Jornal da
SOBRAGE SOCIEDADE BRASILEIRA DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA
Nº 8 ■ ANO III ■ MARÇO 2001
EDITORIAL Diretoria (2000-2003)
Boletim Eletrônico da Sobrage Estamos iniciando nosso sistema de emissão de boletins eletrônicos em continuidade aos boletins impressos. Vamos emitir boletins periódicos via
PRESIDENTE Dr. Rui Alberto Ferriani (Ribeirão Preto, SP)
internet com resumos de artigos científicos ou fatos médicos. O objetivo é informar o colega sobre um fato científico, e se possível acrescentar um comentário de conotação clínica, refletindo a experiência pessoal de um
VICE-PRESIDENTE
especialista. Vários especialistas estão cadastrados.
Dr. Fernando Freitas (RS) Além disso, perguntas de casos clínicos podem ser formuladas, e nossa
SECRETÁRIO EXECUTIVO
secretaria irá encaminhar sua questão a um especialista. Estas respostas estarão disponíveis em nossa home-page.
Dr. Ricardo de Mello Marinho (MG) Nossa secretaria também está disponível para possíveis levantamentos
TESOUREIRO
bibliográficos via internet, com emissão de resumos de artigos publicados.
Dr. Aloísio José Bedone (Campinas, SP)
Se você quiser um artigo científico, um cruzamento de informações no medline, ou solicitar um artigo de revisão sobre determinado assunto,
CHEFE DOS DELEGADOS REGIONAIS Dr. Mauri Piazza (PR)
envie seu e-mail, e tentaremos conseguir para você. Esta é uma prestação de serviços da SOBRAGE em parceria com a ORGANON, que possibilita o funcionamento desta secretaria. Estas parcerias são importantes para a educação médica, por isso solicitamos aos colegas que prestigiem os laboratórios que apóiam estas atividades. Estamos tentando conseguir outras parcerias, a fim de lhe propiciar uma boa informação. Se ainda não está cadastrado, faça-o agora. Envie seu endereço e e-mail. Visite nossa home-page, ela estará sendo constantemente atualizada! Nossos endereços: www.sobrage.org.br
Da esquerda para a direita: Dr. Aloisio Bedone, Dr. Ricardo Marinho, Dr. Fernando Freitas, Dr. Rui Ferriani e Cristina em reunião realizada em Ribeirão Preto no dia 29 de janeiro para definição de metas para o ano de 2001
[email protected] Secretária Cristina Brentigani:
[email protected], telefone (16) 602 2821 Rui Ferriani Presidente da SOBRAGE
Agora, sua paciente tem
PSEUDO-HERMAFRODITISMO MASCULINO Dr. Fernando Freitas Dr. Carlos Souza Dr. Cristiano Salazar
3 motivos a mais para não interromper a TRH
Chegou
Uma embalagem muito econômica para 3 meses de tratamento Tempo de Tratamento Economia Adesão
Consulte seu representante para saber a relação das farmácias credenciadas
o pseudo-hermafroditismo
N
& Yoshimura 1996. Não há virilização
masculino o cariótipo é 46
na puberdade e os níveis de
XY, mas a genitália externa e
testosterona são normais para o sexo
interna pode ser normal ou ambígua.
masculino e os níveis de LH e FSH são
Ocorre por deficiência na produção de
normais ou aumentados e estradiol
andrógenos, defeito de receptor ou
aumentado para homens (Damario &
ausência do fator antimülleriano. O
Rock 1995).
fenótipo pode variar de uma aparência
Muitas vezes deve ser realizado o
completamente feminilizada em casos
diagnóstico diferencial com a síndrome
de insensibilidade completa aos
de Meyer-Rokitansky. Esta síndrome é
andrógenos a virilização normal com
ocasionada por um defeito no
presença de estruturas müllerianas
desenvolvimento dos ductos de Müller
(Freitas e cols 1997).
gerando ausência do útero e dois terços
As anormalidades nos receptores
superiores da vagina, cuja etiologia é
androgênicos são a causa mais comum
desconhecida. As gônadas são ovários,
podendo ser divididas em forma
e as pacientes vêm à consulta
completa e incompleta. O testículo
ginecológica, como no testículo
feminilizante, forma completa ou
feminilizante, por amenorréia primária
Síndrome de Morris é uma condição na
ou por dificuldade de manterem
qual a insensibilidade congênita aos
relações sexuais. Além do cariótipo 46
andrógenos ocorre devido a um
XX estas pacientes apresentam, pêlos
problema nos receptores intracelulares,
sexuais normais, níveis normais de
como há insensibilidade à testosterona,
testosterona para o sexo feminino e
ela não atua na genitália externa que
ultra-sonografia com gônadas
diferencia-se para o lado feminino
sugestivas de ovários pela presença de
normalmente. Desta forma, os
folículos em crescimento.
indivíduos possuem diferenciação
No testículo feminilizante as pacientes
feminina da genitália externa e não há
possuem desenvolvimento puberal
estímulo para o desenvolvimento dos
normal feminino porque a testosterona
ductos de Wolff. A gônada continua a
produzida pelos testículos em níveis
secretar FIM (fator Inibidor dos Ductos
plasmáticos masculinos é transformada
de Müller), desta forma os ductos de
em estrógeno na periferia. São identi-
Müller são inibidos, portanto estas
ficadas no nascimento como mulheres,
mulheres não possuem útero, trompas
sexo de criação social feminino,
de falópio e 2/3 superiores da vagina.
desenvolvimento puberal feminino e
Estas “mulheres” possuem vagina curta
inclusive com mamas normais (Nawata
em fundo cego (terço inferior), ausência
e cols 1996).
de útero e trompas de falópio Tsutsumi As gônadas, testículos, que não conseguem exercer toda as suas potencialidades são consideradas disgenéticas. Após a puberdade, de
Organon do Brasil Ltda. Rua João Alfredo 353 - São Paulo - SP Lig Viva 0800 704 59 00 www.organon.com.br
HC de Porto Alegre, UFRGS
preferência entre 16 e 18 anos de idade,
as gônadas devem ser extirpadas pelo
seminal (Warne & Zajac 1998). Como o
é presente em um lado e gônada em fita
risco de malignização, que é de menos
defeito de desenvolvimento é na
no outro. Normalmente o cariótipo
de 5% (Manvel 1976).
genitália externa, na puberdade a
revelará um mosaicismo (46XY/45X). A
testosterona é metabolizada em
genitália externa é feminina ou
diferentes locais produzindo voz
ambígua (genitália ambígua em casos
grossa, libido masculino, ereção,
onde há tecido testicular presente)
mamas normais para o sexo masculino,
(Damario & Rock 1995).
A insensibilidade androgênica é transmitida por um gene recessivo ligado ao cromossomo X. No entanto há heterogeneidade genética: em 60 a 70% dos casos os receptores são ausentes e em 30 a 40% os receptores são presentes porém sem função normal. A forma incompleta de pseudo-hermafroditismo masculino pode corresponder desde a completa falta de virilização até a masculinização fenotípica completa. Cerca de 10% dos pacientes exibem formas parciais da doença. Na maior parte dos casos de insensibilidade incompleta aos andrógenos o fenótipo é feminino, no entanto em alguns casos o pênis é de tamanho suficiente para permitir a identificação sexual masculina ao nascimento, mesmo na presença de hipospádia perineal. Estes indivíduos apresentarão na puberdade ginecomastia e feminilização devido a uma reserva de receptores
aumento do clitóris ou pênis. Na puberdade portanto pode haver dificuldades no manejo deste paciente com sua identificação sexual. Os testículos podem estar na pelve ou nos canais inguinais. A conduta nas formas incompletas é, após correto diagnóstico, a de complementar, quando possível, a identidade sexual conforme o desejo “do” paciente ou “da” paciente. Nas mulheres a orquiectomia, plástica redutora do “clitóris”, e correção do seio urogenital são indicadas, como também a estrogenioterapia. . Se possível o diagnóstico deve ser
BIBLIOGRAFIA
alcançado antes da puberdade evitando os problemas ocasionados pela virilização em pacientes criados como do sexo feminino (Freitas e cols 1997).
Damario MA and Rock JA. Diagnostic Approach to Ambiguos Genitalia. In: Adashi EY, Rock J Rosenwaks Z. Reprodutive
androgênicos inadequada. Devido à
Disgenesia bilateral dos testículos pode
Endocrinology, surgery, and Technology.
impossibilidade de resposta aos
ocorrer em pacientes com cariótipo XY,
Philadelphia Lippincott-Raven
androgênios na puberdade há
onde estes testículos não conseguem
predomínio da atividade estrogênica.
realizar a produção da testosterona ou
Estes indivíduos permanecem estéreis e
do fator inibidor dos ductos de Müller,
incapazes de responder ao uso de
ou seja a gônada falha em progredir do
andrógenos exógenos. Estes fatores
seu estado indiferenciado. É
devem ser avaliados prioritariamente
responsável por 4% dos casos de
na determinação do sexo (Damario &
pseudo-hermafroditismo masculino. É
Rock 1995).
conhecido como Síndrome de Swyer na
Uma outra causa é a deficiência de 5alfa-reductase. A 5-alfa-redutase é responsável pela transformação da testosterona em di-hidrotestosterona metabólito mais ativo necessário à diferenciação genital externa masculina.. Os casos podem apresentarse com hipospádia, falha de fusão lábioescrotal, ausência de próstata, seio urogenital aberto ou aberturas separadas de uretra e vagina e um clitóris simulando pênis e vice-versa. Os ductos de Wollf, por ação da testosterona, se transformam em epidídimo, canal deferente e vesícula
sua forma completa. A característica é
Publichers,1995. Freitas F, Passos EP, Cunha F° JS. Estados Intersexuais. In: Freitas F, Menke CH, Rivoire W, Passos EP. Rotinas em Ginecologia. 3 ed. Porto Alegre. Artes Médicas, 1997. Manvel M, Kataiama KP et al. The age of
de um indivíduo com desenvolvimento
ocurrence of gonadal tumors in intersex
da genitália interna e externa feminina,
patients with Y chromosome. Am J Obstet
e as gônadas apresentam-se como
Gynecol 124: 293, 1976.
cordões fibrosos. Na puberdade apresentam amenorréia e ausência do
Nawata H, Takayanagi R, Yanase T, Ikuyama
desenvolvimento dos caracteres
S, Okabe T. Abnormalities of Sex
secundários. A gonadectomia é
Differentiation. Horm Res 1996; 46: 15-9.
indicada para prevenir a virilização e a possibilidade de neoplasias. Nestes
Warne G and Zajac J. Disorders of Sexual
pacientes é necessário realizar terapia
Differentiation. Endocrinology and
de reposição hormonal combinada que
Metabolism Clinics of North America
irá realizar o desenvolvimento sexual
1998;27: 945-67.
secundário e produzir a menstruação. Em alguns casos pode haver disgenesia gonadal mista, ou seja tecido testicular
QUAL A REAL PREVALÊNCIA DA ENDOMETRIOSE? Dr. Mauricio Simões Abrão Dr. Carlos Alberto Petta Dr. Rui Alberto Ferriani
A
endometriose representa
Doenças relata que em mulheres entre 15
todas as mulheres não teriam este
doença muito estudada nos
e 44 anos, a endometriose é a terceira
implante em alguma fase da vida e
últimos anos. O real perfil da
principal causa de internação hospitalar
apenas uma parcela menor, algo como 10
paciente portadora de endometriose é
relacionada a distúrbios do trato
a 15%, viriam a desenvolver a “doença”
impreciso, embora exista consenso que a
reprodutivo nos Estados Unidos,
endometriose.
endometriose esteja presente em pelo
perdendo apenas para moléstia
menos 10% da população geral (Eskenazi
inflamatória pélvica e cistos ovarianos
& Warner, 1997), podendo alcançar 50%
benignos (Velebil et al, 1995).
dos casos em determinados estudos relativos a pacientes inférteis ou com dor pélvica crônica (Balasch et al, 1996, Damario & Rock, 1995, Matorras et al, 1995, Houston et al, 1988), conforme podemos observar na tabela 1.
Os dados brasileiros são escassos, e a real prevalência em nossa população não é bem conhecida, a exemplo da população
A correta avaliação da incidência e da
mundial. Aliás, estas dificuldades são
prevalência da endometriose ainda não é
atuais em relação a outras doenças
possível, mas a impressão obtida dos
também, principalmente pelo fato de que
diversos estudos avaliados assim como
a medicina hoje requer evidências mais
da vivência clínica mostram que a
palpáveis para se fechar uma conclusão.
prevalência da patologia na população
A constituição de grupos colaborativos
Esses números são especialmente difíceis
geral não é negligenciável e
sólidos, com visão investigativa
de serem definidos por dois motivos
provavelmente maior do que o estimado.
acadêmica, pode ajudar a minimizar as
principais:
dificuldades relativas a grandes
Outro aspecto especial é a abordagem da
■ Não existe uma relação direta entre a
doença na adolescência. Laufer et al.
presença da doença e a sintomatologia
(1998) encontraram 50% de endometriose
apresentada pela paciente, fato que,
em 100 adolescentes com algia pélvica
casuísticas e escassez de recursos materiais.
certamente, impede o diagnóstico em portadoras assintomáticas (Vercellini et al, 1996);
P revalência de Endometriose conforme a indicação cirúrgica em diversos estudos clínicos
■ O diagnóstico definitivo é histológico, dependente de procedimento invasivo
INDICAÇÃO CIRÚRGICA
PACIENTES n
para obtenção de material de biópsia,
ANASTOMOSE TUBÁREA
somente realizado quando existe forte
LAQUEADURA TUBÁREA
suspeita clínica de endometriose.
HISTERECTOMIA VAGINAL
Dois estudos importantes devem ser
HISTERECTOMIA ABDOMINAL
referidos quando se estuda a
LAPAROSCOPIA DIAGNÓSTICA POR ESTERILIDADE
epidemiologia da endometriose. Mathias
LAPAROSCOPIA TERAPÊUTICA
et al.(1996) enviaram questionário
LAPAROSCOPIA DIAGNÓSTICA (ALGIA PÉLVICA)
validado para 5263 mulheres entre 18 e
*Adaptado de Wheeler, 1992
50 anos, e relatam que 14,7% delas eram portadoras de dor pélvica crônica, sendo 61% sem causa definida e em 45% havia
crônica. Tal observação mostra a
diminuição da capacidade de trabalho
importância em lembrarmos da doença
devido à dor. O Centro de Controle de
no diagnóstico diferencial de adolescentes com este sintoma. Mais recentemente, tem se discutido se o
NEPE-Núcleo de Estudos e Pesquisas em Endometriose, USP e Unicamp
implante ectópico do endométrio não seria muito mais freqüente do que os relatos de endometriose, cogitando-se se
MULHERES COM ENDOMETRIOSE n
%
1860
19
1
3060
61
2
858
69
8
5511
606
11
724
116
16
2065
619
30
140
74
53
USO DOS PROGESTÍNICOS SEM INTENÇÃO CONTRACEPTIVA Dr. Fernando Freitas (RS)
U
m dos principais motivos do uso dos progestínicos é na regulação do ciclo menstrual das hemorragias uterinas disfuncionais (HUD). Sabemos que a menstruação ocorre com a diminuição da concentração da progesterona no sangue, cerca de dois dias antes, o que caracteriza o ciclo menstrual. Assim, o uso dos progestínicos pode regular, adiantando ou atrasando, a menstruação. O teste da progesterona é de grande utilidade para pacientes na pós-menopausa. O diagnóstico cada vez mais freqüente da endometriose, da necessidade da terapia de reposição hormonal (TRH) e da sua capacidade de reagir contra a suscetibilidade de células a hormônios e proteínas causadoras do crescimento tumoral, ajudando a tratar canceres de mama, rins e útero, faz dos progestínicos um importante aliado ao tratamento de várias patologias. Devido à sua interferência no ganho de peso de massa magra ou gorda e ao aumento do apetite, os progestínicos têm sido indicados para o tratamento destas deficiências em pacientes com AIDS. Altas doses de progesterona podem ser necessárias para algumas mulheres manterem suas gestações, enquanto que pequenas doses de progestágenos podem funcionar como anticoncepcionais. Mulheres que sofrem de anemia por perda sangüínea disfuncional ou em alguns casos inoperáveis de neoplasias podem se beneficiar com os progestínicos. Os progestínicos mais comuns podem ser administrados na forma oral. parenteral e vaginal.
Diretor da Clínica Santa Suzana-Reprodução e Delegado da SOBRAGE-SE
A progesterona natural pode ser utilizada pela via vaginal ou intramuscular. Suas principais indicações são: manutenção da fase lútea e da gestação inicial (supositório vaginal de 25 a 100 mg, 1 a 2 vezes ao dia, podendo chegar a 400 mg/dia ou injetável de 5 a 50 mg por dia, podendo chegar a 100-150 mg/dia. Hidroxiprogesterona: Intramuscular, para HUD, 375 mg em dose única ou 125 a 250 mg, dose única, no 10º dia do ciclo menstrual. Medrogestone: Oral, para HUD, amenorréia ou TRH, 5 a 10 mg/dia por dez a quatorze dias. Medroxiprogesterona: Oral, para HUD, amenorréia ou TRH, 5 a 10 mg/dia por cinco a dez dias ou 2,5 mg/dia/contínuo. Injetável, 400 a 1000 mg/semana ou mensal. Norethindrone: Oral, para HUD ou anemorréia, 2,5 a 10 mg/dia por mais ou menos 20 dias, podendo ser 5 a 10 dias. Endometriose 5 a 15 mg/dia por seis a nove meses. Gestrinona: Oral, Endometriose 5 a 7,5 mg/semana por seis a nove meses. Sem observar os efeitos colaterais e contra-indicações, o uso indiscriminado pode levar a sérias complicações como trombose, depressão, demora ao retorno da fertilidade, galactorréia, piora da hemorragia, enfartes, derrames, etc, podendo levar até à morte.
Liberdade para a mulher moderna
Experiência em TRH
OSTEO-SONOMETRIA & OSTEO-SONOGRAMA. UMA ASSOCIAÇÃO SEGURA Dr. Odilon Iannetta
H
á 8 anos a comunidade científica que realiza trabalhos de pesquisa na área da osteoporose tem procurado investigar, de forma obsessiva, novos parâmetros que permitam efetuar uma real avaliação da arquitetura trabecular com a finalidade de utiliza-los para predizer o risco de fratura, já que o mesmo não é depende apenas da quantidade de massa óssea. Esta preocupação denota a rápida evolução dos conhecimentos científicos afeitos à micro-estrutura óssea e por essa razão, a busca de métodos mais sensíveis, respaldados em adequados instrumentos de medidas, cuja reprodutibilidade e acuracidade em seus resultados ofereçam segurança no seguimento em curto prazo, sem qualquer efeito acumulativo deletério para as clientes na fase do climatério. A globalização do conhecimento científico oferecido pela Intemet e a privatização de Centros de Pesquisa em várias partes do mundo têm possibilitado, de forma rápida, a ampla
Diretor Clínico da Climatérium S/C Ltda. Responsável pelo Ambulatório Multidisciplinar do Climatério da FMRP-USP. Primeiro da América Latina (1979).
divulgação de novos conhecimentos, sem qualquer preocupação ideológica.
sobrepostas às perdas fisiológicas observadas no climatério.
Por essa razão, na atualidade, não pode haver dúvida, para todos os médicos afeitos aos sérios problemas ocasionados pela osteoporose, que o remodelamento ósseo é variável e dependente da estrutura a ser analisada, da superfície de contato que a mesma estabelece com o sistema’, hematopoiético e de sua biomecânica. Assim, sempre devemos levar em conta em nossas investigações o sítio de estudo, suas características fisiológicas,’ anatômicas e biomecânicas,, que certamente interferirão na reprodutibilidade e na acuracidade das medidas. Somente determinada peculiaridade apresentada por específico sitio de exploração é que permite a avaliação simultânea da organização histológica da região.
No entanto, a análise efetuada nos últimos 20 anos com Raios-X computadorizados através da absormetria radiográfica das mãos, têm revelado de forma inconteste que as falanges são capazes de predizer o risco de fratura. Se isso não bastasse, a elevada atividade metabólica apresentada na região das quatro falanges, já demonstrada com elementos radioativos há mais de 36 anos, a coloca quando estudada por US, como o local mais adequado para avaliação da qualidade e quantidade óssea ao longo do período do climatério.
Uma análise cuidadosa dos 19 aparelhos que utilizam como fonte de exploração tecidual óssea o ultra Som (US) e que estão disponíveis no mercado, há mais de 10 anos, revela que 16 deles, a grande maioria, estudaram a região do caicâneo, sem curvas de regressão, além de a região apresentar baixíssima ocorrência de fraturas em qualquer faixa etária. Da mesma forma, o estudo com o US nos sítios Tíbia e Patela não possuem curvas
O estudo de três parâmetros do Perfil ósseo permite analisar a elasticidade, homogeneidade óssea e efetuar reconstrução digital em cortes transversais, em tempo real, na região da metáfise distal das falanges proximais das mãos, o que caracteriza essa metodologia como de terceira geração e a coloca como apropriada para a avaliação da qualidade óssea da infância a senilidade, em decorrência de possuir tanto curva de formação como de reabsorção óssea, obtidas de forma inócua, ao longo das faixas etárias.
ANUNCIO SEQUENCIAL
No último Congresso Mundial de Endocrinologia Ginecológica, 6-9/12/ 2000, em Firenze - ltália, no Simpósio Satélite denominado Ultrassonometria de falanges para detecção precoce e seguimento da osteoporose na pósmenopausa, foi possível constatar a grande experiência que os cientistas da Alemanha, USA, Itália, Dinamarca, Suíça e França possuem em relação às medidas efetuadas com o DBM Sonic BP, e que as mesmas são influenciadas não só pela “densidade óssea” mas por sua estrutura (número de trabéculas, orientação e conectividade) e composição. Segundo os pesquisadores palestrantes do simpósio, este método tem capacidade de refletir as características estruturais do osso promovendo informações adicionais e independentes daquelas obtidas pelo Dexa. Assim, a metodologia desde a infância pode servir como um mercador da integridade óssea, como também para seguimento de várias enfermidades que apresentam repercussão óssea. Wúster (germano) apresentou casuística com 10.115 pacientes e confirmou a aplicação do US em falanges para decidir o tratamento a ser instituído, principalmente em pacientes na área da ginecologia (puberdade e adolescência) e mais especificamente no período do climatério. Benitez (radiologista americano) apresentando os resultados de seu estudo comparativo Dexa X US Phalanges, concluiu que avaliação simultânea das quatro falanges também pode ser usada para screening da osteoporose em pacientes no climatério sendo ainda
capaz de descriminar pacientes normais, osteopênicas e osteoporóticas.
■ fato de apresentar um Perfil ósseo personalizado e em Real Time;
Finalizando as apresentações do Simpósio, Gambacciani (endocrinologista italiano) que tem efetuado estudos com todas as metodologias existentes no mercado para diagnóstico da osteoporose, discutiu os resultados comparativos da QCT X Dexa X US Phalanges. Concluiu o pesquisador que o US Phalanges, além de avaliar a quantidade óssea, tem capacidade de estudar os efeitos de outros fatores, tais como, o risco acumulativo causado pelas micro fraturas de stress, a micro arquitetura óssea e as alterações da remodelação óssea. Ainda, referiu que o método oferece mais informações a respeito do risco de fratura, que a simples medida de “densidade óssea” avaliada pelo Dexa.
■ A confecção de imagem digital personalizada dos componentes da arquitetura óssea;
Segundo o endocrinologista italiano a aplicação do US, nas quatro falanges para screening e seguimento da osteoporose, representa na atualidade a mais importante descoberta para auxiliar o médico no campo do diagnóstico clínico, para a avaliação dos diferentes efeitos terapêuticos. Como aspectos peculiares dessa metodologia foram destacados: ■ A capacidade de avaliar o risco de fratura semelhante ao Dexa; ■ Analisa a micro arquitetura trabecular em seus componentes homogeneidade e elasticidade; ■ A presença de um parâmetro operador não dependente para risco de fratura (UBPI);
■ A baixa interferência exercida pelos artefatos das estruturas circunvizinhas tão comuns no período da pós menopausa; ■ A existência de mais de 8 anos de follow up com estudos longitudinais em mais de 20 Centros de pesquisa no mundo, fato jamais constatado nas análises de qualquer outro aparelho do mercado; ■ Ausência de radiação; ■ Fácil manuseio/portátil. A conclusão do Simpósio Satélite, no 8º Congresso Mundial de Endocrinologia Ginecológica (6-9/12/2000, Firenzeltália), foi que o DBM Sonic BP (3ª Geração), por todos os aspectos peculiares acima descritos, permite uma adequada correlação com a clínica das pacientes no período do climatério. Da antiga postura dogmática em relação ao US em tecido ósseo, que era interpretado até recentemente por alguns afoitos, como uma verdadeira panacéia, hoje nos deparamos com uma realidade científica inconteste, respaldada pela Inteligência Artificial, com aplicação rotineira em vários países do mundo. Revelando, portanto, a importância do médico ser um profissional ponderado. Por essa razão, quando analisarmos os trabalhos que aplicam o US em tecido ósseo, precisamos lembrar que existe US e US.
ANUNCIO SEQUENCIAL
AGENDA/2001 CADASTRE-SE
GRATUITAMENTE Cadastre-se sem nenhum custo, e receberá o boletim da Sobrage, informações científicas por internet e a revista Reprodução & Climatério. Você não terá custos, e poderá receber muitas informações úteis ao seu dia-adia. Envie por correio, fax ou internet. Visite nossa home-page: www.sobrage.org.br Endereço: Depto Ginecol Obstet, Faculdade Medicina Ribeirão Preto, USP, 1º andar, HC, CEP 14049-900, Ribeirão Preto, SP. Fax: (16) 633-9633, telefone (16) 602-2804 - E-mail:
[email protected]
Nome completo
27 ABRIL a 1 MAIO XVII Reunião Anual da ALIRH - Curitiba, PR E-mail:
[email protected]
21 a 23 JUNHO 15ª Jornada de Obstetrícia e Ginecologia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo Informações: Secretaria Executiva SOMA Tel 11-3062.1722 Fax 11-3062.1710 E-mails:
[email protected] /
[email protected] São Paulo,SP
1 a 4 JULHO
E-mail
17th Annual Meeting of the European Society of Human Reproduction and Embriology-ESHRE - Lausanne Endereço
Comercial
Residencial
Tel: 32-(0)2.269.0969; FAX: 32-(0)2.269.5600; E-mail:
[email protected] Lausanne, Suiça
20 a 22 SETEMBRO X Simpósio Internacional de Reprodução Humana e Climatério Cidade
Estado
CEP
Tel 31-3222-6599 - E-mail:
[email protected] Belo Horizonte, MG Telefone (DDD+Número)
Fax (DDD+Número)
4 a 6 OUTUBRO North American Menopause Society www.menopause.org New Orleans, USA
O jornal da SOBRAGE é uma publicação trimestral dirigida aos médicos organizada pela SOBRAGE - Sociedade Brasileira de Ginecologia Endócrina Editores Rui A. Ferriani, Fernando Freitas, Ricardo Marinho e Aluisio Bedone Produção Editorial Vogal Comunicações - Tel. (11) 3064-8342 Jornalista Responsável Alberto Paz - MTb 18.523
Produção Gráfica Nebraska Composição Gráfica Tel. (11) 5092-4220/530-3858 SOBRAGE Depto. Ginecologia e Obstetrícia - Faculdade Medicina Ribeirão Preto - USP - 1º andar - HC. CEP 14049-900 - Ribeirão Preto - SP Tel. (16) 602-2821 E-mail:
[email protected] Home Page: www.sobrage.org.br. Visite-nos! Os conceitos e opiniões nos artigos publicados são de responsabilidade exclusiva do(s) autor(es)
20 a 24 OUTUBRO 57th American Society for Reproductive Medicine Tel: +1(205) 978500; Fax: +1(205) 978-5005 Orlando, USA
21 a 24 NOVEMBRO 49º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia Telefax: (11) 5082-1474 São Paulo, SP 5IN158
EXPEDIENTE