Pequi

  • June 2020
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Pequi Pequi

Pequi

Flor de pequi

Classificação científica Reino: Divisão: Classe: Ordem: Família: Género:

Plantae Magnoliophyta Magnoliopsida Malpighiales Caryocaraceae Caryocar

Nome binomial Caryocar brasilense Cambess. 1828

O pequi (Caryocar brasiliense; Caryocaraceae) é uma árvore nativa do cerrado brasileiro, cujo fruto, embora muito utilizado na cozinha nordestina, do centro-oeste e norte de Minas Gerais, é considerado tipicamente goiano.

Dele é extraido um azeite denominado azeite de pequi. Seus frutos são também consumidos cozidos, puros ou juntamente com arroz e frango. Seu caroço é dotado de

muitos espinhos, e há necessidade de muito cuidado ao roer o fruto, evitando cravar nele os dentes, o que pode causar sérios ferimentos nas gengivas. O sabor e o aroma dos frutos são muito marcantes e peculiares. Pode ser conservado tanto em essência quanto em conserva.

Ocorrência Símbolo da cultura do estado brasileiro de Goiás, o pequi pode também ser encontrado em toda a região Centro-Oeste (considerada a capital da fruta) e nos estados de Rondônia (ao leste), Minas Gerais (norte e oeste), Pará (sudoeste), Tocantins, Maranhão (extremo sul), Piauí (extremo sul), Bahia (oeste), Ceará (sul), e nos cerrados de São Paulo e Paraná. Em Goiás podem ser encontradas todas as variedades, cuja frutificação ocorre entre os meses de setembro e fevereiro. Está na lista de espécies ameaçadas do estado de São Paulo[1]. É encontrado também na Bolívia[2]

Usos Nas antigas vilas de Meia Ponte (hoje Pirenópolis), e Vila Boa, ainda no início do século XVIII, o pequi começa a ser utilizado na culinária de Goiás. Na região que circunda a cidade industrial de Catalão, o pequi era utilizado tão somente para a fabricação do Sabão de Pequi, de propriedades terapêuticas.

Frutos na árvore O fruto pode ser apreciado em variadas formas: cozido, no arroz, no frango, com macarrão, com peixe, com carnes, no leite, e na forma de um dos mais apreciados licores de Goiás. Além de doces e sorvetes.

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Sua polpa macia e saborosa deve ser comida com cuidado, uma vez que a mesma recobre uma camada de espinhos que, se mordidos, fincam-se na língua e no céu da boca, provocando dores, risco este que deixa de existir, uma vez assimilada a técnica de degustação que é de fácil aprendizado. Deve ser comido apenas com as mãos, jamais com talheres. Deve ser levado a boca para então ser "raspado" - cuidadosamente - com os dentes, até que a parte amarela comece a ficar esbranquiçada e parar antes que os espinhos possam ser vistos.

Propriedades do pequi Recentemente, foi descoberta uma propriedade incrível do óleo de pequi, que antes mesmo de poder ser explorada pelo Brasil, já foi patenteada pelos japoneses. Ela foi recentemente batizada de CSL, ou "Chemical strengthener layer". Segundo as pesquisas, basta adicionar 50ml de óleo de pequi para cara 4l de óleo mineral, para que se consiga o efeito da super dureza em qualquer material metálico, e ele inclusive aumenta a carga de molas se for aplicado uniformemente. Existem testes em motores com cabeçotes totalmente originais, girando mais de 10.000 rotações por minuto, sem indícios de fadiga ou quebra.

Fotos

Flor e folhas

Flor do Pequi

O pequi ou pequizeiro é uma árvore típica do cerrado brasileiro, apresentando os característicos ramos tortuosos, além de ser heliófita, xerófita e semidecídua. Seu tronco apresenta casca cinzenta, da qual se extrai corantes amarelos, utilizados pelos artesãos locais. As folhas são compostas, divididas em três grandes folíolos verdes, de bordos irregulares, com o lado inferior mais claro e com a superfície recoberta por uma densa pilosidade. As flores de cor branco-creme são muito decorativas e chamam a atenção pelos numerosos e longos estames. A floração ocorre no final do inverno e primavera.Os frutos do pequizeiro surgem no final da primavera e no verão, são do tipo drupa e seus caroços envolvidos por uma polpa carnosa são muito apreciados na culinária e conhecidos pelos perigosos espinhos. Os caroços podem ser consumidos em natura e em pratos cozidos de arroz, feijão, carnes, assim como conservas, doces, licores e vitaminas. As castanhas, presentes no interior dos caroços também podem ser saboreados. A madeira do pequizeiro é de ótima qualidade, e pode ser utilizada na construção civil, naval, indústria moveleira, e na xilogravura. No paisagismo o pequizeiro é adequado tanto para grandes parques como para pequenos jardins residenciais, pois seu porte não é muito avantajado, alcançando de 6 a 10 m de altura e seu crescimento é lento. Do plantio a frutificação vão de quatro a oito anos. Devem ser cultivados sob sol pleno, em solo fértil e enriquecido com matéria orgânica, com largo espaçamento, em covas bem preparadas e com regas regulares no primeiro ano. Multiplica-se por sementes que podem demorar cerca de 8 meses do plantio até a germinação, a armazenagem e a quebra de dormência ainda é contraditória e pode inviabilizar as sementes.

A REPRODUÇÃO DO PEQUIZEIRO Tecnologia garante perpetuação da espécie Um dos símbolos do cerrado, o pequi esteve bem perto da extinção até há alguns anos, devido ao extrativismo indiscriminado e ao desmatamento de áreas de vegetação nativa. Esse risco, felizmente, foi definitivamente afastado graças às técnicas de propagação desenvolvida por pesquisadores brasileiros. Do plantio a frutificação vão de quatro a oito anos. Os frutos proporcionam diferentes formas de processamento e aproveitamento na culinária. No Estado de Goiás é o elemento principal de seu prato mais característico e exótico, a galinhada com pequi. A propagação da árvore do pequi é feita com os frutos maduros, usados como semente logo que ao chão. A quebra da dormência, entre outras maneiras, pode ser feita com a movimentação das sementes sem casca em um recipiente durante 15 a 20 minutos, de modo a provocar pequenos choques, ou deixálos por 24 horas em uma solução de água com ácidos específicos. Estão depositadas no pequi, juntamente com outros frutos do cerrado, como o baru, mangaba, caju, araticum, guapeva e o palmito da guariroba, esperanças de exploração sustentada do bioma, a partir do adensamento das plantas e da diversificação de espécies de reconhecida ou potencial importância econômica, num consórcio com a própria natureza, isto é, com outras plantas nativas. Como a pesquisa ainda não tem todas as respostas para seu cultivo, o caminho para salvar o pequi tem sido a reprodução das condições oferecidas pelo ambiente natural da planta, uma experiência original como o próprio pequi. Banhos de ácido e choques térmicos eram os recursos mais utilizados para estimular a germinação, mas essas e outras técnicas vem sendo substituídas em alguns viveiros. O pesquisador Roberto de Almeida Torres, coordenador do viveiro de mudas do CNPq/ Funape/UFG, explica que processo de reprodução do pequi começa com a seleção das matrizes. São escolhidas aquelas com frutos de

Pequi - Caryocar brasiliense Camb. Nomes populares: pequi, piqui, grão-de-cavalo, amêndoa-de-espinho, piquiá-bravo, pequiá, pequiápedra, pequerim, suari e piquiá. Nome científico: Caryocar brasiliense Camb.

O pequizeiro é uma planta típica do Cerrado, que consiste num bioma de grande variedade de sistemas ecológicos, tipos de solo, clima, relevo e altitude, e com uma vegetação caracterizada por coberturas rasteiras, arbustos, árvores esparsas e tortuosas, de casca grossa, folhas largas e raízes profundas, formando desde paisagens campestres a florestas.

Com uma vida útil estimada de aproximadamente 50 anos, o pequizeiro atinge até 10 m de altura. Sua fase reprodutiva inicia-se a partir do oitavo ano, com floração ocorrendo normalmente entre os meses de setembro a novembro. A frutificação acontece de outubro a fevereiro, produzindo frutos por 20 a 40 dias em média, com produção variável podendo chegar a 1000 frutos por pé. Calendário de Frutificação

O fruto do pequizeiro apresenta gosto inconfundível tendo seu nome ligado às suas características botânicas, e etimologicamente ligado à língua tupi: py = casca e qui = espinho (Simões, 2005). Contém normalmente entre 1 a 4 caroços, cientificamente chamados de putâmens. No Norte de Minas Gerais já foram encontrados frutos contendo até 7 caroços. O caroço é composto por um endocarpo lenhoso com inúmeros espinhos, contendo internamente a semente, ou castanha, e envolto por uma polpa de coloração amarela intensa, carnosa e com alto teor de óleo.

Características Físicas do Pequi Parâmetros

média

Peso por fruto (g)

76,41

Peso de caroço por fruto (g)

30,75

Peso de polpa por fruto (g)

7,41

Peso das sementes por fruto 22,87 (g) Diâmetro longitudinal (mm)

32,17

Diâmetro equatorial (mm)

41,16

Rendimento de polpa (%)

8,98

Rendimento de caroço (%)

28,81

Rendimento em casca (%)

61,66

Características Químicas da polpa do Pequi Parâmetros

Quantidade por porção de 100 g de polpa

Umidade (%)

50,61

Proteinas (%)

4,97

Gordura (%)

21,76

Cinza (%)

1,1

Fibra (%)

12,61

Carboidratos (%)

8,95

Calorias Kcal/100g

251,47

Cálcio (mg/100g)

0,1

Fósforo (mg/100g)

0,1

Sódio (mg/100g)

9,17

Vitamina C (mg/100g)

103,15

Fonte: Relatório Institucional – Núcleo de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Minas Gerais, Montes Claros, 2003. Uma das maiores virtudes do Cerrado brasileiro é a diversidade biológica deste bioma, representado por uma série de espécies vegetais que produzem frutos utilizados na alimentação humana, podendo-se destacar o pequi. Espécies medicinais e outras plantas úteis vêm sendo largamente utilizadas no cotidiano da população local, constituindo uma reserva farmacológica, nutricional e utilitária de riqueza inigualável para os povos das regiões ocupadas pelo Cerrado (Simões, 2005). Assim como numerosos e exuberantes estames em sua flor, múltiplos são as formas de uso e significado do pequi para esses povos. Elemento de base da cultura alimentar de várias regiões brasileiras, o fruto do pequi, compõe receitas tradicionais, como o Arroz com Pequi, Galinhada, alguns doces, licores, sorvetes, caracterizando fortemente, junto a outras especiarias, o bouquet de sabores das culinárias regionais aonde ele se encontra. Popularmente, seu uso fitoterápico é apontado em diversos tratamentos, pelo uso do seu óleo, flores e folhas. Extrativismo Ao associar a coleta do pequi a uma atividade produtiva em cadeia, com expansão do consumo além do uso próprio ou familiar, origina-se também um problema de desequilíbrio ecológico, principalmente relacionado ao ciclo de reprodução do pequizeiro e dos ecossistemas circunvizinhos à planta e à área de coleta.

O pequizeiro, gera seus frutos – e conseqüentemente suas sementes – em número suficiente e necessário para que suas características genéticas sejam prospectadas naturalmente em seu meio, e aonde mais essas sementes alcançarem. A coleta indiscriminada dos frutos, sem controle da quantidade coletada, ou da forma como isso é feito, afeta diretamente a produtividade e a diversidade natural da população de pequizeiros presentes numa certa região, além de prejudicar a relação destas árvores com insetos, animais maiores, plantas, e outras formas de vida que com as quais elas interagem diretamente, causando um desequilíbrio ambiental em maior escala. Algumas recomendações de boas práticas de coleta do pequi são:



Não derrubar o fruto da árvore, muito menos utilizar varas ou qualquer outro instrumento para isso;



Coletar somente os frutos caídos naturalmente. Estes, sim, estão no ponto de consumo;



Não devastar a cobertura vegetal debaixo e ao redor da planta; existem outros seres em convivência natural com ela, que dependem dessa cobertura;



Coletar frutos sadios, e deixar os frutos rachados ou abertos como reserva natural, para reprodução da planta e alimentação animal; se houver somente frutos sadios, deixe assim mesmo uma certa quantidade de reserva. A recompensa futura será muito maior;



Somente leve os frutos. Não deixe nada que não pertença ao ambiente, como sacos plásticos não utilizados e outros tipos de lixo.

USO E APROVEITAMENTO AGROINDUSTRIAL DO PEQUI Não obstante os problemas causados pelo extrativismo descontrolado, o avanço da fronteira agrícola no Cerrado, sob a forma de expansão de grandes lavouras monoculturais, como a soja, e a instalação, sobretudo no cerrado mineiro e baiano, de fazendas de reflorestamento de eucalipto, têm sido, numa escala escandalosamente maior, as principais ameaças ao estoque natural do pequizeiro e a toda a biodiversidade do bioma, sua água, seu solo e os povos que dele sobrevivem. O aproveitamento do pequi sob a forma de seu processamento agroindustrial tem aberto perspectivas cada vez mais amplas e promissoras de atividade e agregação de renda por parte de agricultores familiares e extrativistas em regiões distintas do cerrado brasileiro, num esforço contínuo de preservação ambiental associado ao uso racional dos recursos naturais, espelhando as lutas contra os efeitos degradantes citados anteriormente. Organizados por meio de associações, cooperativas e microempresas, eles têm buscado, com o apoio de organizações civis e de governos, aprimorar estruturas de produção, tecnologias e processos de beneficiamento, com um perfil mais apropriado à sua escala de investimentos, disponibilidade de matéria-prima e outros recursos naturais, e com foco na sustentabilidade ambiental. Dentre processos tradicionais e novas tecnologias e produtos que se encontram em desenvolvimento no país, a tabela a seguir apresenta alguns usos e aproveitamentos possíveis que se podem dar ao pequi:

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