“Rabiscos no Escuro” Por: Inicio :
Roney Rodrigues Andrade Oliveira 02/11/2008”
Agradecimentos: Queria agradecer a todos que me deram apoio ao começar este tipo de escrita totalmente diferente do que estou acostumado. Também a todos os queridos amigos que me faltariam linhas para citá-los um a um. Alguns me disseram que seria uma idéia um tanto louca começar a escrever um livro. Para mim, louco é estar preso a esta realidade e se sentir arrependido de não ter realizado os mínimos sonhos antigos.
Introdução: Nunca desejamos passar por essa vida sem problemas, porque se não nunca valorizaríamos nosso suor e nossas lágrimas seriam em vão. Porém me diga, como seriamos se nunca sangrássemos, se nunca precisássemos ser amargamente traído por um amigo, somente para provar como é duro o modo como traímos outros. Deste modo tudo nos ensinará, seja em pequenas vitórias ou em imensas perdas. Este livro abordará á as frustrações de um jovem que aprendeu pelos piores medos que não é vantajoso ser impenitente. Em meio a diversos medos, e pavores da juventude ele sempre teve por dentro uma teimosia saudável que o impelia a continuar dando o próximo passo para dentro dum vale de escuridão. Sem escolhas somente medos, ele aprendeu a trabalhar em cima destes para que não se visse preso a eles e com receio de dar o próximo passo.
Capítulo 1 : Entre a indecisão e a solidão Em um dia qualquer, muitos tem milhões de coisas para se preocupar, a hora de acordar, quando o leite irá ferver, a hora de vestir os sapatos e ir trabalhar. Nossa historia fira em torno de um rapaz chamado Martin, que está na transição de sua vida (Liberdade para a responsabilidade). É tão nítido para enxergarmos que esta foi a pior fase da vida deste e será a pior de milhões de outros jovens ao redor disso que chamamos de mundo. Ao analisarmos diversos olhares, diversas feições, focalizamos em um canto, um olhar tímido e abatido. Como se a timidez fosse o pior dos monstros que se desenvolve por dentro, porém ele não fazia idéia de quantas maldições ele deceparia somente por mantê-la junto ao peito. Certo dia ao caminhar pelas estreitas ruas da cidade, Martin resolveu parar em uma praça e escrever para onde iria sua vida, visto que ele não sabia nem mesmo o que estava fazendo naquele lugar inóspito. Lágrimas escorriam pois a indecisão era como uma corda q aos poucos ia se enlaçando em volta do pescoço, não existe misericórdia quanto não se tem uma base ou um motivo pelo qual lutar. As vezes ele se encontrava sozinho numa rua escura e vazia,
somente a luz do poste piscava num tom de amarelo morto, aos poucos ele lapidava essa pedra preciosa chamada “solidão”. Ao voltar a pisar em casa, ele recebia seu passaporte de volta para uma guerra onde ele era o alvo mais agradável . Eram somente palavras, nada de espadas ou espingardas, porém o dano era gigantesco para ser abordado em algumas consultas com o psicólogo. Silêncio, raiva e cicatrizes se mantinham presentes naquele ser, ele simplesmente implorava para que o único ferido em toda esta historia não fosse ninguém alem dele mesmo. As frases ditas impensadamente massacravam-no, mas havia algum motivo por dentro que o fazia prosseguir, uma teimosia em sorrir e fingir que esta tudo bem. (motivo que logo mudaria) Aos poucos foi aprendendo que a solidão poderia o tornar mais forte, e que a tristeza poderia aprisioná-lo num mundo de brinquedos quebrados onde a mágoa é normal e onde o caos reina constantemente nos corações inflamados. “Diga que está bem, diga que és forte por dentro, nunca diga não e sempre transborde os corações de outros com alegria plena”, era o que se repetia em sua mente constantemente, enquanto as ogivas nucleares explodiam dentro dos seus pensamentos, lentamente o debilitando. Onde buscamos força quando somente temos por companheiros os vaga-lumes da noite? Onde se encontram amigos no meio de um vale negro onde a luz não atravessa? Como se cura uma ferida que perfurou tão profundo, que podemos sentir o coração bater mais lentamente a cada respiro? A resposta para todas as perguntas se mostra somente uma “Imaginação e Fé”, porque esses são os únicos escudos intransponíveis que podem nos defender desta crise de silencio e solidão de nosso mundo atual.
Capitulo 2 – A Ruptura de um coração vulnerável Tudo estava perfeitamente caótico para Martin, Sua juventude oferecia muitos efeitos negativos, muitas esquivas diárias, que
esperar que as flechas acertassem seu peito era somente uma saída menos cansativa. Preso a estes sentimentos só existe algo que poderia ser pior do que sentir a depressão queimando por dentro, sentir um anjo (ou um ser humano parecido com isso) tocar e romper os ligamentos de um coração vulnerável. Todo dia fazia o mesmo caminho, não precisava aprender outro, porque era somente o necessário para levá-lo o mais rápido possível do seu refugio para o seu setor de batalha. Se o caminhou mudou, se a lágrima tomou sentido contrário, era porque algo havia mudado o proceder forte que ele se esforçava para manter. E de fato este proceder tinha cabelos morenos e pele branca como a neve, as vezes Martin se perguntava se anjos podiam viver entre humanos desapercebidamente, porque naqueles olhos haviam um segredo mais profundo que a própria zona abissal. Ele estava ali tentando voltar para casa, porém uma metade por dentro estava batalhando para que ele extraísse apenas uma palavra (um gesto expresso em um leve balanço das cordas vocais ), somente para provar que aquele anjo saberia falar a hipócrita língua humana. Nada neste mundo poderia modificar alguém que se escondia atrás de roupas pretas, porém naquele momento enquanto doces palavras invadiam sua mente, na sua imaginação, Martin já começava a faze as modificações necessárias para que recebesse asas e pudesse voar ao lado daquele ser. Martin começava a sentir um desejo imenso de estar vivo, como se os véus negros que o impediam de enxergar e por do sol, fossem rasgados de cima a baixo. Como se apresentassem um bosque colorido e como se pela primeira vez ele visitasse um jardim secreto cheio de encantos, os quais o acorrentavam a um lugar simplesmente esplêndido. Não haviam lugares junto ao peito para explicar como e o porque sentir-se completo, algo havia puxado seu coração do fundo do poço e o trazido de volta à vida. Todos os dias, no mesmo horário, no mesmo lugar, lá estava um rapaz que impressionava a todos por sua constância ou teimosia. Porque neste momento nada importava, a garoa, a chuva, o sol, o vento, a tempestade, a tristeza, o pesar, a solidão, nada poderia impedi-lo de estar ali a esperar por alguém que na verdade não faria o mesmo por ele. Sempre sentado na mesma esquina carregando rosas nas mãos, “Que jeito mais careta de mostrar que eu amo” murmurava Martin, ao receber zombarias expressas ao ser visto
daquela forma. Más a essa altura do jogo, a coragem formava uma armadura ao redor de Martin sempre protegendo-o contra os pensamentos e comentários depreciativo. Um certo dia enquanto ele esperava seu anjo, uma senhora que passava deu três passos a frente e balbuciou palavras fortes: “Moço desista de esperar, eu passei para o trabalho e você estava parado ai como uma estátua, agora que volto você esta no mesmo lugar a esperar, desista filho ela não virá !!”. Aquelas palavras aterrorizaram o jovem e na verdade aquilo foi uma punhalada em sua honra, e Martin naquele momento foi curado de sua cegueira. O relógio marcava 23:15 e nenhum sinal de um ser atravessar aquele pequeno espaço da cidade, o único som que atravessava a rua era o som das gotas da chuva golpeando uma placa de alumínio solta no lixo. Neste dia ele entendeu o que significa ir do prazer intenso até o espasmo da morte. No outro dia o sol amanheceu mais amargo e tudo estava úmido, como se a noite tivesse acompanhado o jovem em suas lágrimas através da madrugada. Nos próximos 5 dias ele esteve no mesmo lugar, e desta vez sua derrota era anunciada a todos que já viram o rosto feliz daquele jovem, que no momento parecia ter acabado de chegar de uma guerra devastadora. “Ela não veio, não virá, talvez ela nem exista, talvez ela seja somente algo que criei para aliviar meus pavores, agora entendo a essência da loucura, pois me parti em pedaços por algo que nem mesmo sei se é real”- lamentava Martin em silêncio enquanto sua mãe caprichava nos sermões por chegar tarde em casa. Ele não estava ali, havia se transferido para alguma daquelas ruas da qual encontrara seu anjo, sua mãe simplesmente não entendia, afinal a comunicação entre eles era escassa. O olhar dela era superficial, ela via um “menino” com anemia, triste e com marcas estranhas no braço esquerdo, não conseguia ver além, não conseguia enxergar a ruptura no coração vulnerável daquele jovem em constante mutação. Não enxergava nem mesmo o mostro da depressão que aos poucos se alimentava do sorriso de Martin para escravizá-lo aos sentimentos de incapacidade. Referente ao anjo de Martin, o verão passou e o inverso também, ele foi se acostumando com a idéia que ela não voltaria. O que o deixava mais abatido era o fato de que não havia perguntado o nome daquela chave, que havia trancado seu coração em uma jaula profunda dentro de seu corpo e voado para longe com tudo que ele considerava essencial.
Em semanas houve uma revolução silenciosa, um grito de socorro que ninguém ousou ouvir, exceto um soldado rejeitado que nem mesmo os miseráveis aceitaram.
Capitulo 3- Outro Lobo se une a Matilha