torá torá (do hebraico תורָה, significando instrução, apontamento, lei) é o nome dado aos cinco primeiros livros do tanakh (também chamados de hamisha humshei torah, חמשה חומשי תורה- as cinco partes da torá) e que constituem o texto central do judaísmo. contém os relatos sobre a criação do mundo, da origem da humanidade, do pacto de deus com abraão e seus filhos, e a libertação dos filhos de israel do egito e sua peregrinação de quarenta anos até a terra prometida. inclui também os mandamentos e leis que teriam sido dadas a moisés para que entregasse e ensinasse ao povo de israel. chamado também de lei de moisés (torat moshe, )תורַת־מֹשׁה, hoje a maior parte dos estudiosos são unânimes em concordar que moisés não é o autor do texto que possuímos, mas sim que se trate de uma compilação posterior. por vezes o termo "torá" é usado dentro do judaísmo rabínico para designar todo o escopo da tradição judaica, incluindo a torá escrita, a torá oral (ver talmud) e os ensinamentos rabínicos. o cristianismo baseado na tradução grega septuaginta também conhece a torá como pentateuco, que constitui os cinco primeiros livros da bíblia cristã.
divisão da torá as cinco partes que constituem a torá são nomeadas de acordo com a primeira palavra de seu texto, e são assim chamadas: •
בראשית, bereshit - no princípio conhecido pelo público não-judeu como gênesis
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שמות, shemot - os nomes ou Êxodo
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ויקרא, vaicrá - e chamou ou levítico
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במדבר, bamidbar- no ermo ou números
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דברים, devarim - palavras ou deuteronômio
geralmente suas cópias feitas à mão, em rolos, e dentro de certas regras de composição, usadas para fins litúrgicos, são conhecidas como sefer torá, enquanto suas versões impressas, em livro, são conhecidas como chumash.
origens e desenvolvimento da torá a tradição judaica mais antiga defende que a torá existe desde antes da criação do mundo e foi usada como um plano mestre do criador para com o mundo, humanidade e principalmente com o povo judeu. no entanto, a torá como conhecemos teria sido entregue por d-us a moisés, quando o povo de israel após sair do cativeiro no egito, peregrinou em direção à terra de canaã. as histórias dos patriarcas, aliados ao conjunto de leis culturais, sociais, políticas e religiosas serviram para imprimir sobre o povo um sentido de nação e de separação de outras nações do mundo.
de acordo com algumas tradições, moisés é o autor da torá, e até mesmo a parte que discorre sobre sua morte (devarim deuteronômio 32:50-52) teria sido fruto de uma visão antecipada dada por d-us. outros defendem que, ainda que a essência da torá tenha sido trazida por moisés, a compilação do texto final foi executada por outras pessoas. este problema surge devido ao fato de existirem leis e fatos repetidos, narração de fatos que não poderiam ter sido escritos na época em que foram escritos e incoerência entre os eventos, que mostra a torá como sendo fruto de fusões e adaptações de diversas fontes de tradição. a torá seria o resultado de uma evolução gradual da religião israelita. a primeira tentativa de sistematizar o estudo do desenvolvimento da torá surgiu com o teólogo e médico francês jan astruc. ele é o pioneiro no desenvolvimento da teoria que a torá é constituída por três fontes básicas, denominadas jeovista, eloísta e código sacerdotal, e mais outras fontes além destas três. deve-se enfatizar que, quando se fala destas fontes, não se refere a autores isolados, mas sim a escolas literárias. um estudo sobre a história do antigo povo de israel mostra que, apesar de tudo, não havia uma unidade de doutrina e desconhecia-se uma lei escrita até os dias de josias. as fontes jeovista e eloísta teriam sua forma plenamente desenvolvida no período dos reinos divididos entre judá e israel (onde surgiria também a versão conhecida como pentateuco samaritano). o livro de deuteronômio só viria a surgir no reinado de josias (621 a.c.). a torá como conhecemos viria a ser terminada nos tempos de esdras, onde as diversas versões seriam finalmente fundidas. vemos então o início de práticas que eram desconhecidas da maioria dos antigos israelitas, e que só seriam aceitas como mandamentos na época do segundo templo como a brit milá, pessach e sucót por exemplo.
conteúdo em bereshit é narrada a criação do mundo e do homem sob o ponto de vista judaico, e segue linearmente até o pacto de d-us com abraão. são apresentados os motivos dos sofrimentos do mundo, a constante corrupção do gênero humano e a aliança que d-us faz com abraão e seus filhos, justificados pela sua fé monoteísta, em um mundo que se torna mais idólatra e violento. nos é apresentada a genealogia dos povos do oriente médio, e as histórias dos descendentes de abraão, até o exílio de jacó e de seus doze filhos no egito. em shemot mostram-se os fatos ocorridos neste exílio, quando os israelitas tornam-se escravos na terra do egito, e d-us se manifesta a um israelita-egípcio, moisés, e o utiliza como líder para libertação dos israelitas, que pretendem tomar canaã como a terra prometida aos seus ancestrais. após eventos miraculosos, os israelitas fogem para o deserto, e recebem a torá dada por d-us. aqui são narrados os primeiros mandamentos para israel enquanto povo (antes a bíblia menciona que eram seguidos mandamentos tribais), e mostra as primeiras revoltas do povo israelita contra a liderança de moisés e as condições da peregrinação. em vaicrá são apresentados os aspectos mais básicos do oferecimento das korbanot, das regras de cashrut e a sistematização do ministério sacerdotal. em bamidbar continuam-se as narrações da saga dos israelitas no deserto, as revoltas do
povo no deserto e a condenação de d-us à peregrinação de quarenta anos no deserto. em devarim estão compilados os últimos discursos de moisés antes de sua morte e da entrada na terra de israel.
bereshit origem: wikipédia, a enciclopédia livre.
bereshit (do hebraico בראשיתno ínicio, no príncipio da primeira palavra do texto) é o nome da primeira parte da torá. bereshit é chamado comumente de gênesis pela tradição ocidental e trata-se praticamente do mesmo livro apesar de algumas diferenças, principalmente no que lida com interpretações religiosas com outras religiões que aceitam o livro de gênesis. este artigo pretende mostrar as origens do livro e suas implicações dentro principalmente do judaísmo.
origem do nome do livro o termo bereshit (no príncipio) trata-se da primeira palavra do livro, e é o costume judaico dividir seus livros e citar como nome do capítulo o nome de sua primeira palavra. o livro foi chamado na septuaginta e por filo de alexandria de Γύνεσις (κόσμου) = "origem" (do mundo), e o termo gênesis é uma criação posterior usual entre os não judeus.
origens do texto ainda que a tradição impute a autoria do texto a moisés, que teria recebido o texto na revelação do sinai, os estudiosos geralmente atribuem a autoria à um período posterior, provavelmente no retorno do exílio babilônico onde teria havido uma fusão de diversas lendas mitológicas dos povos do levante com a cultura judaica. muitos elementos mitológicos presentes no texto serão base para textos posteriores que seriam considerados apócrifos como o livro de enoque. como exemplo deste caso temos a polêmica sobre os nefilim. os estudiosos crêem que a torá e subsequentemete bereshit é resultado de diversas tradições que evoluiram em conjunto através da história do antigo povo de israel. neste ponto de vista seria confirmado pelas duplicidades nas diversas histórias narradas: •
duas criações do mundo;
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duas alianças de d-us com abraham;
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duas histórias do nome de yitschac;
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duas histórias do nome de yaacov;
além das porções que utilizam o nome elohim (tradição eloísta) e que parecem desconhecer totalmente o nome de yhwh (tradição yavista)como no caso da criação do
mundo.
texto bereshit tem como príncipio descrever as origens deste mundo e da linhagem humana até o pacto do criador com o povo de israel, descrevendo principalmente a vida dos patriarcas bíblicos. também apresenta as origens dos principais mandamentos da vida judaica como a brit milá, o shabat e mandamentos para toda a humanidade como as leis de noé. o texto é comumente dividido em doze parashot (porções) cuja divisão servem para a leitura semanal do texto nas sinagogas acompanhadas das haftarot. as doze porções, simbolizam as tribos de israel. assim a narrativa de bereshit está divida em:
bereshit ()בראשית gustave doré adão e eva expulsos do paraíso a parashá bereshit (no início, no príncipio) é a primeira porção da torá e busca narrar a criação do mundo por d-us, assim como a origem de todas as coisas -- dos animais, do primeiro homem (adam ou adão - cujo nome provêm de adama - terra avermelhada) e sua mulher, assim como de sua descendência através de dez gerações. mostra a corrupção do gênero humano (incluindo o primeiro assassinato) e o subseqüente castigo de d-us através do dilúvio, do qual somente se salvaria noach (noé) e sua família. esta porção apresenta a origem do shabat (que seria o dia de descanso de d-us após a criação) e apresenta -- de acordo com maimônides -- o primeiro mandamento positivo: "crescei e frutificai". a haftará que acompanha esta porção é: •
para os ashkenazi: isaías 42:5–43:10
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para os sefaradi, e chabad lubavitch: isaías 42:5–21
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para os judeus do iêmen: isaías 42:1–16
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para os italkim: isaías 42:1–21
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para os caraítas: isaías 65:7–66:13
nôach ()נח esta parashá toma o nome de noach (noé) que ao contrário da restante da humanidade teria permanecido justo diante da maldade do ser humano e graças a isto teria sobrevivido junto com sua família do cataclismo causado pelo dilúvio juntamente com animais selecionados para garantir a sobrevivência das espécies. após a cessação do dilúvio, noach e sua família teriam repovoado a terra e dado origem à todos os povos da atualidade. a descendência de noach no entanto seria alvo de um castigo divino ao tentarem mover uma guerra contra d-us ao construir a torre de babel. tendo seus idiomas
confundidos, os povos foram dispersos pela face da terra. torre de babel (pintura de pieter bruegel) a haftará desta porção é : •
para os ashkenazi, judeus do iêmen e maghrebim: isaías 54:1–55:5
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para os sefaradi: isaiah 55:1–10
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para alguns judeus iemenistas: isaías 54:1–55:3
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para os italkim: isaías 54:1–55:5
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para os caraítas: isaías 54:9–55:12
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para chabad lubavitch: isaías 54:1–10
lech lechá () לך לך de acordo com a tradição judaica, desde o príncipio do mundo houveram justos servidores ao d-us único , mas a corrupção do gênero humano levou principalmente à adoção da idolatria pela maior parte dos povos da terra.a parashá lech lechá inicia-se com o chamado de d-us a avraham (abraão), que teria sido um profeta e defensor do monoteísmo. chamado para peregrinar nas terras de canaã, a parashá narra diversas aventuras envolvendo o profeta ,sua mulher sarai e seu sobrinho lot. entre suas peregrinações d-us efetua uma aliança eterna com avraham e sua descendência simbolizada pelo pacto da brit milá. esta aliança eterna é a fundamentação do conceito de povo escolhido para os judeus, que seriam os descendentes de avraham. a parashá também descreve o nascimento do filho de avraham, ishmael (ismael) que posteriormente será considerado o pai dos povos árabes. a haftará desta porção é : •
para os ashkenazi e sefaradi: isaías 40:27–41:16
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para os caraítas: josué 24:3–18
vayerá ()וירא esta parashá narra as promessas de d-us a avraham e a sua descendência, que deveria ser obtida mediante yitschac (isaque), filho gerado milagrosamente por sara que era velha e estéril. o nascimento de yitschac leva à uma crise com ishmael e sua mãe hagar, uma escrava que havia sido dada como concumbina a avraham. por recomendação de sarai e d-us, avraham expulsa o filho e sua mãe. nesta parashá é também narrada a destruição de sodoma e gomorra e a salvação de lot por dois anjos. inclui também a provação de d-us á fé de avraham pedindo que este sacrifique seu filho yitschac . avraham segue a determinação mas d-us impede o sacríficio no último momento.
a haftará desta porção é : •
para os ashkenazi: ii reis 4:1–37
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para os sefaradi: ii reis 4:1–23
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para os caraítas: isaías 33:17–35:10
chayê sara ()חיי שרה gustave doré - eliézer e rebeca esta parashá inicia-se com a morte de sara aos 127 anos. avraham decide encontrar uma esposa para seu filho yitschac e envia seu servo à sua família, que encontra uma moça, rivka (rebeca) que se torna esposa de yitschac. avraham acaba falecendo com a idade de 175 anos e a porção encerra-se com a descrição dos descendentes de avraham. a haftará desta parashá é : •
para os ashkenazi e sefaradi: i reis 1:1–31
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para os judeus do iêmen: i reis 1:1–31,46
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para os caraítas: isaías 51:2–51:22
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para os italkim: i reis 1:1–34
toledot ()תולדות a parashá toledot narra a história de yitschac e rivca e de seus filhos gêmeos, esav (esaú) e yaacov (jacó). os dois irmãos competem pela atenção do pai, onde esav é um caçador, enquanto yaacov é um rapaz caseiro e estudioso da torá. essav mostrado como um libertino e frívolo, vende seu direito de primogenitura para yaacov. este ainda passa-se pelo irmão e enganando ao pai recebe as bençãos de seu pai, o que despertando a ira de esav faz com que yaacov fuja para charan junto ao seu tio lavan. a haftará desta porção é : •
para os ashkenazi e sefaradi: malaquias 1:1–2:7
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para os caraítas: isaías 65:23–66:18
vayetsê ()ויצא michael willmann - o sonho de jacó yaacov foge para as terras de seu tio lavan (labão) e no caminho recebe uma visão de d-us e um pacto com a sua descendência. ao chegar à família de seu tio apaixona-se por sua
prima rachel (raquel). para casar com ela é obrigado à trabalhar sete anos. ao casar-se, é enganado por seu tio e acaba desposando a irmã mais velha de rachel, lea. para se casar com rachel yaacov trabalha mais sete anos. destas duas mulheres mais suas concumbinas, yaacov gera onze dos doze filhos que serão os patriarcas das doze tribos de israel. após vinte anos trabalhando e sendo enganado por lavan, yaacov e sua família fogem de lavan , que os persegue mas por fim faz um pacto de paz com eles. a haftará desta porção é : •
para os ashkenazi: oséias 12:13–14:10
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para os caraítas: oséias 11:7–13:5
vayishlach ()וישלח a parashá vayishlach prossegue o relato da história de yaacov ao retornar com sua família para a terra de canaã e seu encontro com esav. yaacov julga que esav pretende batalhar contra ele, e prepara-se para a batalha. antes de encontrar-se com seu irmão luta contra um anjo disfarçado de homem do qual sai vitorioso embora manco. do anjo yaacov recebe o nome de yisrael (israel) que será o nome pela qual seus descendentes seriam chamados. yaacov encontra por fim esav que o aceita em paz embora ambos se separem. a narrativa prossegue com o rapto da filha de yaacov, diná e seu consequente estupro por parte de sechem, príncipe da cidade de sechem (siquém). os filhos de yaacov enganam os habitantes da cidade, obrigando-os à circuncidarem-se sob o pretexto da aceitação de casamentos mistos e por fim shimon e levi matam os habitantes da cidade resgatando diná. rachel morre em seguida ao dar a luz ao décimo-segundo filho de yaacov e este retorna para a casa de seu pai. yitschac morre com a idade de 180 anos e a porção prossegue com a descrição da genealogia de esav que seria o ancestral dos habitantes de edom. a haftará desta porção é: •
para os ashkenazi: oséias 11:7–12:12
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para os sefaradi: obadias 1:1-21
vayêshev ()וישב josé sendo capturado pelos seus irmãos e vendido aos egípcios (pintura de konstantin flavitsky) a parashá vayêshev descreve inicialmente a afeição de yaacov por seu filho yossef o que leva ao ciúme dos outros irmãos. este ódio aumenta com os sonhos de yossef que se vê como senhor de seus irmãos. seus irmãos preparam uma artimanha e vendem seu irmão como escravo no egito, e enganam seu pai dizendo que yossef havia sido destroçado por um animal.
no egito yossef torna-se um empregado valoroso na casa de potifar, mas recebe uma falsa acusação de tentativa de assédio sexual por parte da esposa de potifar. yossef é preso onde acaba tornando-se encarregado dos prisioneiros. após dez anos ao interpretar o sonho de dois serviçais de faraó, os eventos posteriores confirmam a interpretação dada por yossef. a haftará desta porção é amós 2:6–3:8.
mikêts ()מקץ mikêts descreve o sonho do faraó sobre sete vacas magras devorando sete vacas gordas, seguido por sete espigas magras de cereal devorando sete espigas saudáveis. os conselheiros de faraó não conseguem interpretar o sonho, e yossef recomendado pelo copeiro do rei é chamado para interpretar o sonho. yossef descreve então que os sonhos confirmam que após sete anos de abundância o egito e toda a terra seria assolado por grande escassez. faraó determina então yossef como vice-rei do egito com o objetivo de coletar alimentos no período de fartura e armazaná-los para a época da escassez. yossef então casa-se e tem dois filhos : menashê e efraim, e os eventos ocorrem como yossef predissera. em canaã a escassez atinge a família de yaacov, que envia seus filhos ao egito para comprar alimento. encontram yossef mas não o reconhecem. yossef finge então considerá-los espiões e mantém shimeon refém enquanto os outros irmãos retornam para canaã com alimento, e exige que retornem com o irmão mais novo. yaacov não permite mas a escassez obriga-o à liberar binyamin. os irmãos retornam ao egito onde são bem tratados. no entanto yossef cria uma artimanha para acusar binyamin de roubo e torná-lo seu escravo no egito. a haftará desta parashá é i reis 3:15–4:1.
vayigash () ויגש os irmãos de yaacov desesperam-se com a situação e yehudá (judá) oferece-se para ficar no egito no lugar de binyamin já que a perda deste seria fatal para yaacov. yossef incapaz de fingir mais tempo revela-se a seus irmãos e os envia de volta para canaã para buscarem seu pai e ordem para que toda a família de yaacov venha habitar no egito. a haftará desta porção é ezequiel 37:15–28.
vayechi ()ויחי jacó abençoa os filhos de josé (pintado por jan victors) a parashá vayechi é a última porção de bereshit e descreve os últimos anos de vida de yaacov e sua morte. antes obriga yossef a jurar que o enterrará na terra da promessa e abençoa a cada um dos seus filhos individualmente. yaacov morre com 147 anos e é enterrado em m'arat hamachpelá, onde estão enterrados sua esposa lea, seus pais yitschac e rivca, e os avós avraham e sara.
yossef perdoa seus irmãos das artimanhas que lhe armaram na juventude e por fim yossef morre, pedindo que seus ossos sejam levados no futuro para a terra da promessa. a haftará desta parashá é i reis 2:1–12.
shemot shemot (do hebraico ואלה שמותe estes os nomes, primeiras palavras do texto) é o nome da segunda parte da torá. shemot é chamado comumente de Êxodo pela tradição ocidental e trata-se praticamente do mesmo livro apesar de algumas diferenças, principalmente no que lida com interpretações religiosas com outras religiões que aceitam o livro de Êxodo. este livro trata da libertação de israel do cativeiro no egito, através das mãos de moisés, profeta enviado por d-us para o resgate dos descendentes de jacó e para a edificação de uma nova religião baseada no cumprimento de mandamentos dados por este d-us.
nome do livro o nome hebraico do livro shemot vem de suas primeiras palavras ( ואלה שמותwe'eleh shemot)que significa e estes os nomes.a septuaginta traduziu o nome do livro para o grego Ἔξοδος, que seria vertido para o termo Êxodo como conhecido pelo público não-judeu.
texto shemot é a continuação imediata dos eventos descritos em bereshit. com ênfase na eleição divina do povo de israel, descendentes de jacó, o texto inicia-se com a escravização dos israelitas pelas mãos dos egípcios que temem o seu aumento populacional. moisés, um israelita-egípcio é um homem escolhido por d-us para libertar o povo deste cativeiro, executando diante de todos sinais e prodigíos que culminam na libertação do povo, que segue para a conquista da terra prometida. moisés institui a religião israelita e recebe de d-us os mandamentos para obediência do povo. o texto é comumente dividido em onze parashot (porções) cuja divisão servem para a leitura semanal do texto nas sinagogas acompanhadas das haftarot. assim a narrativa de shemot está dividida em:
shemot()שמות a filha de faraó encontra moisés(pintado por edwin long) a primeira porção inicia com a descrição da convivência dos filhos de yaakov (jacó) na terra do egito para onde haviam migrado devido à carestia que assolava a região do oriente médio. após muitos anos, um novo faraó temendo o aumento populacional da população israelita, submete estes à duros serviços e institui leis que ordenam a morte de todo recém-nascido do sexo masculino. um destes recém-nascidos, moshê (moisés)tem a vida poupada e lançado no rio nilo é resgatado pela filha de faraó, batia, que o adota como filho. após crescer, moshê acaba presenciando um ato de agressão de um egípcio
contra um israelita, e acaba matando o egípcio, o que leva à fugir para a região de midian onde conhece yitrô (jetro)e casa-se com a filha deste, tsipora (zípora). no exílio, d-us revela-se a moshê através de uma sarça ardente e lhe incumbe de libertar os israelitas do cativeiro no egito. moshê ganha a capacidade de realizar eventos miraculosos, e retorna para o egito. a haftará desta parashá é : •
para os ashkenazi: isaías 27:6–28:13 & 29:22–23
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para os sefaraditas: jeremias 1:1–2:3
wa'era ()וארא nesta parashá é narrado o envio de moshê e aharon da parte de d-us a faraó para libertação do povo de israel. instruidos a se apresentarem diante de faraó mosh~e e aharon realizam um milagre diante deste, transformando uma vara em serpente. os feiticeiros de faraó também realizam um prodígio semelhante, o que leva faraó a menosprezar moshê e aharon não permitindo aos israelitas partirem.inicia-se então um confronto de poderes conhecido como as dez pragas do egito. a haftará desta parashá é ezequiel 28:25–29:21.
bo ()בא nesta parashá, moshê e aharon são enviados a faraó para libertar os israelitas do egito. a oitava e a nona praga são enviadas, porém faraó recusa-se à permitir que o povo de israel parta. o eterno envia a última praga sobre o egito, o qual consiste em um anjo destruidor que extermina os primogênitos dos egípcios mas poupa os filhos de israel. d-us faz um pacto com o povo de israel de celebrar este salvamento perpetuamente através da instituição da pessach e da mitsvá de pidyon haben. a haftará desta parashá é jeremias 46:13–28.
beshalakh ()בשלח moisés atinge a rocha que jorra água (pintado por tintoretto) o povo israelita é liberto da escravidão egípcia e guiada por moshê em direção à terra prometida. faraó segue no encalço do povo porém perece afogado no mar vermelho que havia sido aberto para passagem do povo de israel, que é guiado por uma coluna de fogo de noite e uma nuvem de dia. porém o povo passa a murmurar contra moshê devido as vicissitudes do caminho mesmo com a realização de sinais e prodígios pelas mãos de moshê. entre estes sinais prodigiosos está a retirada de água de uma pedra e o maná que caía do céu. a parashá encerra com o combate entre os filhos de israel e o povo de amaleque.
a haftará desta parashá é juízes 4:4–5:31.
yitrô ()יתרו monte sinai o sogro de moshê, yitrô chega ao acampamento dos israelitas para se juntar ao povo de israel e aconselha a moshê a abandonar o método de ser o único juiz do povo, dividindo sua autoridade com outros juízes subordinados. o povo israelita chega ao monte sinai, aos pés do qual acampam de acordo com as ordens de d-us. moshê sobe o monte sozinho para receber os mandamentos de d-us. a haftará desta parashá é isaías 6:1–7:6 & 9:5–6
mishpatim ()משפטים mishpatim lida com mandamentos de caráter civil, incluindo as leis referentes a escravidão, penas de crimes e festividades anuais. a haftará desta parashá é jeremias 34:8–22 & 33:25–26.
terumah ()תרומה esta parashá inicia a descrição dos detalhes da construção do mishkan móvel que servirá como centro de culto do povo israelita. descreve as medidas, materiais utilizados no processo de construção e os diversos utensílios do tabernáculo como as tábuas dos dez mandamentos, do shulkhan (mesa sagrada sobre a qual devem permanecer os lekhem hapanim ou pães da proposição) e a menorá. a haftará desta parashá é i reis 5:26–6:13.
tetzaveh ()תצווה esta parashá descreve as vestes que devem ser utilizadas pelos cohanim (sacerdotes) durante o serviço sagrado, as vestes do cohen hagadol (sumo sacerdote) e os mandamentos relativos ao melu'im, inauguração ritual para o tabernáculo que deve ser realizado exclusivamente por moisés e a iniciação de aarão juntamente com seus filhos no sacerdócio. a haftará desta parashá é ezequiel 43:10–27. quando esta parashá coincide com o shabat zachor (o shabat que precede o purim), a parashá é i samuel 15:2–34.
ki tisa' ()כי תשא o bezerro de ouro. ki tisa' inicia com o recenseamento do povo israelita e a instituição de um tributo para que
os adultos colaborem com a construção do tabernáculo e continua a descrição da composição dos utensílios sagrados como o lavatório, o azeite de unção e o incenso aromático. d-us separa dois homens, betsalel e oholiyav para supervisionar a construção do tabernáculo. moisés com as tábuas da lei. a narrativa segue para a descrição dos eventos decorrentes da demora de moisés descer do monte sinai para onde subira para receber a torá: o povo de israel crendo que moisés havia morrido constroem para si um bezerro de ouro para os guiarem de volta ao egito. moisés retorna ao povo e vê este dançando ao redor do ídolo. moisés quebra as tábuas dos mandamentos e queima o ídolo. d-us pretende consumir o povo, mas é aplacado pela intervenção de moisés, que retorna ao monte e recebe um segundo conjunto de tábuas dos mandamentos. a haftará desta parashá é: •
para os ashkenazi: i reis 18:1–39
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para os sefaradi: i reis 18:20–39
se a leitura da parashá coincide com shabat parah a haftará é ezequiel 36:16–38.
vayaqhel ()ויקהל esta parashá narra a convocação do povo de israel por moisés e a advertência sobre a obrigatoriedade do cumprimento do shabat. também narra as doações do povo de israel, e o príncipio da construção do tabernáculo. a haftará desta porção é: •
para os ashkenazi: i reis 7:40–50
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para os sefaradi: i reis 7:13–26
quando a parashá coincide com shabbat hachodesh a haftará é ezequiel 45:16–46:18.
pequdei ()פקודי a porção final de shemot descreve a conclusão dos instrumentos e itens do tabernáculo e a subsequente dedicação deste. a haftará desta parashá é : •
para os ashkenazi: i reis 7:51–8:21
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para os sefaradi: i reis 7:40–50
quando a parashá coincide com shabbat hachodesh, a haftará é ezequiel 45:16–46:18. quando esta parashá coincide com shabbat rosh chodesh, a haftará é isaías 66:1–24
vaicrá vaicrá ou vayikra (do hebraico ויקראe chamou da primeira palavra do texto) é o nome da terceira parte da torá. vaicrá é chamado comumente de levítico pela tradição ocidental e trata-se praticamente do mesmo livro apesar de algumas diferenças, principalmente no que lida com interpretações religiosas com outras religiões que aceitam o livro de levítico. este artigo pretende mostrar as origens do livro e suas implicações dentro principalmente do judaísmo.
origem do nome do livro o termo vaicrá (e chamou) trata-se da primeira palavra do livro, e é o costume judaico dividir seus livros e citar como nome do capítulo o nome de sua primeira palavra. o nome levítico usado geralmente pelos não-judeus é baseado no latim liber leviticus originado do grego (το) Λευιτικόν. este título é relacionado ao fato do livro tratar de aspectos legais e sacerdotais do antigo culto mosaico.
origens do texto ainda que a tradição impute a autoria do texto a moshê, os estudiosos geralmente a atribuem a um período posterior, provavelmente no retorno do exílio babilônico, onde teria havido uma fusão de diversas lendas mitológicas dos povos do levante com a cultura judaica. os estudiosos crêem que a torá, e subseqüentemente vaicrá, é o resultado de diversas tradições que evoluíram em conjunto através da história do antigo povo de israel, porém vaicrá seria composto principalmente baseado no código sacerdotal. este código teria uma ênfase maior no primado da tribo de levi como tribo escolhida, e da família de aharon para gerenciar os aspectos rituais no tabernáculo (ver cohen).
texto vaicrá descreve os aspectos legais e sacerdotais do culto no tabernáculo. o texto é comumente dividido em dez parashot (porções), cuja divisão serve para a leitura semanal do texto nas sinagogas, acompanhadas das haftarot. assim, a narrativa de vaicrá está dividida em:
vaicrá ()ויקרא na parashá vaicrá moisés é chamado ao tabernáculo e recebe os mandamentos relacionados aos corbanot. estas corbanot podem ser divididas em três categorias principais: •
corban olah - oferendas queimadas no altar;
•
corban minkhah- oferendas queimadas parcialmente no altar e o restante
consumida pelos cohanim •
corban shelamim- oferenda de paz, queimada parte sobre o altar, e o restante consumido pelos ofertantes e pelos cohanim.
a parashá prossegue discorrendo sobre as oferendas em caso de chattat (erro, pecado) e 'asham (culpa), esta última sendo a expiação por transgressões involuntárias. a haftará desta porção é isaías 43:21–44:23. quando a porção coincide com shabat zachor, a haftará é i samuel 15:2–34
tzav()צו tzav descreve os detalhes dos serviços dos cohanim. descreve a manutenção do fogo sobre o altar e os mandamentos relacionados aos corbanot que aharon e seus filhos deveriam oferecer continuamente. prossegue com o término dos melu'im, serviço de consagração do tabernáculo e a unção de aharon e seus filhos para o serviço sagrado. a haftará desta porção é jeremias 7:21–8:3 & 9:22–23. quando a parashá coincide com shabat hagadol a haftará é malaquias 3:4–24.
shemini ()שמיני a parashá shemini apresentam os eventos que ocorrem no último dia dos melu'im, com a unção e preparação de aharon e seus filhos para o serviço sacerdotal. aharon abençoa o povo e a presença do eterno paira sobre eles. no entanto, os dois filhos mais velhos de aharon, nadav e avihu, morrem consumidos por terem oferecido "fogo estranho" no tabernáculo. a interpretação do que seria fogo estranho até hoje gera discussões, podendo ser uma oferta não-autorizada, um sacríficio idólatra ou outra interpretação. a parashá prossegue sobre as regras de pureza para os cohanim, de pureza e impureza para o povo e de animais kasher e não-kasher. a haftará desta porção é: •
para os asquenazitas: 2 samuel 6:1–7:17
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para os sefaraditas: 2 samuel 6:1–19
quando a parashá coincide com shabat parah a haftará é ezequiel 36:16–38.
tazria ()תזריע esta parashá analisa as diversas impurezas os quais as pessoas podem entrar quer por parto e por doenças de pele (tsaraat às vezes traduzido errôneamente como lepra). a haftará desta parashá é ii reis 4:42–5:19.
quando a parashá coincide com shabat hachodesh, a haftará é ezequiel 45:16–46:18. quando a parashá coincide com shabat rosh chodesh, a haftará é isaías 66:1–24.
metzorá ()מצורע a parashá metzorá continua a discorrer sobre tsaraat e os processos de purificação, incluindo os corbanot, imersões e raspagem. prossegue com uma descrição dos mandamentos sobre tsaraat em casas e finaliza com a descrição dos graus de impureza decorrentes de emissões humanas como menstruação, polução e afins. a haftará desta parashá é ii reis 7:3–20. quando a parashá coincide com shabat hachodesh, a haftará é ezequiel 45:16–46:18. quando a parashá coincide com shabat rosh chodesh, a haftará é isaías 66:1–24.
akharey ()אחרי após a morte dos dois filhos de aharon, nadav e avihu conforme descrito na parashá shemini, são descritos os mandamentos relativos ao serviço sagrado de yom kipur realizado pelo cohen gadol, incluindo a entrada anual no qodesh haqodeshim (santo dos santos), lugar mais sagrado do tabernáculo onde residia a arca da aliança. a porção conclui com uma lista das principais imoralidades sexuais proibidas ao povo de israel. a haftará desta porção é : •
para os asquenazitas: ezequiel 22:1–19
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para os sefaraditas: ezequiel 22:1–16
quando a parashá coincide com shabat hagadol a haftará é malaquias 3:4–24.
qedoshim ()קדושים nesta parashá descreve-se a ordem de santidade para o povo de israel através da exigência de diversos mandamentos da parte de d-us através de preceitos positivos e negativos de ordem moral, social , familiar e religiosa. também descreve mandamentos sobre kilayim (misturas proibidas) e sobre as punições a serem executadas contra os que praticarem as imoralidades descritas na parashá akharey. a haftará desta parashá é : •
para os asquenazitas : amós 9:7–15
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para os sefaraditas ezequiel 20:2–20
emor()אמור esta parashá descreve as leis específicas aos cohanim e ao cohen gadol, sobre as
restrições para garantir a pureza destes. também são citados os defeitos físicos que impedem um cohen de realizar o serviço sagrado, assim como as restrições a todo aquele que esteja tamê ou seja, impuro. prossegue descrevendo as leis acerca de terumá, das festividades religiosas e do uso dos utensílios do tabernáculo como a menorá. a parashá encerra-se com a descrição da morte de um homem que amaldiçoou o nome de d-us. a haftará desta parashá é ezequiel 44:15–31.
behar ()בהר a parashá de behar descreve os mandamentos relativos a terra de israel. inicia com o mandamento de shemitá, mandamento que ordena deixar o campo sem cultivo ou colheita por sete anos. também descreve o yovel, ou o 50o ano, no qual as propriedades retornam aos seus donos ancestrais. prossegue com a enfâse na necessidade de auxiliar os necessitados à saírem de seu estado de necessidade, com os mandamentos referentes à escravidão e remissão de escravos assim como mandamentos acerca do shabat. a haftará desta porção é jeremias 34:6–27. quando a parashá behar é combinada com a parashá behukotai, a haftará é a haftará de behukotai, jeremias 16:19–17:14.
behuqotai ()בחוקותי a última porção de vaicrá descreve as bençãos e recompensas que os os israelitas receberão se seguirem os mandamentos da torá e os castigos que o povo receberia se abandonassem estes mandamentos. a parashá prossegue descrevendo os processos de santificação dos bens para o tabernáculo e sobre os dízimos. a haftará desta porção é jeremias 16:19–17:14.
bamidbar bamidbar (do hebraico במדברno ermo da primeira palavra do texto) é o nome da quarta parte da torá. bamidbar é chamado comumente de números pela tradição ocidental e trata-se praticamente do mesmo livro apesar de algumas diferenças, principalmente no que lida com interpretações religiosas com outras religiões que aceitam o livro de números. este artigo pretende mostrar as origens do livro e suas implicações dentro principalmente do judaísmo.
origem do nome do livro o termo bamidbar (no ermo) trata-se da primeira palavra do livro, e é o costume judaico dividir seus livros e citar como nome do capítulo o nome de sua primeira palavra. o nome números origina-se do nome dado na septuaginta , que chama o livro de arithmoi ("números"), devido aos dois censos do povo israelita mencionados no texto.
origens do texto ainda que a tradição impute a autoria do texto a moshê, os estudiosos geralmente atribuem a autoria à um período posterior, provavelmente no retorno do exílio babilônico onde teria havido uma fusão de diversas lendas mitológicas dos povos do levante com a cultura judaica. os estudiosos crêem que a torá e subsequentemente números são o resultado de diversas tradições que evoluiram em conjunto através da história do antigo povo de israel.
texto números descreve os eventos decorrentes d peregrinação do povo de israel pelo ermo durante quarenta anos. o texto é comumente dividido em dez parashot (porções) cuja divisão servem para a leitura semanal do texto nas sinagogas acompanhadas das haftarot.assim a narrativa de bamidbar está dividida em:
bamidbar ()במדבר a parashá bamidbar tem como tema principal o censo do povo israelita, contabilizando os homens com idade entre 20 a 60 anos. a estrutura de organização do povo é organizada, de modo a seguir-se um padrão para a viagem, tendo a tribo de levi ao centro junto com o tabernáculo com as doze tribos cercando de todos os lados. a porção termina com os mandamentos dados a família de kehat, segundo filho de levi, consagrada para lidar com as partes sagradas do tabernáculo. a haftará desta parashá é oséias 2:1–22. quando a parashá coincide com shabat machar chodesh a parashá é 1 samuel 20:18–42.
naso ()נשא moisés tira água da rocha (pintura de nicolas poussin) aharon morre e é sepultado no monte hor, sendo sucedido por seu filho elazar como cohen gadol. a narrativa termina com as guerras movidas contra sichon, rei de emori e og, rei de bashan. a haftará desta parashá é juízes 11:1–33. quando a parashá é combinada com a parashá balaq, a haftará é miquéias 5:6–6:8.
balaq ()בלק a parashá balaq (ou balac) descreve os acontecimentos relativos ao profeta pagão bilam (balaão), contratado pelo rei de moav para amaldiçoar o povo de israel . porém a interferência de d-us faz com que este pronuncie bençãos e preces para o povo judeu. a porção termina com os atos de libertinagem entre os judeus e as filhas de moav e midian, inseridas no acampamento daqueles para corrompê-los. a haftará desta parashá é miquéias 5:6–6:8.
pinkhas ()פנחס a parashá pinkhas inicia com a promessa de sacerdócio a pinkhas, neto de aharon que matou um príncipe da casa de shimeon e uma princesa midianita que estavam realizando atos de libertinagem em público. no final da parashá passada, uma peste irrompera no acampamento dos israelitas e graças ao ato de pinkhas a peste cessa. É realizado um novo censo do povo de israel. após este evento as cinco filhas de tslofchad reinvidicam uma parte da herança na terra de israel, já que não tinham irmãos e o pai morrera no ermo. d-us permite que obtenham herança, e moshê recebe os mandamentos relativos a herança do povo. também lhe é ordenado que indique yehoshua (josué)como seu sucessor. a parashá encerra com uma descrição das corbanot. a haftará desta parashá é i reis 18:46–19:21.
matot ()מטות matot descreve as leis sobre nedarim (promessas) e shevuot (juramentos). prossegue com uma discussão sobre a vitória contra midyan (midiã) e acerca do despojo de guerra. as tribos de reuven e gad pedem que suas heranças fossem a leste do rio yarden, o que lhes é concedido por moshê desde que ajudem as outras tribos a conseguirem suas posses em kanaan. a haftará desta parashá é jeremias 1:1–2:3. quando a parashá matot é combinada com masei, a haftará é : •
para os asquenazitas: jeremias 2:4–28 & 3:4.
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para os sefaraditas: jeremias 2:4–28 & 4:1–2.
masei ()מסעי a parashá masei começa com um resumo da rota do povo de israel durante os quarenta anos no ermo até a chegada ao rio yarden (rio jordão). d-us ordena que todos os habitantes de canaã sejam expulsos da terra, e estabelece as fronteiras para cada tribo e as fronteiras de israel. os levitas no entanto não receberiam porções como demais, mas receberiam cidades especiais dentro das fronteiras de outras tribos. a parashá prossegue com a descrição das cidades-refúgios no qual deveriam se abrigar pessoas que tivessem matado outras sem intenção de modo a evitar a vingança por parte dos vingadores do sangue, até a morte do cohen gadol atual. a parashá prossegue com a descrição das diversas categorias de assassinatos e encerra com as leis referentes a herança sucessória. a haftará desta porção é : •
para os asquenazitas: jeremias 2:4–28 & 3:4.
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para os sefaraditas: jeremias 2:4–28 & 4:1–2.
quando a parashá é combinada com a parashá matot, a haftará é a mesma da parashá masei. quando a parashá coincide com shabat rosh chodesh a haftará é isaías 66:1–24.
devarim devarim (do hebraico דבריםpalavras da primeira sentença do texto) é o nome da quinta parte da torá. devarim é chamado comumente de deuteronômio pela tradição ocidental e trata-se praticamente do mesmo livro apesar de algumas diferenças, principalmente no que lida com interpretações religiosas com outras religiões que aceitam o livro de deuteronômio. este artigo pretende mostrar as origens do livro e suas implicações dentro principalmente do judaísmo.
origem do nome do livro o termo deuteronômio (palavras) vem da primeira sentença do livro ( "elleh ha-devarim" estas as palavras), e é o costume judaico dividir seus livros e citar como nome do capítulo o nome de sua primeira palavra. o nome deuteronômio origina-se do nome deuteronomium dado na vulgata ,baseado na septuaginta déuteros nómos (segunda lei) baseado em uma interpretação errônea do texto.
origens do texto ainda que a tradição impute a autoria do texto a moshê, os estudiosos geralmente atribuem a autoria à um período posterior, provavelmente no retorno do exílio babilônico onde teria havido uma fusão de diversas lendas mitológicas dos povos do levante com a cultura judaica.
os estudiosos crêem que a torá e subsequentemente devarim são o resultado de diversas tradições que evoluiram em conjunto através da história do antigo povo de israel. alguns estudiosos acreditam que devarim trata-se do livro da lei achado nos tempos do rei josias.
texto devarim descreve a reunião efetuada por moshê (moisés) com o povo judeu após a peregrinação de quarenta anos no ermo. neste livro moshê rememora os mandamentos, abençoa o povo, narra os perigos da idolatria e do abandono da torá. o texto finaliza com a morte de moshê. o texto é comumente dividido em onze parashot (porções) cuja divisão servem para a leitura semanal do texto nas sinagogas acompanhadas das haftarot.assim a narrativa de bamidbar está dividida em:
devarim ()דברים primeira porção do livro devarim, a parashá devarim inicia com os discursos feitos por moshê nas suas últimas cinco semanas de vida. esta parashá envolve a recordação dos principais eventos ocorridos com o povo israelita no ermo, assim como suas rebeliões e o encorajamento dado por moshê ao seu sucessor yehoshua. a haftará desta parashá é isaías 1:1–27.
wa'ethanan ()ואתחנן esta parashá continua o discurso iniciado por moshê na parashá anterior ,descrevendo as admoestações dadas por moshê para que o povo cumpra as palavras da torá, e que não acrescentem ou retirem nenhum dos mandamentos dela. moshê prossegue com a descrição dos castigos e penas que o povo de yisrael sofreria se não guardassem estes mandamentos, mas também descrevendo os benefícios se buscassem teshuvá. a parashá prossegue com mais uma série de mandamentos, incluindo a descrição do primeiro parágrafo do shemá, que é a profissão de fé até hoje do judaísmo. a haftará desta parashá é isaías 40:1–26.
eqev ()עקב a parashá eqev inicia descrevendo o encorajamento dado por moshê ao povo israelita para que cumpram os mandamentos da torá e conquistem a terra de kanaam (canaã). moshê recorda os benefícios usufruidos pelo povo no ermo, assim como as transgressões do povo (como no caso do bezerro de ouro). moshê mostra como o povo de ysiarel teria a obrigação de ser fiel ao eterno justamente pelo fato de ter visto todos os benefícios e
castigos no ermo. nesta parashá também é descrita a segunda parte do shemá. a haftará desta parashá é isaías 49:14–51:3.
re'eh ()ראה esta é a maior parashá da torá, onde moshê faz uma revisão de grande parte das mitzvot, incluindo os mandamentos relativos a conquista de kanaam, sobre a idolatria, do cashrute a lei de ma’aser sheni (segundo dízimo), consumido pelos seus ofertantes na cidade de yirushalayim (jerusalém). a parashá prossegue com a descrição do mandamento de shemitá e sobre as leis relativas a escravidão entre o povo de yisrael. a parashá conclui com uma descrição das festas de pessach, shavuot e sucót. a haftará desta parashá é isaías 54:11–55:5. quando esta parashá coincide com shabat machar chodesh a haftará é 1 samuel 20:18–42.
shoftim ()שופטים a parashá shoftim inicia com os mandamentos relativos a criação de tribunais e juízes em cada cidade. prossegue com mandamentos relacionados a reis, assim como oferendas a serem levadas aos cohanim e os mandamentos relativos as profecias. a parashá continua com os mandamentos relativos as cidades-refúgios e os mandamentos relativos aos casos de testemunhas falsas. a torá prossegue descrevendo os mandamentos a serem cumpridos quando o povo de yisrael estiver em guerra. há a descrição dos mandamentos relativos a algum assassinato em que não se descobre o autor, e a expiação a ser oferecida neste caso. a haftará desta parashá é isaías 51:12–52:12.
ki teitzei ()כי תצא esta parashá é uma descrição de diversos mandamentos sobre tópicos diversos como sobre mulheres capturadas por yisrael em batalhas, leis referentes a herança, sobre rebeldia filial, shatnez , difamação de uma mulher casada , a proibição de diversos tipos de casamento, a responsabilidade da fidelidade no pagamento aos empregados, assim como a consideração pelos orfãos e as viúvas. a haftará desta parashá é isaías 54:1–10.
ki tavo ()כי תבוא ki tavo começa com uma descrição sobre o mandamento a ser cumprido pelos agricultores para qe tragam as ofertas anuais dos primeros frutos (bikurim) aos cohanim no tabernáculo. a parashá prossegue com as contínuas admoestações de moshê ao povo de yisrael para que não se apostate, e com o mandamento para que se escreva toda a torá em doze pedras e se recite as bençãos e maldições no vale entre os montes gerizim e eival que deverão recair sobre aqueles que cumprirem ou descumprirem a torá respectivamente. a haftará desta parashá é isaías 60:1–22.
nitzavim ()ניצבים a parashá nitzavim inicia narrando a última reunião entre moshê e o povo de yisrael. moshê enfatiza a necessidade do afastamento das práticas más das nações idólatras, assim como a simplicidade e acessibilidade da torá, de modo que esta pode ser praticada por qualquer pessoa. devido a esta facilidade, a nação de yisrael não tem como se escusar de cumprir a torá, tendo de optar entre cumpri-la ou abandoná-la por vontade própria. a haftará desta parashá é isaías 61:10–63:9.
vayelekh ()וילך esta parashá narra a despedida de moshê do povo israelita . descreve a lei de hakhel e a instrução dada por moshê e yehoshua para que copiem a torá e a ensinem continuamente ao povo israelita. a haftará desta parashá é isaías 55:6–56:8.
haazinu ()האזינו esta parashá descreve a canção de moshê que narra os castigos e tragédias que adviriam das rebeliões do povo israelita e de sua redenção com seu retorno ao eterno. a parashá encerra-se com a ordem de d-us para que moshê suba ao monte nebo para visualizar a terra de kanaam e morrer ali. a haftará desta parashá é 2 samuel 22:1–51.
w'zot haberachah ()וזאת הברכה esta é a última parashá da torá e é lida em simchat torá. narra as últimas ações e palavras de moshê ao povo israelita. descreve as bençãos que este dá ao povo israelita, e conclui com a subida do profeta ao monte nebo onde vem a falecer, nas fronteiras da terra de
kanaam. a haftará desta parashá é: •
para os asquenazitas: josué 1:1–1:18;
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para os sefaraditas: josué 1:1–9.