Usp-rp Tem Trote, Apesar De Proibição - Jornal A CIDADE
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Cidades Terça-Feira, 10 de Fevereiro 2009 - 0h49
USP-RP tem trote, apesar de proibição
F.L.PITO em RP, onde prática é proibida por portaria
BAHO DE TITA Calouros passam por trote no campus da USP
Mesmo com proibição, calouros da USP sofreram com trotes ontem, no primeiro dia de matrículas. A portaria 3.154, de abril de 1999, diz em seu primeiro parágrafo que é proibido o trote na Universidade de São Paulo. No entanto, nos prédios de Economia, Medicina e Filosofia, os alunos não foram poupados dos cortes de cabelo, as pinturas no rosto e corpo, além de brincadeiras consideradas por alguns estudantes como constrangedoras. Os maiores abusos foram constatados no bloco da Filosofia, onde alunos de nove cursos faziam as matrículas. Na passarela que dá acesso ao prédio, veteranos formavam uma espécie de “corredor polonês”, impossibilitando que os
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calouros entrassem ou saíssem do bloco sem passar pelo trote. “Não estamos machucando ninguém. Vamos continuar com o trote porque já é algo tradicional. Quem se incomodar que vá reclamar na diretoria”, disse um veterano do curso de biologia, que não quis se identificar. Enquanto os “bichos” passavam pelo corredor, potes com tintas eram jogados em suas cabeças, rostos e roupas. Muitos, inclusive mulheres, tiveram as blusas rasgadas e precisavam andar na posição de “elefante”, dando as mãos uns aos outros pelo meio das pernas. Para alguns calouros, os trotes foram vistos como uma brincadeira inofensiva. A estudante de medicina, Ana Laura Becker, de 19 anos, afirma que não vê problemas, desde que não ultrapasse os limites de bom senso. “Se alguém quisesse me pintar, não acharia ruim. Desde que não haja violência, acho que o trote é uma maneira de integração entre os alunos”. O calouro Alyson Fernandes da Silva Ambrósio, de 20 anos, teve que passar um pedaço de palito de dente para um outro calouro, através da boca. “Não é a coisa mais legal do mundo, mas tento levar na esportiva. Acho que faz parte da brincadeira”, disse o estudante. Já para alguns pais, esse tipo de trote não é visto como algo positivo e sim constrangedor e até repressor. “É constrangedor o que eles estão fazendo com esses meninos que estão chegando agora e têm receio de reclamar. Meu filho não vai passar por esse corredor e se alguém fizer alguma coisa contra ele vou procurar nossos direitos”, disse o pai de um calouro, que preferiu não se identificar. Hoje, as matrículas continuam, das 8h às 16h. Ontem, cerca de 45% dos 1.360 aprovados fizeram as inscrições. Universidade vai investigar abusos O professor Pietro Ciancaglini, responsável pelo Disque-Trote [serviço para denúncias contra abusos] da faculdade de Filosofia, informou que vai investigar os possíveis abusos cometidos contra os calouros. As fotos feitas pela reportagem do A Cidade, com os flagrantes dos trotes, foram requisitadas pelo professor. “Esses veteranos estão sujeitos à suspensão ou até expulsão da universidade”. O presidente da Comissão de Graduação de Medicina, Francisco Reis, afirmou que qualquer tipo de trote é proibido no campus da USP. Já o prefeito do campus, José Aparecido da Silva, disse que as investigações dependem de denúncias formais de estudantes ou pais. O número do Disque-Trote é 0800-012-1090. Hélia Araujo
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