Trans Tor No De Dficit De Atencao

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE FOZ DO IGUAÇU FACULDADE DE PSICOLOGIA DE FOZ DO IGUAÇU

TRANSTORNO DO DEFICIT DE ATENCAO COM HIPERATIVIDADE E IMPULSIVIDADE – TDAHI

Ricardo André Zimmer

Foz do Iguaçu – PR 2009

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE FOZ DO IGUAÇU FACULDADE DE PSICOLOGIA DE FOZ DO IGUAÇU

TRANSTORNO DO DEFICIT DE ATENCAO COM HIPERATIVIDADE E IMPULSIVIDADE – TDAHI

Ricardo André Zimmer

Trabalho apresentado como requisito à Aprovação na disciplina Psicoterapia Cognitiva do Curso de Psicologia da Faculdade Cesufoz de Foz do Iguaçu.

Professora: Kadyja.

Foz do Iguaçu – PR 2009

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................4 2 TDAHI - TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO com HIPERATIVIDADE E IMPULSIVIDADE....................................................................................................................5 3 Causas.....................................................................................................................................5 4 Definição Geral.......................................................................................................................7 5 TDAHI na infância e adolescência.......................................................................................7 6 TDAHI em adultos...............................................................................................................10 7 Diagnostico............................................................................................................................12 8 Tratamento...........................................................................................................................13 8.1 Tratamento com medicamento........................................................................................13 8.2 Tratamento com Psicoterapia..........................................................................................14 8.2.1 Abordagem Cognitivo-Comportamental..................................................................14 9 CONCLUSÃO......................................................................................................................19 10 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................20

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1 INTRODUÇÃO Pessoas que possuem TDAHI (transtorno de déficit de atenção/hiperatividade e impulsividade) apresentam varias dificuldades no decorrer de sua vida, tanto na infância como na vida adulta, onde entre certos momentos por falta de compreensão de como funciona o seu transtorno, os taxam de “preguiçosos”, “mal educados”, “intrometidos” e também como se não tivessem interessados por nada, onde na verdade o TDAHI é um transtorno psiquiátrico, e há alterações neurofisiológicas. Já existem inúmeros estudos em todo o mundo - inclusive no Brasil demonstrando que a prevalência do TDAH é semelhante em diferentes regiões, o que indica que o transtorno não é secundário a fatores culturais (as práticas de determinada sociedade, etc.), o modo como os pais educam os filhos ou resultado de conflitos psicológicos. A fim de tentar melhorar a qualidade de vida deste paciente, estaremos mostrando o que os estudiosos estão utilizando para o tratamento do transtorno, tanto na área de fármacos e também na área da psicoterapia.

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2 TDAHI - TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO com HIPERATIVIDADE E IMPULSIVIDADE 3 Causas Os portadores de TDAH têm uma alteração nas substâncias que passam as informações entre as células nervosas, os chamados neurotransmissores. No caso do TDAH, é o controle de liberação da dopamina e da noradrenalina que está alterado. Esses neurotransmissores são importantes especialmente na região anterior do cérebro, o lobo frontal, e suas conexões para vários outros locais no cérebro. O lobo frontal e suas conexões são responsáveis pela: a) capacidade de manter atenção. b) capacidade de se estimular sozinho para fazer as coisas. c) capacidade de manter essa estimulação ao longo do tempo, sem “perder gás” (sem perder energia e o interesse). d) capacidade de fazer um planejamento, estabelecendo objetivos. e) capacidade de verificar ao longo do tempo se os planos estão saindo conforme o desejado e modificá-los se for o caso. f) capacidade de “filtrar” as coisas que não interessam para aquilo que está fazendo

no

momento,

sejam

elas

externas

(ambiente),

sejam

internas

(pensamentos). g) capacidade de controlar as emoções e não permitir que elas interfiram muito no que está fazendo. h) memória que depende da atenção. Sendo assim, muitos das atitudes que um indivíduo com TDAHI acaba tomando nem sempre é aquela que ele desejava, pois tendo um déficit na utilização dos neurotransmissores naquele local e que todas essas coisas listadas anteriormente não vão acontecer de modo satisfatório. Existem causas que foram investigadas para estas alterações nos neurotransmissores da região frontal e suas conexões:

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- Hereditariedade: Os genes parecem ser responsáveis não pelo transtorno em si, mas por uma predisposição ao TDAHI. A participação de genes foi suspeitada, inicialmente, a partir de observações de que nas famílias de portadores de TDAH a presença de parentes também afetados com TDAHI era mais freqüente do que nas famílias que não tinham crianças com TDAHI. A prevalência da doença entre os parentes das crianças afetadas é cerca de 2 a 10 vezes mais do que na população em geral (isto é chamado de recorrência familial). - Substâncias ingeridas na gravidez: Tem-se observado que a nicotina e o álcool quando ingeridos durante a gravidez podem causar alterações em algumas partes do cérebro do bebê, incluindo-se aí a região frontal orbital. Pesquisas indicam que mães alcoolistas têm mais chance de terem filhos com problemas de hiperatividade e desatenção. É importante lembrar que muitos destes estudos somente nos mostram uma associação entre estes fatores, mas não mostram uma relação de causa e efeito. - Sofrimento fetal: Alguns estudos mostram que mulheres que tiveram problemas no parto que acabaram causando sofrimento fetal tinham mais chance de terem filhos com TDAH. A relação de causa não é clara. Talvez mães com TDAHI sejam mais descuidadas e assim possam estar mais predispostas a problemas na gravidez e no parto. Ou seja, a carga genética que ela própria tem (e que passa ao filho) é que estaria influenciando a maior presença de problemas no parto. - Exposição a chumbo: Crianças pequenas que sofreram intoxicação por chumbo podem apresentar sintomas semelhantes aos do TDAHI. Entretanto, não há nenhuma necessidade de se realizar qualquer exame de sangue para medir o chumbo numa criança com TDAHI, já que isto é raro e pode ser facilmente identificado pela história clínica. - Problemas Familiares: Algumas teorias sugeriam que problemas familiares (alto grau de discórdia conjugal, baixa instrução da mãe, famílias com apenas um dos pais, funcionamento familiar caótico e famílias com nível socioeconômico mais baixo) poderiam ser a causa do TDAHI nas crianças. Estudos recentes têm refutado esta idéia. As dificuldades familiares podem ser mais conseqüência do que causa do TDAHI (na criança e mesmo nos pais). Problemas familiares podem agravar um quadro de TDAHI, mas não causá-lo.

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Outros fatores já foram aventados e posteriormente abandonados como causa de TDAHI como corante amarelo, aspartame, luz artificial, deficiência hormonal (principalmente da tireóide), deficiências vitamínicas na dieta. Todas estas possíveis causas foram investigadas cientificamente e foram desacreditadas. Paulo Mattos em sua obra de Perguntas e Resposta sobre TDAH (No Mundo da Lua, 2007) fala sobre o sentimento de uma pessoa que uma pessoa com TDAHI pode ter, ele diz que: “Ter TDAHI significa ter sempre que se desculpar por ter quebrado ou mexido em algo que não deveria, por fazer comentários fora de hora, por não ter sido suficientemente organizado, por “esquecer” coisas, por perder objetos importantes. Significa estar sempre nervoso pela nota, ter que abrir mão do tempo de lazer para concluir tarefas escolares (nada consegue ser terminado no tempo previamente planejado, que chateação!) e dizer coisas das quais depois se arrepende. Ou seja significa ser responsabilizado por coisas sobre as quais, na verdade, se tem pouco controle! Torna-se inevitável a sensação de que se é um sujeito meio inadequado”.

4 Definição Geral O TDAHI caracteriza-se por dificuldades intensas e persistentes na regulação da

atenção

e/ou

impulsividade

e

hiperatividade

freqüente,

levando

ao

comprometimento da vida social, profissional e acadêmica. O TDAHI é mais predominante em meninos do que em meninas.

5 TDAHI na infância e adolescência O TDAHI na infância em geral se associa a dificuldades na escola e no relacionamento com demais crianças, pais e professores. As crianças são tidas como "avoadas", "vivendo no mundo da lua" e geralmente "estabanadas" e com "bicho carpinteiro" ou “ligados por um motor” (isto é, não param quietas por muito tempo). Os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos. Crianças e adolescentes com TDAHI podem apresentar mais problemas de comportamento, como por exemplo, dificuldades com regras e limites. O momento mais comum para crianças apresentarem sinais marcantes de TDAHI é na idade escolar. Durante essa faixa etária, elas enfrentam novos desafios

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para se adaptarem e atenderem às expectativas da escola e sentarem quietas, e por até então as crianças não necessitaram de prestar atenção especificamente em algo. O principal sintoma do TDAHI é a inabilidade de manter a atenção e não conseguir ficar quieto por muito tempo. As crianças com estes transtornos parecem não escutar instruções, são distraídas com facilidade e amiúde são inexitosas em concluir tarefas que iniciam. Uma vez que as crianças não prestam atenção e não pensam as coisas até o fim, elas freqüentemente agem de forma impulsiva. Rapidamente

mudam

de

uma

atividade

para

outra,

tendem

a

gritar

espontaneamente na aula e têm dificuldade para aguardar sua vez. Outra característica importante deste transtorno é um nível de atividade muito alto. As crianças com o transtorno têm dificuldade de sentarem-se paradas ou mesmo permanecerem sentadas, estão constantemente em movimento e agem como se fossem dirigidas por um motor de alta velocidade que jamais é desligado. Estas crianças são muito difíceis de manejar. De acordo com alguns estudos, em média 25% dos adolescentes com TDAH abandonam o ensino médio. Os professores do último ano cursado foram consistentes ao rotular tais alunos como inferiores aos demais em áreas como completar

tarefas,

trabalho

independente,

relacionamento

com

outros

e

pontualidade. Como vimos quem sofre com o TDAHI apresentar dificuldades na área escolar e na aprendizagem, entretanto, não podemos cair no erro que todas pessoas com TDAHI não sejam inteligentes e consigam terminar os estudos. Há pessoas que possuem TDAHI que possuem um nível de inteligência em alguns casos maior que colegas sem o transtorno, porem encontra dificuldades na hora de ter que prestar atenção, para ficar quieto e não falar fora de hora durante as aulas, de fazer as tarefas de casas, etc. Assim prejudicando sua vida escolar e também o relacionamento com outros colegas. De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatística – DSM-IV –(APA,1995), para que seja feito o diagnostico em crianças, seis ou mais dos seguintes sintomas de desatenção devem estar presentes: 1-Não presta atenção a detalhes/comete erros - atividades escolares, trabalho e outros;

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2-Dificuldade em manter atenção atividades lúdicas e tarefas; 3-Parece não ouvir quando chamado; 4-Não segue instruções/ não termina seus deveres escolares/ tarefas domésticas (comportamento de oposição/ dificuldade em compreender instruções); 5-Dificuldade para organizar-se; 6-Evita ou reluta em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante; 7-Perde objetos necessários para realização das tarefas; 8-É facilmente distraído por estímulos externos; 9-Apresenta esquecimento. Para caracterizar a presença de hiperatividade e impulsividade, seis ou mais dos seguintes sintomas devem estar presentes: 1-Freqüentemente agitas as mãos ou os pés na carteira ou se remexe na cadeira; 2-Dificuldade em permanecer sentado; 3-Corre ou escala em demasia em situações impróprias (em adultos, há um sentimento subjetivo de inquietação); 4-Dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente no lazer ou atividade; 5-Freqüentemente “a mil” ou “a todo o vapor”; 6-Fala em demasia; 7-Responde perguntas antes de serem formuladas; 8-Dificuldades em esperar sua vez; 9-Interrompe conversas e se intromete. Para que o diagnostico seja feito, o DSM-IV exige que os sintomas acima descritos tenham persistido por pelo menos seis meses em grau desadaptativo e sejam inconscientes como nível de desenvolvimento da criança. Exige também que alguns dos sintomas estejam presentes antes dos sete anos de idade e que exista comprometimento em pelo menos duas áreas, entre escola, trabalho e casa. O atual sistema classificatório orienta a discriminação do TDAHI em três subtipos:

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Predominantemente Desatento: seis ou mais sintomas de desatenção devem estar presentes e alguns sintomas do módulo hiperatividade/impulsividade. Predominantemente Hiperativo/Impulsivo: seis ou mais sintomas de hiperatividade/impulsividade devem estar presentes e alguns sintomas do módulo de desatenção. Tipo Misto: seis ou mais sintomas de desatenção e seis ou mais sintomas de hiperatividade.

6 TDAHI em adultos A existência da forma adulta do TDAH foi oficialmente reconhecida apenas em 1980 pela Associação Psiquiátrica Americana. E, desde então inúmeros estudos têm demonstrado a presença do TDAH em adultos. Passou-se muito tempo até que ela fosse amplamente divulgada no meio médico e ainda hoje, observa-se que este diagnóstico é apenas raramente realizado, persistindo o estereótipo equivocado de TDAH: um transtorno acometendo meninos hiperativos que têm mau desempenho escolar. Muitos médicos desconhecem a existência do TDAH em adultos e quando são procurados por estes pacientes, tendem a tratá-los como se tivessem outros problemas (de personalidade, por exemplo). Quando existe realmente um outro problema associado (depressão, ansiedade ou drogas), o médico só diagnostica este último e “deixa passar” o TDAH. Atualmente acredita-se que em torno de 60% das crianças com TDAH ingressarão na vida adulta com alguns dos sintomas (tanto de desatenção quanto de hiperatividade-impulsividade) porém em menor número do que apresentavam quando eram crianças ou adolescentes. Para se fazer o diagnóstico de TDAH em adultos é obrigatório demonstrar que o transtorno esteve presente desde criança. Isto pode ser difícil em algumas situações, porque o indivíduo pode não se lembrar de sua infância e também os pais podem ser falecidos ou estar bastante idosos para relatar ao médico. Mas em geral o indivíduo lembra de um apelido (tal como “bicho carpinteiro”, etc.) que denuncia os sintomas de hiperatividade-impulsividade e lembra de ser muito “avoado”, com queixas freqüentes de professores e pais. Os adultos com TDAH costumam ter dificuldade de organizar e planejar suas atividades do dia a dia. Por exemplo, pode ser difícil para uma pessoa com TDAH

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determinar o que é mais importante dentre muitas coisas que tem para fazer, escolher o que vai fazer primeiro e o que pode deixar para depois. Em conseqüência disso, quem TDAH fica muito “estressado” quando se vê sobrecarregado (e é muito comum que se sobrecarregue com freqüência, uma vez que assume vários compromissos diferentes), pois não sabe por onde começar e tem medo de não conseguir dar conta de tudo. Os indivíduos com TDAH acabam deixando trabalhos pela metade, interrompem no meio o que estão fazendo e começam outra coisa, só voltando ao trabalho anterior bem mais tarde do que o pretendido ou então se esquecendo dele. O portador de TDAH fica com dificuldade para realizar sozinho suas tarefas, principalmente quando são muitas, e o tempo todo precisa ser lembrado pelos outros sobre o que tem para fazer. Isso tudo pode causar problemas na faculdade, no trabalho ou nos relacionamentos com outras pessoas. A persistência nas tarefas também pode ser difícil para o portador de TDAH, que freqüentemente “deixa as coisas pela metade”. Para adultos usa-se o mesmo teste do DSM-IV, porem pode não mais atender aos critérios completos e, apresentam níveis significativos de prejuízos, como mudanças freqüentes de emprego, decisões tomadas impulsivamente em relação a dinheiro, viagens, empregos ou planos sociais e, maior freqüência em acidentes automobilísticos, com lesões mais graves e maiores estragos em relação a seus colegas sem o transtorno. Pode ainda, apresentar outras características: - ser desorganizado; - ter esquecimentos; - perder coisas; - não conseguir fazer planos; - depender de terceiros para manter a ordem; - não conseguir acompanhar muitas coisas ao mesmo tempo; - não conseguir iniciar tarefas; - calcular mal o tempo disponível.

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7 Diagnostico Alguns dos sintomas listados no DSM-IV soam como se pudessem se aplicar a quase todo mundo em determinados momentos. Por isso, existem os critérios para que o TDAH seja considerado um diagnóstico clínico para uma pessoa, ela deve ter dificuldades com algum aspecto de sua vida, como o trabalho, problemas significativos de relacionamento e/ou nos estudos. Para que o TDAHI seja considerado um diagnóstico adequado, os problemas e prejuízos não apenas devem estar presentes, mas também devem ser causados por este transtorno, e não por outro. Quanto mais cedo for diagnosticada e tratado mais facilmente aprenderá a conviver com o TDAHI de maneira mais positiva e menores serão os problemas com a auto-estima e auto-confiança, ansiedade e abuso de álcool e drogas (quando adolescente ou quando adulto) normalmente tão comprometidas. O adulto deve procurar a ajuda de profissionais especializados na área para diagnóstico e tratamento, quando seu jeito de pensar, de sentir, comportar-se, causam-lhe prejuízos na área profissional, social, afetiva e/ou consigo mesmo. As crianças e adolescentes devem ser encaminhados pelos pais e ou professores quando há dificuldade no aprendizado, no relacionamento interpessoal (em casa, com professores, com amigos), ou quando surgem outros problemas que podem ser decorrentes do TDAHI tais como, baixa auto-estima, irritabilidade excessiva, obesidade, comportamento compulsivo, etc. Infelizmente, ainda há muitos diagnósticos errados nessa área em função do desconhecimento do transtorno por muitos profissionais da saúde que acabam tratando apenas das conseqüências, das comorbidades, desconhecendo a origem dos problemas. As comorbidades mais comuns são: Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD), Transtorno de Conduta (TC), Transtorno de Ansiedade (TA), Transtorno de Humor Bipolar e Transtorno Depressivo (TDM). Há outras comorbidades menos comuns, como: Transtorno do Uso de Substâncias (TUS), Transtornos de Aprendizagem, Transtorno de tiques e Tourette, Transtorno do Ciclo do Sono, Transtorno Obsessivo–Compulsivo (TOC).

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O diagnóstico não se baseia apenas na presença dos sintomas, mas em sua gravidade, intensidade, duração e em quanto interferem na vida cotidiana da pessoa. Assim, muitas vezes é necessário o uso de múltiplos tipos de intervenção que abranja todo o espectro de dificuldades a ele associadas.O desenvolvimento de uma boa formulação permite a seleção das estratégias de tratamento mais adequadas para cada individuo. A avaliação neuropsicológica é um instrumento essencial para auxiliar o diagnostico. Além dos déficits já descritos, os portadores de TDAHI podem apresentar dificuldade com a memória e dificuldades com a linguagem. A avaliação neuropsicológica permite avaliar estas e as demais funções cognitivas.

8 Tratamento O tratamento para o TDAHI é feito através de medicamentos, psicoterapia e, em alguns casos, tratamento fonoaudiológico.

8.1 Tratamento com medicamento O tratamento medicamentoso é o mais antigo e estudado para TDAHI. Contudo, uma terapia medicamentosa bem sucedida é complexa e envolve muito mais do que administrar um comprimido a alguém. Os médicos devem evitar a resposta reflexa de tratar o TDAHI apenas com medicamentos, devendo ter uma visão mais abrangente do tratamento. O uso de fármacos no TDAHI, na maioria dos casos, resulta em uma melhora significativa dos sintomas, sendo o impacto da terapêutica farmacológica menor no adulto do que na criança ou no adolescente. A primeira escolha para o tratamento de TDAHI são os estimulantes como o metilfenidato (Ritalina), a pemolina e as anfetaminas. No Brasil, existe apenas a Ritalina. Os psicoestimulantes têm um efeito relativamente curta de 4 a 5 horas, assim o paciente deverá ser orientado a ingeri-lo no horário que mais necessitar. Essa classe de medicamento melhoram os sintomas típicos de TDAHI (desatenção, impulsividade e hiperatividade) e, conseqüentemente, podem melhorar os sintomas ditos secundários.

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Caso os psicoestimulantes não sejam eficientes pode ser usados, como uma opção secundaria, os antidepressivos tricíclicos, como a imipramina e a desipramina, são mais indicados, bem como bupropriona. Pode ser usado os inibidores seletivos de recaptação de serotonina para tratamento de quadros depressivos associativos. Em alguns casos a clonidina, medicamento para tratamento de hipertensão arterial, se torna favorável. E, raramente utilizados, os neurolépticos.

8.2 Tratamento com Psicoterapia Vários autores conceituados apontam a Terapia Cognitivo-Comportamental como a que a apresenta melhora no quadro clinico e social do paciente, ou mesmo como a única a ter uma eficácia comprovada: A única forma de psicoterapia que revelou eficácia no tratamento de TDAHI foi a denominada Cognitivo-Comportamental. (Mattos, 2007)

8.2.1Abordagem Cognitivo-Comportamental A abordagem cognitivo-comportamental utiliza diversas técnicas quie objetivam minimizar os sintomas associados ao TDAHI. Muitos pacientes com TDAH podem não ter ouvido falar em terapia cognitivo-comportamental. Assim é importante que sejamos capazes de esclarecer alguns pontos sobre o modelo por detrás desta abordagem de tratamento, bem como o detalhamento minucioso dos sintomas associados ao TDAHI e da forma como estes se manifestam em sua vida. É importante que essas explicações sejam complementadas com a explicação das estratégias adequadas que ele deverá utilizar para lidar com seus sintomas. A terapia cognitivo-comportamental inclui o manejo direto por contingência; o treinamento dos pais; o Manejo de comportamento em sala de aula; terapia para habilidades escolares; terapia para habilidades sociais e a terapia modal. (Conners,2008) Manejo direto por contingência - alguns dos comportamentos inadequados associado ao TDAHI parecem relacionar-se ao fato de que, tanto crianças quanto adultos, têm dificuldades para prestar atenção a seu próprio comportamento e às conseqüências deste. O manejo direto por contingência aplica a terapia comportamental a comportamentos alvo específicos. Nessa abordagem, a resposta do comportamento alvo a uma intervenção é avaliada de maneira sistemática. Os

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métodos de manejo por contingência pode ser aplicados em público, em casa ou na sala de aula. O automanejo consiste em ensinar o individuo a identificar e registrar comportamentos específicos cuja freqüência deve ser modificada. Assim ele é treinado para fazer uma marcação em um formulário de registro comportamental toda vez que ocorrer o comportamento-alvo. Treino de

auto

instrução

– consiste

em

ensinar

a pessoa

um

comportamento verbal que module seu comportamento, aumentando o auto controle. O treino de auto instrução, alem de atenuar a dificuldade de manutenção da atenção, é muito útil na diminuição dos comportamentos impulsivos por favorecer a auto regulação. Treinamento dos pais - o treinamento dos pais ensina como influenciar e controlar

um

comportamento

da

criança.

Emprega

todos

os

princípios

comportamentais do manejo direto por contingência e enfoca componentes educacionais como: conhecimento sobre o TDAHI; enfoque nas relações pais/filhos; melhorias nas habilidades de comunicação; compreensão dos princípios de manejo do

comportamento

(aumentar

as

habilidades

de

atendimento;

reforçar

comportamento; usar reforçadores e usar o time out). Manejo de comportamento em sala de aula - existe uma ampla gama de intervenções utilizadas na escola para crianças com TDAHI. Apesar de semelhante aos programas de treinamento domiciliar, o manejo comportamental em sala de aula com freqüência visa comportamentos diferentes. Por exemplo, os professores podem querer reforçar comportamentos, como permanecer sentado, trazer o material adequado ou levantar a mão antes de falar. Técnicas especificas consideradas úteis para o TDAHI incluem: controle de contingência; modificação das condições antecedentes; economia de pontos; time out de reforçadores; estratégias cognitivo-comportamental e aprendizagem assistida por pares. Terapia para habilidades escolares - as crianças com TDAHI apresentam prejuízo no desempenho escolar em vários níveis. Assim, os programas para ensinar habilidades escolares precisam ter como alvo tanto habilidades gerais quanto especificas. As habilidades escolares geralmente são ensinadas por meio de estratégias

cognitivo-comportamentais

em

aulas

especiais

ou

professores

particulares. A aprendizagem assistida por pares pode oferecer freqüência de feedback mais imediato para crianças com TDAHI.

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Terapia para habilidades sociais - baseia-se nas evidencias de que as interações sociais têm um papel importante no TDAHI. Quando as crianças fracassam repetidamente em situações sociais podem desenvolver depressão, raiva levando ao isolamento, ou a brigas, também pode desenvolver associações negativas com o trabalho escolar ou com a socialização com colegas. A terapia para as habilidades sociais combina uma variedade de métodos, incluindo: habilidades de interação; solução de problemas, resolução de conflitos e controle da raiva. Usa também outras terapias tradicionais em alguns casos, como a abordagem da terapia familiar para tratar TDAHI e abordagem terapêutica psicodinâmica/de desenvolvimento para tratamento do TDAHI. Terapia de Grupo – a terapia de grupo pode complementar o tratamento individual. Ela permite que o paciente relacione-se com pessoas que têm as mesmas dificuldades, validando suas experiências e favorecendo um sentimento de inclusão. O grupo pode fornecer estratégias que se mostraram eficazes para a melhora dos sintomas. 8.2.1.1 Reestruturação do sistema de crenças Muitas vezes o sistema educacional é punitivo com as crianças com TDAHI, pois requer que elas permaneçam sentadas, sigam todas as regras de forma ordenada, mantenham a atenção por horas seguidas e sejam avaliadas por meio de provas monótonas, fazendo com que seu desempenho acadêmico seja insuficiente mesmo quando a criança esforçou-se para estudar. Quando o TDAHI manifesta-se em sua forma predominante desatenta, sua detecção pode ser mais difícil e as crianças podem começar a ser encaradas como indolentes, preguiçosas ou limitadas. Elas também podem começar a ter essa mesma percepção de si mesmas, uma vez que assistem as mesmas aulas que as demais, mas são mais lentas para fazer as tarefas, requerem aulas particulares, horas extras de estudo e, ainda assim, tiram notas baixas. (Rangé, 2001) É importante organizar as tarefas envolvidas nas diversas estratégias ensinadas no tratamento, de forma que o paciente obtenha sucesso muito rapidamente em cada etapa do programa, desenvolvendo crenças de auto eficácia. As cognições são importantes mediadores verbais. Pensamentos do tipo “Não

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adianta tentar” ou “ Vou errar mesmo”, alem de alimentarem a ansiedade, podem agir como distrações. As experiências de sucesso iniciais podem ajudar a ressaltar a capacidade de mudança do individuo, aumentando a motivação para o tratamento. A compreensão da importância de seus pensamentos na determinação dos próprios sentimentos e comportamentos e de que o aprendizado de modos alternativos de pensar e comportar-se podem aumentar seu controle sobre o que ocorre com ele, suas falhas ou sucessos, pode ajudar a minimizar o impacto do déficit na vida dele e aumentar a adesão as técnicas de reestruturação cognitiva. Os portadores de TDAHI tendem a divagar e a mudar de assunto, necessitando de uma atitude mais diretiva do terapeuta, que o auxilia a manter o foco no que esta sendo discutido e a priorizar as evidencias que questionam suas crenças disfuncionais (Rangé, 2001) 8.2.1.2 Técnicas Cognitivo-Comportamental em adultos Um dos tratamentos da TCC em adulto utiliza três módulos principais, a pscioeducação (organização e planejamento), que é a primeira parte do tratamento envolve habilidades de organização e planejamento, entre elas: aprender a usar uma agenda de forma eficaz e continuada, aprender a usar uma lista de tarefas de forma eficaz e continuada e trabalhar com habilidades de solução de problemas eficazes, que incluem desmembrar tarefas em partes menores e mais gerenciáveis e escolher a melhor solução para um problema quando não há solução ideal; redução da tendência à distração é a segunda parte do tratamento, onde os objetivos serão: maximizar e potencializar o tempo de duração da atenção e usar cronômetro, lembretes para a tendência à distração e outras técnicas e; a terceira parte o pensamento adaptativo (reestruturação cognitiva) envolve em aprender a realizar auto-instrução positiva, aprender a identificar e questionar pensamentos negativos e aprender a olhar as situações de forma racional, e, assim fazer escolhas racionais em relação às melhores soluções possíveis. Em adulto também são usadas outros tratamentos como: psicoeducação, ensino de habilidades para solução de problemas, reestruturação do ambiente: maximização do ambiente escolar e profissional; psicoterapia: uso de estratégias comportamentais, cognitivas e de relaxamento.

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Há algumas pesquisas que embasam a utilidade do relaxamento com crianças, mas não existem estudos sobre a eficácia dessas mesmas técnicas em adultos. Da mesma forma, ate agora não existem estudos controlados para o uso de terapias para tratar adultos com TDAHI. A experiência clinica sugere, no entanto, que a psicoterapia pode ser útil para auxiliar os pacientes a lidar com efeitos subjetivos dos medicamentos, reestruturando algumas de suas operações defensivas características e melhorando relacionamentos perturbados pelos sintomas do TDAHI.

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9 CONCLUSÃO Através deste trabalho conclui se que pessoas que sofrem com TDAHI, tem causas genéticas e neurofisiológicas, e ambiente ou outros aspectos não causam o transtorno, onde sim, pode em alguns casos, agravar o caso do transtorno. Existe varias pesquisas sobre este transtorno e o tratamento é para toda a vida, pois não se extingue o TDAHI, mas sim se faz o tratamento em cima dos sintomas dos transtornos, tanto sintomas específicos do transtorno (déficit de atenção, hiperatividade e impulsividade), como sintomas secundários, entre eles baixa auto estima, depressão. A principal área de estudo em crianças com TDAHI esta voltada a questão de problemas nas escolas. Outro lado que a TCC trabalha é no objeto da inclusão destes portadores de TDAHI na sociedade, onde muitas vezes são rotulados de varias forma entre as pessoas em seu circulo social, criando assim pensamentos disfuncionais, que acabam por agravando mais ainda o transtorno do individuo. Assim a TCC age de forma a reestruturar os pensamentos cognitivos e os comportamentos destas pessoas, desta forma fazendo com que juntamente com o tratamento farmacológico o individuo possa ter uma vida “normal”.

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10 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS RANGÉ, B. Psicoterapias Cognitivo-Comportamentais – Um diálogo com a psiquiatria. São Paulo: Artmed, 2001. p. 400-410. HOLMES, D. S. Psicologia dos Transtornos Mentais. 2ªed. São Paulo: Artmed, 2007. p. 331-335. MATTOS, P. No Mundo da Lua – Perguntas e Respostas sobre TDAH em crianças, adolescente e adultos. 7ªed. São Paulo: Artmed, 2007. SAFREN,S. A.; PERLMAN, C. A; SPRICH, S.; OCOTTO, M. W. Dominando o TDAH Adulto. São Paulo: Artmed, tradução 2008. ps. 12-34.. CONNERS, C. K. TDAH – As mais recentes estratégias de avaliação e tratamento. 3ªed. São Paulo: Artmed, 2008. p. 15-91.

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