RESENHA DO LIVRO "CONECTADO - O QUE A INTERNET FEZ COM VOCÊ E O QUE VOCÊ PODE FAZER COM ELA" - Um livro de Juliano Spyer Em apenas um quarto de milhar de páginas reais, o autor conta a história da internet e suas aplicações, que atualmente extrapola um bilhão de usuários e as incontáveis páginas virtuais que se multiplicam todos os dias. Além de ser um guia para o usuário que adentra esse novo mundo, também ajuda a esclarecer muitas dúvidas para os usuários recorrentes e veteranos, principalmente quando destaca a importância da influência que a internet exerce na sociedade e vice-versa, algo que o título do livro já explica: "Conectado - o que a internet fez com você e o que você pode fazer com ela." De uma idéia que surgiu nos anos 60 nos EUA de utilizar os computadores para colaboração, por causa do lançamento da nave Sputnik pelos soviéticos, nasceu o germe da rede mundial, que se expandiria pelo globo terrestre até hoje. Os EUA visavam a cooperação entre pessoas em espaços-tempos diferentes. A partir daí delinearam-se duas tendências: a de tecnologia para cooperação e a de colaboração. No entanto, a internet em plena atividade mundial somente se conhece há poucos anos. Os ambientes virtuais desenvolveram entre seus usuários aspectos sociais oriundos da interação, assim como: doação de conhecimento, por exemplo, através da formação da Wikipédia ou orientação através de chats; possibilidade de pesquisar e questionar a verdade que é emitida pelos meios de comunicação, pelas instituições de saúde, etc., através de buscadores como o Google, ou blogues de usuários e outros meios; facilidade de conversação via comunicadores instantâneos, como o MSN; realização de debates: aprendendo e ensinando em fóruns e listas de discussão; utilidade do open source, onde softwares, por exemplo, são criados a partir de vários colaboradores, de onde surgiu o Linux; e, a criação de comunidades virtuais onde as pessoas assumem novas personalidades e experimentam outros tipos de vida, assim como Whyville; e muitas outras possibilidades de conhecer o mundo virtual citadas no livro. Um dos destaques de CONECTADO é a "Cross-mídia - conectando rádio e internet", capítulo 10, porque é algo que acontece comprovadamente com sucesso entre os usuários beneficiados pelo projeto Leia Livro, site de incentivo à leitura do governo de São Paulo e pelo projeto Viva São Paulo, ambos coordenados e criados pelo Juliano Spyer. Por exemplo, no projeto Leia Livro, os leitores enviam resenhas de livros, que são publicadas no site e posteriormente selecionadas para divulgação na rádio que recebe o conteúdo editorial e oferece espaço promocional - aí, as editoras aproveitam a divulgação e oferecem livros! O governo mantém o site e incentiva a leitura. O autor inspirou-se em dois escritores: Kevin Kelly e Yochai Benkler para lançar a seguinte questão, que já está se amalgamando à sociedade do início do séc. XXI,
que é "Internet - destino ou desafio?", capítulo 18 - o que leva o leitor a refletir em qual dessas filosofias de internet se identifica. Benkler acredita, assim como Kelly, na hipótese de a sociedade perder o controle de sua vida para um organismo social emergente. Porém, para Benkler a internet acena com a possibilidade de a sociedade enfrentar essa ameaça. Benkler diz que a liberdade de expressão social subverte o poder das corporações e que os mercados não aceitarão a descentralização econômica que poderá advir de tal situação - para isso "estão agindo com o consentimento dos governos contra os interesses da sociedade em relação à defesa da justiça e liberdade." Segundo Benkler a humanidade terá um período de dez anos, considerados de transição, para melhorar a vida do planeta, onde a sociedade participará ativamente de suas mudanças em alto nível de colaboração. A humanidade é então vista através de um microcosmo interligado e ativo. Quanto a Kelly, acredita em uma sociedade fatal interconectada e presa à máquina. É obvio que a partir do momento em que as pessoas se conectam, podemos contar com todos os tipos de gente: boa ou má... E por que apenas falar nas coisas ruins que advêm da internet e não falar também das coisas maravilhosas que estão acontecendo? Ou será que ao fim a internet nos levará a algo semelhante ao filme Matrix? Onde a humanidade estava mergulhada em um mundo imaginário e virtual e cem por cento conectada às máquinas, após a Terra ter sido praticamente destruída numa batalha entre homens e máquinas, onde os homens foram os vencidos? Minhas observações: livro de cabeceira para ser lido de preferência com a tela acesa do monitor do computador, do laptop ou até do celular. As pessoas precisam ler esse livro para apreenderem o sentido de "Conectado". É um guia de sobrevivência na internet, que mostra os caminhos inteligentes para se fazer um bom uso da rede e também é um alerta para o período de transição virtual que estamos vivendo, e sua importância em ser bem conduzido. O que for desenvolvido agora pela sociedade, na rede, repercutirá num futuro próximo de duas formas: viver a liberdade de expressão com responsabilidade e fraternidade ou, entregar-se ao controle e aos grilhões que poderão ser impostos à sociedade. Considero esse livro de caráter atemporal, porque acredito que as comunidades e tudo o mais que foi citado como ferramentas ou espaços interativos, renovar-seão e até serão substituídos por outros, mas nunca perderão de vista a base em que foram lançados. O livro é objetivo, sem deixar de ser filosófico na medida certa e está muito bem escrito. Particularmente, eu adorei os capítulos finais, onde o autor ousa opinar e refletir devidamente conectado à razão. Descrição: O que está por trás de fenômenos como blogs, Wikipedia, YouTube, MSN e Orkut? Conectado mostra o que são e como funcionam sites e softwares
colaborativos, descreve a rotina de criação e manutenção de comunidades virtuais e apresenta os projetos mais originais da rede. - Aborda questões polêmicas: pirataria online, crise da mídia, censura na rede e invasão de privacidade – como o recente caso das imagens de Daniella Cicarelli no YouTube. - Apresenta os cases mais originais da internet, como o selo musical Trama Virtual e o site Craigslist. - Um manual para o usuário saber como tirar proveito desse novo cenário e também perceber os riscos e desafios que a chamada "comunicação de muitos para muitos" traz.
"Poucas vezes vi em bom português tanta informação e argumentação como em Conectado. ...É um livro, ao mesmo tempo, técnico e humanista, didático e profundo." Do prefácio de Caio Túlio Costa SUMÁRIO Parte 1 - Teoria e tecnologia De muitos para muitos Economia da colaboração Chats e comunicadores instantâneos Fóruns e listas de discussão Blog e wiki Agregadores de conteúdo, folksonomia e networking social Algoritmos sociais e automoderação
Parte 2 - Prática Cultivando comunidades virtuais Breve introdução à “ciência oculta” da produção de sites Cross-mídia – conectando rádio e internet Sugestões para projetos colaborativos Parte 3 - Casos e debates Teoria posta em prática Causas sociais, ativismo e governança Negócios em rede Existe educação colaborativa? Impactos da rede na mídia Efeitos colaterais da sociedade interconectada Internet – destino ou desafio?
Resenha: O livro ‘Conectado: o que a internet fez com você e o que você pode fazer com ela’ apresenta a história da rede e funciona como um guia para o internauta de primeira viagem, além de esclarecer dúvidas para o usuário recorrente. Levantando questões atuais com a apresentação de cases originais sobre o meio e abordando temas polêmicos, como a pirataria on-line, a crise da mídia e a censura na rede, a obra é um manual para o leitor entender o cenário da comunicação na web.
Nós recomendamos: “Não tenho dúvidas de que blogs e sites especializados são as melhores fontes para compreendermos a atual revolução da comunicação digital. Muitas vezes, no entanto, sentimos falta de uma discussão mais bem acabada, contextual, sem o calor dos fatos. ‘Conectado’ cumpre esse papel. Para muitos, será um balanço do dia-a-dia. Para outros, uma porta de entrada para um mundo em ritmo frenético. Obra rara em português, merece ser lido por quem quer ‘pegar o bonde andando’ e por quem já está lá dentro.”