Roteiro
Idéia (imagem geradora) • O roteirista que, andando pela rua, observa uma mulher passando mal em plena calçada sem que ninguém se importe com ela. Todos estão indiferentes, ninguém a socorre. Esse fato arrebata o roteirista, e a imagem da mulher passando mal não lhe sai da cabeça.
Idéia
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• Roteiro sobre a indiferença das pessoas ⇒ Algo ainda conceitual • Mulher agonizando sem ajuda ⇒ Imagem geradora de todo o processo
Idéia
3
• o roteirista investiga outras imagens que podem se encadear à imagem principal. • a mulher agonizando; surge um homem dentro de um carro; ele, mesmo vendo a mulher passando mal, não tem coragem de ajudá-la.
Idéia
4
• De repente surge outra imagem: • A rua toda congestionada, povoada de buzinas ensurdecedoras. • O roteirista já tem material para começar a estruturar uma história.
Estrutura da história • Fábula: alma da história; reunião das ações, colocadas em ordem cronológica. • Enredo: narrativa, como a história vai ser contada pelo narrador; tem a liberdade de não seguir a ordem cronológica da fábula.
Fábula • O homem parou o carro quando viu a mulher passando mal. Ninguém a socorreu, o motorista acabou congestionando o tráfego e todos buzinaram para que ele se mexesse.
Enredo • o vídeo pode começar com o tráfego congestionado; depois vemos o homem olhando fixamente até ouvirmos buzinas ensurdecedoras; em seguida, percebemos que o homem observa uma mulher que passa mal sem que ninguém a socorra.
Escrever com imagens e sons • Todas as ações dos personagens e todas as situações e elementos da narrativa devem ser visuais e auditivas. • Diferentemente da literatura, onde o personagem sente, pensa e imagina, num roteiro audiovisual ele deve sempre agir, falar e interagir.
Fábula
1
• Um homem, em seu carro, VÊ uma mulher passando mal. • Ele PARA o carro e VÊ que ninguém a socorre. • O motorista do carro de trás BUZINA para que ele SIGA em frente.
Fábula
2
• O homem DESCE do veículo para SOCORRER a mulher, PARANDO o trânsito na rua. • O motorista de trás também DESCE do carro e GRITA para que o homem mova o carro. • O homem EMPURRA o motorista e SE VOLTA para a mulher na calçada.
Fábula
3
• O motorista AGARRA o homem pelo colarinho. • Os dois SE ESMURRAM e a multidão OBSERVA a briga. • A mulher MORRE sem socorro na calçada.
Enredo
1
• Uma mulher ESTÁ morta na calçada, cercada de pedestres OLHANDO em sentido contrário. • Dois homens SE ESMURRAM em plena rua e a multidão em torno OBSERVA a briga.
Enredo
2
• Um dos homens envolvidos na briga ESTÁ dentro do carro e VÊ algo que o paralisa. • O homem DESCE do veículo, PARALISANDO o trânsito. • O motorista do carro de trás DESCE GRITANDO com o homem.
Enredo
3
• O homem VIRA-SE, EMPURRANDO o motorista. • A mulher PARA na calçada, DEIXA cair a bolsa no chão e passa a SOFRER convulsões.
Enredo
4
• EMPURRANDO o motorista de trás, o homem VOLTA-SE para a mulher com convulsões. • O motorista de trás AGARRA o homem pelo colarinho e DESFERE um soco em seu queixo, iniciando a briga.
Enredo
5
• Enquanto os pedestres OBSERVAM a briga dos dois, a mulher MORRE sozinha na calçada.
ARGUMENTO • • • •
1
É o desenvolvimento do enredo. Porém, muito mais detalhado. Enredo = esqueleto Argumento ⇒ compõe os órgãos, músculo e tendões que dão forma ao corpo.
ARGUMENTO
2
• Pelo enredo sabemos o que vai acontecer com os personagens e a história. • Pelo argumento vamos saber como tudo vai acontecer.
ARGUMENTO
3
• O argumento é uma referência estrutural da história, podendo conter imagens ou informações que entrem ou não no roteiro. • 3 questões fundamentais: como, quando e onde acontecerão as ações.
ARGUMENTO
4
• É preciso definir as ações e os personagens.
ARGUMENTO
5
• Se a ação se passará de dia ou de noite, se estará ou não chovendo, se ocorrerá numa calçada lotada, se haverá muito barulho ou silêncio total... • Como serão os personagens fisicamente e como se comportam, o que vestem, que adornos usam, ...
ARGUMENTO
6
• Ainda não é o momento para pensar em diálogos, mas algumas indicações de falas podem ser inseridas se sugerirem o clima da cena ou revelarem algo importante para a ação dos personagens.
ARGUMENTO
7
• No argumento, o roteirista já começa a ver o vídeo diante dos olhos. • O argumento também indica divisões nas cenas e mudanças de locação, como rua, calçada, dentro do automóvel, ...
ARGUMENTO
8
• Manhã ensolarada. Calor escaldante. Pedestres transitam pelo calçadão do centro da cidade. O rosto de uma mulher de mais ou menos 40 anos invade a tela. Olhos vidrados e a palidez do rosto indicam que ela está morta. Os pés das pessoas que pararam ao lado do corpo apontam para outra direção.
ARGUMENTO
9
• Do outro lado da rua dois homens bem vestidos, ambos em torno de 30 anos. Um deles veste paletó, o outro, camisa e gravata, brigam a socos e pontapés. A multidão para para assistir à briga entre gritos e vaias. Sons de buzina indicam que o trânsito está parado por este motivo.
ARGUMENTO
10
• O homem de camisa e gravata aparece num carro semi-novo, enxugando o suor da testa, e vê algo na calçada que lhe chama a atenção. Devagar, ele para o carro no meio da rua e desce deixando a porta aberta.
ARGUMENTO
11
• O motorista do carro de trás, o homem de paletó envolvido na briga, grita para que o homem de camisa tire o carro da rua. Buzina. Nervoso, ele grita novamente, já descendo do veículo também.
ARGUMENTO
12
• Tudo deve ser escrito para ser visto ou ouvido, ação e imagem. • O detalhamento já sugere um clima para o vídeo, indicando possibilidades estéticas para trabalhar. • A história e os personagens estão mais completos e palpáveis.