O presente trabalho insere-se no âmbito da disciplina de Educação Tecnológica. A temática escolhida foi a Argila devido a este tema ser interessante. Com este trabalho pretendemos conhecer um pouco mais sobre este tema. Ao longo deste trabalho estudámos a argila, vou falar, de onde vem, como é feita a argila, da sua tradição, das suas técnicas e dos seus materiais.
A tradição da Argila A argila é usada há milhares de anos, por exemplo no tempo dos nossos avós eles já utilizavam objectos em barro, e mesmo quando estamos a estudar as sociedades da antiguidade vemos que eles já utilizavam muitos objectos em barro. Com o barro podemos fazer muitas peças de cerâmica muito bonitas e originais, é só termos imaginação. No caso do nosso país, a utilização do barro tornou-se tradição em algumas zonas do nosso país. Hoje em dia, a produção artesanal está a ser recuperada e utilizada na sua forma original e também pode criar formas inovadoras, através do trabalho de novos artesãos.
Argila ou Barro A argila é extraída de uma rocha sedimentar, constituída por pequenas partículas acumuladas e depositadas no solo ao longo de milhares de anos. Ao contrário das outras rochas, esta não é dura e pode ser removida com alguma facilidade. A argila, ou barro, misturada com água, forma uma pasta facilmente modelável. É também necessário que seja devidamente limpa de impurezas. Existem vários tipos de argila, conforme a sua posição: a argila branca, argila vermelha, argila amarela e argila cinzenta. As mais utilizadas para modelar são a vermelha e a cinzenta.
Vários tipos de argila Existem vários tipos de Argila. Os cerâmicos utilizam vários tipos de argila, tais como: Caulim ou argila da china: Este tipo de argila trata-se de um tipo de argila primária que se utiliza para fazer peças de porcelana. Apresenta uma cor branca tanto em crua como em cozida. Funde por volta dos 1800ºC, e para baixar o seu ponto de fusão, misturam-se materiais fundentes. Só se pode trabalhar em moldes. Têm de ser lavada por ter impurezas.
Argila de bola: É uma argila secundária e é caracterizada pela sua plasticidade, torna-se pegajosa quando está molhada. Para ser trabalhada deve-se misturar com outras argilas , por exemplo com o caulim. Perde cerca de 20% de volume durante a contracção e vitrifica aos 1300ºC. Argila para louça: Utiliza-se no fabrico das pastas para louça industrial. A sua cozedura deve de ser feita a 900º-1050ºC e apresenta-se em cor branca. É importante controlar o seu grau de óxido de ferro, que nunca deve ultrapassar 1%, se passar esta percentagem vai parecer marfim. Argila refractária: Esta argila é resistente ao calor, e por isso apresenta um ponto de fusão alto, entre os 1600 e os 1750ºC. Trata-se de uma argila muito pura que praticamente não tem ferro. Depois da sua cozedura a sua cor é variada desde o creme ao cinzento. Argila para grés: Trata-se de uma argila plástica e refractária vitrificando por volta dos 1250-1300ºC. Depois da sua cozedura a sua cor pode variar desde o cinzento claro ao cinzento escuro; desde o amarelado ao castanho. Argila vermelha: É muito plástica e fundível, esta argila também contém uma percentagem muito grande de óxido de ferro. Suporta temperaturas até aos 1100ºC, e só funde a partir desse ponto, podendo ser usada como verniz de grés. É vermelha quando esta húmida e castanha depois de cozida. Bentonito: Trata-se de uma argila muito plástica e vulcânica. È oleosa e pode aumentar de 10 a 15 vazes o seu volume quando entra em contacto com a água. Mistura-se nas pastas cerâmicas para aumentar a sua plasticidade e funde por volta dos 1200ºC.
Argila coloridas Obtemos Argilas Coloridas pela adição de óxidos ou corantes, ou ainda de engobes de cores fortes (preferencialmente utilizados em consistência bem grossa e feitos da mesma argila que se deseja colorir). As duas primeiras maneiras são as adoptadas com mais frequência, por implicar menor adição de água.
Três modos de colorir a argila: -Deixar a argila secar totalmente, triturá-la e adicionar as quantidades de óxidos ou corantes desejadas. Adicionar água e esperar a absorção. Quando a
argila tiver absorvido a água, devemos então amassá-la até conseguir uma cor uniforme. -Fazer uma bola com a argila e nela abrir uma cavidade. Colocar um pouco de água nessa cavidade e dissolver o óxido ou corante nela. Amassar a bola até obter uma cor uniforme. -Preparando previamente um engobe bem grosso com a cor desejada e misturando-o à argila da maneira descrita acima.
Modelação Retalhos de lona: São muito úteis para a execução de placas ou tiras de argila, uma vez que esta não se pega á lona. Os retalhos devem medir aproximadamente 60cm/ 40cm . Rolos de massa: São cilindros feitos de madeira dura e polida, com pegas nas extremidades. É conveniente possuir vários de diferentes tamanhos. São muito úteis para preparar placas e tiras de argila. Moinhos: É uma máquina accionada por um motor eléctrico que serve para preparar, amassar e compactar a argila e as pastas cerâmicas. Ripas de madeira: São tiras de diferentes espessuras que utilizam aos pares. São muito úteis para fazer placas ou tiras de argila de espessura determinada. Utilizam-se em conjunto com o rolo da massa e a lona. Laminador: Produz placas de argila. É composto por dois rolos, um fixo e outro regulável, por entre os quais passa a argila. Tem basicamente a mesma função que as ripas de madeira e o rolo da massa. Espátulas: É um utensílio essencial que serve para cortar as tiras de placas de argila, bem como para alisar a superfície das peças. Consiste numa placa triangular de ferro ou de aço, com um gume na extremidade e um cabo para facilitar o seu manuseamento. Convém dispor de vários, com gumes de2,3 ou 5 cm, ou até maiores, de acordo com o tamanho da superfície que vai ser trabalhada. Espátula de bordo serrado: É um tipo de utensílio que pode obter-se a partir de lâminas de serras usadas. Usam-se para cortar, alisar, riscar e texturar a argila. Para um melhor funcionamento é conveniente cortar em diagonal uma das suas extremidades. Teques de arame: Servem para escavar ou esvaziar as peças maciças, ou seja, para extrair a argila em excesso, e também para alisar e nivelar as superfícies. Têm formas diversas, mas são basicamente constituídos por um cabo de madeira ou plástico e por ganchos metálicos nas duas extremidades. Os teques de arame de ponta redonda são utilizados para esvaziar, e os de ponta recta para alisar as superfícies e os fundos ( no caso de serem planos). Utilizam-se ainda teques cortantes para polir e retirar o excesso de argila das peças trabalhadas no torno. Torno de decoração: consiste numa base que suporta um pequeno prato obrigatório, feitos de ferro ou de alumínio. É um excelente auxiliar para modelagens á mão e para a aplicação de vernizes.
Teques de madeira e de metal: São geralmente de madeira, mas também podem ser feios em ferro. São instrumentos essenciais, servindo para unir, retocar, alisar, ligar, polir, texturar, etc. Os teques de ferro são mais usadas para trabalhar o gesso. Apresentam uma grande variedade de formas, servindo assim para múltiplas funções. Garrote é constituído por um arame com cabos de madeira. Serve para cortar grandes pedaços de barro. Devemos de ter um suporte liso e resistente sobre o qual possas trabalhar o barro, por exemplo uma placa de madeira. Para além destes instrumentos básicos, devemos utilizar alguma coisa para proteger a nossa roupa, para não ficar cheia de barro, por exemplo uma bata ou avental. Também são necessários sacos de plástico para tapar as mesas ou a bancada para não ficar cheia de barro.
Utensílios para torno Palhetas: Utensílios usados na realização de peças no torno. Podem ser metálicas, de madeira, de borracha ou de plástico duro. Servem essencialmente para adelgar as superfícies, mas a grande variedade de formas que apresentam torna-as adequadas para funções diversas durante a execução das peças. Rodetes: São feitos em gesso, madeira ou argila cozida. De forma cilíndrica, com cerca de 2 cm de espessura de diâmetro variável. Colocam-se sobre o prato do torno, servindo de base-suporte ás peças torneadas. Torno eléctrico: Imprescindível para produzir peças torneadas. Ocupa pouco espaço e é muito versátil. O prato gira a uma velocidade variável, que pode ser regulada á mão ou usando o pedal. As velocidades variam entre as 30 e as 240 rotações por minuto. Compassos: Instrumentos para traçar arcos de circunferência e para medir distâncias. São basicamente constituídos por duas pernas unidas numa das extremidades. Geralmente, são feitos em ferro, madeira ou plástico. Apresentam diversas formas, de acordo com a sua função. Assim, os compassos rectos servem para tirar medidas á altura, e os curvos à largura. Alguns estão providos de um parafuso para se poderem fixar. São essencialmente usadas no fabrico de peças em série. Fio de corte: É utilizado para cortar a argila e para separar as peças do torno. Trata-se de um fio de aço ou de nylon. Nas suas extremidades podem atar-se cabos ou anéis de madeira, para facilitar o seu manejo e evitar ferimentos nas mãos. Punções, teques cortantes e verruma: O punção serve para marcar, riscar e ligar as peças e o teque cortante para extrair a argila em excesso das peças torneadas. A verruma é usada para fazer orifícios na parede das peças. Canivetes vazadores: Possuem uma lâmina de ferro dobrada em “L” e um cabo em madeira. Apresentam formas variáveis, rectangulares, triangulares e arredondadas, mas têm todos em comum o corte biselado, que se aplica sobre a superfície das peças, retirando a pasta em excesso e polido simultaneamente a peça.
Utensílios para o forno Suportes para pratos: Como o nome indica, são suportes utilizados especificamente para pratos. São feitos em materiais refractários para poderem suportar temperaturas muito altas. São sobreposicionáveis, para aproveitar melhor o espaço do forno. Muito úteis se a produção de pratos for elevada. Tripés: São pequenos utensílios sobre os quais se colocam as peças envernizadas dentro do forno. Possuem formatos diversos, adaptados aos diferentes tipos de peças. Assim, há tripés em forma de estrela de três pontas, de extremidades muito pontiagudas. Os outros tipos de tripés incluem tiras de secção triangular, com 2 ou 3 cm de comprimento, e pequenas formas cónicas, com 1 cm de altura. Suportes de “carborundo”: São feitos com carboneto de silício e têm uma grande resistência, refractariedade e condutividade térmica. Suportes para azulejos: São feitos em materiais refractários. Servem de apoio aos azulejos e ladrilhos durante a cozedura, permitindo grande poupança de espaço e a circulação do calor entre as peças. Placas ou prateleiras: Utilizam-se como suporte para as peças e para formar os andares ou prateleiras de arrumação no forno. São feitas em argilas compactas com alto teor de alumina, silimanite, carboneto de silício e outros materiais de alta resistência térmica. Pilares ou colunas: Feitas em pasta com grogue e de argilas refractárias. Sustêm as prateleiras de arrumação do forno.
Técnicas de modelação manual: Técnica da bola: Com este processo podemos modelar peças a partir de uma bola de argila. Este método è um processo simples e por exemplo é bom para fazer tigelas e chávenas. O processo é simples basta colocar uma bola de argila amassada e húmida sobre a palma de uma das mãos, segurando-a sem pressionar. De seguida é só, “cravar” o polegar da outra mão no centro da bola e começo a apertar a argila entre o polegar e o indicador, fazendo-a girar na mão e abrindo-a gradualmente, e continua-se a fazer isto até acharmos a forma que queremos. Trata-se de um trabalho que requer delicadeza. Os processos que devemos seguir são os seguintes: -Amassa-se o barro e forma-se uma bola. -Devemos coloca-la entre as mãos e «enterra-se» o dedo polegar, fazendo rodar a bola. -Ao mesmo tempo, com o dedo polegar, vai-se pressionando o barro contra os outros dedos. -Temos de tentar colocar a parede da peça mais fina. -E finalmente podemos formar uma taça ou peça semelhante.
-Se for necessário, alisa-se melhor com teques de madeira ou com uma esponja húmida. -Põe-se a secar.
Técnica do rolo: Com este método podemos modelar qualquer tipo de peças. Esta técnica é feita através de rolos de argila. Estes rolos podem ser grossos ou finos de acordo com a espessura das peças que queremos. Os rolos são feitos a partir de bolas de argila, e que no início não deve ter mais de 25 cm de comprimento. Antes de começarmos o nosso trabalho devemos calcular o número de rolos necessários para a sua realização. Podemos seguir o seguinte processo: -Com um pedaço de barro e utilizando as mãos, forma rolos com espessura uniforme. -Para a base da peça , enrola um rolo sobre si mesmo e aplica a lambujem. -Sobrepõe várias camadas de rolos sobre a base. Antes da aplicação da lambujem, deves fazer ranhuras nos rolos para que adiram melhor á colagem. -Quando a peça estiver boa devo aguardar, e posso alisa-la com as mãos, com a ajuda de um teque ou de uma espoja húmida. -Deixa-se secar ao ar livre.
Técnica da placa ou prancha: Para prepararmos as placas devemos dispor de um rolo de massa, de ripas e retalho de lona. Começamos por fazer um rolo grosso de argila, que se coloca sobre a tela junto a uma das ripas, mas sem a tocar. Vamos então colando outros rolos, todos de lado a lado, até se atingir a largura necessária. De seguida unem-se os rolos de argila com os polegares de ambas as mãos, e passa-se o rolo da massa por cima deles, começando-se do centro para a frente e depois para trás. No momento em que as extremidades do rolo da massa rolarem sobre as tiras de madeira, a placa de argila terá a espessura necessária e estará completa esta fase. Para continuar este trabalho devemos esperar que a placa de argila adquira uma dureza semelhante ao do couro. Alguns dos passos que podemos seguir: -O barro é colocado entre duas ripas com a mesma espessura. -Estende-se o barro, passando várias vezes com o rolo de amassar. -Depois, corta-se as placas necessárias á construção da tua peça. -Risca-se o barro com um arame ou com um teque aguçado, as partes da peça a unir. Cola-se as peças umas ás outras com lambugem. -Alisa-se tanto quanto necessário, para dar um melhor acabamento á peça.
-Põe-se a secar.
Técnica de tiras: Esta técnica de modelação é semelhante á técnica de placas. No inicio do processo a técnica é a mesma, porque ambas as técnicas são necessárias tiras de argila. As tiras não devem ter mais de 3 cm de largura, pois se forem mais largas podem partir-se quando as colocarmos na base. Antes de começarmos a trabalhar devemos de verificar se o rolo da massa, as ripas e a lona estão bem limpas. Pois qualquer pedacinho de argila seca pode causar deformações na peça e deixar marcas.
Esquema de construção de um rosto em escultura.
Conclusão Neste trabalho aprendemos mais sobre Argila, uma vez que é um tema interessante. Fiz um breve resumo a explicar algumas. Aprendemos que há vários tipos de argila como argila de bola; para louça; vermelha; refractora; caulin ou argila da china e bentonto. Os modos de colorir a argila, os utensílios para a modelação, utensílios para torno como a palheta, rodetes; torno eléctrico; compassos; fio de corte; punções, toques cortantes e verrumo e canivetes vazadores. Os utensílios para o forno, como suportes para pratas; tripés; suportes de `carborundo´; suportes para azuleijos; pllaca ou prateleira e pilar ou colonas. E também se aprende as técnicas de modelação manual, como a técnica da bola; técnica do rolo; técnica de placa ou prancha e a técnica de tiras.