Miguel Sousa Tavares Escola Secundária de Bocage Curso : Técnico de Apoio à Infância Disciplina : Português Professora : Josete Perdigão
No teu deserto Quase Romance Trabalho realizado por : Andreia Andrade nº 3
Poema “ No lugar dos palácios desertos e em ruínas Á beira do mar , Leiamos , sorrindo , os segredos das sinas De quem sabe amar . Qualquer que ele seja , o destino daqueles Que o amor levou Para a sombra , ou na luz se fez a sombra deles , Qualquer fosse o voo Por certo eles foram mais reais e felizes .” Fernando Pessoa , “ Poesias de Álvaro de campos ”
Biografia Nome : Miguel Andresen de Sousa Tavares Data de Nascimento : 25 de Junho de 1952 no Porto Profissão : É jornalista , escritor português e foi advogado Filho de : Sophia de Mello Breyner Anderson e Francisco Sousa Tavares Actualmente : colabora no Jornal “ expresso”, é comentador da estação TVI, “A Bola”, “Tabagismo ”
Bibliografia Equador , Oficina do Livro , 2003 ( PrémioGrinzane Cavour ) Anos Perdidos , Oficina do Livro , 2001 Não Te Deixarei Morrer , David Crockett , Oficina do Livro , 2001 Sul , Viagens , Oficina do Livro , 2004 ( Edição Ampliada ) O Segredo do Rio , Oficina do Livro , 2004 ( infantil ) Um Nómada no Oásis , Relógio d'Água Editores O Dia dos Prodígios O Planeta Branco , 2005 ( infantil )
Oficina do Livro ,
Rio das Flores , Oficina do Livro , 2007 ( prémio do clube literário do porto ) No Teu Deserto , Companhia das Letras , 2009
História Aventura da Cláudia e do autor ao deserto do Sahara Descoberta do amor entre os dois Dialogo entre eles -Deserto -Peripécias que aconteceram ao longo e durante a viagem -Criticas um ao outro
Modo Literário
Narrativo Registo de língua
Leitura -Fácil
-Corrente
e rápida
Razão da Escolha Indicação da professora Pelo o título Pela simplicidade da Capa Pelo Autor
Partes mais Belas “Escrever
é usar as palavras que se guardaram : se tu falares de mais , já não escreveres , porque não te resta nada para dizer ” “ A terra pertence ao dono , mas a paisagem pertence a quem a sabe olhar ”
“ A coisa mais difícil e mais bonita de partilhar entre duas pessoas é o silencio ”
Opinião Pessoal Muito interessante ( a história) Bastante descritivo O autor faz algumas criticas Simples ( capa, a história, as ilustrações..) Faz-nos viajar
e
chorar
Capa : simples, com uma imagem ilustrativa do deserto
Elementos Paratextuais
Título : Dá no que pensar Folhas : Ásperas
Abas : Pequeno comentário Dedicatória : Á Cláudia
Biografia : Vida do autor Bibliografia : livros publicados pelo autor Contracapa : fotografia do autor e uma pequena frase Ilustrações : imagens do Deserto Poema : Poesia de Álvaro de Campos
Revista : Máxima
" A única opinião que me interessa é a dos leitores "
Entrevista : No teu deserto é a sua primeira incursão por um romance que não só não é histórico - como " Equador " e " Rio das Flores " - como é autobiográfico . Sentiu que aquela história era demasiado boa para não ser contada ou precisava só de libertar - se dela? Nunca sei muito bem porque razão escolho escrever o que escrevo. Quando comecei este livro, ele não era nada. Era para ser apenas um texto de uma página, talvez uma carta. Depois, fiquei a pensar naquilo e achei que devia escrever mais, mas sempre sem saber para quê. Finalmente, houve uma altura em que decidi que iria ser um livro. Foi quando deixei de ser o único narrador da história e coloquei a Cláudia também como narradora. Percebi que aquilo deixara de ser uma coisa só entre nós os dois para passar a ser também para o leitor.
O livro , que descreve uma viagem ao deserto do Sahara com uma pessoa real , Cláudia , que , entretanto , morreu , tem uma espécie de chave no seu livro " Sul ". Na crónica sobre a pista para Tamanrasset , é possível dar - lhe um rosto , porque ela aparece nas fotografias . Foi consciente esta possibilidade de quase voyeurismo? As pessoas podem fazer isso, ver a Cláudia, mas é inútil. É impossível descrevê-la mais do que eu o fiz. E vê-la não vai acrescentar nada à história. Não acho que tenha particular interesse ir bisbilhotar quem ela era. Mas é natural que os leitores sintam vontade de conhecer melhor as personagens de uma história . Para quem faz perguntas , este livro coloca precisamente a dificuldade de saber até onde será justo perorar sobre as personagens , sendo um deles o próprio autor aos 36 anos ... Percebo o seu problema e tenho um correspondente. A minha mãe [Sophia de Mello Breyner] dizia que é muito difícil falar sobre os livros que escrevemos. Achamos que já está tudo no livro e que não há mais nada a explicar. Sinto-me sempre bastante constrangido - não em relação a este livro em particular, mas a todos - a tentar explicar mais do que lá está. É quase como aquela pergunta fatal, para a qual nunca há resposta inteligente nem adequada: porque é que escreve? Passa-se o mesmo com este livro: não tenho explicações. Não seria capaz de perguntar a Marguerite Yourcenar porque é que ela escreveu "Memórias de Adriano". É tão evidente lendo o livro que não é necessário perguntar.
Este livro esteve dentro de um computador que lhe foi roubado . Se não o tivesse recuperado , teria começado a história outra vez , do início? Estive dois meses sem o computador, não escrevi uma linha. E não, acho que não rescreveria a história, não teria força anímica para voltar atrás. Já disse que a contou para pagar uma dívida de gratidão . Foi também um acto de contrição? Não, de todo. Não tenho nenhuma culpa a expiar. Trata-se de agradecer a uma pessoa que durante cinco semanas muito intensas viajou comigo, atravessando o deserto, e a quem eu, porque a vida levou cada um para seu lado, nunca disse verdadeiramente o quanto tinha gostado. Ela sabia, sempre soube, mas faltava uma carta que explicasse isso. Passaram 20 anos sobre essa viagem . O tempo adultera sempre a memória , no sentido de a embelezar? O tempo mostra-nos quem foram as pessoas realmente importantes na nossa vida, mesmo que tenham estado lá pouco tempo. E quem foram as outras que esquecemos ou que teríamos feito melhor em esquecer. O tempo traz-nos essa divisão de águas em relação a tudo, é um seleccionador de escolhas.
Disse - me numa entrevista , em 2003 , que desejava ter uma vida só sua , que não fosse partilhada por todos ... E continua a ser o maior desejo da minha vida... ... porque todos sentem , disse , que são um bocadinho donos de si . Este livro não vem caucionar esse sentimento , na medida em que as pessoas passam agora a ter acesso a um capítulo íntimo da sua vida? É possível. Mas isso não me pode travar de escrever aquilo que quero escrever. Quando escrevi o "Equador", toda a gente insistia que eu era o Luís Bernardo - e não era. Irritou-me bastante, porque fiz um esforço grande para criar aquela personagem sem a mínima referência autobiográfica. Mas depois aconteceu o mesmo com o "Rio das Flores", diziam que era o Diogo. Escreva como escrever, as pessoas tentarão sempre chegar ao autor em vez de chegarem só ao livro. Mas isso não me trava, porque gosto muito de escrever. E se amanhã me apetecer escrever a história da minha vida, fá-lo-ei. Claro que gostava que não houvesse uma associação física entre mim e o que escrevo, mas isso é o preço que pago, não por escrever, mas por estar na televisão há não sei quantos anos.
Escreve mais do que fala? Sim, com certeza. Alguém escreveu que " No teu deserto " será um " maná para a sua legião de fãs feminina ". Essa associação é desconfortável? É-me absolutamente indiferente, sinceramente. Uma vez fizeram um estudo sobre os meus livros e chegaram à conclusão de que metade dos meus leitores são homens e a outra metade mulheres. Mas essa pergunta deve ser respondida por uma mulher [risos]. Também costuma dizer que é indiferente à crítica literária . Preza a opinião de quem , afinal? Dos leitores. Neste momento, não faço a mais pequena ideia se saiu alguma crítica ao livro. E se me disserem que saiu em tal sítio não vou a correr lê-la. As críticas literárias que saem sobre mim no estrangeiro, essas sim, leio, porque os editores enviam-mas. Mas a verdade é que a única opinião que realmente me interessa é a dos leitores.
Tem consciência de que " No teu deserto " irá provavelmente ultrapassar os 370 mil exemplares de " Equador " ? Não faço ideia. O meu editor acha que sim, mas não sei. É mais barato, e estamos em crise... Também gostava de o ver adaptado ao cinema , à televisão? Nunca pensei nisso, a sério. No "Equador", sim, pensei, porque era muito cinematográfico e fácil de adaptar. Aqui, acho difícil, faltam personagens. Aliás, havia mais duas personagens que eu, na primeira revisão, decidi tirar.
Contracapa “ Ás vezes , lá onde moro , fico à noite a olhar as estrelas como as do deserto e oiço o tempo a passar , mas não me angustia mais : eu sei que é justo e que o resto é
FIM!!!