritualisada...

Vejo-a ascendendo, ascendendo, A c i m a N o s

do

c é o s

N u m a

m u n d o ,

quasi

d e s a p p a r e c e n d o finissima

Nesse

c a m i n h o

Entre

as

g a z e . . .

siderio,

estrellas

aberto,

Parece

a

v i d a — u m

m y s t e r i o

Parece

o

m u n d o — u m

deserto.

Pontas de azas luminosas B a t e m

no

a z u l ; as

C a n t a m , — b o c c a s Os

h y m n o s

das

espheras m y s t e r i o s a s —

primaveras.

E vejo-a mysticamente, Entre N u m a De

os

anjos

gaze

aromas,

bemfazejos,

alvi-nitente caricias,

b e i j o s . . .

y

Essa De

frágil

alguns

creatura. dias

de

e x i s t ê n c i a

D á - m e

este

sonho — a

D á - m e

esta

f o r ç a — a

v e n t u r a , innocencia.

I I I

(A.O

T r a n q u i l l a A s s i m U m a

a

boia, haste

N ' a g u a

nao

v i d a

corre-te,

assim e m

vai

flor

d e i x a

filho:

p l a c i d a m e n t e

n a a

m e u

M A R I O )

l i m p i d a

flor

u m

s ó

c o r r e n t e : r a s t i l h o . . .

Mas teu bercinho, junto ao qual me humilho E

m e

prosterno

s e m p r e

O n d e

i r á , — leve

g o n d o l a

Cheia

de

tanto

a r o m a

e

c o m o

u m

crente,

innocente, tanto

b r i l h o ?

242

Que

destino

O n d e De

te

prender

a p o n t a tua

aparcelados,

a

estrella

ancora

negros

d'alva?

dourada,

mares

salva?

Tua barquinha, livre de revezes, V e r á M e u

por f i m a gentil

terra

a r g o n a u t a

c u b i ç a d a , de

seis

mezes?

O

t e u

Eil-o

p r i m e i r o e no

b e r ç o ,

T o d o s

s o r r i e m

T o d o s

o

b e i j a m

delicado

c o m o ao

seu

u m

affectô, passarinho:

m e i g o

aspecto,

no enfeitado

n i n h o .

Paira sobre esse berço o teu dilecto O l h a r , — e t e r n a G o m o

u m

Beijo

de

sonho

b e n ç a m de

sol sobre

de

a m o r ,

c a r i n h o , — c o m o

f r o u x e i s de

u m

secreto

a r m i n h o . . .

2 4 4

Desse

risonho,

p e q u e n i n o

Feito

de

rendas,

Para

n ó s a m b o s

de

leito,

escumilhas

nasce

o

feito,

eterno

dia.

Auroras, sóes, estrellas, céo profundo... T u d o Nosso

resume, a m o r ,

pois q u e nossa

luz,

é

o

nosso

nossa

m u n d o ,

a l e g r i a . . .

O

setl

D a s

raíò

r a m a s

E s p i a . . . A

p r i m e í r õ

f é r a

ô

sol, p ó f

üttia

frésta,

atravez,— f o l h u d a s r a m a s , — c ô a . . <

d o c e m e n t e

no

covil

o

i l l u m i n a

raio

a

floresta:

despertou-a.

Seguindo-o, baila o insecto, õ pãssarèdo vôa E m O

torno.

b r i l h o ;

U m

O e

t r e c h o

raio

n a

d'ouro

v e r s u d a

m u s i c a l

de

á

liana

a b o b a d a p á s s a r o s

e m

flòr

e m p r e s t a

r e s ò a e m

f e s t a . . .

246

A

vida

vegetal,

Á q u e l l a

t ê n u e

— A s s i m

ao

na

m a t t a

luz, á s

c o r a ç ã o

verde-negra,

s ú b i t a s ,

sinto, n u m

se

a l e g r a . . .

raio

b r a n d o ,

A vida refluir, a alma enflorar-se toda, Quando, Olho-te,

ó e

m e u

casto a m o r ,

vejo e n t ã o

que

no

e s t á s

lar, o l h a n d o s e m p r e

m e

e m

roda,

o l h a n d o . . .

Í

N

D

I

C

E

PAG. A

g a r ç a

Gelo A

exilada

7

polar

9

clareira

11

Edel-weiss A

.

fragata

Caricias A l m a

.

de

u m

anjo

negra

s e m

C o r a ç ã o

gonzos

u m

estoico

m á g i c o

Obelisco E n t r e m e z

de

lyrico m o r t o

viver

.

O d i o

23

27

33 35 39 41 43

n o i v a

45

M a d r i g a l . C a n ç õ e s L e n d o

17

29

o u r o

g r a n d e

Soffrer é

A

15

25 de

Violino

u m

.

21

G o l u m b a

A

.

19

L o u r a Porta

13

m

a

.

47

alegres

49

Biblia

53

P r e s e n t i m e n t o

55

'

II

ÍNDICE

PAG. (De O

Jean

Rtchepin)

ganges

Folha

59

do

Noiva

o u to m m .

de

eschvlo

.

.

.

63

.

.

.

.

.

.

63

m a n d r á g o r a

5M a r O

01

m o r t a

P r o m e t h e u A

57

e

67

c é o

g r a n d e

Novas

,

69

a m ô r

71

ilhas

73

V i a j a n d o Biolets A

Os

.

dous

T ô t e

à

á g u i a

A

u m a

.

77

velhos

r o m â n t i c o s

79

tête

dous

A

75

81

espelhos e

o

.

ideal

.

.

.

.

.

.

. •

viajante

. .

. .

. .

83 .

85 83

Nevrose

91

N o

97

t r e m

P o e m a

da

(Ortega

de

Ptosas de Dias

carne la

99

Parra)

inverno

105

felizes

107

S e m p e r (A. O

409

Trueba)

.

c é g o

P é r o l a s

103

.

.

411 117

falsas

419

Idyllios

424

O

127

basilisco

D u a s

auroras

429

I I I

Í N D I O ;

PAG. A n a c r e o n t e

131

(De

133

M o n t ú f a r )

Estrella N u m

m o r i b u n d a

• •

135

« a t e l i e r »

137

S a u d a d e

139

T h e s o u r o

occulto

143

M a r i n h a

145

Julia

149

Sol

151

extincto

V e n t u r a O

vestido

D u a s

azul

155

phases

O l h a r A

153

de

157

m ã e

159

m a s c a r a

161

Violetas



Escreve!

165

O

beijo

O

relógio

A u

da

Á s

o n d a

.

171

e s c u r a

v i c t i m a s

N e v e s

167 169

d è p a r t

P a g i n a

d a

177 A n d a l u z i a

179

eternas

183

Reliquias Versos D a A

u m a

i

r o m â n t i c o s

pasta

de

u m

c r e a n ç a

. A m o r O s

lyrico m o r t a

. , m a t i n a l

S

1

0

i

8

1 /

alchimistas

Passeio

163

.

(

ü

9

J

1

193 i

J

O

107

ÍNDICE

A

u m

veterano

A

p r i m a v e r a

R u i n a s

.

.

.

.

.

.

.

* * * N o

s e r t ã o

T r a n s f o r m a ç õ e s

.

.

.

.

.

.

.

.

R e c u e r d o A

m a t t a

N o v o s I —

v i r g e m B A R D O S :

R a y m u n d o

C o r r ê a .

II — T h e o p h i l o Dias. I I I — A l b e r t o

de

.

.

Oliveira

.

I V — A u g u s t o

L i m a

.

.

V — A r t h u r

A z e v e d o

.

V I — L u i z

G u i m a r ã e s

V I I — G o n ç a l v e s

Crespo

V I I I — F o n t o u r a

Xavier

P O E M A S

:

I I I . I I I . I V V

D O

L A R

.

' .

J ú n i o r .

.

.

.


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