Pea Unesco Riodejaneiro 25-10-2005

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Uma escola de Educação Infantil para a criança atual

Gisela Wajskop 25 de outubro de 2005 Rio de Janeiro



Jornal O Estado de São Paulo, domingo 28 de agosto de 2005 – Caderno de Economia:

Indústria de brinquedos nacional investe fortemente em brinquedos para a faixa préescolar. Jogos tradicionais ainda atingem crianças na faixa até os 8 anos. A partir dos 10 anos o grande filão serão os telefones celulares e laptops temáticos



Na Bíblia e em outras fontes judaicas posteriores usava-se vários conceitos ligados à infância na língua Hebraica: – – – – – – –

Katan – nascimento à adolescência Ubar – feto de 1 dia Tinok – bebê Bem – menino Bat – menina Ieled – menino ou menina até 7-8 anos Essas denominações estavam assoviadas à possibilidades de inserção na cultura adulta, como por exemplo, a partir de 3 anos as crianças já eram consideradas capazes para o aprendizado da escrita.

• O comportamento da criança pequena é tão ambíguo que as crenças culturais sobre a natureza humana influenciam facilmente as interpretações do observador sobre o que crê ver” . • Jerome Kagan ( apud Bradley,1989, p. 229)

Crenças sobre a criança e educação ao longo da história ocidental pós modernidade • Criança “nada”, ou “enfant rien”, sem valor social e afetivo: não há preocupação educativa • Mini-adulto: educação preparatória e antecipatória • Criança-rei: atenção individualizada e educação prioritariamente centrada na família • Criança real, sujeito humano, histórico: direitos à educação – educação na família, creche, escola, clubes, associações diversas

Século XX: As infâncias Criança parceira: o que fazer? •

Papel da psicologia, antropologia, sociologia, teorias educativas na definição das idades da vida



Trabalho como característica do mundo adulto



Desenvolvimento de uma sociedade individualista, consumista e ‘invejosa”: a criança idealizada no pensamento adulto deve inverter com ele os papéis



Aos 10 anos não se é mais criança!



Definição da infância como categoria social diferenciada pelo ofício de brincar



Brincar como linguagem constitutiva da humanidade: origem nos mitos e no teatro



Rede social educativa: a criança com o parceira - inclusão gradativa, tutelada e sistemática no mundo e na cultura adulta por meio de observação das interações e das práticas sociais reais: dificuldade social e cultural na administração dessa inclusão: criança novamente como mini adulto



Sociedade abandona seus ritos de passagem e tabus: acesso irrestrito da criança a um mundo pouco compreensível por meio da mídia, 24 horas por dia, entre outros.

Séc XXI: recuperar infâncias • Existência da infância é sempre relativa ao mundo adulto • Reconstrução de novas relações de paz entre o mundo adulto e as infâncias: instituição da brincadeira como linguagem imaginária de construção de sentido

Desafios para a criação de novos paradigmas institucionais do ponto de vista das novas crianças e das aprendizagens infantis 2.

Instituições educativas como fóruns sociais para compreensão e reflexão sobre as novas relações entre adultos e crianças: solidariedade e comunicação pela paz;

4.

Variabilidades de espaços, tempos, currículo oferecido e formação docente: o respeito às diversidades de composição familiar atual e das novas crianças;

6.

Construção de instrumentos que permitam organizar os horários, as atividades e as rotinas de uma nova escola de educação infantil para as crianças da pós-modernidade

8.

Rediscussão sobre os estilos pedagógicos de atendimento em creches e em pré-escolas: função alfabetizadora da educação infantil

10. Currículo organizado em torno de uma reflexão e marcas éticoestéticas: direito aos conhecimentos universais e à construção da linguagem do brincar como base da imaginação e pensamento criativo •

Estabelecimento de novas articulaçoes funcionais e curriculares entre pré-escola e ensino fundamental de 1a a 4a série, com vistas à ampliação da escolaridade básica, incluindo gradativamente as turmas de 5 e 4 anos; ;

Características do brincar •

Atividade simbólica, sem objetivos extrínsecos: brincar por brincar;



Atividade livre e voluntária;



Linguagem intra- psíquica, cultural e social por excelência;



Linguagem secundária: substituição de significados por meio do uso de suportes objetais e gestuais;



Recriação de situações por meio da imitação, imaginação, regras e transformação da realidade: acesso e ampliação dos conhecimentos prévios;



Criação de um enredo por meio da definição e escolha voluntária de papéis, parceiros e objetos - vínculos afetivos e expressão de sentimentos



Brincar como constitutivo da pessoa humana • Desenvolve a capacidade humana de projetar no presente idealizações por meio da elaboração de hipóteses e resolução de problemas no âmbito imaginário – “Agora eu era o herói...” • Espaço de construção de conhecimentos - relação com o que é “não-brincar”: mitos e tabus a serem experimentados simbolicamente; • Espaço de construção de vínculos e expressão emocional e afetiva de parceria: origem nas relações primitivas do bebê com a mãe ou substituto

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