Samara

  • November 2019
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TEMA





Como ocorreram os 21 anos de ditadura militar Como é a concentração de renda do Brasil

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Há 21 anos o Brasil ficou nas mãos dos militares, vivendo sob um regime ditatorial. No dia 31 de março de 1964 o Brasil sofreu um Golpe de Estado. Desde a renúncia de Jânio Quadros, em 1961, o país veio se arrastando numa crise política, agravada com a posse de Joaõ Gourlart na Presidência da República. Os três anos do governo de Goulart foram marcados pelos movimentos de organizações sociais de esquerda, que ganharam cada vez mais espaço, e com a reação imediata de insatisfação dos conservadores da direita. Empresários, militares, Igreja Católica e classe média, temendo o domínio do socialismo com um golpe comunista (na época o mundo estava vivendo a Guerra Fria) começaram a se articular para derrubar o populista João Goulart e suas Reformas de Base. Assim, os conservadores organizaram a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em São Paulo. O processo de crise política aumentava, com tropas saindo às ruas e com isso, temendo uma guerra civil, Goulart foi embora para o Uruguai. Vaga a Presidência, os militares tomaram o poder no dia 1º de abril de 1964. Oito dias depois era decretado o Ato Institucional Nº 1 (AI-1) cassando os mandatos políticos dos opositores ao novo regime, a estabilidade.

GOVERNO CASTELO BRANCO







No dia 11 de abril de 1964, o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco era eleito Presidente da República, prometendo a entrega do poder a um civil em 1966. Durante o seu mandato até 1967) foram baixados três Atos Institucionais, ocorrendo cassações de mandatos federais e estaduais, transferência ao Congresso para escolha do presidente, além de dissolver os partidos políticos.



Assim, somente os partidos da Arena e o MDB de oposição, estavam autorizados a funcionar.



“O general Castelo Branco não era um militar no sentido linha dura da palavra. Ele assumiu o governo com boas intenções. “Na verdade, o general era um pano de fundo, ou um estandarte de um movimento muito mais consistente, que era de militares na gestão do país”.O governo de Castelo Branco se caracterizou por um esforço no sentido de repor o Brasil na linha da democracia.



No primeiro governo criou-se o SNI organismo ligado diretamente ao presidente. O SNI realizava em segredo todas as investigações sobre pessoas, instituições e movimentos que pudessem trazer qualquer tipo de problema ou perigo para o sistema em vigor. Uma nova Constituição foi aprovada para o país. A Constituição de 1967 normatizava a ditadura, a fim de manter o princípio constitucional da legalidade, o que deveria ser respaldado pelos militares através de suas idéias e ações, que fizesse necessários para um regime totalitário.

GOVERNO DA COSTA E SILVA



Arthur da Coata e Silva assumiu o país, eleito indiretamente pelo Congresso. No primeiro ano o marechal tentou governar dentro de um sistema constitucional, mas isto acabou não acontecendo devido ao escancaramento ditatorial, em conseqüência do crescente movimento de oposição ao regime.





UNE promoveu, no Rio de Janeiro, em meados de 68, a manifestação de luta pelas liberdades públicas chamada de Passeata dos Cem Mil. Partindo da Cinelândia, a passeata era formada por jovens, artistas, padres e deputados, formando a maior vitória da oposição desde as eleições de 1965. Ao mesmo tempo estavam acontecendo greves operárias em Contagem (MG) e Osasco (SP).

Passeata dos Cem mil



Pressionado pelos militares da linha dura, Costa e Silva, decretou o Ato Institucional Nº5 (AI-5), em dezembro de 1968 começando no Brasil o mais longo período ditatorial de sua história. Foram 10 anos de violenta repressão política. O presidente determinou o fechamento do Congresso, a cassação de mandatos parlamentares, a suspensão do direito a habeascorpus em casos de crimes contra a segurança nacional e o fim da liberdade de imprensa. A partir daí, grupos de esquerda organizaram a guerrilha urbana, realizando os primeiros assaltos a bancos e seqüestros de embaixadores para a obtenção de fundos.



Em agosto de 1969 Costa e Silva sofre um derrame sendo obrigado a afastar-se da presidência. Devido ao fato de ser um civil e de se posicionar contra o AI-5 seu vice Pedro Aleixo não assumiu o poder. Em conseqüência uma junta militar ficou responsável por tomar conta do país

GOVERNO DA JUNTA MILITAR 



Por apenas dois meses do mesmo ano uma junta militar composta pelos ministros Márcio de Sousa e Melo , Aurélio de Lira Tavares e Augusto Rademaker, substituiu o marechal Costa e Silva. Onze dias depois, os militares decretaram a Lei de Segurança Nacional (em 18 de setembro de 1969) com o endurecimento do regime militar, restringindo liberdades e instituindo inclusive a pena de morte (que não existia no Brasil), para os crimes considerados subversivos.

São Paulo, novembro de 1969: Carlos Marighella morto pelo delegado Fleury 

Ao final de 69, o criador da ALN (Aliança de Libertação Nacional),Carlos Marighella, que desenvolveu ações armadas contra o regime militar era morto na Alameda Casa Branca, em São Paulo, por homens do DOPS (Delegacia de Ordem Política e Social).

GOVERNO MÉDICI 



Foi no governo Médici que a luta armada começou a ficar cada vez mais forte (com extensão para a guerrilha rural, a exemplo da Guerrilha do Araguai) por isso, então, em resposta, a máquina do governo intensificou a repressão no Brasil. O DOI-CCODI (Destacamento de Operações e Informações ao Centro de Operações de Defesa Interna) se espalhou por todo país, com torturas aos considerados inimigos do regime.



A contínua supressão das liberdades individuais e uma severa censura à imprensa, livros, filmes, peças e músicas são marcas de Médici. Artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque etc tiveram que ser exilados do país.



Brasil viveu uma época de grande desenvolvimento econômico, no período que vai de 1969 a 1973, chamado de Milagre Econômico. Houve um crescimento da taxa do PIB (Produto Interno Bruto) de quase 12% ao ano, contra uma inflação que beirava os 18%. O país avançou muito, com investimentos internos e empréstimos do exterior.

GOVERNO GEISEL



Quarto presidente do ciclo militar, Ernesto Geisel começou um lento processo rumo à democracia, com o desmonte da ditadura entre 1974 e 1979. O fim do Milagre Econômico, o aumento da inflação e a crise do petróleo deram início ao governo do general.



Com a abertura política a oposição ganhou espaço, vencendo nos Estados e cidades mais importantes do país – em 1974 o MDB conquistou 59% dos votos para o Senado, 48% na Câmara dos Deputados e venceu as prefeituras da maioria das cidades -. Insatisfeitos com o governo Geisel, militares da linha dura promoveram ataques a membros da esquerda.



Em 1975 foi suspensa a censura à imprensa. Três anos depois Geisel acabou com o Ato Institucional N° 5 (AI-5), restaurou o habeas-corpus e criou condições para a abertura política rumo à redemocratização.

GOVERNO FIGUEIREDO 

O último general-presidente a comandar o Brasil, Figueiredo decretou a Lei da Anistia 1979, dando o direito de retorno ao Brasil para artistas, políticos e demais cidadãos brasileiros exilados por crimes políticos. Insatisfeitos com os benefícios dados aos terroristas, militares da linha dura continuam desempenhando a repressão clandestina.



O pluripartidarismo foi restabelecido durante o governo Figueiredo, no ano de 1979, trazendo os partidos de volta. A ARENA passou a ser PDS (Partido Democrático Social) e o MDB tornou PMDB, apenas acrescentando a palavra partido à sigla. Outros partidos foram criados, como PT(Partido dos Trabalhadores) e PDT (Partido Democrático Trabalhista).



Um episódio bastante marcante durante o governo de João Figueiredo, foi o atentado ao Riocentro 1981. Onde ocorreu um atentado frustrado que poderia vitimar milhares de pessoas que assistiam um show, em comemoração ao dia do trabalhador, porém a bomba que seria utilizada explodiu momentos antes no carro de seus autores.

Final dos anos 1960

Passeata dos cem mil

VLADMIR HERZORG

Guerrilheiros do Araguai

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