Rpg - Ebook - In Domine Sathana

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  • Words: 1,615
  • Pages: 3
IN DOMINE SATHANA Um dia calmo, ensolarado. É domingo, dia de missa. Um homem vestindo um terno azul se aproxima de uma catedral. Ele se chama John Engels, é alto, porte atlético, louro, com os cabelos chegando na altura das costas, lisos. Ele tem belos olhos azuis e um olhar que transmite serenidade e um pouco de tristeza. Ele não vai adentrar na igreja, há muito tempo que ele não pisa no solo de uma e não é hoje que ele vai mudar. Mas estranhamente, algo foi diferente hoje. Ele ouviu um grito vindo de dentro da igreja, seguido de uma aglomeração de pessoas ao redor dela. Ele resolveu adentrar na igreja e ver o que estava acontecendo. O padre estava morto. Sua cabeça foi decepada e pendurada num mastro. As pessoas estavam chocadas e John resolveu perguntar pelo que ocorrera. Pelos relatos das pessoas, o padre foi morto por um homem vestindo um robe negro e empunhando uma espada. Ele havia dito umas palavras em um idioma estranho, decepou a cabeça, pendurou no mastro e fugiu, de maneira muito rápida. A polícia não conseguiu chegar a tempo, o assassino tinha fugido. Perto da porta por onde ele fugiu havia uma inscrição. Nenhum dos policiais sabia o que queria dizer aqueles símbolos. Mas John sabia. IN DOMINE SATHANA, era o que dizia. Sabia o que era, mas não esperava ver algo assim por aqui. Resolveu voltar para casa e se informar melhor. Enquanto voltava para sua casa, já de tarde, sentiu que alguém o estava seguindo. Olhando para trás viu um homem, vestindo um capote negro, chapéu que encobria seu rosto, galochas. Usava um lenço vermelho no pescoço, óculos escuros, luvas de couro. Fumava um cigarro. Ele chegou perto de John e disse: — Hora do acerto de contas. — Vejamos — disse John, meio surpreso — ainda insistes nisso, Arthur. —Sim, insisto. Nunca vou te perdoar ao que fizera a minha mãe. Te mandarei de volta ao inferno, se sua alma ainda estiver inteira. O homem sacou uma pistola, que parecia antiga, até um pouco enferrujada. Engels se preparava para esquivar dos disparos. Começava o embate. Apesar da arma ser antiga, disparava de forma veloz. Suas balas deixavam uma trilha azul tremeluzente no ar. Os disparos acertaram Engels em cheio. Dois tiros. Eles perfuraram a pele dele e o faziam sangrar muito. Engels gritava de dor. —Isto é aço de Estígia, pai — Disse o homem em tom sarcástico — sim, levei cerca de dois mil anos para me vingar de ti. Engels, com a mão em um dos ferimentos, disse, com a voz trêmula: — Por que me odeias tanto? POR QUE?! —Você deixou minha mãe morrer, “pai”. Eu a vi sendo decapitada pelos guardas do Império Romano. Eu me lembro do sangue dela sobre meu rosto. Durmo pensando nisso e em mil maneiras de fazer você pagar por isso. Pela minha dor, pela da minha mãe. Agora chegou a hora do acerto de contas. Sei que esse aço deixa seus poderes mais fracos e o enfraquece, meu pai, agora você irá morrer para sempre! Engels conteve sua dor. Deu uma risada dele. Isso deixou Arthur enfurecido. Ele gritava que podia matá-lo de uma vez, bastava um tiro na cabeça.

— Atire — disse Engels, em tom sarcástico. Ao tentar atirar, viu que Engels ainda se movia. Era como se ele não tivesse sofrido nenhum ataque. Cicatrizou o ferimento. Perplexo ao ver aquilo, Arthur soltou a arma. —Acredito que está surpreso por eu ter resistido às suas balas. Vou te explicar a razão. Você acha que sou um anjo como aquele que sua mãe conheceu. Desde que voltei do inferno, partes do meu sangue são demoníacas.Deveria saber que demônios são resistentes ao aço do inferno. Agora vou te ensinar algo, meu filho. Engels foi à direção de Arthur. O imobilizou, segurando seus braços. Então, asas de morcego saíram de suas costas, rasgando o terno. Ele voou até um local alto, longe da cidade. Largou Arthur num local desconhecido e partiu. Depois ele parou perto de um arranha-céu, no terraço de um prédio menor. Lá ele estava limpando os ferimentos e pensava: “Essas balas me feriram profundamente. Por muita sorte, tive tempo de arrancar as balas das feridas, antes de tomar o tiro certeiro de Arthur. Se ele tivesse sido alguns segundos mais rápido, eu teria morrido naquele instante”. Depois, ele saiu do terraço, voando em meio aos céus, onde as pessoas não podiam vê-lo. Chegou em sua casa. Ao procurar em seus livros, percebeu que nada havia lá que pudesse ajudá-lo. Então resolveu descansar e assistir um pouco de televisão. Ao ligar a televisão, em um telejornal, viu que mais um religioso havia sido morto. Era um cardeal. Ele foi morto e sua cabeça pendurada numa cruz feita de ferro negro. Ao ver aquela cruz, a reconheceu como a cruz de satanás. Tinha que fazer algo a respeito. Então resolveu pegar alguns itens de seu arsenal particular. Dentre eles, uma cruz feita em prata pura. Era uma cruz abençoada, uma cruz sagrada, devia ter uns duzentos anos, aproximadamente. Foi um presente por ter salvado a vida de um padre. Agora ela seria útil. Depois disso, ele saiu com seu carro e começou a dar uma volta pela cidade. Chegou perto de um convento. Algo lhe dizia que o próximo ataque seria nesse local. Chegou perto e resolveu esperar um pouco. Dali a alguns minutos ouviu-se um grito vindo de lá de dentro. John correu para lá, com seu crucifixo e sua pistola em punho. Ao entrar, vi um homem vestindo robe negro. No chão, uma mulher nua. Algum ali indicava que John chegara na hora. O homem segurava uma espada negra, feita de ferro. Ele, ao avistar John, chegou perto dele com uma agilidade sobrenatural. Acertou-o com um golpe de espada. John caiu sangrando no chão. O homem riu, crendo que tinha matado o investigador. Mas, para sua surpresa, Engels, levantou, com apenas arranhões na pele. —Pensaste que ia me matar com apenas essa arma, maldito?! Agora vamos começar a lutar para valer. Então Engels ficou em posição de combate. Sacou uma espada prateada que brilhava intensamente. E então, viu que o homem de robe negro defendia de seus golpes mesmo sabendo que não teria como uma pessoa ser rápida o suficiente para tanto. — Surpreso, investigador? Realmente John não podia entender aquilo. Então o homem recitou algumas palavras numa língua estranha. Pareciam palavras de um idioma morto. Então uma luminescência negra surgiu na espada e golpeou Engels. Engels ficou prostrado no chão. O efeito mágico havia paralisado seus músculos. Então o homem deu um golpe com a espada em Engels. Ele sangrou muito no chão. Então, quando ele ia receber um golpe certeiro no peito, algo ocorreu. Os olhos de Engels brilharam numa luz vermelha infernal. O efeito do feitiço se dissipou totalmente. Ele assumiu uma expressão maligna em seu rosto. Então, a cruz em prata brilhou fortemente e algo o fez voltar ao normal.

— Dou-te uma opção, maldito. Se entregue a policia e voltarás vivo desse embate. As freiras estavam horrorizadas. Engels sangrava sem parar. E o homem usava sua cruz negra para intimidar o investigador. Então, o homem olhos nos olhos de Engels. Viu um brilho angelical. Ele falava, gaguejando: — Você é um... — Anjo — interrompe Engels — não mais, isso eu vos garanto. Engels pegou o crucifixo. Rezou uma oração em latim. Era a hora do acerto de contas. Suas mãos brilhavam numa luz quase divina. O homem, pasmo, gritava: — Vou te levar ao inferno! Antes que pudesse terminar a frase, seu corpo estava se desintegrando. A luz corroia sua carne impura. — Não vou voltar para lá tão cedo — diz Engels. Em questão de minutos, ele havia se desintegrado por completo. O feitiço era para destruir pessoas que estivessem com suas almas totalmente maculadas pela semente do mal. As freiras achavam que havia ocorrido um milagre de Deus, que Deus havia mandado um de seus anjos para lhes salvar. Engels pegou suas coisas e desapareceu. A policia chegou em seguida. Atrasados. O assassino não existia mais. No dia seguinte, diziam os jornais, o assassino haveria morrido e a policia iria investigar todo o caso e descobrir o homem que o matou. Engels sabia que isso seria impossível. De noite, ele foi até um hospital. Dirigiu-se a recepcionista e ela lhe deu um cartão para entrar num quarto de UTI. Lá estava uma menina, que devia ter uns sete anos de idade com vários tubos pelo corpo.Ela, ao ver Engels, diz, com sua voz doce, baixinha e gentil: — Anjo, me conta uma história? Então Engels ficou algumas horas, contando uma história a menina, até que ela conseguisse dormir. Então, ao sair, ele vê um medico. Ele pergunta sobre o estado da menina. O médico, sério, lhe responde: —Senhor Engels o caso dela é muito grave. Desde que a trouxe para cá, ela tem evoluído bastante. Mas ainda o caso dela é grave, muito grave. Quem são os pais dela? —Não sei. A encontrei na rua, abandonada. Não sei se seus pais a abandonaram, se ainda estão vivos. Mas doutor, não vou poupar recursos para vê-la com saúde. —Realmente, Sr. Engels é um anjo para esta menina. Ela só tem ao senhor e você tem feito um grande esforço ao custear todas as despesas médicas dela. Ela gosta muito do senhor. Fala sempre em “meu anjo” quando se refere a você. Ela tem sorte em ter um anjo como um senhor. Engels saiu do hospital. Agora mais do que nunca, sentia-se um pouco feliz. Não se lembrava quando o chamavam assim. De meu anjo.

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