REFLEXÕES NA PRIMEIRA CARTA DE JOÃO CAPÍTULO 1 (v.1) O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam, a respeito do Verbo da vida 1. João nos leva à lembrança os primeiros versículos do evangelho que
leva o seu nome como autor: “No princípio era o Verbo” (v.1). Aqui temos a afirmação que o Verbo, conhecido historicamente como Jesus, já estava antes de todas as coisas. 2. O escritor elenca as prerrogativas do apostolado (Atos 1.21-22): “O
que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam”. 3. “O Verbo da vida”. Nele todas as coisas foram criadas (João 1.3; Col.
1.16). O Verbo que se manifesta em carne, é o mesmo que dá vida e faz com que todas as coisas passem a existir.
(v.2) (pois a vida foi manifestada, e nós a temos visto, e dela testificamos, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai, e a nós foi manifestada); 1. “A vida foi manifestada”. Stott em seu comentário escreve: “O Eterno
penetrou no tempo e foi manifestado aos homens” (pg.52). 2. Tendo vivido bastante (cerca de 100 anos), João passa a testemunhar do que ele mesmo viu a outro plenário, outra geração, outros novos discípulos, por volta dos anos ‘85 e 100 d.C’ (NIBB). 3. A proclamação evangélica de João tinha a força do testemunho de quem
esteve com o Verbo manifestado em carne (João viu, sentiu, apalpou e 1
esteve ao pé da cruz). O centro da sua anunciação era a vida eterna disponibilizada pelo Pai.
(v.3) sim, o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que vós também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo. 1. Os anunciadores precisam ser fiéis quando da transmissão do
evangelho: “O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos”. Não podemos mudar uma vírgula da mensagem evangélica que deve pregada. 2. O propósito da pregação evangélica: “Para que vós também tenhais
comunhão conosco”. A mensagem evangélica não é exclusivista, mas inclusivista. A mensagem é para pessoas de todas as épocas; a mensagem traz para a comunhão aqueles que estavam fora. 3. A comunhão que João propõe aos seus leitores não se reflete apenas em
encontros de confraternização e de mesas abastecidas, que rapidamente caem no esquecimento, mas de participação nas coisas relacionadas ao Pai e ao Filho, tais como arrependimento, fé, salvação e posse da vida eterna.
(v.4) Estas coisas vos escrevemos, para que o nosso gozo seja completo. 1. As informações anteriores, e as que virão, têm um fim a ser alcançado:
“Para que o nosso (vosso) gozo seja completo”. Não era do feitio de João escrever como alguém que praticava um hobby, um passatempo, mas sim, com um fim almejado: a comunicação da vida eterna e a comunhão. 2
2. O conhecimento de Cristo através do evangelho traz aos seus ouvintes
alegria plena. Isso é o resultado da comunhão que passamos a desfrutar com o Pai e o Filho, na iluminação do Espírito Santo. 3. A alegria plena não é resultado das coisas que conseguimos na vida.
Alguém pode perder tudo, mas não perder a alegria que é fruto do Espírito (1 Ts 1.6). 4. O gozo, ao qual João se refere, é fruto de uma vida dedicada a Deus, pois não foi sem sofrimento que os crentes de sua época vivenciaram a fé. O próprio João se viu privado da comunhão dos crentes quando preso na ilha de Patmos. (v.5) E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e nele não há trevas nenhumas. 1. O apóstolo não formulou uma mensagem propriamente sua, mas se
reservou a transmitir o que havia ouvido. 2. A mensagem que anunciou foi a que Deus é luz. João fala acerca de
algo essencial de Deus; uma expressão de Si mesmo. Sendo luz, de Deus emana luz, não pode vir Dele algo diferente da luz: “Nele não há trevas nenhumas”. 3. Ao escrever o Evangelho, João descreve Jesus como a luz que veio
iluminar a todo homem (1.6-9). 4. O próprio Jesus diz de si mesmo: “Eu sou a luz do mundo; quem me
segue não andará em trevas; pelo contrário, terá a luz da vida” (João 8.12). PR. Eli da Rocha Silva IBJH 15/04/2009
3