PASSO A PASSO No.19 AGOSTO 1994
TUBERCULOSE E AIDS/SIDA
Tuberculose: uma doença curável?
por Sue Hanley
Angong (acima) antes do tratamento e (à direita) após o tratamento.
VEJA NESTA EDIÇÃO • Tuberculose e AIDS/SIDA nos anos 90 • Cartas figuras modelos destacáveis • Estudo bíblico – O ministério de Dorcas • Informações atualizadas sobre a AIDS/SIDA • Assistência à AIDS/SIDA – a perspectiva da Tear Fund • Idéias de várias partes do mundo • Recursos • AIDS/SIDA e a comunidade
Ficamos intrigados pelo fato da mãe do bebê não estar presente. Ficamos sabendo através dos seus parentes que ela estava doente. No dia seguinte a trouxeram até nós em uma maca improvisada. Ela parecia um esqueleto vivo. Foi difícil acreditar que uma mulher tão doente pudesse ter dado à luz a um bebê vivo. Infelizmente o bebê faleceu após alguns dias e nossos esforços foram concentrados no sentido de restabelecermos a saúde daquela mulher, cujo nome é Angong. Suspeitamos pelos sintomas apresentados que ela estava com tuberculose. Ela tinha uma tosse forte, frequentemente tossindo sangue, dores no peito e febre à noite. Começamos o tratamento para a tuberculose, o que era barato mas tinha que ser continuado por um ano. Demos-lhe os medicamentos necessários e uma boa alimentação, apesar dela só poder comer um pouco de cada vez. Ela gradualmente se recuperou mas foi mantida na clínica até que se sentisse forte o bastante para ir para casa. Antes que partisse, dissemos-lhe que deveria retornar à clínica regularmente para obter seus comprimidos até que o tratamento de um ano fosse completado. Angong ouviu cuidadosamente e retornou fielmente todos os meses para obter seus medicamentos, sempre com uma melhor aparência cada vez que vinha à clínica. Após um ano ela era como que uma nova pessoa, saudável, sorridente e feliz. Angong é um exemplo perfeito para todos nós e demonstra como é importante
completar o esquema de tratamento da tuberculose. Infelizmente muitas pessoas que sofrem de tuberculose páram seu tratamento logo que começam a se sentir melhor. Posteriormente a tuberculose irá retornar e elas ficarão ainda mais doentes. É então ainda mais difícil para tratá-las e frequentemente a morte é o triste resultado. A tuberculose pode ser curada se o esquema completo de tratamento for cumprido. Sue Hanley trabalhou como enfermeira obstetra no Sudão e no Quênia durante muitos anos com a Tear Fund.
Fotos: Sue Hanley
UM DIA pela manhã alguém bateu à nossa porta em Thiet, no Sudão. Era um homem com um bebê recém nascido, muito pequeno. Quando examinamos o bebê, verificamos que ele havia nascido no tempo certo mas que era demasiadamente pequeno e ficou claro que ele não havia crescido como deveria durante a gravidez.
SAÚDE
PASSO A PASSO ISSN 1353-9868 A Passo a Passo é uma publicação trimestral que procura aproximar pessoas em todo o mundo envolvidas na área de saúde e desenvolvimento. A Tear Fund, responsável pela publicação da Passo a Passo, espera que esta revista estimule novas idéias e traga entusiasmo a estas pessoas. A revista é uma maneira de encorajar os cristãos de todas as nações que trabalham buscando a melhoria de suas comunidades. A Passo a Passo é gratuita para àqueles que promovem saúde e desenvolvimento. É publicada em inglês, francês, português e espanhol. Donativos são bem vindos. Os leitores são convidadas a contribuir com suas opiniões, artigos, cartas e fotografias. Editora: Isabel Carter 83 Market Place, South Cave, Brough, N Humberside, HU15 2AS, Inglaterra. Tel/Fax: 0430 422065 Editora – Linguas estrangeiras: Maria Leake Comitê Editorial: Jerry Adams, Dra Ann Ashworth, Mike Carter, Jennie Collins, Bill Crooks, Richard Franceys, George Goddard, Sue Hanley, Suleiman Jakonda, Dr Ted Lankester, Sandra Michie, Nigel Poole, Jim Rowland, José Smith, John Wibberley Ilustração: Rod Mill Design: Wingfinger Graphics, Leeds Tradução: Dr Jorge Cruz, Totoya Dew, Gerard Godon, João Martinez da Cruz, María Leake, Nicole Mauriange, Jean Perry Mailing List: Escreva, dando uma breve informação sobre o trabalho que você faz e informando o idioma preferido para: Footsteps Mailing List, Tear Fund, 100 Church Road, Teddington, Middlesex, TW11 8QE, Inglaterra. Tel: 081 977 9144 Artigos e ilustrações da Passo a Passo podem ser adaptados para uso como material de treinamento que venha a promover saúde e desenvolvimento desde que os materiais sejam distribuídos gratuitamente e que os que usam estes materiais adaptados saibam que eles são provenientes da Passo a Passo. Publicado pela Tear Fund, uma companhia limitada, registrada na Inglaterra sob o No.265464.
Tuberculose e AIDS/ SIDA nos anos 90 pelo Dr Paul Saunderson
A TUBERCULOSE foi uma das doenças mais temidas no século 19. Nos últimos 100 anos a tuberculose tem sido superada em muitos países desenvolvidos por duas razões principais. A primeira pelo fato de se saber como a doença se alastra. Isto começou com o trabalho de Robert Koch em 1882. Através deste conhecimento, medidas de saúde pública foram introduzidas para reduzir o alastramento da doença. A segunda razão é a melhoria nas condições de vida, com melhor moradia, nutrição e saneamento. No entanto, a situação é muito diferente nos países em desenvolvimento. O risco de infecção da tuberculose continua tão alto como no passado. Aproximadamente 1.7 bilhões de pessoas, um terço da população mundial, estão infectadas com a tuberculose.
A tuberculose é ainda uma das doenças mais temidas e mata cerca de três milhões de pessoas em cada ano. A única vacina disponível, o BCG, protege crianças mas não previne o alastramento da tuberculose. Dentro desta situação deprimente, os efeitos da pandemia do HIV serão provavelmente devastadores.
Foto: Mike Webb
A infecção pelo HIV enfraquece a capacidade do organismo em lutar contra a infecção. À medida que o número de
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pessoas infectadas pelo HIV aumenta ao redor do mundo, um crescimento rápido é esperado no número de pacientes com tuberculose. Programas contra a tuberculose em muitos países têm hoje pouco efeito. Como poderão eles ser mais eficazes quando o número de pacientes crescer rapidamente? Neste artigo abordamos algumas das soluções possíveis para um enorme e crescente problema.
Como a tuberculose se propaga? A tuberculose se propaga devido a uma bactéria pequena, o bacilo da tuberculose. Quando uma pessoa com tuberculose ativa tosse, os bacilos da tuberculose são libertados na respiração. É mais comum que a infecção seja transmitida em lugares fechados ou cheios de pessoas, normalmente em casa ou no trabalho. O esputo (escarro) pode também passar a infecção. O gado também pode ser infectado com tuberculose e os bacilos da tuberculose podem passar para o leite quando este não é pasteurizado.
Previna o alastramento da tuberculose orientando as pessoas a não tossirem ou cuspirem em um ambiente fechado. Encorage as pessoas a não cuspirem no chão. Onde a tuberculose aparece com frequência, metade da população é infectada até atingirem a idade adulta. As pessoas geralmente não sabem que estão infectadas. Geralmente não há sintomas. Na maioria dos casos as defesas do corpo são fortes o suficiente para prevenir o alastramento dos bacilos da tuberculose que simplesmente permanecem nos pulmões e gânglios linfáticos. Somente 10% das pessoas infectadas chegam a desenvolver uma tuberculose ativa. Há dois tipos de tuberculose ativa… ■ TUBERCULOSE PULMONAR ■ TUBERCULOSE NÃO PULMONAR
(envolve outras áreas do corpo). PASSO A PASSO NO.19
SAÚDE Mais de metade da população que desenvolve uma tuberculose ativa desenvolve a tuberculose nos pulmões (tuberculose pulmonar). Isto é mais comum porque os bacilos da tuberculose geralmente entram no corpo primeiro pelos pulmões, quando a pessoa inala as bactérias. Este é o tipo infeccioso da tuberculose. Estas pessoas transmitem a doença a outras, especialmente crianças que vivem no mesmo ambiente. Uma pessoa com tuberculose pulmonar geralmente infecta uma média de 20 a 28 pessoas antes que faleça ou se recupere da doença. Duas ou três destas pessoas infectadas desenvolverão tuberculose. Sem tratamento, de 60 a 70% destas pessoas infectadas morrem dentro de cinco anos.
Isto leva a uma situação estável ou ciclo (ver abaixo), com o número de mortes sendo igualado ao número de novos casos de tuberculose. Este foi o caso na maioria da região do sub Saara da África até a chegada da pandemia do HIV.
Efeitos da pandemia do HIV no ciclo da tuberculose A infecção do HIV reduz a capacidade do corpo de resistir a doenças e infecções. Doenças que um organismo sadio poderia normalmente rejeitar têm condições de se desenvolver. Os bacilos da tuberculose são muito comuns e rápidos em se aproveitarem do enfraquecimento das resistências do corpo.
Quando pessoas já infectadas com os bacilos da tuberculose se tornam infectadas com o HIV, mais da metade (ao invés de apenas 10 normalmente) desenvolvem uma tuberculose ativa. Isto leva a um aumento no risco de infecção e destrói o ciclo estável da doença. É esperado um crescimento rápido no número de tuberculosos. Os programas existentes provavelmente não darão conta
do problema. Que esperança existe para que se tenha um controle da tuberculose, visto que o número de pessoas infectadas com o HIV continua a crescer rapidamente? Há vários problemas sérios que afetam os programas de controle da tuberculose… ■ Há no momento demasiados pacientes
para serem tratados em hospitais durante os dois meses iniciais. (Após este período a pessoa não contaminará a outras). ■ Muitos tuberculosos não podem desfrutar
de tratamento hospitalar, por razões econômicas e geográficas. ■ Na mente de muitas pessoas, a tuberculose
é agora associada com a AIDS/SIDA. Cresce a tendência de se isolar e rejeitar os pacientes. ■ Pode ser necessário que o tratamento
tenha que ser feito por um período maior se a pessoa tem sua imunidade afetada pelo HIV.
Nas próximas duas páginas vamos considerar algumas respostas a esta situação deprimente e difícil.
I N T E R R U PÇ Ã O ! Imunização com o BCG Oferece uma boa proteção às crianças contra a tuberculose durante cerca de 15 anos.
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Trata-se de um sério problema – tuberculose ativa e infecciosa. Sem tratamento, a doença geralmente leva à morte dentro de poucos anos. A pessoa apresenta tosse forte, frequentemente com sangue, febre alta e suor à noite, perda de peso e cansaço generalizado. Esta pessoa infetará cerca de 20-28 outras, especialmente crianças e amigos.
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Tuberculose pulmonar
I N T E R R U PÇ Ã O !
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Boa saúde Boa moradia e uma dieta sadia ajudará as pessoas a resistirem e combaterem os bacilos da tuberculose.
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O Ciclo Estável da Tuberculose O tratamento pobre ou incompleto faz com que a TB se desenvolva novamente.
I N T E R R U PÇ Ã O ! A história bem sucedida O paciente é corretamente diagnosticado como tendo tuberculose pulmonar. Após um esquema completo de tratamento (de até um ano), a pessoa está completamente curada. Uma vez que o tratamento se inicia, há pouco risco de se transmitir a tuberculose a outros.
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10% dos infectados desenvolvem tuberculose ativa após anos de boa saúde. Isto se deve ao enfraquecimento das defesas do corpo. Sem tratamento, 60% a 70% dos pacientes com tuberculose ativa irão falecer.
90% das pessoas infectadas conseguem resistir à doença. Não há nenhum sinal da doença. Normalmente as pessoas não sabem que foram infectadas. (Isto inclui até metade da população de muitos países). No entanto, se o corpo é enfraquecido pela doença, malnutrição ou infecção pelo HIV, os bacilos que permanecem nos pulmões podem causar uma tuberculose ativa.
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SAÚDE
O controle da tuberculose
DEFINIÇÕES BACILOS
PULMONAR PANDEMIA RESISTÊNCIA
um tipo de bactéria com um formato longo e fino relativo aos pulmões envolve o mundo inteiro capacidade de combater a doença
Ilustração: MAP International
MUITAS IDÉIAS DIFERENTES foram tentadas e sugeridas. Alguns acreditam que a única esperança se encontra em novas drogas e vacinas. No entanto, há outras maneiras de se ajudar a melhorar programas de controle da tuberculose. O tratamento eficaz para a tuberculose foi inicialmente desenvolvido nos anos 50, mas frequentemente muitos pacientes ao redor do mundo ainda não têm acesso a ele. Há três atividades principais que são úteis no controle da tuberculose nos países em desenvolvimento. Identificando o paciente O primeiro passo é identificar as pessoas que procuram tratamento que possam estar com tuberculose ativa. Todos os pacientes com uma tosse persistente que dure mais do que 2 ou 3 semanas devem ser testados. Isto é geralmente feito usando-se microscópios que localizam os bacilos da tuberculose no esputo de pacientes infectados. O teste pode também ser feito com o uso de Raio X, que mostrará a presença da tuberculose nos pulmões, além da prova da tuberculina. Ambos são caros e não muito precisos na identificação de pacientes com doença ativa. Todas estas técnicas exigem treinamento simples. Tratando o paciente Os bacilos da tuberculose não são fáceis de destruir, pois rapidamente se tornam resistentes a qualquer tipo de drogas. Por causa disto, é administrada uma combinação de pelo menos três drogas. O tratamento é longo, geralmente entre seis a doze meses. A tuberculose pulmonar pode ser curada em quase todos os casos. Uma vez que o tratamento inicia, o paciente não mais infetará a outros.
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Cuidando do paciente Um tratamento bem sucedido da tuberculose envolve o uso de drogas diferentes por um longo tempo. É muito importante que o pessoal de saúde compreenda isto. Eles devem explicar aos pacientes a importância de se completar o tratamento. Os pacientes geralmente se sentem melhor após algumas semanas de tratamento e páram então de tomar a medicação. Talvez eles não tenham condições de comprá-la ou não se importam. Apesar de se sentirem melhor, os bacilos da tuberculose não estão mortos. Mais cedo ou mais tarde, a doença ativa retorna. Um novo tratamento é então necessário mas pode não estar disponível. Os programas de prevenção da tuberculose tentam prevenir que esta situação aconteça supervisionando os pacientes e investigando se eles continuam o tratamento.
■ Todos os profissionais de saúde devem estar mais a par do problema da tuberculose para que possam testar mais pessoas suspeitas de ter a doença. ■ O público em geral precisa estar mais a par da tuberculose para que mais pessoas possam se voluntariar a serem testadas.
Tratando o paciente ■ Cada paciente precisa de tratamento com
a combinação mais apropriada de drogas para o seu caso (seguindo as diretrizes gerais para cada país). ■ Os pacientes e suas famílias devem ser
ensinados acerca do tratamento da tuberculose. ■ Previna o aparecimento de resistências ás drogas contra a tuberculose usando-as corretamente. ■ Previna o roubo e uso indiscriminado de
drogas contra a tuberculose.
Quando um paciente interrompe o tratamento, os bacilos da tuberculose podem se tornar resistentes às drogas usadas. Daí então uma doença curável se torna um risco à vida, não apenas para o doente mas também para outros que podem ser infectados.
■ Para evitar confusão, todas as drogas
O CAMINHO À FRENTE
■ Use apenas use uma combinação de
Medidas simples podem melhorar estas três atividades. Segue abaixo uma variedade de idéias úteis que servem para qualquer comunidade…
Identificando o paciente ■ Aumente o treinamento do pessoal de
saúde e o número de microscópios disponíveis. Isto não significa que se necessite de laboratórios em todas as unidades de saúde, desde que o transporte para os laboratórios centrais seja eficiente e os resultados dos exames sejam enviados rapidamente.
contra a tuberculose dentro de um país devem vir de uma mesma fonte com a mesma embalagem, quando possível. ■ Use as drogas mais modernas sempre que
possível. Apesar de serem mais caras, no final a quimioterapia de curto prazo permite melhores resultados e é mais econômica. drogas que tenham sido comprovadas como capazes de prevenir a resistência às drogas e que curem quase todos os pacientes. A resistência às drogas é sempre o resultado de tratamentos mal feitos. ■ Reduza o período de permanência no
hospital até no máximo uma semana (ou nenhuma permanência) para a maioria dos pacientes, a menos que estejam muito doentes.
Cuidando do Paciente ■ Promova a informação sobre a
tuberculose tanto por parte do público como dos que rabalham na área de saúde. PASSO A PASSO NO.19
SAÚDE ■ Tome medidas de supervisionamento e
motivação de todo o pessoal de saúde. ■ Envolva os que trabalham na área de
saúde comunitária na supervisão da comunidade. ■ Melhore a comunicação entre o pessoal
de saúde e os pacientes. ■ Elabore programas de tratamento que
sejam fáceis para os pacientes usarem em casa. ■ Execute programas de tratamento
regionalmente. Isto facilita que se encaminhe pacientes a unidades de saúde e distritos diferentes. Não execute programas de luta anti-tuberculosa isolados. ■ Melhore a qualidade das visitas aos
pacientes em seus lares e programas de apoio. ■ Aumente a quantidade disponível de
apressar o desenvolvimento da AIDS/ SIDA. No entanto, a causa de morte de um paciente tratado para a tuberculose é provavelmente devida a outras complicações da AIDS/SIDA. A idéia de se dar medicamentos preventivos a pessoas saudáveis reconhecidamente em risco de desenvolverem a tuberculose ativa, é útil. O tratamento (normalmente isoniazida) é feito por seis meses, normalmente com pessoas com a infecção pelo HIV e que apresentaram um resultado positivo no teste da tuberculose. Para a maioria dos países, os números envolvidos são tão grandes que o dinheiro e a organização necessários faz com que isto seja quase impossível. No entanto, não há dúvidas de que este treinamento preventivo seria compensador e mais barato do que fornecer tratamento para a tuberculose. Várias testes estão sendo
executados para averiguar se isto é possível. As três coisas importantes no controle da tuberculose (Identificar o paciente, prescrever o tratamento correto e cuidar do paciente) devem estar funcionando bem em todo o país, antes que um programa deste tipo possa ter início. O Dr Paul Saunderson trabalhou no Uganda durante dez anos com a Tear Fund, e no momento é o diretor responsável pelo controle de lepra e tuberculose na organização ALERT na Etiópia. Ele gostaria de se corresponder com leitores. Escreva para…
ALERT PO Box 165 Addis Ababa Ethiopia.
assistência à saúde a todos os pacientes de várias maneiras… • física (distância dos centros de saúde) • econômica (certificando-se de que o tratamento está disponível até mesmo para os mais pobres) • cultural (provendo quando apropriado, por exemplo, funcionárias do sexo feminino que cuidam de pacientes do sexo feminino). ■ Forneça aconselhamento aos funcio-
nários e aos pacientes que têm que lidar com os efeitos penosos da tuberculose e da AIDS/SIDA. Em muitas áreas, a ligação entre as duas doenças já é tão forte que as pessoas pensam que elas se tratam da mesma doença. Considere a introdução de algum tipo de aconselhamento antes que testem o esputo do paciente pois um resultado positivo pode frequentemente indicar que o paciente também é HIV positivo. Treine conselheiros em programas de controle da AIDS/SIDA e em questões ligadas à tuberculose.
Questões ligadas à infecção pelo HIV O desenvolvimento da tuberculose é frequentemente o primeiro sinal de que a pessoa possui a infecção pelo HIV. Um teste de HIV provará isto, apesar de que às vezes outros sinais podem indicar que a infecção pelo HIV é provável. O tratamento da tuberculose em pacientes com HIV requer as mesmas drogas, que irão controlar (mas geralmente não curar) a tuberculose. A resistência a múltiplas drogas pode ser mais comum em pacientes infectados pelo HIV que se esquecem de tomar sua medicação regularmente. Há também evidência que a tuberculose em pessoas infectadas pelo HIV pode PASSO A PASSO NO.19
Tuberculose – o que você deve e não deve fazer ✔ Você deve sempre examinar o esputo se os sintomas (como tosse persistente) sugerem a existência de tuberculose. ✔ Você deve certificar-se de que o paciente compreende que o período completo de tratamento é necessário, mesmo que os sintomas venham a desaparecer após pouco tempo (se possível dê um folheto ao paciente explicando isto). ✔ Você deve ser amigo e simpático. Assim é mais provável que o paciente volte para obtener a medicação e continuar o tratamento. ✔ Você deve examinar toda a família e contactos, especialmente se estão doentes. ✔ Você deve colocar o nome do paciente no registro de pacientes com tuberculose e entregar-lhe um cartão com as datas das consultas marcadas. Certifique-se de que os pacientes entendem o procedimento e que irão se lembrar da data marcada. ✔ Você deve enviar alguêm à casa do paciente se ele não voltar na data marcada para a consulta. ✔ Você deve avaliar regularmente o seu estoque de medicamentos contra a tuberculose e assegurar-se de que não venham a faltar. ✘ Você não deve esquecer que qualquer pessoa com uma tosse forte e persistente pode estar com tuberculose, especialmente se ela tem febre e perda de peso. ✘ Você não deve esquecer de analisar o esputo. ✘ Você nunca deve dar uma droga única, use sempre a combinação de drogas recomendada. ✘ Você não deve esquecer de investigar porque um paciente não voltou e persuadílo a completar o tratamento. Retirado do livro Clinical Tuberculosis (informações na página 14), com permissão da TALC e dos autores.
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CARTAS
EDITORA SSO PASSO A PA PLACE T E K R A M 83 VE SOUTH CA BROUGH SIDE N. HUMBER HU15 2AS A INGLATERR
Injeções desnecessárias AS INJEÇÕES são muito populares nos países em desenvolvimento. É muito difícil persuadir os adultos que as injeções são raramente necessárias e que outros tratamentos seriam melhores e menos perigosos. As injeções podem transmitir doenças ou causar abscessos se agulhas e seringas não forem esterializadas apropriadamente para cada injeção. Estudos recentes também mostraram que as injeções aumentam a paralisia causada pela poliomielite. Com um colega indiano estudei recentemente os efeitos de injeções em crianças com poliomielite em um hospital no sul da Índia. Examinamos 262 crianças com poliomielite. Entres elas, 174 haviam tomado injeções desnecessárias menos de dois dias antes do começo da paralisia Descobrimos que uma injeção em um
braço ou perna aumenta a probabilidade de paralisia naquele braço ou perna em 20%. Também descobrimos que as injeções aumentam a lesão dos músculos daquele braço ou perna. As injeções estavam mais provavelmente relacionadas com morte ou falta de recuperação dos músculos. Quase um terço das crianças não teriam tido paralisia sem as injeções desnecessárias. Muitas injeções (especialmente as usadas para febre e diarréia em crianças e bebês) são desnecessárias. Se outros medicamentos fossem administrados por via oral, os efeitos da poliomielite seriam então reduzidos. Devemos persuadir as mães que injeções desnecessárias para seus filhos que estejam doentes deveriam ser evitadas.
Dr H V Wyatt Dept of Clinical Medicine Leeds University 1 Hollyshaw Terrace Leeds LS15 7BG
Pedido de materiais de ensino A ORGANIZAÇÃO CONSEDE, em Honduras, pede informações aos leitores. Com outros cinco grupos eles estão preparando um manual para ensino de Agricultura. A idéia deles é a de simplificar o ensino e aprendizagem de técnicas de Agricultura em seus projetos. Ficariam muitos satisfeitos em receber informações dos leitores sobre outras publicações úteis que eles poderiam adaptar. Eles acham que a Paso a Paso é muito útil e procuram materiais semelhantes. Materiais em espanhol seriam ideais. CONSEDE Apartado Postal 4339 Tegucigalpa Honduras C America
Comunicação em tempo de guerra EDITORA:
O Dr Wyatt gostaria de receber cartas de qualquer pessoa interessada neste assunto. Detalhes completos destes estudos estão à disposição. Quaisquer informações de crianças com poliomielite e o uso de injeções seriam muito bem recebidas.
A PARTILHA DE IDÉIAS e de experiências entres agricultores e entre agricultores e técnicos não é um processo fácil. Se torna ainda mais difícil durante uma guerra civil. As comunicações se tornam muito difíceis e poucas pessoas continuam se dedicando a trabalhos de extensão em Agricultura. Por outro lado, estas mesmas dificuldades fazem com que a necessidade de se partilhar informações seja ainda mais importante.
Livro de receitas de soja O PROJETO DE NUTRIÇÃO DE SOJA recebeu grande apoio popular na Zâmbia. Atraves de nosso trabalho, a soja é cultivada mais amplamente aqui e nosso manual fornece boas idéias para se cultivar, cozinhar e preparar a soja. O manual de 36 páginas How Can I cook Soya Beans? custa apenas um dólar. Pode ser adquirido em Inglês, Bemba, Nyanja, Lozi e Tonga. Como exemplo, segue uma receita sobre como preparar café de soja. Renate Schempp Soya Nutrition Project PO Box 90612 Luanshya Zambia EDITORA: Provei este café e gostei muito.
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Limpe os grãos de soja. Coloque os em água fervente e deixe-os cozinhar durante 30 minutos. Certifique-se de que a água não páre de ferver.
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Jogue fora a água usada e lave bem a soja em água limpa. Seque a soja no sol.
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Torre a soja seca sem o uso de óleo até ficar castanha escura.
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Peneire o pó. Triture novamente os pedaços dos grãos que não passarem pela peneira. Guarde o pó em um recipiente hermético. Use-o como qualquer outro tipo de café.
Triture os grãos de soja torrados até que formem um pó.
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CARTAS Durante a recente guerra civil, trabalhamos com o programa de Agricultura da diocese de Chalatenango (no norte de El Salvador, onde os efeitos da guerra civil foram sérios). Planejamos uma série de visitas a diferentes igrejas durante as estações do ano agrícola. O líder de cada igreja anunciou com bastante antecedência a nossa visita pois assim todos os agricultores interessados poderiam participar. Marcamos as reuniões para logo após o culto de domingo, por ser o dia em que a maioria das pessoas não trabalha. Em algumas ocasiões tivemos agricultores de 15 comunidades diferentes, todos pertencentes à mesma diocese. Muitos agricultores trouxeram amostras da colheita que foram danificadas, que tinham alguma doença ou que foram destruídas por alguma praga de insetos. O próximo passo foi achar uma solução para estes problemas. Ulises pediu que todos nos contassem quais eram seus problemas mais sérios e daí preparei uma lista. Perguntamos então quantas pessoas tiveram os mesmos problemas pois assim poderíamos lidar primeiro com os problemas que afetavam a maioria das pessoas. Para que achassemos uma solução para estes problemas, primeiro pedimos aos agricultores que dissessem como eles tentaram resolver os problemas. Às vezes as soluções vieram dos próprios agricultores. Todos nós batemos palmas, por exemplo, quando o Juan nos contou como ele controlou um problema com ratos, usando as sementes da árvore ‘Madre de Cacao’ (Gliricidia sepium) ou a casca em pó desta árvore misturada com arroz ou milho e usada como veneno. Nós oferecemos ajuda apenas quando ninguém presente tinha a solução. Desta forma, todos aprendemos uns dos outros e juntos achamos soluções para quase todos os problemas. Após a reunião os agricultores retornaram às suas comunidades e contaram a vizinhos e parentes o que tinham aprendido. No trabalho de extensão em agricultura é essencial que se compreenda que ninguém pode saber tudo e que todos podemos aprender uns dos outros. Wilfredo Morán 3a CP No 9 Chalatenango El Salvador C America PASSO A PASSO NO.19
Anotações em ordem alfabética A EDIÇÃO desta revista sobre alfabetização (Março de 1994) me fez lembrar de um incidente no hospital onde trabalho. Precisavamos montar um sistema de registro após termos tentado guardar os dados em ordem alfabética sem termos tido sucesso. Era sempre muito difícil conseguirmos descobrir os dados de um paciente. As pessoas aqui usam uma quantidade limitada de nomes, fazendo com que muitas pessoas na mesma área tenham o mesmo nome e sobrenome. Muitos não sabem a sua data de nascimento e por isso não podíamos usá-la como referência. Decidimos organizar os dados primeiro por aldeia e depois por nome. Mudimbi era um dos atendentes responsáveis por organizar o novo sistema. Organizamos as pastas primeiro por aldeias, depois por nomes e começamos a usar o sistema no hospital. Após dois dias descobrimos que o sistema não estava funcionando. Nos reunimos com os dois responsáveis e percebemos
que os problemas começaram quando precisávamos da segunda letra. O nome Debbe vem antes ou depois do nome Dobbe? ‘Parece que não consigo lembrar o alfabeto’, explicou Kitengie. Onde ele mora há muito poucos livros e não há necessidade de se saber o alfabeto. Escrevemos o alfabeto e explicamos passo a passo como o sistema funcionava. Colocamos um pedaço de papel grande na parede com o alfabeto, em frente da mesa onde o Kitengie e o Mudimbi trabalha. Assim eles poderiam memorizar as letras e a ordem delas sem que percebessem. Mais tarde, um colega do escritório ouviu o Kitengie explicando com grande entusiasmo para alguém como o sistema funcionava. ‘Agora os dados sobre nossos pacientes está em boa ordem!’ Nós também aprendemos uma lição. Não devemos supor que as pessoas com as quais trabalhamos terão o mesmo nível de alfabetização. Sra C Ostins Kipushya Hospital Zaire
DA EDITORA A PREPARAÇÃO DESTA EDIÇÃO foi bastante deprimente. A perspectiva da situação da AIDS/SIDA e da tuberculose é bastante sombria. No entanto, tentei incluir várias idéias úteis dos leitores que possam encorajar os que trabalham com pacientes com AIDS/SIDA e tuberculose. O Dr Paul Saunderson preparou um artigo muito útil e completo sobre a situação atual da tuberculose. Ele apresenta bons conselhos para projetos de saúde que desejem melhorar a situação da tuberculose em suas comunidades. Espero que o ciclo da tuberculose seja útil para se ensinar a outros sobre a tuberculose. Os meus agradecimentos ao Sir John Crofton pela sua ajuda no sentido de que este material fosse o mais correto possível. Também incluímos alguns dados atualizados sobre a situação atual da AIDS/SIDA. Juntas, a AIDS/SIDA e a tuberculose apresentam um dos maiores problemas de saúde dos anos 90. Espero que esta edição ajude aqueles entre vocês que estão com dificuldade em lidar com o custo humano envolvido. Continuem por favor a enviar as vossas cartas e artigos. Gosto muito de receber informações dos leitores sobre uma variedade de assuntos. Os artigos mais interessantes são aqueles sobre experiências pessoais. Não hesite, portanto, em compartilhar a sua. Nas próximas edições estaremos abordando o meio ambiente, trabalho de extensão e treinamento e tecnologias de baixo custo.
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RECURSOS
Figuras modelo destacáveis C
F F
G
E B G
C
D A
E
F D
C
F
B B A
E G
G
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RECURSOS POSTERS, FOLHETOS E FLANELÓGRAFOS são muito úteis para se ensinar assuntos diferentes a grupos. Poucas pessoas são capazes de poder desenhar qualquer coisa. Certamente não a maioria de nós. Temos dificuldade em desenhar qualquer coisa que outros possam reconhecer! Às vezes podemos copiar ou aumentar figuras para uso. Mas o que podemos fazer se não temos nenhum desenho apropriado que se possa copiar? Talvez alguém queira mostrar um agricultor em posições diferentes – debruçando-se, inclinando-se ou plantando. Um profissional de saúde pode precisar mostrar uma mulher dando à luz ou amamentando ao peito sentada. Mesmo que não haja nenhuma figura para copiar, esta figura modelo possibilita produzirem-se bons desenhos. O modelo tem as proporções corretas de uma figura humana e permite ser ajustada para mostrar qualquer posição.
Instruções
1
Corte as partes do corpo cuidadosamente. Se possível, fotocopie a página pois assim você não precisará cortar este número da Passo a Passo. É uma boa idéia colar o papel a um papelão ou plástico fino para que fique mais firme. Os carpinteiros podem usar também madeira compensada fina, se tiverem uma serra.
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Reúna as peças com o uso de uma agulha e linha, certificando-se de que as letras nas peças se combinem. A agulha e a linha devem passar pelos pontos próximos a cada letra. Faça nós na linha de cada lado do papel. O nó deve ser grande o bastante para não passar pelo buraco. As peças devem se mover com facilidade. Não use pontos pois o modelo não se moveria.
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Quando o modelo estiver terminado, você poderá colocá-lo em qualquer posição. As pessoas não podem fazer todos os movimentos que o modelo faz. Coloque sempre o modelo numa posição semelhante à do corpo humano!
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Desenhe ou copie o modelo colocando-o sobre um pedaço de papel. Você vai precisar de pelo menos uma pessoa para o ajudar a manter o modelo no lugar. Uma alternativa é usar um pedaço de vidro ou plástico transparente para manter o modelo no lugar. O modelo pode ser ajustado para que o rosto esteja virado para a esquerda ou a direita.
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Uma vez que o contorno esteja terminado, você pode ser creativo! Adicione cabelo e as roupas, decida se a figura vai ser um homem ou uma mulher, jovem ou idoso. Use uma caneta com tinta permanente para complementar o desenho. Mostramos dois exemplos para dar-lhe algumas idéias. Esperamos que goste de usar seu modelo. Agradecemos à organização ‘World Neighbours’ por nos permitir adaptar este artigo que foi publicado no Volume 19-3E da In Action. Talvez você poderia nos enviar uma foto se usar seu modelo para preparar posters ou manuais!
PASSO A PASSO NO.19
ESTUDO BÍBLICO O ministério de Dorcas por Mary Kanene NESTE ESTUDO BÍBLICO, vemos o valor de uma mulher em particular no serviço de Deus: Dorcas. Leia Atos 9:36–39. Dorcas tinha um grande amor por Deus. Ela dedicava tempo à oração e ao estudo da Bíblia. Do seu amor a Deus veio um grande amor por outras pessoas. Repare que ela sempre ajudou os pobres, não apenas quando tinha tempo e recursos, mas sempre. Qual é o nosso ministério? Deus o chamou para fazer o quê? Quem se beneficia com nosso trabalho? Nós mesmos, nosso orgulho ou outros? Estas perguntas não são fáceis de serem respondidas. Dedique um pouco de tempo pensando em seu ministério. Leia Atos 9:40–42. Deus levantou Dorcas dos mortos pela sua compaixão pelas pessoas que lamentavam sua morte. Ele usou Pedro para trazê-la de volta à vida porque as mulheres que eram suas amigas sentiam muito a falta dela. Os seus amigos eram os pobres, as viúvas. Quando sairmos de nossa região para um novo trabalho, as pessoas se sentirão felizes ou tristes? Quem vai chorar se morrermos? Assim como Dorcas, a mulher que iniciou o Ministério Dorcas em Lusaka, Zâmbia, foi também condenada à morte. Ela descobriu que estava infectada com o HIV. Ela ficou muito fraca para continuar seu trabalho como professora. Deprimida e confusa, se voltou para Deus para receber orientaçao d’Ele. Através d’Ele ela foi ‘levantada’ apesar de sua doença. Ele a restaurou com uma nova vida. Ele lhe deu um interesse por um ministério de tempo integral com mulheres pobres. Hoje, através da visão desta senhora, o Ministério Dorcas tem 20 membros que trabalham junto a mulheres pobres, algumas com AIDS/SIDA, ensinando atividades profissionalizantes, provendo amor e compaixão. Leia 1 Tessalonicenses 1:3. Que esta possa ser a nossa oração por aqueles no Ministério Dorcas em Lusaka, e por grupos semelhantes ao redor do mundo e por nós mesmos.
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Foto: Mike Webb
SAÚDE
AIDS/SIDA HOJE
A Igreja tem um papel fundamental na educação sobre a AIDS/SIDA.
por Nyangoma Kabarole
DADOS RECENTES da Organização Munidal de Saúde (OMS) nos mostra que a situação da AIDS/SIDA é realmente muito séria. Em Janeiro de 1994 eles estimaram que mais de 15 milhões de adultos e crianças foram infectados com o HIV. Acima de tres milhões de casos de AIDS/ SIDA foram registrados até ao momento. Certamente muitos casos não são registrados. A OMS espera mais 10 a 15 milhões de casos de infecção pelo HIV até final dos anos 90. Muitos serão crianças e a maioria dos casos serão nos países em desenvolvimento. Hoje em dia, em algumas cidades de África Oriental e Meridional, um terço das pessoas adultas jovens estão infectadas com o HIV. Um alastramento devastador da infecção do HIV é esperado acontecer na Ásia. A
AIDS/SIDA se desenvolverá após a infecção pelo HIV, apesar de que isto poderá levar vários anos. Este diagrama da OMS mostra o crescimento estimado em casos de AIDS/SIDA até o ano 2.000. Há uma preocupação de que os efeitos da AIDS/SIDA podem se tornar tão devastadores que o crescimento da população irá na verdade diminuir em alguns países. Estes dados dão uma idéia da necessidade à qual nós cristãos temos que responder. As pessoas que estão morrendo de AIDS/SIDA são principalmente pessoas jovens em seus 20 ou 30 anos. Frequentemente estas pessoas são bem preparadas, ás vezes até mesmo educadas no exterior a um alto custo para nossos governos. Elas são as pessoas das quais nossos países mais dependem. Quem construirá nossos países? Irão nossas economias entrar em colapso? Quem irá cuidar de todos os órfãos? A maioria das pessoas em nossa área conhecem sobre a AIDS/SIDA hoje em dia mas poucos estão prontos a mudar seu
800.000
Estimativa de novos casos de AIDS/SIDA por ano 1980 – 2000
600.000
África
Quem cuidará dos órfãos?
200.000
América Latina Oceania, Europa, América do Norte
0 1980 10
1985
1990
1995
O sistema de imunidade contra ataca uma tosse enquanto nosso corpo permanece em bom estado.
TOSSE
NOSSO CORPO
o sistema de imunidade do corpo que combate as doenças para nós, como uma pessoa separada. Esta pessoa pode combater a maioria das doenças apesar de que algumas podem nos fazer sentir doentes por algum tempo. A AIDS/SIDA, no entanto, é muito forte. Ela pode até mesmo destruir o sistema de imunidade. Daí então nosso corpo pode contrair todo tipo de doenças, ficamos muito doentes e morremos.
Como os cristãos devem responder? Ásia
400.000
comportamento. Nossos profissionais de saúde estão realizando uma pesquisa para descobrir o que as pessoas realmente compreendem. Os resultados deverão nos ajudar em nosso ensino. As pessoas com as quais trabalhamos em Boga frequentemente têm pouca ou nenhuma instrução. O nosso ensino sobre a AIDS/SIDA deve ser simples e fácil de ser entendido. Achamos ser útil usarmos peças teatrais e figuras que mostram
2000
As igrejas têm um papel importante no trabalho de educação. A Bíblia ensina que o casamento deve ser para toda a vida e que homens e mulheres devem ser fiéis em seu casamento. Ela também ensina que sexo deve ser desfrutado apenas dentro do casamento. Agora, mais do que nunca, o mundo precisa ouvir esta mensagem. A Igreja deve liderar a educação sobre a AIDS/SIDA. Podemos ajudar as pessoas com AIDS/SIDA em seus problemas. Devemos dar-lhes a esperança e o encorajamento que necessitam para continuar. Muitos pessoas querem se preparar para a morte e estão desejosas em aprender sobre a vida eterna. PASSO A PASSO NO.19
SAÚDE
Assistência à AIDS/SIDA – a perspectiva da Tear Fund por David Evans COMO CRISTÃOS, qual é a nossa resposta à AIDS/SIDA? Deveríamos concentrar nossos esforços em educação e prevenção ou deveríamos iniciar programas de cuidado à AIDS/SIDA? Como estas duas atividades se encaixam? Uma parte importante do trabalho cristão é a idéia de mudança – em todos os níveis da vida. Queremos ver as vidas das pessoas e de suas comunidades transformadas de maneira prática e espiritual. O apoio que oferecemos como cristãos deve incluir ajuda pastoral e suporte que vai além de apenas fazer as pessoas se sentirem mais positivas. Nosso apoio deve gentilmente desafiar a maneira com que elas vêem a vida. Este tipo de apoio afetará não apenas aqueles que estão sofrendo e morrendo mas também suas famiílias e comunidades.
• cuidado aos órfãos
■
• menos pressão para que os jovens ‘vendam’ seu corpo para poder comprar comida ou pagar mensalidades escolares.
■
Descubra o que mais está sendo realizado localmente. Não duplique trabalhos. Faça um levantamento das proporções da AIDS/SIDA em sua área.
Muitas outras coisas úteis podem ser adicionadas a esta lista. Devemos procurar que as mudanças afetem a comunidade inteira. Encoraje a todos, incluindo se a pessoa com HIV ou AIDS/SIDA neste processo de assistência. Oportunidades para se discutir sobre o alastramento da AIDS/SIDA irão aumentar devido às atividades de assistência. As atitudes das pessoas serão desafiadas e menos pessoas tentarão negar a existência do problema. As pessoas vão começar a vêr que as suas ações e estilos de vida afetarão as pessoas com as quais elas convivem e suas inteiras comunidades.
FORMAÇÃO E TREINAMENTO DE EQUIPES
Ao invés de ver o ‘cuidado’ como uma alternativa para atividades de ‘prevenção’, os dois se tornam uma coisa só quando os resultados das atividades de assistência direciona as pessoas para a prevenção do alastramento da AIDS/SIDA.
OPORTUNIDADES
Desenvolva um clima de sinceridade e confiança entre a sua equipe. ■
Descubra onde se pode encontrar treinamento disponível em sua área. ■
AVALIAÇÃO Planeje o seu trabalho, estabelecendo metas e objetivos. ■
Faça questão de ter uma boa avaliação e acompanhamento. ■
Como podem os resultados das suas atividades de assistência se tornar oportunidades para se discutir sobre a prevenção à AIDS/SIDA? ■
Mudança de comportamento
Palavras chave para programas de AIDS/SIDA
Abstinência e fidelidade são dois tipos de comportamento que previnem o alastramento da AIDS/SIDA. Gostaríamos de receber informações sobre projetos que estejam tendo sucesso por estarem encorajando este tipo de comportamento. Como você avalia o progresso de seu trabalho? Gostaríamos de recolher informações sobre como encorajar discussões na comunidade sobre questões sexuais e estilo de vida.
PESQUISA ■ Compreenda a atitude das pessoas quanto à AIDS/SIDA, na igreja e fora da igreja.
Os resultados de programas de assistência à AIDS/SIDA podem incluir…
David Evans é um especialista na área da AIDS/SIDA na Tear Fund. Favor escrever para ele se você possuir informações relevantes.
• famílias unidas • pessoas morrendo com dignidade, sabendo que suas crianças serão cuidadas apropriadamente • pessoas morrendo com fé em Deus e em paz com Ele
A UE DADE ção Q c U ED MUNI /SIDA. A iSn/fSeIDA s. e D S I CO ausa a AoImD que a vAários anos A c s c U apó que faz
• menos receio de rejeição por parte da família, da igreja e dos amigos
Aconselho que você aprenda de outras pessoas. Não espere até que você veja pessoas morrendo em sua comunidade antes de começar a fazer algo. Não fique calado! Muitas pessoas ainda pensam que a AIDS/SIDA é um sonho que não está presente em seu país ou comunidade. Esteja preparado !
■
■
Pontos de discussão Seguem algumas perguntas úteis para discussão em sua igreja, comunidade ou trabalho… ■ O que a Igreja pode fazer na educação
sobre a AIDS/SIDA? ■ Que hábitos culturais temos que
possam estar encorajando o alastramento da AIDS/SIDA? PASSO A PASSO NO.19
■
■
S
E : rus empre mente POD V POR o ví e I CÊ V é uase s quent H O I V H O q mulheres jovens em suas O fre IR HIV is lva, TRA xua pelo senvo ON comunidades? a s se C e d çõe pesso : O a l R Ã e Ê N V PO ■ R m uma O que você pode fazer no sentido o o VOC O HI a c inad IR ctad a ntam de encorajar o tipo correto de infe mid o TRA c o N c ue CO são rtir ang epa que educação sexual em sua casa, igreja e ■ S ■ R se lhas uitas r u a g ç s o ra escola? ■ A adas m serem ■ T ar e ab us s sem Toc s s o t i ■ veze ilizada Como cuidará nossa comunidade dos qu s r o este tada IV ■ M itários órfãos? nfec an ãe i itir o H m s m ■ S a a n Um transm ê recé isci Por que tantas mulheres jovens contraem b e ■ P jar pod seu be i e e a B i u AIDS/SIDA? Como cuidará nossa ra e g a ■ C n . p a a o ant ar s cid nas comunidade dos doentes? ■ D ice da S de E a ál p C NT O u ■ RA a ro DU UITO Que passos práticos podemos dar para sar pessoa S U ■ Z M IV. IVO a H VAT EDU outr
■ Como vocês ajudariam as
mostrar às pessoas com AIDS/SIDA de que nos importamos com elas?
Nyangoma Kabarole é o Diretor dos Serviços Médicos em Boga, Zaire.
O LR IR SER RE EXUA SMIT EP S N RA O D ÇÃO T S O U RELA E SE A OD UM RISC
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TROCA DE EXPERIÊNCIAS
M
UITOS DE VOCES mandaram boas idéias sobre o trabalho de educação da tuberculose e da AIDS/SIDA. Seguem algumas destas idéias. Espero que elaslhe sejam úteis.
“Os pacientes em uma enfermaria de tuberculose são geralmente muito pobres e têm bastante tempo livre. Atividades como a produção de cestos, costura, produção de sabão, colchões e jardinagem podem ajudá-los a ganhar o suficiente para que possam melhorar sua dieta. Estas atividades serão úteis também para o futuro.”
A tuberculose e as crianças Os métodos tradicionais de se diagnosticar a tuberculose não são muito fáceis com crianças pequenas. Elas não sabem como produzir o esputo para ser testado. Tenha em atenção o seguinte… • malnutrição • contato com pessoas com tosse crônica • tosse, febre ou diarréia por mais de um mês • controle de peso – a perda inexplicada de peso pode significar tuberculose
Aconselhamento Por que tantas pessoas não voltam para saber o resultado do teste do HIV, até mesmo após terem recebido aconselhamento? Outros, no entanto, retornam todas as semanas para receber ajuda e medicamentos. Isto é difícil de entender. Seguem algumas idéias… • Faça tudo com privacidade e em confidência. • Não receba os pacientes com AIDS/SIDA em horários separados dos outros pacientes para que eles não tenham receio de serem reconhecidos. • Seja paciente. • Dê bastante apoio e estímulo aos conselheiros. O trabalho pode ser muito solitário. Nós nos reunimos e oramos juntos regularmente.
Cuidado familiar É melhor que todos os membros da família saibam se alguém esta contaminado pelo HIV. Pelo menos os líderes da família devem saber. Muito dinheiro vai ser necessário para cuidar da pessoa e isto dará tempo para a família se preparar. Às vezes as pessoas se mudam para uma cidade para se esconderem de seus familiares. Mas isto significa que eles logo gastam todo o dinheiro, não sobrando nada para se cuidar das crianças destas pessoas ou para que se cuide delas quando ficam muito doentes. É melhor que elas fiquem com suas famílias e que ilhes contem.
Em Pequim, na China, os ‘médicos de pé-descalço’ recebem cerca de $1 por cada caso de tuberculose que eles descobrem. Por cada tuberculoso que completa o esquema completo de tratamento da tuberculose, o médico recebe $10 de bonus. Estes incentivos ajudaram a aumentar quatro vezes mais o número de tuberculosos que são descobertos e tratados. Agora este método está sendo estendido a outras partes da China.
• gânglios do pescoço aumentados • desmaios ou rigidez do pescoço (pode ser meningite tuberculosa). Se a febre continuar após se averiguarem todas as causas possíveis, e se terem usando antibióticos e antimaláricos, experimente dar comprimidos de tiacetazona/isoniazida (Cuidado: a tiacetazona pode apresentar efeitos colaterais se o paciente tem AIDS/ SIDA). Apenas a tuberculose responderá a estas duas drogas. Se a febre desaparecer dentro de duas semanas, comece a dar ao paciente o tratamento completo da tuberculose.
Uma história incompleta Use a idéia de uma história incompleta para estimular uma discussão. Mostre duas figuras, uma mostrando o problema e a outra os resultados do que aconteceu. Peça que o grupo descreva as duas figuras e o que deve ter acontecido para causar aquilo. Em outras palavras, o grupo ‘completa a história’.
O tratamento errado da tuberculose é pior do que não se dar nenhum tratamento pois o paciente pode se tornar resistente às drogas. O paciente pode vir a falecer mas antes irá contaminar a outros com um tipo de tuberculose que é resistente às drogas. Não inicie o tratamento da tuberculose ao menos que você tenha certeza de que tem as drogas suficientes para terminar o tratamento e fazer um acompanhamento.
“Eu acredito firmemente que você não possa apenas ‘fazer’ o trabalho. Você deve estar ‘com’ a comunidade, participar das refeições e descontrair-se com eles. Passe um tempo com eles ‘fora do horário de trabalho’.” 12
PASSO A PASSO NO.19
TROCA DE EXPERIÊNCIAS “Comece de uma maneira pequena e veja se Deus abençoa o trabalho. Depois deixe-o crescer.”
“A AIDS/SIDA é deprimente. Faça coisas diferentes em seu trabalho. Faça coisas agradáveis, assim como coisas tristes.”
Diminuindo o custo da morte A morte é algo muito custoso. As pessoas com AIDS/SIDA frequentemente vendem suas propriedades e terras antes que morram, para pagar pelo tratamento. No Zimbabue, caixões de papel maché estão sendo produzidos. Têm havido tantas mortes causadas pela AIDS/ SIDA que os pastores passam quase todo o tempo em funerais. A demanda por caixões é tão grande que os estoques de madeira estão chegando ao fim. Os caixões de papel maché são muito mais baratos.
Informações para o pessoal de saúde O vírus HIV pode ser transmitido por secreções do corpo – sangue, sémen, fluídos vaginais que penetram a pele das mãos quando esta tem um corte ou irritação. Ao cuidar de pacientes ou ao lidar com secreções corporais, usamos sacos plásticos para cobrir nossas mãos. Luvas são difíceis de serem achadas e muito caras.
Peça teatral e AIDS/SIDA
As substâncias químicas abaixo podem matar o vírus HIV…
Fazemos uma peça teatral com o uso de túnicas com a palavra AIDS/SIDA. Aqui a chamamos de UKIMWI. Contamos a história do João, que contraiu a AIDS/SIDA. Ele veste a túnica. Ele se deita com sua namorada e ela contrai a AIDS/SIDA. Ela então veste a túnica. Ela se casa com uma outra pessoa, que também contrai a AIDS/SIDA. Ele também veste a túnica. Eles têm um bebê que contrai a AIDS/SIDA, etc. É bastante interessante para as pessoas que assistem seus colegas atuarem. A peça ensina…
• Glutaraldeído 2% ou VIRKON em pó • Iodo de Polividona 2% • Solução de cloro 0.5% • Álcool de limpeza 70% • Álcool cirúrgico 70% • Peróxido de hidrogênio 6% • Lisol 3% Savlon e Dettol não são fortes o suficiente para matar o vírus HIV. Se instrumentos forem fervidos em água por 20 minutos, o vírus HIV também será destruído. Lisol não mata o vírus da hepatite (também transmitidos pelas secreções do corpo) e portanto não é sempre recomendado. Isto tem causado alguma confusão.
• quão facilmente a AIDS/SIDA é contraída • que mais de metade das pessoas que contraem a AIDS/SIDA não são promíscuas. A AIDS/SIDA não é algo de que se envergonhar. • o tempo envolvido. Uma pessoa pode ser cristã agora mas contraiu a infecção pelo HIV no passado. Quando uma pessoa tem AIDS/SIDA não significa que ela vai para o inferno!
Apenas eu, o Bispo e Deus Quando cheguei em Dodoma pela primeira vez, perguntei ao Senhor o que ele queria que eu fizesse. Ele me mostrou de uma maneira muito clara que eu deveria me juntar ao trabalho da diocese na área da AIDS/SIDA. Porém eu descobri que não havia programa de trabalho sobre AIDS/SIDA. Apenas eu e o Bispo com uma grande visão pela sua comunidade! Tive que confiar inteiramente em Deus para que Ele me mostrasse o que queria que eu fizesse e seguir as orientações do Bispo e do Pessoal do saúde ao meu redor. A visão se desenvolveu até agora e temos uma equipe de sanitaristas. Estamos treinando voluntários de certas aldeias para ajuda-los a cuidar dos seus doentes, especialmente aqueles com AIDS/SIDA. Temos uma série de clínicas e produzimos dois folhetos e uma cassete sobre a AIDS/SIDA. Sabemos que o Senhor tem mais reservados para nós.
primeiras edições da Passo a Passo dissemos que o Lisol, às vezes a substância química mais barata, não mata o vírus HIV. Informações recentes confirmam que sim.
Alguns hinos podem ser cantados durante o período de ensino para reforçar a mensagem. Escreva canções relevantes para o contexto local. Ensine uma canção às pessoas presentes para que elas possam cantá-la no caminho de volta à suas casas.
NÓS TEMOS QUE MUDAR
NÓS TEMOS UM PROBLEMA
ACEITAÇÃO HÁ UM PROBLEMA – MAS QUE NÃO É APENAS NOSSO NÃO HÁ NENHUM PROBLEMA
NEGAÇÃO PASSO A PASSO NO.19
EDITORA: Pedimos desculpas pois nas
“Toda comunidade irá reagir à situação da AIDS/SIDA por um processo gradual, começando primeiro com uma negação. Apenas quando a comunidade atinge um estágio final, mudanças reais são possíveis.”
Nossos agradecimentos a Ruth Chorley (Tanzania) e Jenny Gibson (Serra Leoa) pela sua contribuição nestas páginas.
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RECURSOS Strategies for Hope Series
Control of TB Flipchart
Vários folhetos desta série muito prática, foram mencionados em edições anteriores da Passo a Passo. Está série apresenta muitas informações práticas e vários estudos de caso. Os folhetos de 1 a 7 são agora também publicados em francês.
Esta publicação enfatisa a participação da comunidade no controle e prevenção da tuberculose. É produzida pela organização ‘World Neighbours’ e custa $6.50, incluindo a postagem (portes). É publicado em inglês, espanhol e francês.
No.1 From Fear to Hope Assistência e prevenção da AIDS/SIDA no Hospital Chikankata, na Zâmbia
World Neighbours 4127 NW 122 St Oklahoma City OK 73120 USA
No.2 Living Positively with AIDS TASO, A Organização de Apoio à AIDS/SIDA em Uganda No.3 AIDS Management A organização de um grande programa de AIDS/SIDA na Zâmbia No.4 Meeting AIDS with Compassion O trabalho de uma clínica em Gana com a prevenção da AIDS/SIDA e o fornecimento de assistência domiciliar a pacientes No.5 AIDS Orphans Os efeitos da AIDS no sistema familiar na Tanzania No.6 The Caring Community Lidando com a AIDS nas áreas urbanas de Uganda No.7 All Against AIDS Projeto Copperbelt de Educação de Saúde, na Zâmbia No.8 Work against AIDS Iniciativas com base no local de trabalho ligadas à AIDS/SIDA em Zimbabue Todos os folhetos podem ser adquiridos da TALC e custam £2 (libras esterlinas) cada, incluindo a postagem (portes), exceto o No.8, que tem muito mais páginas e custa £2,75. Grupos que trabalham na região do Sub-Saara da África podem receber cópias destes folhetos gratuitamente. Escreva para a TALC para maiores detalhes. As pessoas do Quênia devem escrever para: AMREF, PO Box 30125, Nairobi. As pessoas de Uganda devem escrever para: AMREF Uganda, PO Box 51, Entebbe. As pessoas da Tanzania devem escrever para: AIDS project, AMREF Tanzania, PO Box 2773, Dar es Salaam.
HIV in the Workplace: dealing with the issues Este é um jogo de sete manuais de dramatização desenvolvidos pelo escritório regional da Ásia e do Pacífico da UNDP. Eles podem ser adquiridos da TALC.
Muitos dos ítems mencionados podem ser adquiridos da TALC que estoca muitos outros livros e recursos…
AIDS is Our Problem Clinical Tuberculosis por John Crofton, Norman Horne e Fred Miller Macmillan 210 páginas ISBN 0-333-56689-0 (de capa mole) Este livro é altamente recomendável. E bastante completo, prático e fácil de ser lido. É um guia útil para qualquer médico e pessoal de saúde que lidam com a tuberculose. Custa £3 através da TALC (Acrescente £2 pela postagem (porte) e embalagem ou 30% extra se mais livros forem pedidos). Grupos que não têm condições para pagar devem escrever para a TALC, descrevendo o trabalho que fazem e solicitando uma cópia gratuita.
MAP International Aids Traning Manuals A MAP é uma organização cristã que apoia organizações missionárias na área médica e as igrejas locais. Eles recentemente publicaram uma série muito útil de manuais sobre a AIDS/SIDA para os que trabalham com treinamento em Saúde e líderes de igrejas para ajuda-los a educar suas comunidades sobre a AIDS/SIDA. Há três manuais, no momento em inglês, mas em breve também em francês e kiswahili… Facts and Feeling about AIDS AIDS in your community Helpers for a Healing Community -um manual de aconselhamento pastoral sobre a AIDS/SIDA MAP International PO Box 21663 Nairobi Kenya
Esta é uma série de folhetos ilustrados com seis partes para os que trabalham com a comunidade. Eles podem ser adquiridos gratuitamente em inglês e francês para leitores em países em desenvolvimento. Arid Lands Information Network Casier Postal 3 Dakar-Fann Senegal W Africa
We are on the Radio Um livro e uma cassete produzidos pela ‘Child-to-Child’ para grupos que querem envolver crianças na produção de programas de radio sobre saúde. É uma introdução sobre o que é necessário para se planejar e preparar idéias para rádio. O livro descreve métodos para se criar histórias, jogos e canções, como dar entrevistas, fazer anúncios sobre saúde, etc. A cassete dá exemplos e conselhos sobre todas estas idéias e inclui um programa de 20 minutos com crianças apresentando notícias sobre saúde. O programa é livre de direitos de autor e pode ser transmitido. Eles podem ser adquiridos da TALC e custam £3,50. Adicione £2 pela postagem (portes) e embalagem ou 30% se outros livros forem pedidos.
TALC, PO Box 49 St Albans, AL1 4AX, Reino Unido
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PASSO A PASSO NO.19
RECURSOS The 1-4-1-AIDS Game
HIV Infection in Children – Slide Set
O propósito principal deste jogo é o de combinar entretenimento para pessoas jovens, diálogo e aprendizasem sobre saúde sexual e AIDS/SIDA. Os jogos geralmente relaxam as pessoas.Introduzir idéias sobre saúde sexual em um jogo pode ajudar as pessoas a superarem sua inibição e ajudá-las a conversar abertamente sobre estes assuntos. O jogo é feito com um forte papel laminado. As regras do jogo estão escritas em cinco idiomas (português, francês, espanhol, kiswahili e inglês). O jogo inclui um dado e ensino sobre saúde sexual e AIDS/SIDA. Dois grupos de perguntas (apenas disponível em inglês) estão incluídos para que o jogo possa ser jogado em dois níveis, dependendo do conhecimento das pessoas sobre questões sexuais -básico e avançado. O jogo custa £2,50 (£3,50 incluindo postagem/portes por via aérea) e pode ser adquirida pela TALC.
AIDS Action Este boletim de notícias fornece informações sobre assistência, educação e prevenção da AIDS/SIDA. É produzido pela AHRTAG quatro vezes por ano. Pode ser adquirido gratuitamente pelos leitores em países em desenvolvimento. Edições anteriores trouxeram uma série muito útil de seis folhetos destacáveis, Let’s teach about AIDS, dos quais podem ser adquiridas cópias.
por Apolos Landa Tucto Ediciones Puma (CENIP) ISBN 1-871609-27-5
Este é um grupo cristão especializado em fornecer medicamentos e equipamento a clínicas e hospitais no exterior. O serviços prestados e os preços cobrados são altamente recomendáveis. Escreva para a ECHO para receber maiores informações e um formulário de pedido. Como exemplo, segue o preço de algumas drogas contra a tuberculose:
por Wilbert E Tengey ISBN 9964-91-150-5 (de capa mole) Um guia útil para pessoas que trabalham com grupos populares em busca de desenvolvimento auto dependente. Contém capítulos sobre assuntos como a sobrevivência de valores tradicionais, o trabalho conjunto, a compreensão das necessidades da comunidade, as causas dos problemas, técnicas de mobilização, animadores e treinamento. O livro tem 92 páginas e custa $5,00 para os países em desenvolvimento ($8,00 para os outros países), excluindo a postagem (portes) desde Gana. African Centre for Human Development PO Box 0273 Osu-Accra Ghana PASSO A PASSO NO.19
Isoniazida 100mg 1.000 comprimidos
£1,50
Isoniazida/Tiacetazona 300mg 1.000 comprimidos £7,10 Rifampicina 300mg 100 comprimidos
£5,00
A ECHO também vende vários kits para o teste do HIV a baixo custo. Testes simples HIV-CHEK, que não necessitam de uma geladeira (frigorífico), podem ser adquiridos para se fazer transfusões de sangue com segurança. O custo destes testes são subsidiados por patrocinadores e kits com 100 testes custam £50. ECHO International Ullswater Crescent Coulsdon Surrey CR5 2HR Reino Unido
A serie de slides custa £7,60 (os slides precisam ser montados), incluindo postagem (portes) por via terrestre. Custa £11 com os slides já montados. Adicione £1,80 se você desejar postagem (portes) via aérea. Adicione £2 a estes preços se você mora em um país desenvolvido.
Una Amenaza, Una Agonia, SIDA
AHRTAG 1 London Bridge Street London SE1 9SG Reino Unido
ECHO International
A Guide to Promote Rural Self-Reliant Development (A Ghana Experience)
Uma nova série de 48 slides com ‘script’, podem agora ser adquiridos da TALC. É dirigido a médicos e outras pessoas da área de saúde que cuidam de crianças contaminadas pelo HIV. As várias sessões abordam muitas questões, incluindo a transmissão do HIV em crianças, diagnóstico, problemas médicos e amamentação.
Este é um livro sobre a perspectiva cristã sobre a AIDS/SIDA, particularmente na América Latina. Disponível apenas em espanhol. Os vários capítulos abordam a situação atual, o alastramento da AIDS/SIDA na América Latina, os sintomas e causas da AIDS/SIDA, prevenção e responsabilidade da Igreja. O livro estimula os cristãos e líderes de igrejas a se comunicarem, educarem, cooperarem, consolarem e coordenarem a sua resposta à AIDS/SIDA. Há muito que aprender sobre nossa responsabilidade como cristãos. O livro é muito útil visto que muito pouco tem estado à disposição dos cristãos sobre a AIDS/SIDA na América Latina.
Pode ser adquirido por $6,00, incluindo a postagem (porte) de… Ediciones PUMA CENIP Jr Pachitca 266 Apdo 1277 Lima 100 Peru.
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SAÚDE
pelo Dr Ian Clarke
MUITOS programas de trabalho sobre a AIDS/SIDA envolvem a comunidade. Mas apesar dos programas trabalharem na comunidade, ela pode não se sentir envolvida. Há uma tremenda diferença entre algo que está localizado na comunidade e algo que é controlado pela comunidade. Localizado na Comunidade: Localizado na comunidade mas na verdade controlado por pessoas de fora. Controlado pela Comunidade: A maioria das idéias e o controle vem da comunidade. Uma boa maneira para se entender se há uma participação real da comunidade é perguntar: ‘Este projeto continuará sem o apoio externo?’ No caso da AIDS/SIDA, a participação da comunidade é muito importante. A prevenção da propagação da AIDS/SIDA só será feita quando as pessoas mudarem seu comportamento. No entanto, as pessoas são todas parte de suas comunidades. A comunidade afeta o seu comportamento. É muito difícil para uma
Informações sobre a AIDS/SIDA podem ser obtidas facilmente hoje em dia, mas muitas comunidades não sabem o que fazer com estas informações. Elas não conseguem ver como seus valores e estilos de vida, aceites por todos, afetam o alastramento da AIDS/SIDA. Elas não conseguem ver como esta nova informação pode causar uma diferença em suas vidas. Elas ainda não vêem como mudar seu comportamento. Primeiro, motive a comunidade a aprender mais sobre si mesma. Quando as pessoas começam a discutir juntas sobre AIDS/SIDA, elas começam a avaliar os efeitos da AIDS/SIDA sobre elas. Elas começam a compreender como os seus valores locais e comportamento afetam a situação da AIDS/SIDA. As pessoas de fora da comunidade precisam entender os valores da comunidade e aprender sobre a razão certos tipos de comportamento são aceites. Isto só pode acontecer quando os que são de fora da comunidade ouvem os que são da comunidade. Não é fácil organizar oportunidades para as pessoas se encontrarem e conversarem abertamente. Isto requer certa compreensão de como a comunidade funciona e o entusiasmo para se continuar a motivar as pessoas a levarem suas discussões adiante. O próximo passo é prover oportunidades para que os líderes da comunidade falem sobre a AIDS/SIDA e o que está acontecendo em suas comunidades. Quando as pessoas téem a oportunidade de lidar com
Rapidez no plantio de árvores Aqui estão algumas idéias úteis de agricultores de Costa Rica. Dois meses antes que comece a época de plantio, os agricultores procuram por árvores com brotos (rebentos) grandes crescendo verticalmente dos galhos (brotos epicórmicos). Eles escolhem brotos grossos de três anos (A) e os cortam na base. Se os brotos tem mais de dois metros de comprimento, eles não serão alcançados por animais de pasto quando plantados. Os brotos mais curtos também podem ser usados. Os brotos são podados e colocados horizontalmente à sombra por uma semana (B) e então amontoados de pé contra uma árvore por tres semanas com os lados que foram cortados para baixo (C), que são depois plantados a uma profundidade de 50 cm (D). A maioria (80%) crescem rapidamente. Estas árvores crescem muito mais rápidamente do que as que crescem de uma semente. Eles usam espécies locais e devido à sua grande utilidade, este método é usado para se plantare árvores que funcionam como cercas por crescerem tão rapidamente. Tente usar este método em sua área e nos escreva contando os resultados.
Foto: Mike Webb
A AIDS/SIDA e a Comunidade
pessoa mudar seu comportamento se a comunidade espera um tipo diferente de comportamento.
as questões que as estão afetando, elas irão abandonar as respostas que achavam serem ‘corretas’ e trabalharem suas próprias respostas ao problema. Quando isto acontece, pessoas de fora da comunidade podem ser úteis oferecendo ajuda e apoio. Elas vão precisar de recursos e apoio para manter seu entusiasmo e desenvolver suas idéias. Em muitos países as igrejas têm um um papel importante em tudo isto. Elas são parte da comunidade local. Elas podem mostrar um estilo de vida alternativo e podem demonstrar amor, aceitação e apoio aos pacientes com AIDS/SIDA. Pessoas com AIDS/SIDA ou com a infecção pelo HIV não são necessariamente pessoas ‘ruins’. Elas não são responsáveis por esta epidemia. Devido às pessoas frequentemente se sentirem culpadas, elas tentam esconder sua situação. A Igreja pode mostrar o caminho da aceitação. Os pacientes com AIDS/SIDA não terão que se esconder se existirem pessoas que as amem e as apoiem. Leva muito tempo para que atitudes e prioridades mudem dentro das comunidades. Quando esta mudança acontece, há um grande impacto nas pessoas. Quando nossas comunidades se responsabilizarem pela situação da AIDS/SIDA e encontrarem suas próprias respostas, veremos mudanças no comportamento das pessoas, algo que desejamos muito. O Dr Ian Clarke trabalhou por muitos anos como missionário da CMS em Uganda, implantando o Hospital Kiwoko.
Adaptado de um artigo escrito por Dominique Jolin e Emmanuel Torguebiau em Agroforestry Today. Publicado pela
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