Texto De Apoio 9

  • May 2020
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ESCOLA BÁSICA 2,3 DE AZEITÃO CURSO DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE ADULTOS – EFA NS

Sociedade, Tecnologia e Ciência (STC) Unidade de Formação de Curta Duração (UFCD) - 3: SAÚDE - Comportamentos e instituições. instituições

TEXTO DE APOIO 9 SIDA1 A infecção VIH/sida tem uma história relativamente recente, mas já dramática à escala mundial. O número de doentes continua a aumentar, apesar de todos os esforços promovidos pelos Governos e diferentes organismos ligados à saúde e à educação a nível mundial. mundial Presentemente, a infecção VIH/sida não tem cura. A prevenção é a única medida eficaz.

O que é a sida? A sida (Síndroma da Imunodeficiência Adquirida) é uma doença não hereditária causada pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH ou HIV - na língua inglesa) lesa) que enfraquece o sistema imunitário do nosso organismo, destruindo a nossa capacidade de defesa em relação a muitas doenças.

O doente infectado pelo HIV vai ficando progressivamente fragilizado e pode contrair várias doenças que o podem conduzir à morte. Estas doenças são designadas por “oportunistas”, uma vez que, por norma, não atacam as pessoas com um sistema imunitário saudável.

O que é o VIH? O VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana) é o agente causador da sida. Este agente pode ficar incubado no corpo humano por tempo indeterminado, sem que o infectado manifeste os sintomas da sida. Quando uma pessoa está infectada com o VIH diz-se diz se que é seropositiva. seropo Uma pessoa seropositiva pode não ter quaisquer sinais da doença, aparentando mesmo um estado saudável durante um longo período, mas tem o vírus presente no seu organismo e, por isso mesmo, pode transmiti-lo lo a outra pessoa.

O que é o sistema imunitário? nitário?

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In www.portaldasaude.pt

O sistema imunitário é uma rede complexa de várias células e moléculas. Um dos grupos de células do sistema imunitário é constituído por glóbulos brancos e, dentro desta classe, há um tipo de células designadas linfócitos.

Dos vários tipos de linfócitos, os linfócitos B são responsáveis pela produção de anticorpos, importantíssimos para o sucesso da maior parte das vacinas. Outro tipo de linfócitos são os linfócitos T. Dentro destes, distinguem-se dois grupos: os CD4+ e os CD8+. Os CD4+ comandam o sistema imunitário, para que a resposta aos agentes estranhos ao organismo seja efectuada rapidamente, de forma eficaz e sequencialmente correcta. Se este tipo de linfócitos deixar de funcionar correctamente, ou se forem destruídos, o sistema imunitário deixa de ser eficaz e a pessoa adoece gravemente.

O VIH infecta e destrói sobretudo os linfócitos CD4+, o que significa que a pessoa vai progressivamente perdendo células coordenadoras do sistema imunitário, até que este deixa de funcionar e instalam-se as denominadas doenças oportunistas.

Como retardar o aparecimento da sida em seropositivos? A duração do período entre a entrada do vírus no organismo e o diagnóstico da sida depende, significativamente, dos cuidados que a pessoa tem, nomeadamente em ter uma vida com comportamentos considerados saudáveis: boa higiene pessoal, boa nutrição, não fumar e praticar desporto. Especificamente, o aparecimento da sida pode ainda ser retardado medicamente pela correcta utilização dos medicamentos que retardam a multiplicação do vírus e dos medicamentos que previnem as doenças oportunistas. As pessoas seropositivas devem, também, beneficiar do apoio incondicional da família e dos amigos para continuarem a sentir-se amadas e fortalecidas psicologicamente. Só deste modo poderão retardar o aparecimento da sida por mais anos.

Quais são as formas de transmissão do VIH? A transmissão sexual é a principal forma de transmissão em todo o mundo. As secreções sexuais de uma pessoa infectada podem, com grande probabilidade, transmitir o VIH sempre que exista uma relação sexual com penetração – anal, vaginal ou oral – sem preservativo. O risco associado ao sexo oral aumenta quando se verificam algumas infecções, nomeadamente úlceras bocais, gengivas inflamadas, garganta irritada ou gengivas a sangrar após escovagem ou utilização do fio dentário.

A partilha de seringas, agulhas, escova de dentes, lâminas de barbear e/ou material cortante com a pessoa infectada pelo VIH constitui, igualmente, causa de transmissão. Os utensílios e objectos mencionados, depois de utilizados, devem ser colocados em contentores rígidos com abertura e tampa (pode obtê-los nos centros de saúde) ou, então, em garrafas de água ou sumo vazias, de material rígido e grosso, que também são excelentes para este fim. Embora

represente um risco menor, não devem ser partilhados objectos cortantes onde exista sangue de uma pessoa infectada. É o caso, por exemplo, dos piercings, instrumentos de tatuagem e de furar as orelhas e alguns utensílios de manicura.

Da mãe para o filho durante a gravidez, parto e/ou amamentação. Se a mãe estiver infectada pode transmitir a infecção ao bebé durante a gravidez, através do seu próprio sangue, ou durante o parto, através do sangue ou secreções vaginais. Há ainda o risco de contágio durante o período de aleitamento. Sempre que haja alternativas à amamentação, esta deve ser evitada. Da saúde da futura mãe dependerá a saúde da criança. Assim, é muito importante que, antes e durante a gravidez, a mulher seja acompanhada regularmente pelo seu médico assistente. Todas as mulheres grávidas têm direito a usufruir do Serviço Nacional de Saúde, onde os serviços de vigilância materna são prestados gratuitamente. Quando a mãe é seropositiva, as terapêuticas anti-retrovíricas, ministradas durante a gravidez, permitem a redução para menos de dois por cento do risco do seu bebé nascer infectado.

Como não se transmite o VIH? •

Através do ar, alimentos, água, picadas de insectos e outros animais, louça, talheres, sanitas ou qualquer outro meio que não envolva sangue, esperma, fluidos vaginais ou leite materno.



Através da urina, suor, lágrimas, fezes, saliva, secreções nasais ou vómitos, desde que estes não tenham sangue misturado;



Através de contactos sociais, como o beijo na face, um abraço ou um aperto de mão.

Quais são as pessoas potencialmente mais vulneráveis? •

As pessoas sexualmente activas que têm relações sexuais não protegidas.Os jovens, por terem relações espontâneas e apreciarem as frequentes mudanças de parceiros, são o grupo mais vulnerável, excepto se procurarem manter relações sexuais protegidas (preservativo) desde o início da relação. As drogas injectáveis são utilizadas sobretudo por esta faixa etária e, no trocar de seringas e agulhas, pode estar também o perigo de contaminação. De acordo com dados recentes, a comunidade de homens que têm sexo com homens passou de grupo mais afectado no início da epidemia (década de 80) à terceira categoria de transmissão, em Portugal. No entanto, dados internacionais revelam um aumento da infecção junto desta comunidade, pela diminuição das adopção de práticas sexuais seguras.



A propagação do VIH junto das pessoas que se prostituem e indivíduos que recorrem ao sexo pago também é preocupante. Trata-se de uma população com grande mobilidade, sobretudo imigrante e, muitas vezes, em situação irregular no país. A presença de problemas de toxicodependência também é comum. Há ainda a considerar o receio da discriminação por parte dos profissionais de saúde que, com frequência, não estão preparados para lidar com populações com estilos de vida

considerados socialmente desajustados, dificultando assim, o acesso das prostitutas e prostitutos aos centros de saúde. •

As populações móveis, por exemplo, camionistas de longo curso, trabalhadores sazonais, operários da construção civil e militares, podem adoptar comportamentos de risco, fruto da vulnerabilidade psíquica e económica provocada por prolongadas e frequentes ausências do seu meio.



Os utilizadores de drogas injectáveis. Contudo, apesar da situação ser ainda preocupante, os indicadores parecem apontar para a inversão da tendência crescente que se verificou até 1999.



A população prisional também está amplamente infectada. De acordo com um relatório do Provedor da Justiça sobre o Sistema Prisional, de 2003, e especificamente no que concerne ao VIH, cerca de 14 por cento da população reclusa está infectada.



Minorias e migrantes.



A epidemia da sida já mostrou que todos têm de se prevenir: homens, mulheres, casados ou solteiros, jovens e idosos, todos, independentemente da cor, raça, situação económica ou orientação sexual.

Quem deve fazer o teste diagnóstico do VIH? Todos devem fazer o teste. É importante fazer o teste de diagnóstico sempre que se tem dúvidas sobre a possibilidade de estar infectado pelo VIH ou se pensa engravidar e se: Manteve relações sexuais sem preservativo; Houve partilha de seringas, agulhas ou outro material na injecção de drogas; Fez uma tatuagem ou um piercing e o material não estava devidamente desinfectado; Teve contacto directo com o sangue de outra pessoa; Pensa engravidar ou se está grávida.

Porquê fazer o teste? Se o resultado for positivo, pode ter acesso aos cuidados de saúde apropriados e iniciar o tratamento o mais cedo possível. Deste modo, a evolução da doença é retardada. Por outro lado, saber que está infectado é razão para evitar contaminar outras pessoas, adoptando comportamentos preventivos. Protege-se a si próprio, de forma mais eficaz, das chamadas doenças oportunistas. Em caso de gravidez, pode-se diminuir muitíssimo o risco de transmissão do vírus da mãe para o filho.

Onde pode fazer o teste do VIH? Para fazer o teste do VIH poderá consultar o seu médico de família ou outro igualmente da sua confiança. Caso prefira fazê-lo de uma forma anónima, confidencial e gratuita, poderá dirigirse aos Centros de Aconselhamento e Detecção Precoce VIH (CAD). Desde 1980, data em que foi inaugurado o primeiro centro de detecção em Lisboa (Centro de Rastreio Anónimo da Lapa), à criação da Rede dos CAD com início em 2001, encontram-se já em funcionamento 22 CAD, em quase todos os distritos do país: Aveiro, Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro (CAD de Faro e CAD Móvel), Guarda, Leiria, Lisboa (CAD da Lapa, CAD da Fundação Nossa Senhora do Bom Sucesso e CAD Móvel), Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal (CAD de Almada, CAD do Barreiro e CAD de Setúbal), Viana do Castelo e Vila Real.

Como funciona o CAD? Antes da realização do teste, o utente tem a possibilidade de falar com um profissional de saúde sobre eventuais dúvidas e os motivos que o conduziram ao CAD. Ultrapassada esta fase, faz-se então o teste ao VIH, através de uma pequena colheita de sangue, que depois será analisada em laboratório. Em caso de dúvida, o laboratório pode pedir uma segunda colheita de sangue.

Os resultados do teste serão transmitidos pessoalmente por um psicólogo, em total confidencialidade, e o utente terá a oportunidade de conversar sobre o resultado, esclarecer dúvidas e receber todo o apoio que necessite. Se o resultado for positivo, os profissionais do CAD estão habilitados a aconselharem-no sobre o que deve fazer e encaminham-no para os serviços médicos adequados.

O que significa um resultado negativo? Que o sangue da pessoa testada não apresenta anticorpos anti-VIH, pelo que não deverá estar infectada pelo vírus. Mas, atenção, pois o organismo leva algum tempo a produzir anticorpos que possam ser detectados.

O que significa um resultado positivo? Que se detectou a presença de anticorpos anti-VIH no sangue da pessoa testada, o que permite concluir ter existido contaminação pelo vírus. De acordo com as informações disponíveis actualmente, ficará contaminado para toda a vida e pode transmitir o vírus, porque o sangue e o esperma ou as secreções vaginais contêm o VIH e/ou linfócitos infectados.

Como se trata a SIDA? Em Portugal, e desde 1987, a terapêutica anti-retrovírica é gratuita e de distribuição hospitalar.

Como ter acesso ao tratamento? Qualquer pessoa à qual tenha sido diagnosticada a sua seropositividade pelo VIH/SIDA deve ser referenciada aos serviços hospitalares competentes. Deve ser agendada uma consulta de imediato. Os doentes em medicação anti-retrovírica necessitam de apoio especial antes e durante o tratamento. O acompanhamento médico deve ser constante, pois é um período em que os doentes irão sofrer as principais mudanças no organismo e podem ocorrer dificuldades na adesão. Contudo, lembre-se sempre que a eficácia do tratamento depende de si. É fundamental que tome correctamente e continuamente os anti-retrovíricos para que tudo dê certo. O seu médico tem de vigiá-lo constantemente para saber se o tratamento está ou não a fazer o efeito pretendido ou se é necessário mudar o esquema terapêutico. E isto só é possível através da realização de exames específicos, como a células CD4+ (determina o nível de células de defesa no organismo); carga vírica ou viral (determina a quantidade de vírus no sangue); genotipagem do vírus (detecta as mutações no vírus que potencialmente causam falência terapêutica - resistências), entre outros.

Quais são as doenças mais frequentes num doente com sida? A tuberculose é uma das doenças infecciosas mais frequentes em Portugal e, em muitos casos, afecta a pessoa infectada com VIH. É uma doença contagiosa, pode infectar outras pessoas, mas existe tratamento. É um tratamento longo, mas os medicamentos são gratuitos e distribuídos no Centro de Doenças Pneumológicas da sua área de residência. Dado que a bactéria da tuberculose pode desenvolver resistência aos medicamentos e estes deixarem de fazer efeito, é importante que não falhe nem interrompa o tratamento.

A sida tem cura? A sida caracteriza-se por uma quebra do sistema imunitário do organismo e, por este motivo, as infecções de ordem geral não podem ser combatidas eficazmente. Actualmente, a cura não é possível. A única medida eficaz para combatê-la, presentemente, é a prevenção.

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