Projecto
Escola Secundária D. Maria II 2007/2008
Trabalho realizado por: Alexandra Pinheiro, nº 1; João Pereira, nº 13; Joaquim Mendes, nº 16; Luísa Lourenço, nº 19; Maria Ribeiro, nº 22.
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Orientado pelo docente: Augusto Vinagre
Disciplina: Área de Projecto
12º F
Projecto
Grupo I: “Braga, o ontem, o hoje e o amanhã”
Projecto destinado à introdução curricular, permitindo a realização de um trabalho cooperativo e interdisciplinar.
Trabalho realizado por: Alexandra Pinheiro, nº 1; João Pereira, nº 13; Joaquim Mendes, nº 16; Luísa Lourenço, nº 19; Maria Ribeiro, nº 22.
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Orientado pelo docente: Augusto Vinagre 12º F
Índice:
Introdução
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Problema
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Resenha Histórica
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Braga actual
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Problemas actuais de Braga
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Proposta
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Ordenamento do território
46
Projecção do centro cultural
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Maqueta do centro cultural
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Agradecimentos
66
Conclusão
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Bibliografia
71
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Introdução Era uma vez, num futuro não muito distante, uma cidade muito infeliz a que chamavam de Braga. Esta era igual a todas as outras; arquejante, sombria, envolta e rodeada pelos seus pútridos e pestilentos vapores, tal qual um fumador após os seus milhões de cigarros. Contudo, certo dia, num último esforço, qual grito de Ipiranga, esta convocou 5 jovens idealistas com a finalidade de fazer grandes coisas, de coração puro e firmes convicções ecológicas e enviou-os para o seu passado reencarnando-os nas suas almas gémeas: um grupo de 5 amigos, nascido na disciplina de Área de Projecto, estudantes na Escola Secundária Dona Maria II, no curso de Ciências Socioeconómicas, turma F do ano lectivo 2007/2008 composto por:
Alexandra Pinheiro, nº1;
João Pereira, nº 13;
Joaquim Mendes, nº 16;
Luísa Nascimento, nº 19;
Maria Manuel Ribeiro, nº 22.
Num determinado dia, este grupo de amigos, agora grupo de trabalho na Disciplina de Área de Projecto, encontrava-se a debater as opções de escolha de tema para o projecto, quando, de repente, tiveram em simultâneo um chamamento interior; “é claro, esta cidade precisa de ser salva!”. E assim começou a sua aventura, a aventura de mudar o seu futuro; aquilo a que eles, inexplicavelmente, sabiam estar destinados. O grupo sentiu necessidade de fazer algo que remontasse á cidade de Braga, à sua História, primórdios…e tanto era a necessidade de fazer ver aos seus habitantes o quão bonita e enriquecedora a cidade era, que decidimos apontar também os seus pontos negativos e mostrar o que temos de mudar, mostrando a todos que podemos transformar a nossa cidade em algo melhor: moderna mas sem fugir às tradições, inovadora, empreendedora… Em suma, gostaríamos de fazer um diagnóstico da cidade e receitar-lhe alguns “medicamentos”, cabendo aos seus cidadãos a opção de aceitá-los. Achávamos que devemos tomar partido de disciplinas importantes como esta para expressar a nossa opinião. Como tal, decididos e cientes da decisão que estávamos a
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tomar, chegamos à conclusão que deveríamos apostar no desenvolvimento deste projecto e que o nosso tema se devia chamar: “Braga, o ontem, o hoje, e o amanha”. Para aumentar a dificuldade deste “desafio”, aceitamos com prazer a participação no concurso “Cidades Criativas” protagonizado pela Universidade de Aveiro. Devido a esta inscrição, o nosso dia-a-dia tornou-se muito mais ocupado, pois queremos fazer algo de bom, mas essencialmente nosso. Para que o projecto pudesse ser devidamente concretizado, achamos que em primeiro deveriam ser analisadas as razões que nos levaram a escolher este tema, para que futuramente sabermos em que nos deveríamos “apoiar”. Sendo assim, apresentamos aqui quais foram essas razões:
Necessidade de conhecer e explorar a cidade de Braga;
Capacidade proporcionada por esses conhecimentos de expressar a nossa opinião relativamente à cidade;
Vontade de mudar, melhorar e potencializar a cidade de Braga com apresentação de várias sugestões e propostas construídas pelo grupo;
A oportunidade que a integração do projecto no concurso “Cidades Criativas” nos proporcionou para alargar a capacidade e amplitude de divulgação das nossas perspectivas;
Oportunidade de enfrentarmos um desafio considerável, que irá desenvolver em nós uma maior capacidade de inovação e criatividade;
Vontade de enfrentarmos esse desafio, contribuindo assim, para um aumento da nossa realização pessoal.
Achamos que também seria necessário traçarmos objectivos, tanto a nível do projecto como a nível individual.
A nível do Projecto: Analisar e avaliar a situação actual da cidade de Braga: Identificar o seu potencial demográfico, urbano, cultural, ambiental, tecnológico e geográfico; Propor, racional e conscientemente, várias sugestões criativas para um futuro sustentável da cidade; Potencializar e valorizar Braga;
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A nível Individual: Desenvolver e aumentar as nossas capacidades de análise, interpretação e elaboração de informação; Aumentar as nossas capacidades de cooperação, indispensáveis ao trabalho de grupo; Incrementar o nosso desenvolvimento social e individual, como preparação para um futuro decisivo que se aproxima.
O grupo completa-se a si mesmo pela participação e empenhamento de todos. O nosso lema é um por todos e todos por um!
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Problema Braga, cidade de múltiplos e peculiares hábitos, assume-se simultaneamente como histórica e moderna, onde a inovação se une harmonicamente com a tradição. Terra de imponentes igrejas e monumentos barrocos, destacando-se a Sé Catedral e o Bom Jesus, que observa por um canudo cenários de sucesso e prosperidade de que fazem parte o comércio, a indústria e a cultura, tal como a Universidade do Minho e outras instituições de ensino. Contudo, uma cidade tem que ser vista como um todo e não apenas por meia dúzia de infra-estruturas. Neste campo, Braga encaixa perfeitamente, pois tanto é elogiada pelo seu passado, pelas suas majestosas igrejas e pelo seu novo estádio, como também é denegrida por pequenas falhas que fazem toda a diferença. Destas falhas destacam-se actos de vandalismo no coração da cidade, onde vários bancos se encontram praticamente destruídos, caixotes do lixo arrebentados e parques infantis em muito más condições. Tendo em conta os sinais de trânsito, muitos são vítima de graffitis, outros dobrados, para além de muitos não serem respeitados pela maioria dos condutores bracarenses. De assinalar também que existem bastante habitações abandonadas ou em muito más condições na nossa cidade. Deste modo, o problema essencial do projecto reside em produzir uma reflexão sobre o passado e o presente de cidade de Braga, identificando o seu potencial urbano, cultural, geográfico e tecnológico, e apresentar algumas propostas inovadoras e criativas para a sua valorização e qualificação. Para iniciarmos com os nossos objectivos, um membro do grupo fotografou alguns “pontos negros”da cidade:
“Graffitis em locais públicos”
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Lixo abandonado
Lixo exposto em pleno centro da cidade
Vandalismo em sinais de transito
Obras abandonadas
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Insuficiência na limpeza dos espaços públicos
Lixo exposto/ ruínas
Degradação de espaços públicos
Poluição continua do rio Este
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Exemplo do excesso de consumismo decorrente nas várias cidades do mundo. Braga tende a ser uma cidade cada vez mais consumista.
Exemplo da construção maciça de prédios, fenómeno cada vez mais característico da cidade de Braga.
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Resenha Histórica Braga sempre foi reconhecida pelo seu célebre património histórico e cultural, mostrando-se até hoje um importante capítulo do passado e presente português. A ocupação humana da região a que corresponde hoje ao município de Braga ao longo do tempo e as contínuas transformações que esta sofreu, remontam há milhares de anos, sendo documentadas por vários vestígios que adquirem actualmente uma grande monumentalidade. Ruínas e termas romanas que são, por si só, uma bela lição histórica; dezenas de espaços sagrados, culturais, arqueológicos, militares e civis de estilos marcantes e arquitectura própria, conferem à cidade uma unicidade intemporal. Mostra-se, deste modo, importante estudar o decorrer da ocupação humana da cidade para uma melhor percepção do seu estado e caracterização actual. Ocupação humana da cidade ao longo dos tempos
Antes de Brácara Augusta
Na época correspondente à Idade do Ferro, desenvolveu-se a denominada “cultura castreja”, produto do povo Bracari que ocupava estrategicamente e de forma fortificada os pontos altos do relevo. O processo de romanização iniciou-se por volta do ano 200 A.C. quando o cônsul romano D. Junius Brutus comandou a primeira expedição militar ao NO da Península Ibérica. Depois de passarem o Lima e atingirem o rio Minho, as legiões romanas retrocederam para sul, envolvendo-se numa batalha contra os Bracari. Aniquilados os últimos focos de resistência (27-24 a.C.), o imperador Augusto tratou da organização administrativa do NO peninsular e da integração das suas populações no mundo romano. A fundação de cidades e a construção de vias foram alguns dos meios utilizados na concretização desses objectivos. A criação de Bracara Augusta insere-se nesta política do imperador.
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VESTÍGIOS: Os vestígios arqueológicos mais antigos conhecidos no sítio de Braga datam do Bronze Final. Estão representados por fossas e cerâmicas procedentes do Alto da Cividade, onde deve ter existido um povoado e por uma presumível necrópole identificada na área dos Granjinhos.
Fundação e desenvolvimento de Brácara Augusta
Bracara Augusta foi fundada pelo imperador Augusto, provavelmente no ano 16 A.C., no fim das guerras cantábricas. Ou por privilégio de fundação ou, mais tarde, por promoção municipal, Bracara Augusta terá possuído estruturas de governo autónomas, com senado e magistrados. Como capital de convento, exercia funções jurídicas, religiosas e económicas sobre um extenso território. Durante a primeira metade do século I, a cidade conheceu um povoamento sistemático, tendo então sido erguidos alguns dos seus edifícios públicos, ao mesmo tempo que iam sendo ocupados os seus quarteirões residenciais. A cidade deve ter atingido a sua máxima expansão no séc. II. No século V a cidade foi tomada pelos invasores suevos, que a escolheram como capital do seu reino. VESTÍGIOS: São conhecidos da cidade romana restos de alguns edifícios. Nas escavações efectuadas no claustro do Seminário de Santiago encontrou-se uma grande sala com resto de colunas, tendo ao centro uma piscina decorada com mosaicos, que foi provavelmente parte de um balneário. Em escavações realizadas pela Universidade do Minho foram descobertas umas quantas termas. Na área da Fonte do Ídolo, situada na actual Rua do Raio e fora do antigo perímetro da cidade romana, terá existido um edifício religioso consagrado ao deus Tongoenabiagus.
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De Brácara Augusta à Brácara Medieval
A ocupação suévica não determinou o imediato declínio da cidade. Se algumas construções foram abandonadas, outras foram erguidas de novo, registando-se uma perfeita continuidade da vida urbana ao longo do século V. Com o domínio visigodo, no séc. VI (585), a cidade persistiu ainda como metrópole eclesiástica.
Mapa medieval da cidade de Braga
Podemos, então, falar de uma cronologia de acontecimentos que influenciaram directamente a ocupação humana da cidade de Braga desde 138 A.C. até ao século passado. Estes feitos são responsáveis por todas as transformações que a cidade sentiu ao longo dos tempos e a todos os níveis, desde o artesanato, arquitectura, religião, urbanismo e mesmo sociedade, e que ainda hoje se reflectem imensamente no município Bracarense.
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Cronologia dos acontecimentos o (38-136 a.C.) – Primeira expedição romana ao Noroeste peninsular, comandada por D. Junius Brutus; batalha contra os Bracari que controlavam o território entre Douro e Cávado. o Augusto (31 a.C.-14) – Pacificação do Noroeste (guerras cantábricas); reorganização administrativa da Hispânia; fundação de Bracara Augusta; criação dos conventos jurídicos; construção da rede viária do Noroeste. o (3-2 a.C.) – Visita do legado P. Fabius Maximus a Bracara e edificação de um altar a Augusto. o (11-12) - Primeiros miliários que testemunham a construção das vias XVI; XVII e XIX. o Júlios-Cláudios (14-68) – Povoamento de Bracara Augusta e desenvolvimento da cidade; prosseguimento da rede viária; organização do culto imperial; primeiros edifícios públicos (Alto da Cividade, um templo); rede de saneamento (cloaca do Antigo Albergue Distrital); desenvolvimento das actividades económicas (metalurgia, olaria, comércio). o Flávios (69-96) – Grande crescimento urbanístico de Bracara; construção de edifícios públicos e ocupação sistemática dos quarteirões (casa das Carvalheiras, domus de Santiago); desenvolvimento das actividades artesanais; reparação das vias e construção da Via Nova; promoções jurídicas de peregrinos à cidadania romana; inscrições na Tribo Quirina. o Antoninos (96-192) – Continuação do desenvolvimento de Bracara; remodelações de edifícios e novas edificações (termas do Alto da Cividade); reparação das vias; desenvolvimento de actividades artesanais. o Severo (193-235) – Bracara Augusta continua a desenvolver-se; reparação das vias. o 212 - Constituição Antonina que outorga a extensão da cidadania romana aos habitantes livre do Império. o Crise do Séc. III (235-285) – Reparações nas vias do Noroeste, particularmente na via XVIII, que testemunham a importância da via; significativa presença na cidade de numerário de imperadores deste período, designadamente de Galieno (253-268) e Claúdio II (268-270).
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o Baixo-império (285-409) – Criação da província da Galécia, com capital em Bracara Augusta; renovação urbana da cidade que afecta quase todos os edifícios e quarteirões; construção da muralha; vida económica activa; reparação da rede viária do Noroeste. o 284 - 288 - Reforma administrativa de Diocleciano e criação da província da Galécia com capital em Bracara Augusta. o 312 - Conversão do Imperador Constantino ao Cristianismo. o 364 - 375 - Reparações das vias nos reinados de Valentiniano e Valente. o 385 - A decretal do Papa S.Sirício subentende que Bracara Augusta seria já sede de Bispado. o 411 - Bracara Augusta torna-se capital política e administrativa do reino Suevo. o Séc. V – Bracara Augusta continua a ser uma florescente cidade; prosseguem as importações; mantêm-se as actividades económicas; a cidade mantêm-se ocupada na sua maior extensão. o 456 - Invasão de Teodorico II, descrita por Idácio; a cidade terá sido saqueada e destruída. o Séc. VI – Abandono de algumas áreas da Braga romana; alterações do urbanismo romano; novo centro de gravidade na zona da actual Sé Catedral; mantêm-se as importações e actividades económicas. o 585 - Os Visigodos instalam-se em Braga. o Séc. VII – Prossegue o abandono de algumas áreas da cidade; novos núcleos surgem em locais de culto cristão, como S. Vicente, S. Victor e S. Pedro de Maximinos; a cidade mantêm ainda um importante núcleo populacional. o Séc. VIII – Período de sucessivas destruições da cidade pelos Árabes e pela reconquista Cristã; despovoamento geral. o 715 - Invasão/destruição de Braga pelos Árabes comandados por Abdelazim. Várias incursões árabes e novas destruições. o 753 - 754 - Incursões de Afonso I das Astúrias. o Séc. IX – Persistência de um núcleo de população residente, centrado no quadrante NE da cidade romana. o 870 - Demarcação do termo de Braga pelo Conde Vímara Peres.
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Assembleia de Bispos e nobres. o Séc. X – XI – A maior parte de Bracara Augusta estaria já abandonada e em ruínas, sendo estas aproveitadas como material de construção para novas edificações. o 1070-1090 - Bispo D. Pedro, primeiro de Braga, reorganiza a diocese proporcionando à cidade e à área envolvente um clima de franco fortalecimento das suas estruturas fundamentais. o 1089 - Sagração da Sé Catedral. o Séc. XVI – Cidadela que vive à margem dos Descobrimentos; fervoroso clima de religiosidade, patente na afluência das comunidades religiosas que originaram a construção de Mosteiros, Conventos e Igrejas, apagando sucessivamente os edifícios de traça romana. o Séc. XVIII – A cidade ressurge e brilha nas curvas do Barroco, protagonizados pelos Arcebispos da Casa de Bragança e por André Soares; no final do século assiste-se com Carlos Amarante à transição para o neoclássico; ocorrência de focos de conflito e destruição (invasões francesas e lutas liberais); verificam-se algumas melhorias a nível de infra-estruturas e equipamentos; o centro cívico deixa a tradicional zona da Sé, passando para o Jardim Público (em frente à Arcada); o Séc. XX – Consolidou e implementou novos instrumentos de desenvolvimento (água, saneamento, transporte, entre outros); construção do Theatro Circo e do conjunto de fachadas que definem o topo nascente da Avenida da Liberdade; após o 25 de Abril, verificou-se um crescimento a todos os níveis (demográfico, cultural, económico e urbanístico), convertendo-se Braga, muito provavelmente na terceira cidade do País.
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Antiga Praça da República
Antiga Praça da República
Antigo Jardim Publico perspectivado da Arcada
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Grande Hotel do Parque no Monte do Bom Jesus
No estudo de toda a História e evolução da cidade é igualmente importante destacar as alterações que se verificaram nas diversas áreas que a caracterizam, uma vez que estas advêm da evolução e ocupação humana da região.
Na actividade artesanal Bracara Augusta possuía, como qualquer cidade romana, uma actividade artesanal
intensa e diversificada. Bem testemunhada encontra-se a actividade da olaria, que terá desempenhado um importante papel na vida económica da cidade e que floresceu devido à existência de barreiros de boa argila nas proximidades de Braga, na zona de Prado. Entre outros produtos, possivelmente produzidos em Bracara Augusta, destacamos a denominada “cerâmica bracarense”, de pasta clara, formas delicadas e cuidado acabamento, imitando formas de sigillata. Sabemos, ainda, que nesta cidade foram produzidas ânforas e lucernas. As várias intervenções arqueológicas puseram a descoberto numerosas evidências sugestivas de outras actividades artesanais.
Religião Os romanos prestavam culto a vários deuses, aos Lares e Génios, divinizando,
também, entidades abstractas, como a Fortuna, a Vitória ou a Paz. O culto de todo este conjunto de divindades era diversificado, incluindo a oferta de altares e monumentos, a realização de procissões, ou a imolação de animais.
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Em Braga foram encontradas várias inscrições que testemunham a riqueza da religião romana, mas também a tolerância religiosa deste povo. De facto, as divindades indígenas continuaram a ser veneradas, ao mesmo tempo que ganharam expressão, por todo o Império, os cultos aos deuses orientais.
Culto Imperial Existem vários monumentos epigráficos que nos asseguram a existência em Bracara
Augusta do culto imperial, iniciado com Augusto, através do qual se rendia homenagem às qualidades e virtudes dos imperadores. O conjunto das inscrições conhecidas representa uma primeira fase no estabelecimento deste culto, que traduz, simultaneamente, a imposição do poder de Roma na região.
Deuses Clássicos
Os deuses clássicos do panteão romano estão bem representados em Bracara Augusta, através da existência de vários altares. Foram homenageados os deuses Júpiter, Marte, Esculápio e Hígia, Evento e Mercúrio. Embora não se conheça qualquer referência epigráfica à deusa Minerva, sabemos que a sua imagem foi venerada em vários locais da cidade. O culto dos Génios está representado por uma inscrição ao Genius Macelli (Génio do Mercado), o que ilustra bem a importância da actividade comercial da cidade. Os Lares também estão testemunhados, embora apenas na forma de Lares Viales.
Cultos Indígenas
Entre os deuses indígenas, venerados em Bracara Augusta, encontra-se Nabia, uma das divindades mais honradas em território nacional. Para além dela, vários testemunhos apontam para a veneração dos deuses Tongoenabiago (homenageado na Fonte do Ídolo), Senaico, Ambiorebi, Ambieicer e Frovida.
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Cultos orientais
Testemunho da importância assumida pelos cultos orientais, que lentamente se impõem no Império, é a inscrição dedicada à deusa Isis. O culto de Mitra, embora não testemunhado directamente por inscrições, poderá ter sido, também ele, praticado em Bracara Augusta.
Urbanismo
Da riqueza e monumentalidade de Bracara Augusta poucos sinais chegaram até nós. À semelhança das outras cidades romanas, teria um forum, templos, mercados, termas, teatro e anfiteatro, além de bairros residenciais. Também ela conheceu, tal como outras cidades de fundação augústea, casos de Lugo e Astorga, um traçado hipodâmico, datado da época fundacional, que cobria uma extensa área urbana. Evidências arqueológicas do urbanismo romano estão representadas, tanto pela rede de saneamento da cidade, como pela malha de ruas, ordenadas segundo eixos rígidos, ao longo das quais se distribuíam as habitações. Os inúmeros pórticos, espaços públicos por excelência, que ladeavam as ruas e se abriam às lojas rasgadas nas fachadas das casas, constituem, igualmente, características representativas do seu urbanismo.
Arquitectura
Entre a segunda metade do séc. I e meados do II, a arquitectura obedeceu a uma métrica rigorosa, com larga utilização de colunas. O aparelho usado nos edifícios públicos e privados era de excelente qualidade, revelando bom talhe e blocos homogéneos. As construções implantavam-se na rocha, possuindo, por vezes, imponentes valas de fundação. É de destacar a utilização generosa de colunatas.
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A partir de finais do séc. II, a qualidade de construção diminui, passando os paramentos dos muros a incluir tijoleiras. Os blocos de pedra são agora de talhe e dimensões irregulares. Nos finais do séc. III, inícios do IV, os edifícios públicos e privados foram quase todos remodelados, acentuando-se uma degradação da qualidade construtiva. Esta, torna-se ainda mais patente com as reformas realizadas entre os sécs. IV/V, que alteram a funcionalidade dos edifícios, sendo os novos muros bastante débeis.
Sociedade A importância administrativa e religiosa de Bracara Augusta, as actividades
económicas e a densa rede viária da região, terão favorecido o rápido crescimento demográfico da cidade, ao longo do séc. I, atraindo uma população diversificada, composta por indígenas, imigrantes e militares. A epigrafia constitui um indicador precioso para a compreensão do povoamento e desenvolvimento da cidade. O quadro fornecido pelas inscrições funerárias permite constatar, para o período alto-imperial, uma franca predominância de peregrinos (53%) em relação aos cidadãos de direito romano (23%). Também existia uma boa representação de população servil, certamente ligada às actividades económicas.
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Braga actual Como todas as cidades Braga tem os seus defeitos e as suas qualidades, e neste breve texto serão enumeradas algumas delas. De realçar que a cidade dos “Arcebispos” está diariamente em constantes mudanças, prédios em construção, pessoas a movimentar-se, carros em andamento e claro turistas a visitar a nossa cidade. Braga, famosa pelos seus monumentos de caris religiosos, é também detentora de restaurantes de boa qualidade e de pessoas sempre cheias de bom humor. Não é por engano que os turistas que passam por Portugal afirmam que somos um povo acolhedor e disso é exemplo Braga. Esta cidade é também a mais jovem da Europa, o que demonstra a sua vivacidade e grande capacidade de atracção de população jovem.
Religiosidades
Braga, cidade de múltiplos e peculiares hábitos, assume-se, simultaneamente, como histórica e moderna, onde a inovação casa, em beleza, com a tradição. Terra de seculares e arreigados costumes religiosos, tem nas suas inúmeras igrejas barrocas, de rica talha lavrada, o ex-líbris de uma terra onde festividades como a Semana Santa ou o S. João atraem milhares de visitantes.
Sé de Braga
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Bom Jesus
Santuário do Sameiro
Igreja do Carmo
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I
Igreja do Pópulo
S. João de Braga
Museus
A cidade milenar de Braga, que atravessou épocas distintas, é detentora de um património rico e variado de tradições e costumes seculares, de artes antigas, marcadas profundamente pela presença do clero. Parte deste acervo está exposta nos museus, e é fruto de anos investigação e preservação.
Museu Pio XII
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Museu dos Biscainhos
Museu D. Diogo de Sousa
Uma cidade dinamizadora
Braga vive ainda um fervor metropolitano em torno do seu pólo universitário e das suas diversas zonas de comércio e serviços, ao qual se junta uma animada vida nocturna, muitos espaços culturais e recreativos, e uma agenda de espectáculos e eventos sempre convidativa. Cidade polivalente e multicolor, de uma dinâmica jovialidade, Braga pode hoje exibir com confiança um amplo leque de cenários de sucesso e prosperidade, estendendo os seus braços tutelares e empreendedores a áreas tão vitais como a cultura, o comércio, a industria e os serviços. Com belos e alargados miradouros que se estendem para horizontes de sonho e relaxamento, beneficia também de uma situação geografia excelente que, por rápidas vias de comunicação, depressa a liga, ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, quer ás cidades do interior, quer ainda às zonas litorais.
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Universidade do Minho
Teatro Circo
Estádio Municipal de Braga
Banco de Portugal
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Centro Comercial BragaParque
Outros locais a destacar
Para além das belezas acima demonstradas Braga tem ainda mais algo a mostrar. Não se pode claro ver tudo num simples trabalho mas ficam aqui mais alguns pontos de interesse da cidade de Braga.
Palácio da Rua do Raio. Edificado em 1754, sob projecto do genial arquitecto André Soares, que introduziu na sociedade civil da época o novo gosto Barroco,
é
considerado uma
obra-prima
do
“rocaille”. Verdadeiro ex-libris da casa setecentista, é absolutamente inexcedível no contexto nacional.
Jardim de Santa Bárbara. Jardim Publico da cidade, verdadeira montra da arte de jardinagem, é um mosaico cromático sintonizado com as estações do ano.
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Arco da Porta Nova. Ornamenta a porta poente da muralha, voltada ao litoral, aberta em 1512, junto da qual se fazia por tradição, a entrega das
chaves
da
cidade.
Em
1772/1773 construi-se o actual Arco por André Soares.
Arcada. Espaço ocupado a partir do século XVI, transformou-se em meados do século XIX, devido à criação do “jardim público”, no sítio central da cidade. Objecto de várias intervenções, a última das quais em 95 readquiriu de facto o estatuto de “passeio publico” espaço de convívio e fruição das gentes de Braga.
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Problemas actuais de Braga A cidade de Braga possui realmente algo que a torna única, mas não apenas positivamente. Pequenos pontos negros vão se transformando e tornando-se cada vez maiores à medida que a cidade parece evoluir. Podemos nos cingir aos pontos mais importantes, como é o caso do mau ordenamento do território da cidade: a Câmara apoia projectos megalómanos sem ordenamento prévio, o que é visível a olho nu pela construção maciça de prédios à nossa volta. De que são exemplos, o edifício em construção na Praça do C.S. Carandá, o Posto de Combustível da Av. Padre Júlio Fragata, etc. Segundo um texto retirado da “ASPA”: “Outros espaços verdes continuam a dar o lugar ao Betão – basta ver as antigas e novas urbanizações, junto ao Carrefour, em Lamaçães (o que é feito do grande parque arborizado que estava no P.A 2007), em Montélios, etc. Praças e rotundas são invadidas por outdoors publicitários, edifícios construídos ou em construção e outros, mesmo, em perigo de derrocada, todos eles são suporte para lonas gigantes de publicidade, transformando Braga num mega painel publicitário.” Em vez dos investimentos em espaços verdes estamos a ter investimentos para os “deitar abaixo” literalmente falando. Como vemos, com a destruição da paisagem natural da colina do Bom Jesus e não só, a Câmara tinha proposto a criação de um Parque Urbano das Sete Fontes, porém, este foi substituído pelo conhecido “Retail Centre”. E, mesmo sem essas novas construções, vemos que o interesse é mesmo mínimo, basta vermos o exemplo do Parque da Ponte. E, como é um ponto óbvio, temos de referir o Rio Este e o seu estado de degradação: um exemplo particular é o do caso que foi descoberto recentemente. Lâmpadas fluorescentes (altamente contaminantes) foram lançadas ao rio em plena luz do dia e ninguém faz nada, contribuindo para que, cada vez mais, o rio entre em estado de pura degradação. A Câmara Municipal nem sequer faz alguma campanha de sensibilização a práticas mais ecológicas, por isso não é muito sensato esperar que a Câmara tome providencias com mais significados palpáveis.
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Mas o pior é quando o perigo chega ao Património histórico da cidade, pois estes continuam em estado de degradação sem o apoio da câmara para a sua revitalização e recuperação. A negligência chega a esses níveis um pouco absurdos, na nossa opinião. A cidade sempre foi considerada como a “Roma de Portugal”, não só por ser constituída por inúmeras igrejas, mas pela sua beleza arquitectónica daqueles tempos remotos, que deveria e deve ser, de todo, preservada. Quem fala de Património histórico, também se está a referir a qualquer local público, ou seja, é realmente necessário uma certa “limpeza” à nossa cidade de forma a impingir, principalmente no público mais jovem, a preservação pela sua região.
Movendo-nos, agora, para um outro caso sensível nesta “dinâmica” da cidade, temos de abordar o problema da pobreza: “Em particular, a Rede Social perdeu a dinâmica inicial, cenário que vários presidentes de Junta atestam. A preocupante situação de guetização progressiva nos Bairros Sociais do Picoto e Santa Tecla exige uma análise
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muito profunda e multidisciplinar a que a Câmara e a BragaHabit têm que dar o tiro de partida.” Como nos afirma mais um artigo da ASPA.
“Duro castigo por vender droga Um indivíduo de 32 anos foi condenado na pena única de 4 anos e 9 meses de prisão por tráfico de droga no Bairro de Santa Tecla. Aquando da sua detenção, em operação especial da GNR, a porta blindada da sua residência foi arrombada, após 15 minutos.”
Outro ponto que a Câmara Municipal parece não estar a atingir é o facto da cidade de Braga ser considerada como a cidade mais jovem do país. Olhando para todos os ângulos da cidade, constatamos que não há muitas oportunidades para os jovens, e falando mesmo da educação. Podemos ver o caso da própria Escola Secundária D. Maria II que possui condições deficientes em termos de áreas de desporto, não possuindo quaisquer condições para uma prática adequada de Educação Física. Como esta, muitas outras escolas ainda esperam por uma recuperação como é o caso da Escola de Lomar, Sé, entre muitas outras. Mas quem fala em juventude não tem que propriamente falar em educação, pode e deve, também falar de um ponto crucial, a cultura.
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Braga é uma cidade média, cujos habitantes têm de se deslocar uma cidade de dimensão maior (Lisboa ou Porto) para assistir por exemplo, a um espectáculo estrangeiro. Será que é assim tão inútil investir um pouco na cultura da cidade? Muitas pessoas acham que sim, nomeadamente a Câmara Municipal, pois consideram que o próprio Teatro Circo não atrai o público suficiente e que, até nos podemos considerar com alguma sorte visto ainda possuirmos algumas infra-estruturas culturais, existe muitos que se contentam com isso. Mas, na nossa opinião, não nos devemos contentar com o pouco que temos mas sim termos uma visão um pouco inconformista face a estes acontecimentos. Enquanto não mentalizarmos, principalmente as mentes mais jovens, a um certo paladar a atracção para a arte, será sempre improvável que uma proposta cultural resulte. É por isso que temos de partir do zero e iniciar uma aposta de grandes dimensões. Segunda um artigo publicado na “ASPA”, “Uma dinâmica de desenvolvimento cultural do concelho exige uma política que apoie e incentive a reanimação de grupos amadores, pequenas colectividades e associações culturais dispersas pelo concelho e que ou desapareceram, ou continuam a viver com dificuldades, por ausência de estímulos à criação, de diálogo com os agentes culturais com respeito pela sua independência. A resistência à realização dos Encontros Anuais com o Movimento associativo cultural é um reflexo da atitude autista do município no plano cultural...”. A cidade possui condições mais que suficientes para atrair Centros Culturais de grandes dimensões e não espaços reduzidos, onde os interessados se restringem a alguns metros quadrados. É uma opinião unânime que esta pode ser a resposta a alguns problemas vistos anteriormente, como é o caso da associação dos centros culturais a alguns patrimónios históricos em fase de degradação. Ou seja, podemos proceder a uma revitalização daquela área (restaurações) sem apagar os marcos de uma história passada, associando a esta uma vertente cultural, que motive os jovens e que também possa cativar pessoas mais velhas.
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Proposta Um dos desafios que nos foi colocado com a entrada para o concurso “Cidades Criativas, uma reflexão sobre o futuro das cidades portuguesas”, baseia-se na elaboração de uma proposta sustentável para o futuro da nossa cidade. Após ter sido realizada uma análise, baseada nos questionários elaborados durante o 1º período, sobre o estado actual da cidade, chegamos à conclusão que a cultura era o “ponto crítico” de Braga, para o qual se necessitava investir urgentemente. Seguidamente, ocorreu uma entrevista com o Professor Miguel Bandeira. No decorrer desta conversa, foi abordado o tema da cultura em Braga. O Professor chamou a atenção para a “existência” de uma antiga fábrica, localizada perto do centro da cidade, sobre a qual nos poderíamos debruçar. A Fábrica Pachancho, a qual já foi demolida, era uma fábrica conhecida internacionalmente na nossa cidade pelo fabrico de motorizadas e pistões das mesmas. Esta não só trazia dinamismo económico para Braga, como também é recordada pelos bracarenses com grande alegria. A nossa proposta baseia-se, assim, na construção de um centro cultural, utilizando a lembrança e a temática da “Pachancho”. Para além de ser localizado na antiga área de Pachancho, utilizar a sua temática (motorizadas) para efeitos decorativos, e vender algumas lembranças desta fábrica, iria promover o dinamismo cultural, social e económico da cidade. Um centro cultural naquele local, com o nome “Pachancho”, seria uma mais valia para a cidade não só pelo facto de Braga não possuir infra-estruturas similares nem se poder dar ao luxo de dizer que é portador de grandes espaços culturais, mas também porque o nome daquela tão emblemática fábrica iria atrair turistas ao nosso país, e mais propriamente a Braga, o que também se iria reflectir de forma satisfatória na nossa economia. O nascimento deste centro – cultural, poderia também ser considerado como um caça – talentos, pois Braga dispõe de um elevado número de pessoas com grandes qualidades artísticas aos mais variados domínios, mas não possuem uma oportunidade de mostrar o seu valor.
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Sendo nós alunos do 12º ano, na área “ciências socioeconómicas”, decidimos também analisar a possível localização deste centro cultural, numa vertente ambiental, económica e cultural.
Vertente ambiental
Um espaço sustentável e bem ordenado, terá de traduzir – se na valorização dos recursos, na preservação e valorização do ambiente e do património, no ordenamento do uso do solo, na qualificação e estruturação da paisagem e na utilização de energias renováveis. A nossa proposta visa todas estas características, uma vez que propomos um centro cultural onde a vertente ambiental possui uma tremenda importância. Para ganhar uma batalha no futuro, importa mobilizar a população e a autarquia para projectos de desenvolvimento sustentável, e mostrar a importância que a vertente ambiental tem para o futuro da cidade. Viver, residir ou trabalhar numa área com um centro cultural desta grandeza, mas que também tenha a vertente ambiental muito favorável e como uma das suas propostas, deve ser gratificante em termos simbólicos e também materiais. Em suma, queremos um centro cultural sustentável e bem ordenado. Vertente económica
O que será necessário para que o centro cultural seja economicamente viável? Em poucas palavras o Centro Cultural terá de dar lucro dentro de um prazo previamente estabelecido. Dessa forma precisa de se auto sustentar, ou seja criar as suas próprias fontes de rendimento, receitas e controlar as despesas feitas. Assim será possível perdurar no tempo sem estar dependente de apoios camarários ou sucessivas concessões de crédito bancário. Algumas condições para o sucesso: O centro cultural vai precisar de uma projecção nacional e possivelmente europeia, para assim atrair bastantes visitantes, clientes e possíveis investidores. Essa projecção só será possível com o apoio dos meios de
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comunicação social, do Governo Português, da Câmara Municipal de Braga e de divulgação na Internet; Na altura da sua abertura é de esperar que já exista uma forte concorrência neste sector, pelo que o centro cultural terá de ter uma capacidade de resposta face a adversidades que possam surgir; Uma gestão eficaz baseada na retenção de custos tem de ser seguida, pois um erro de estratégia pode levar a grandes problemas num área, onde custos desnecessários são sentidos a partir do primeiro minuto; O centro tem de estar em constante movimento através de novos programas culturais, espectáculos, eventos sociais, cursos de formação. Parar é estagnar, morrer e tudo mais, assim deverá procurar ter uma vida nova todos os dias. A inovação cultural será então um dos pontos fulcrais para o sucesso, pelo que não deve ser esquecida. A publicidade é um importante meio para a difusão e divulgação da informação, que deve ser utilizado, daí advêm acordos publicitários que só por já beneficiam o centro cultural e a sua imagem, para não falar dos benefícios financeiros arrecadados. Uma imagem apelativa associada a um centro cultural com a temática das motorizadas “Pachancho” tem tudo para dar certo, tanto pela mística em volta do passado desta marca, como também pelo carácter inovativo que a cidade de Braga iria ganhar. Não se deve esquecer ninguém, ou seja, o centro cultural deve ser vocacionado para todo o tipo de pessoas, desde miúdos, a graúdos passando por idosos. A centralidade é um factor de grande importância, assim o centro cultural só tem benefícios em localizar-se numa área central. Apesar de tudo isto, ainda lhe poderão ser sugeridas algumas receitas: Inscrição em cursos de formação periódicos existentes no centro; Venda de produtos relacionados com a antiga fabrica Pachancho, desde miniaturas de motorizadas, a peças de roupa com a mesma temática, não esquecendo pequenas recordações; Venda de uma revista semanal do centro cultural;
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Produtos consumíveis existentes no café – bar; Utilização da Internet; Exposições requisitadas por parte de particulares, nalguns casos poderão ser pagas pelos próprios; Eventos publicitários; Venda de produtos naturais e provenientes dos quatro cantos do globo que passarão a estar disponíveis no centro; Possível pagamento do parque de estacionamento; Organização de viagens por parte do centro com caris cultural; Bilhetes para concertos musicais. Contudo, também temos que ter em conta a quantidade de despesas que são “provocadas” por um centro cultural desta dimensão: Pagamento dos salários aos trabalhadores do centro cultural; Gastos em publicidade, como divulgação do centro, exposições, eventos e novos produtos; Electricidade, água, gás, telefone, entre outros; Pagamento de empréstimos contraídos; Manutenção do edifício; Pagamento a personalidades para realizarem colóquios; Secções de autógrafos; Contratação de empresas para a limpeza e higiene. São de esperar apoios vindos de todas as partes da sociedade, dessa forma, o centro deixa de ser uma miragem, uma utopia e passa a ser apoiado por todos: Câmara Municipal de Braga; Governo Português; Doações por parte de particulares; Ministério da Cultura; Associações culturais; Juntas de freguesia; Comunicação Social; Universidade do Minho.
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Alguns dos custos podem ser minimizados pela utilização de tecnologias “amigas do ambiente”: tecnologias de auto – sustentação. Colocação de painéis solares em volta do edifício: assim é possível recolher energia proveniente do sol, que pode ser utilizada tanto para o aquecimento como para a produção de electricidade; Utilização de acumuladores energéticos o que permite uma maior eficácia no aquecimento e permite que a energia não se perca, circule pelas varias dimensões do centro cultural; Localização de mini – aerogeradores no topo do centro com a finalidade de aproveitar a energia proveniente do vento, o que permite posteriormente poupar nos gastos de electricidade. Pela utilização destas energias contribui-se para um melhor ambiente e para uma melhor saúde financeira. Mecanismo de Auto – Sustentação
1 - Bateria
4 – Aero - gerador
2 – Painel Solar
5 – Acumulador Energético Eólico
3 – Acumulador Energético Solar
6 – Distribuidor Energético
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Possíveis trabalhadores empregados no centro cultural a tempo inteiro: Jornalistas e repórteres para a divulgação do centro e para a edição da revista semanal; Trabalhadores para o café – bar; Engenheiro especializado que irá tratar de todos problemas existentes; Professores para as acções de formação e eventos; Gestor para garantir a saúde financeira.
Conceito de centro cultural futurista Em suma, o Centro Cultural tem tudo para ser uma realidade no que ao ponto de vista económico diz respeito. Se todas as etapas forem cumpridas, se a gestão se basear na retenção de custos e as pessoas acreditarem no projecto não há razão para não acreditar. Este Centro vai trazer qualquer coisa de novo a Braga, vai inová-la, torná-la visível a nível cultural, engrandecê-la. Este é um projecto para a população de Braga e de Portugal que deve ser tido em conta, porque ideias destas não aparecem todos os dias. A ideia está aí, agora é pô-la em pratica.
Vertente cultural
Aproveitando as óptimas condições da localização da antiga fábrica “Pachancho”, que foi de um grande valor para a cidade, a construção do Centro Cultural visa, como já foi previamente enunciado, a criação e manutenção de um dinamismo cultural, social,
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ambiental e económico, assim como e nomeadamente a criação de múltiplas oportunidades para que toda a população, essencialmente a mais jovem, se possa expressar fácil e criativamente através das várias formas de arte. A existência destas oportunidades verifica-se no conteúdo programático do Centro Cultural, isto é, nas actividades desenvolvidas no seu seio e que lhe conferem a sua essência, pois que estimulam as várias vertentes artísticas e culturais, como sejam a música, teatro, literatura, fotografia, expressão plástica, até mesmo culinária, bom como outras possíveis vertentes que surjam como aliciantes, permitindo deste modo aos seus utentes um maior e mais diversificado contacto com todas as espécies de cultura. Deste modo e de acordo com o espaço e dimensão das infra-estruturas do pretenso Centro Cultural, foi elaborado um esboço teórico para ilustração das actividades a desenvolver nos respectivos espaços, que a seguir se expõe. De notar que no esboço teórico, tanto a dimensão do espaço utilizado como a respectiva distribuição das várias actividades por este é apenas temporária.
Esboço das actividades a desenvolver no pretendido centro cultural
O esboço encontra-se dividido em dois pisos. O primeiro corresponde à área de serviços de restauração, exposição artística e biblioteca e é composto por 6 espaços – Bar/Café, Palco, Exposições, Biblioteca, Arrecadações e WC. O segundo corresponde à área de aprendizagem e produção artísticas e é composto por 2 espaços – Oficinas de Arte e Cozinha. Todo o Centro Cultural é ainda complementado por vários sofás, mesas e cadeiras, com vista a facilitar a comodidade dos seus utentes.
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1º Piso
1º piso. Esboço teórico do 1º piso do centro cultural
ESPAÇO 1 – Bar/Café
Esta área prestará serviços de restauração, disponibilizando vários bens de consumo alimentar naturais e alternativos, de modo a proporcionar ao consumidor a experimentação de diversos alimentos provenientes de várias origens. Contudo, este não se destinará à confecção de refeições, como almoços e jantares.
ESPAÇO 2 – Palco
Neste local irão ocorrer todas as actividades ligadas á música (abrangendo todos os estilos musicais) e ao teatro, desde concertos, recitais até peças de teatro.
Representação do Espaço 1
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Disciplina: Área de Projecto
12º F
Representação do Espaço 2
ESPAÇO 3 - Exposições
O Centro Cultural estará sempre preenchido com várias exposições culturais, que abarcaram as diferentes vertentes artísticas, como a fotografia, pintura e expressão plástica, entre outras actividades de semelhante valorização cultural.
Representação do Espaço 3
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Disciplina: Área de Projecto
12º F
ESPAÇO 4 - Biblioteca
Com vista a estimular a leitura e a valorizar a importância da literatura, (portuguesa e estrangeira) para o desenvolvimento cultural e social dos indivíduos, este espaço disponibilizará vários livros e revistas de variados temas e autores. O sistema de funcionamento deste local será semelhante ao de uma biblioteca, havendo requisições e devoluções contínuas dos diferentes livros e revistas.
Representação do Espaço 4
ESPAÇO 5 – Arrecadações
Este local funcionará como armazéns de todos os materiais indispensáveis ao funcionamento e manutenção das várias actividades referidas anteriormente.
Representação do Espaço 5
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ESPAÇO 6 – WC
Como qualquer instalação que acolhe um grande número de população, o Centro Cultural disponibilizará igualmente de instalações sanitárias para ambos os sexos masculino e feminino.
Representação do Espaço 6
2º Piso
2º piso. Esboço arquitectónico do 2º piso.
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12º F
ESPAÇO 1 – Oficinas de Arte
Esta área estará destinada à realização de “workshops” e pequenos cursos referentes ás mais variadas formas de arte – cursos de fotografia, desenho, pintura, expressão corporal, expressão dramática, expressão plástica, entre outros – funcionando, deste modo, como local de produção de bens e serviços artísticos.
Representação do Espaço 1
ESPAÇO 2 – Cozinha
A existência de infra-estruturas de cozinha capacita o Centro Cultural de fornecer, igualmente, cursos de culinária, abordando tal como nos serviços de restauração a temática alternativa e natural. Deste modo, os cursos abrangerão a cozinha dos vários países e culturas do mundo, assim como as novas correntes alternativas de alimentação (vegetarianismo e macrobiotismo, entre outros). Os cursos serão orientados por indivíduos que apresentem alguma experiência no tipo de culinária em questão.
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Representação do Espaço 2
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Disciplina: Área de Projecto
12º F
Ordenamento do território O planeamento procura gerir a utilização do espaço, de modo a aproveitar as potencialidades e criar condições de vida adequadas para a população. Este tem que ser pensado compreendendo a estrutura das ocupações humanas: a sua diversidade, as suas inter-relações e interacções e a complexidade das razões que justificam cada uma delas. No nosso caso particular, o mesmo, se delineado devidamente, exerce um poder fundamental na sustentabilidade do Centro Cultural. Torna-se, pois, necessário, projectar o Centro numa localidade central, que garanta uma fácil acessibilidade, como uma eficiente mobilidade: com conforto e segurança, permitindo um encurtar das distâncias. Deste modo, a localização do centro cultural foi escolhida por se enquadrar numa área próxima a uma rota de autocarros, não muito distante de uma rodoviária e num centro onde convergem muitas artérias de ligação da cidade.
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Projecção do Centro Cultural A projecção final e rigorosa do pretenso centro só foi possível com base num estudo adequado das várias vertentes que a compõem, bem como do ordenamento e planeamento do território disponível. Deste modo, sustentado nas vertentes abordadas, essencialmente no esboço teórico da vertente cultural, e no ordenamento do território, o grupo projectou a criação do Centro Cultural como um edifício moderno composto por três pisos e um vasto exterior, que se sustém através da utilização de células foto voltaicas como fonte principal de produção de energia eléctrica.
Estruturação do Centro Cultural:
Espaço exterior
De acordo com a área de implantação da antiga fábrica “Pachancho” e com o formato do terreno disponível, o espaço exterior que envolve todo o edifício foi idealizado com dimensões alargadas, sendo composto essencialmente por relvado e árvores de folha caduca. Neste encontram-se também, entre outros elementos, duas estufas, uma pequena horta e uma esplanada.
Figura 1. Perspectiva exterior do Centro Cultural
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12º F
ESPAÇO 1 – Árvores Fronteiriças
A fachada do Centro, bem como todo o seu espaço exterior estará ornada por várias árvores, essencialmente de folha caduca, uma vez que em época de calor, como no Verão, estas apresentam uma copa mais frondosa, proporcionando mais espaços de sombra para os utentes do Centro.
Figura 2. Perspectiva das áreas fronteiriças
ESPAÇO 2 – Estufas
A existência das mini-estufas no exterior do Centro será, maioritariamente, utilizada pelos alunos dos cursos de culinária para o cultivo e plantação de variados produtos agrícolas, sendo os mesmos utilizados no decorrer dos cursos.
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ESPAÇO 3 – Horta
Como complemento às mini estufas, o Centro disporá ainda de uma pequena horta, que será igualmente utilizada para plantação de alguns produtos vegetais para a utilização dos alunos dos cursos de culinária. Tal como as estufas, a existência deste espaço pretende proporcionar aos indivíduos um maior conhecimento sobre métodos de cultivo, bem como fomentar a prática dos mesmos.
Figura 3. Perspectiva das hortas e das estufas
ESPAÇO 4 – Esplanada
Este espaço funciona como uma extensão da zona do Bar ao exterior do Centro, permitindo aos seus utentes desfrutarem melhor de um espaço aberto durante o seu consumo dos produtos oferecidos pelo Bar.
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Disciplina: Área de Projecto
12º F
Figura 4. Perspectiva da esplanada
ESPAÇO 5 – Painéis Solares / Células Fotovoltaicas
Todo o espaço superior do edifício será preenchido por vários painéis solares e células fotovoltaicas. Os painéis solares serão responsáveis tanto pelo aquecimento do edifício, como pelo aquecimento das águas sanitárias. Já as células fotovoltaicas estarão encarregadas pela produção de energia eléctrica, que sustentará grande parte do consumo eléctrico do centro, conferindo-lhe assim um carácter de auto-sustentação.
Figura 5. Perspectiva dos painéis solares e células foto voltaicas.
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Disciplina: Área de Projecto
12º F
ESPAÇO 6 – Saída Traseira
Virada a Norte estará ainda uma porta traseira que servirá, essencialmente, para saída de emergência do Centro, em caso da ocorrência de algum incidente.
1º Piso
Figura 6. Perspectiva aérea do 1º piso
ESPAÇO 1 – Bar/Café
Esta área prestará serviços de restauração, disponibilizando vários bens de consumo alimentar naturais e alternativos, de modo a proporcionar ao consumidor a experimentação de diversos alimentos provenientes de várias origens. Para demonstrar a sua auto-suficiência em termos alimentares o bar terá como suporte alimentar a estufa/horta existente no exterior do centro. Contudo, este não se destinará à confecção de refeições, como almoços e jantares.
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Disciplina: Área de Projecto
12º F
Figura 7. Perspectiva da zona bar
ESPAÇO 2 – Palco
Neste local irão ocorrer todas as actividades ligadas á música (abrangendo todos os estilos musicais) e ao teatro, desde concertos, recitais até peças de teatro. Palestras e secções de autógrafos também poderão ter lugar no mesmo
Figura 8. Perspectiva da zona do palco
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12º F
ESPAÇO 3 – Exposições
O Centro Cultural estará sempre preenchido com várias exposições culturais, que abarcaram as diferentes vertentes artísticas, como a fotografia, pintura e expressão plástica, entre outras actividades de semelhante valorização cultural. Visto como um centro dinâmico e inovador, será dotado de infra-estruturas, como paredes amovíveis, tornando assim as exposições mais apelativas aos visitantes. Este espaço poderá ser utilizado por qualquer indivíduo ou organização que pretenda divulgar e promover a cultura na cidade de Braga.
Figura 9. Perspectiva da área das exposições
ESPAÇO 4 – Biblioteca
Com vista a estimular a leitura e a valorizar a importância da literatura, (portuguesa e estrangeira) para o desenvolvimento cultural e social dos indivíduos, este espaço disponibilizará vários livros e revistas de variados temas e autores.
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12º F
O sistema de funcionamento deste local será semelhante ao de uma biblioteca, havendo requisições e devoluções contínuas dos diferentes livros e revistas. Para valorizar a biblioteca, esta estará equipada com computadores com ligação á Internet, o que vai constituir uma área multimédia, aberta a toda a população. Esta não será apenas uma biblioteca convencional, mas assim uma biblioteca “multimédia”. Esqueçam aquele conceito de livros e mais livros, aqui poderão encontrar muito mais, para além de passarem uns bons momentos.
Figura 10. Perspectiva da Biblioteca
ESPAÇO 5 – Arrecadações
Este local funcionará como armazéns de todos os materiais indispensáveis ao funcionamento e manutenção das várias actividades referidas anteriormente.
ESPAÇO 6 – WC
Como qualquer instalação que acolhe um grande número de população, o Centro Cultural disponibilizará igualmente de instalações sanitárias para ambos os sexos masculinos e feminino.
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Figura 11. Perspectiva do WC
Segundo Piso
Figura 12. Perspectiva aérea do 2º piso
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ESPAÇO 1 – Sala de Expressão Artística
Esta área estará destinada à realização de pequenos cursos referentes às mais variadas formas de arte – cursos de fotografia, desenho, pintura, expressão plástica, entre outros – funcionando, deste modo, como local de produção de bens e serviços artísticos.
Figura 13. Perspectiva da sala deEscura expressão artística ESPAÇO 2 – Câmara
Esta área estará agregada à Sala de Expressão Artística para eventuais revelações de fotografias. Assim, a única porta de ligação a esta sala, será feita através do espaço 1.
Figura 14. Perspectiva da câmara escura
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ESPAÇO 3 – Sala para crianças
Nesta sala, os pais poderão deixar as suas crianças enquanto usufruem das restantes actividades oferecidas pelo espaço. A sala será equipada de materiais didácticos e propícios a fomentar o interesse pela cultura nas crianças.
Figura 15. Perspectiva da sala para crianças
ESPAÇO 4 – Cozinha
A existência de infra-estruturas de cozinha capacita o Centro Cultural de fornecer, igualmente, cursos de culinária, abordando tal como nos serviços de restauração a temática alternativa e natural. Deste modo, os cursos abrangerão a cozinha dos vários países e culturas do mundo, assim como as novas correntes alternativas de alimentação (vegetarianismo e macrobiotismo, entre outros). Os cursos serão orientados por indivíduos que apresentem alguma experiência no tipo de culinária em questão.
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Figura 16. Perspectiva da cozinha
ESPAÇO 5 – Sala de Expressão Corporal
Área destinada à inserção de actividades corporais, tais como Yoga, Tai chi, entre outras actividades assim relacionadas, assim como actividades destinadas à expressão dramática. A sala será revestida por espelhos e janelas que irão conferir grande luminosidade ao espaço.
Figura 16. Perspectiva da sala de expressão corporal
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ESPAÇO 6 – Vestiários
Espaço agregado à sala de expressão corporal que lhe irá servir como auxílio, destinado às trocas de vestuário para a prática das actividades.
Figura 17. Perspectiva dos vestiários
Terceiro Piso
É neste terceiro e último piso que se encontraram todos os serviços de gestão do Centro Cultural. Este piso é composto por vários escritórios ficando cada um encarregado de uma determinada função na área da gestão do Centro. O local estará ainda dotado de casas de banho (WC) e uma pequena área de convívio com disponibilização de alguns serviços de restauração automáticos (máquinas de venda de produtos alimentares).
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Figura 18. Perspectiva aérea do terceiro piso
Figura 19. Perspectiva dos escritórios destinados à administração do centro
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Maqueta do Centro Cultural Para materializar a ideia da concepção do pretenso Centro Cultural, o grupo optou pela construção de uma maqueta do esboço arquitectónico do edifício a três dimensões. Uma vez que o interior do Centro é bastante detalhado e pormenorizado, a sua construção em maqueta iria ser um processo relativamente complicado, para além do que, com a sobreposição dos pisos, tornar-se-ia difícil a visibilidade para o espaço interior do Centro na maqueta. Deste modo, o grupo, juntamente com o arquitecto Dr. Luís Abreu que acompanhou e ajudou esta construção, decidiu que a maqueta deveria apenas representar o exterior do Centro, sendo o interior do mesmo apresentado por uma visita virtual, a qual também foi realizada com o apoio do arquitecto Dr. Luís Abreu. O processo de concepção e construção da maqueta necessitou da utilização de vários materiais, desde as diversas perspectivas do edifício, até às medições reais e respectivas escalas de tamanho e mesmo todos os materiais usados na construção da maqueta.
Materiais utilizados na concepção da maqueta:
o Esboços; o K-lwe 3mm branco 70 cm x 100 cm (3 placas); o 2 Tubos de cola UHU; o 1 Tubo de cola UHU para esferovite; o Acrílico (1 placa); o Base de madeira 80 cm x 80 cm; o Relva artificial 80 cm x 80 cm; o Acessórios miniatura; o Balsa; o Guaches; o Cola branca.
Tendo como base os esboços, em conjunto com o arquitecto Dr. Luís Abreu, partimos para a construção da maqueta. Podemos concluir que foi uma actividade muito
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trabalhosa mas ao mesmo tempo muito enriquecedora pois pudemos ver quais são as principais etapas para a construção de uma maqueta.
Diversas etapas da construção
Figura 1. Localização da antiga Fábrica Pachancho
Figura 3. Esboço da fachada sul (entrada principal)
Figura 2. Esboço do exterior do Centro Cultural
Figura 4. Esboço da fachada norte
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Figura 8. Esboço da fachada oeste
Figura 7. Esboço do topo do Centro Cultural
Figura 9. Construção das paredes do primeiro piso
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Figura 7. Esboço da fachada este
Figura 8. Primeiros passos na construção da maqueta
Figura 10. Construção do exterior relativo ao segundo piso
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Figura 11. Perspectiva relativa ao segundo piso
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Figura 12. Construção do terceiro piso
Figura 13. Maqueta
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Disciplina: Área de Projecto
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Agradecimentos: Este projecto foi, durante todo o seu desenvolvimento, ajudado por várias pessoas. Gostaríamos então de expressar o nosso agradecimentos a todos quanto o apoiaram. O organizador do concurso Cidades Criativos, professor José Mota, mostrou-se interessado pelo nosso projecto. Desde o início de mesmo mantemos contacto e sempre que achou oportuno deu-nos algumas dicas. A sua presença na palestra é então indispensável para uma melhor percepção do âmbito deste concurso inovador. Fazendo uma análise dos apoios recebidos durante este projecto verificamos um contraste entre o primeiro período e os restantes. Durante o primeiro período fomos confrontados com várias recusas por parte da Câmara, que desde o início se demonstrou pouco interessada no nosso projecto. O grupo enviou uma carta à Câmara dando conta do projecto em que estava inserido e pedindo apoio para a realização do mesmo. Quando nos deslocamos lá pessoalmente, verificamos que a carta tinha andado de mão em mão e não tínhamos obtido nenhuma resposta porque efectivamente ninguém sabia onde parava a carta. Foram tentativas frustradas. No segundo período fomos invadidos por uma enorme onda de apoio a este projecto. Tudo começou quando dois membros do grupo conseguiram a divulgação por parte do Diário do Minho. A partir desse momento, a população começou a demonstrar o seu interesse e temos vindo a ter vários apoios por parte da população local, que também revela um grande entusiasmo e interesse por ver o projecto final. Também no decorrer deste grande período, fomos solicitados para uma entrevista pelo jornal ComUm, o que obviamente foi logo aceite pelo grupo visto que foi mais uma forma de dar a conhecer esta iniciativa. A ideia da projecção de um Centro Cultural no local da antiga fábrica “Pachancho” não teria sido possível sem a prestável entrevista realizada pelo grupo ao Professor Miguel Bandeira da Universidade do Minho, na qual este nos indicou a importância do investimento na cultura que uma cidade em crescimento, como Braga, deve sentir, bem como destacou a antiga fábrica como memorável para a cidade. Visto que a sua presença na nossa palestra de apresentação não seria possível, indicou-nos um colega da
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Orientado pelo docente: Augusto Vinagre
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ASPA, o Sr. Luís Costa que mal soube do que se tratava, aceitou o desafio com muito agrado. Contamos, igualmente, com o apoio do Dr. Ricardo Rio, vereador da Câmara Municipal de Braga, ao qual estamos muito gratos. Logo de início, mostrou-se muito satisfeito com este projecto e com a nossa proposta para o futuro, demonstrando sempre o seu interesse pelo projecto final e fornecendo-nos os apoios necessários, nomeadamente o patrocínio que nos arranjou para que pudéssemos comprar os materiais necessários para a realização da maqueta. Também nos proporcionou o contacto de um arquitecto, o Dr. Luís Abreu, que desde logo se mostrou disponível para nos ajudar na construção da mesma, ao qual também agradecemos. O Dr. Firmino Marques, presidente da Junta de Freguesia de S. Victor, e o Sr. Ricardo Silva, também nos acompanharam no decorrer deste projecto. Deram-nos algumas sugestões, forneceram-nos alguns materiais que nos foram úteis no início deste trabalho. Ao que se refere à palestra, logo que fizemos a proposta, demonstraram o seu agrado relativamente á mesma e confirmaram logo a sua participação. Gostávamos também de agradecer o apoio fornecido pela Junta de Freguesia de S. Victor, no que confere aos patrocínios que foram necessários para que este projecto tivesse o desfecho merecido. O documentário apresentado pelo grupo não teria sido realizado e produzido pelo mesmo sem a ajuda de todos os cidadãos que nele participaram, do Museu Nogueira da Silva, que nos proporcionou a possibilidade de uma visita guiada gravada em vídeo, e, por fim, ao Professor José Braga da Escola Secundária da Póvoa de Lanhoso, que nos acompanhou na montagem do mesmo e na gravação dos conteúdos áudio. Gostaríamos, igualmente, de agradecer a João Manuel Meira, aluno de Informática para a Saúde no Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, que nos ajudou em todo o processo da criação do Centro Cultural e do seu respectivo esboço arquitectónico e a Isabel Carvalho, professora de Educação Visual e Tecnológica da Escola EB 2,3 de Lamaçães, que nos prestou auxilio na determinação das escalas das medidas do pretenso Centro. Relativamente á sustentabilidade económica e ambiental do Centro, gostaríamos de agradecer em especial a Maria Manuel Carvalho, professora de Física e Química na
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Escola Secundária da Póvoa de Lanhoso, que nos disponibilizou toda a informação sobre a criação de um edifico sustentável. Alguns professores da nossa escola, também desde cedo mostraram o seu interesse pela iniciativa revelando disponibilidade para ajudar no que necessário. Ao saberem da realização da palestra de apresentação do projecto final quiseram estar presentes para ver o desfecho do mesmo. Através do nosso blog, testemunhamos que o nosso projecto teve uma divulgação para alem das nossas expectativas, recebendo já o comentário de emigrantes bracarenses em Bruxelas, o que nos deixou bastante satisfeitos e serviu como mais um incentivo para que o grupo não desanima-se por saber que a proposta já não tem futuro, pelo menos na localização por nós pretendida. Por último, agradecemos ao nosso professor de Área de Projecto, professor Augusto Vinagre, por toda a ajuda prestada no nosso crescimento pessoal, como cidadãos, responsáveis e coerentes.
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Conclusão: O grupo entendeu que deveria fazer um balanço das actividades desenvolvidas ao longo do ano, de modo a proporcionar uma melhor visão sobre o trabalho do grupo. Todos nós somos alunos do 12º ano, com fortes ambições e desejos para o futuro e, agora mais que nunca, estamos a delinear e a escolher esse caminho a seguir futuramente. A Disciplina de Área de Projecto desempenha um papel fundamental nessa escolha pois, não só nos dá indicações de como se deve elaborar correctamente um projecto (informação necessária para a Universidade), como também nos instrui para certas responsabilidades e deveres que nós, como quase adultos que somos, devemos cumprir. Assim, um grupo ao assumir um tema e um projecto para desenvolver deve-se comprometer com este e a este de modo a atingir todos os seus objectivos finais para esta disciplina. Relativamente ao Grupo, devemos referir que iniciou o ano com grande incentivo e fortes expectativas, uma vez que não só o tema é interessantíssimo, como todo o grupo funciona muito bem, tendo, então, desenvolvido até à data várias actividades enriquecedoras e prestáveis à elaboração do projecto. Quanto à realização dos questionários, devemos afirmar que a laboração e análise dos resultados foi instrutiva, pois foi um dos factores que nos chamou a atenção da urgentíssima necessidade de apostar na cultura na nossa cidade. Em relação ao documentário que retrata o passado e presente de Braga, achamos que foi devidamente tratado e pode dizer-se que ficamos com grande entusiasmo pelo produto que obtemos. Quanto à maqueta o produto final encontra-se dentro das nossas expectativas, e esperamos que seja do agrado de todos. O grupo, em conjunto com o arquitecto, deu o seu máximo para que tudo fosse conseguido como planeado previamente. A onda de divulgação surgida ao longo do ano foi um enorme incentivo para o grupo, visto que nos sentimos apoiados e permitiu-nos sonhar um pouco mais com a nossa proposta para o futuro. Mesmo assim, consideramos que o trabalho foi devidamente elaborado e organizado, deixando aqui a incentivadora afirmação de que, independente do resultado
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final do projecto, o grupo esforçou-se ao máximo e empenhou tudo de si neste projecto, que esperamos que tenha um desfecho arrebatador!
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Bibliografia Suporte computorizado
Internet: http://www.uaum.uminho.pt/estrutura/estrutura.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/Braga#Bracara_Augusta
Google SketchUp (programa de projecção e construção de esboços arquitectónicos em 3D).
Suporte literário
Roteiro “A Nossa Terra” – Braga, Nº SÉRIE 6;
“O Tempo e a Alma – Itinerário Português, Primeiro Volume”, de José Hermano Saraiva e Jorge Barros;
Artigos da “ASPA”.
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