Sophia

  • June 2020
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escola secundária gil eanes . literatura portuguesa II . professora antónia mancha . ano lectivo 2008/2009

« A terra o sol o vento o mar São a minha biografia e são o meu rosto »

escola secundária gil eanes . literatura portuguesa II . professora antónia mancha . ano lectivo 2008/2009

Biografia Temática poética - O jogo dos quatro elementos; - A denúncia de uma realidade adversa ; - A unidade do mundo grego; Esquema-Síntese

escola secundária gil eanes . literatura portuguesa II . professora antónia mancha . ano lectivo 2008/2009

Biograf ia

Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu no Porto em 1919. Tinha origem dinamarquesa pelo lado paterno. O seu avô, Jan Henrik Andresen, desembarcou um dia no Porto e nunca mais abandonou esta região. Criada na velha aristocracia portuense, educada nos valores tradicionais da moral cristã, foi dirigente de movimentos universitários católicos quando frequentava Filologia Clássica na Universidade de Lisboa. Veio a tornar-se uma das figuras mais representativas de uma atitude política liberal, denunciando o regime salazarista e os seus seguidores. Ficou célebre a sua Cantata da Paz "Vemos, Ouvimos e Lemos. Não podemos ignorar!" Casou-se, em 1946, com o jornalista, político e advogado Francisco Sousa Tavares e foi mãe de cinco filhos. Sophia de Mello Breyner faleceu, aos 84 anos, no dia 2 de Julho de 2004

escola secundária gil eanes . literatura portuguesa II . professora antónia mancha . ano lectivo 2008/2009

A temática A Natureza e 0 jogo dos poética quatro elementos:

A poesia de Sophia mantém permanentemente uma relação especial com a natureza, nomeadamente com os quatro elementos primordiais. A água ( mar, espuma, praia), o ar ( vento, brisa, sopro), o fogo (sol e luz) e a terra (natureza, fauna e flora), representativos da “perfeição do universo”. É neles que busca: - o reencontro e a comunhão com a verdade das origens; - a relação pura e justa do ser humano consigo mesmo e com o mundo.

escola secundária gil eanes . literatura portuguesa II . professora antónia mancha . ano lectivo 2008/2009

A temática A Natureza e 0 jogo dos poética quatro elementos:

Apesar da referência aos quatro elementos, é a água que assume papel preponderante, na referência permanente ao mar, que habita quase todos os seus versos. O mar é o símbolo da purificação, as suas águas em movimento mostram a dinâmica da própria vida. Quando eu morrer voltarei para buscar Os instantes que não vivi junto do mar

escola secundária gil eanes . literatura portuguesa II . professora antónia mancha . ano lectivo 2008/2009

A temática A denúncia de uma poética realidade adversa

Sophia, ao procurar a justiça, a liberdade e a verdade, tenta a união com o espaço primordial que é a natureza. Revela preocupações sociais, tornando-se num canto de luta, de denúncia daquilo a que chama o “Tempo Dividido”: o da solidão, da incerteza, do medo, da traição, da injustiça, da mentira, da corrupção, da escravidão… o tempo marcado pelo ódio e pela ameaça, pela impureza. Opõe a este, o “Tempo Absoluto”, uno, harmonioso, de realização suprema, de justiça. De Bem. Toda a obra de Sophia denota uma ideologia humanista e uma consciência política, traduzidas na sensibilidade perante os que mais sofrem. Este empenhamento social e político faz com que o poeta denuncie as injustiças, mesmo que de forma irónica (“As pessoas sensíveis”). O poeta e a poesia assumem um papel importantíssimo nesta procura, porque são eles que devem contribuir para o reencontro com a unidade e a harmonia entre as coisas, os homens e a natureza.

escola secundária gil eanes . literatura portuguesa II . professora antónia mancha . ano lectivo 2008/2009

A temática A unidade do mundo poética grego

Na poesia de Sophia é evidenciada a Grécia porque a sua civilização sempre a fascinou. Aí, Sophia viu a ordem e a luz, e os mitos que reaviva comprovam o seu apego a uma cultura que sempre considerou mais perfeita, e na qual o Homem se devia inspirar, de modo a poder organizar o caos em que vive. Defende que a reconversão da civilização caótica se fará recorrendo à “luz de Creta”, e através da assimilação do mundo grego, para ela mais perfeito. O cântico ao mundo antigo, nomeadamente através da evocação dos deuses, surge com o intuito de exaltar os bens terrenos e a necessidade de o Homem procurar a perfeição. Neste sentido, parece ser possível afirmar que a poesia de Sophia põe termo à consciência poética infeliz, porque quer deixar uma imagem de esperança no futuro, muito embora tenha consciência de que o Homem continua a caminhar pelas trevas.

escola secundária gil eanes . literatura portuguesa II . professora antónia mancha . ano lectivo 2008/2009

Em Síntese: Água

Ar

Terr a

Fogo

Naturez Perfeição a Pureza Equilíbrio Harmonia

O Poeta transmite estes valores através da sua poesia para apelar à: - verdade -paz -igualdade social -justiça -Liberdade entre os homens para criar uma união entre o universo, as coisas e as pessoas.

A PALAVRA

CIA N U AN DEN UNC IA

A REALIDADE

Transformadora do

ONDE HÁ A harmonia eo equilíbrio

O esplendor O sofrimento

Tempo Absoluto O MUNDO ANTIGO (Grécia)

unidade

O mundo real

O encontro da realidade

perfeição

escola secundária gil eanes . literatura portuguesa II . professora antónia mancha . ano lectivo 2008/2009

Em Síntese:

O Ideal estético e cultural

O MUNDO ANTIGO (Grécia)

unidade

perfeição

Símbolos:

Que contribuem para a palavra do poema

escola secundária gil eanes . literatura portuguesa II . professora antónia mancha . ano lectivo 2008/2009

Tempo Absoluto

- OS TEMPLOS CLÁSSICOS – equilíbrio e perfeição. - A LUZ – fim das trevas e do caos, harmonia, encontro do mundo. - A ÁGUA – pureza; símbolo da vida e da sua dinâmica. - A NUDEZ DO CORPO – beleza artística, exacta, verdadeira.

escola secundária gil eanes . literatura portuguesa II . professora antónia mancha . ano lectivo 2008/2009

Vemos, ouvimos e lemos Não podemos ignorar Vemos, ouvimos e lemos Não podemos ignorar

D’África e Vietname Sobe a lamentação Dos povos destruídos Dos povos destroçados

Vemos, ouvimos e lemos Relatórios da fome O caminho da injustiça A linguagem do terror

Nada pode apagar O concerto dos gritos O nosso tempo é Pecado organizado

A bomba de Hiroshima Vergonha de nós todos Reduziu a cinzas A carne das crianças

Sophia de Mello Breyner

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