NOME: ALCIONE FERREIRA DE CARVALHO
R.A.: 006187
CURSO: HUMANIZAÇÃO NO TRABALHO PARA EQUIPES DE SAÚDE
MAT.: 66110
DISCIPLINA: HUMANIZAÇÃO, SAÚDE E TRABALHO
DATA: 12/10/2018
ATIVIDADE AVALIATIVA
HUMANIZAÇÃO, SAÚDE E TRABALHO
Questão
0800.887.0459
Alternativa
1
A
B
C
D
E
2
A
B
C
D
E
3
A
B
C
D
E
4
A
B
C
D
E
5
A
B
C
D
E
6
A
B
C
D
E
7
A
B
C
D
E
8
A
B
C
D
E
9
A
B
C
D
E
10
A
B
C
D
E
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QUESTÃO: 1 Deleuze oferece-nos uma síntese esquemática da teoria clássica do direito natural, tal como ela foi elaborada por Cícero, que recolheu todas as tradições da Antiguidade sobre o assunto (a platônica, a aristotélica e a estoica), e foi adaptada ao cristianismo, notadamente por São Tomás. Em última instância, essa teoria clássica do direito natural afirma que "o que constitui o direito natural é o que é conforme a essência". Assim, o que constitui o direito natural do homem é o que é conforme a essência do homem. Poderemos entender melhor o sentido dessa concepção e suas consequências práticas retendo suas quatro proposições de base que serão, em seguida, contrapostas a outras quatro, que embasam a concepção de que as coisas seriam mais bem definidas por sua potência. E são quatro as proposições de base da teoria clássica do direito natural, EXCETO: A) O homem se define por sua essência; B) Chamar-se-á boa sociedade aquela em que o homem possa realizar sua essência e, portanto, o estado de natureza não antecede o estado social, mas será aquele estado conforme a essência na melhor sociedade possível, ou seja, a mais apta a realizar a essência do homem; C) Têm-se direitos na medida em que não se tem deveres, isto é, os deveres são primeiros em relação aos direitos, já que os deveres não são precisamente as condições sob as quais se pode melhor realizar a essência, se pode melhor levar uma vida conforme a essência; D) Têm-se direitos na medida em que se tem deveres, isto é, os deveres são primeiros em relação aos direitos, já que os deveres são precisamente as condições sob as quais se pode melhor realizar a essência, se pode melhor levar uma vida conforme a essência;
E) Somente o "sábio" tem a competência de saber qual é a essência, qual é nossa essência, quais são nossos deveres e qual é a melhor sociedade para realizarmos nossa essência.
QUESTÃO: 2 No campo da discussão sobre o direito natural, quem virou a concepção clássica do avesso foi Hobbes. É ele que, finalmente, veio dizer que as coisas não se definem por uma essência, elas se definem por uma potência. É ele que colocou essa discussão justamente no campo jurídico-político, de tal forma que não será mais possível pensar o direito natural como antes, ao menos fora do campo eclesiástico. Ele pode ser encontrado entre alguns sofistas e, particularmente, entre os chamados filósofos cínicos, mas também entre modernos que vieram antes de Hobbes, como é o caso de Nicolau de Cusa. Este filósofo renascentista, aliás, tem uma enorme importância nesta história, pois a ele se atribui a criação de um neologismo, um barbarismo em latim, que é uma verdadeira "palavra-valise" a carregar em si toda essa discussão. Ele toma a palavra posse, que é o infinitivo do verbo poder, e a palavra est, que significa é, a terceira pessoa do singular do verbo ser no presente do indicativo, e cria a palavra possest:
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Mas é mesmo com Hobbes e, em seguida, com Espinosa (que se declarava um leitor de Hobbes), que ocorrerá a explosão moderna deste modo de pensar. E são quatro as suas proposições de base para uma nova teoria do direito natural, EXCETO: A) o direito natural não é aquilo que é conforme a essência da coisa, mas tudo aquilo que pode a coisa. Assim, por exemplo, está no direito do homem, tudo aquilo que ele pode. Tudo aquilo que o homem pode, é permitido, é seu direito natural; B) o direito natural é aquilo que é conforme a essência da coisa, e não aquilo que pode a coisa. Assim, por exemplo, está no direito do homem, tudo aquilo que ele pode. Tudo aquilo que o homem pode, é permitido, é seu direito natural; C) o estado de natureza não se confunde com o estado social e, teoricamente, o precede, já que no estado social há interditos, há proibições. Há coisas que eu posso fazer, mas são proibidas e, mais, se eu me proíbo de fazê-las é porque eu também o posso; D) o direito é anterior ao dever, já que, no estado de natureza, tudo que eu posso é meu direito e os deveres serão obrigações segundas tendentes a limitar os direitos em nome do devir social do homem;
E) do ponto de vista do direito natural, há uma igualdade absoluta entre o "sábio" e o "néscio", já que cada um deles faz tudo aquilo que pode, tudo aquilo que está na sua potência. A identidade da potência e do direito natural assegura a igualdade de todos os seres sobre uma escala quantitativa. É claro que haverá uma diferença entre o sábio e o néscio, mas no estado civil, no estado social, mas não do ponto de vista do direito natural.
QUESTÃO: 3 Há determinadas características da atenção primária à saúde que merecem ser destacadas, por conferirem especial relevância à proposta de humanização nos termos em que está sendo aqui tratada. São elas, as características: A) a extensão e capilaridade da rede de serviços de atenção primária à saúde, que não encontra paralelo em nenhum outro equipamento da rede de serviços de saúde; B) a sua atuação referida às demandas de saúde mais frequentes, que se encontram muitas vezes na fronteira entre os "problemas da vida" e a "patologia" objetivamente definida e que, portanto, nem sempre estão claramente configuradas como demandas cuja resposta mais adequada possa ser encontrada exclusivamente no arsenal diagnóstico-terapêutico da biomedicina; desta última característica decorrem duas outras, fundamentais: C) a importância excepcional que adquire neste espaço o que Deslandes chamou de "tecnologias de escuta e de negociação das regras comportamentais e organizacionais" ou, em outras palavras, a importância das "tecnologias de conversa" que facilitariam a identificação, elaboração e negociação com os usuários das necessidades que podem vir a ser satisfeitas naquele ou em outros espaços
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institucionais; D) a importância da ação multiprofissional e da articulação intersetorial, já que a atenção primária possui inevitavelmente essa vocação de "porta de entrada" não apenas para a rede de serviços de saúde, mas para uma multiplicidade de outras demandas sociais, que acabam por se traduzir em demandas de saúde ou simplesmente aí se apresentam pela ausência de outros espaços sociais de expressão;
E) todas as alternativas anteriores.
QUESTÃO: 4 Um acolhimento dialogado é esse diálogo que se orienta, fundamentalmente, pela busca de um maior conhecimento das necessidades de que o usuário se faz portador e dos modos de satisfazê-las. Pode-se dizer, de forma bem sucinta, que o acolhimento dialogado seria uma técnica de conversa de apoio ao processo de conhecimento das necessidades, fundada em certas disposições ético-cognitivas, a saber: A) o reconhecimento do outro como um legítimo outro; B) o reconhecimento de cada um como insuficiente; C) o reconhecimento de que o sentido de uma situação é fabricado pelo conjunto dos saberes presentes; D) todo mundo sabe alguma coisa, ninguém sabe tudo e a arte da conversa não é homogeneizar os sentidos fazendo desaparecer as divergências, mas fazer emergir o sentido no ponto de convergência das diversidades;
E) todas as alternativas anteriores.
QUESTÃO: 5 As redes de trabalho em saúde – essas extensíssimas redes de conversações – podem, assim, também ser pensadas como redes de trabalho afetivo, no sentido de que o essencial nelas é, de fato, a criação e a manipulação dos afetos. A) São redes de trabalho afetivo: B) São redes de produção de afetos; C) É a própria produção de redes sociais, de comunidades, de formas de vida (biopoder), de produção de subjetividades (individuais e coletivas) e de sociabilidade (HARDT, 1998). D) São redes de produção de redes; 0800.887.0459
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E) Todas as alternativas anteriores.
QUESTÃO: 6 Ora, sabemos que no trabalho em saúde, não se pode sequer falar numa relação verdadeiramente terapêutica sem que haja uma relação de confiança. Mas tampouco as relações amorosas ou sociais que possam ser ditas "saudáveis" prescindem de relações de confiança. E dizer isso não é pouco numa época em que quase tudo se volta para maximizar as relações de desconfiança. Assim, podemos afirmar que são elementos de uma autêntica cultura da desconfiança: A) A biomedicina, montada no saber epidemiológico sobre o risco, não cessa de nos indicar onde moram os perigos, de nos fazer desconfiar de quase tudo que nos cerca, de quase tudo que fazemos, comemos ou bebemos; B) Os tiranos de todo tipo, onipresentes no passado tanto quanto em nossa história presente, também têm seu próprio discurso, sempre atualizado, do terror e do medo, inoculando em nossas almas e fazendo circular por toda parte a desconfiança em relação ao outro, especialmente, em relação ao estranho, seja o não homogeneizado pelos mecanismos de captura e produção de subjetividade serializada, seja simplesmente o estrangeiro; C) Os economistas disputam com os médicos (e ambos com os antigos sacerdotes) o lugar de dominância no discurso sobre o risco. Só que, nesse caso, não emitem juízo sobre os riscos para a saúde dos indivíduos em geral, mas para a saúde financeira dos especuladores e vendedores de crédito do planeta; D) A mídia, irradiando todos estes discursos sobre a desconfiança no mais alto volume, deixando-nos surdos e incapazes de perceber os canais de circulação de solidariedade, de confiança (no outro e na vida) e de alegria consistente;
E) Todas as alternativas anteriores são verdadeiras.
QUESTÃO: 7 Humanizar a atenção e a gestão em saúde no SUS se apresentava como meio para a qualificação das práticas de saúde: acesso com acolhimento; atenção integral e equânime com responsabilização e vínculo; valorização dos trabalhadores e usuários com avanço na democratização da gestão e no controle social participativo. Com estas direções definimos os seguintes princípios norteadores (Brasil, 2004), EXCETO: A) valorização da dimensão subjetiva e social em todas as práticas de atenção e gestão no SUS, fortalecendo o compromisso com os direitos do cidadão, destacando-se o respeito às questões de gênero, etnia, raça, orientação sexual e às populações específicas (índios, quilombolas, ribeirinhos, 0800.887.0459
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assentados, etc.); B) fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional, fomentando a transversalidade e a grupalidade e; apoio à construção de redes cooperativas, solidárias e comprometidas com a produção de saúde e com a produção de sujeitos; C) construção de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos implicados na rede do SUS e; coresponsabilidade desses sujeitos nos processos de gestão e de atenção; D) fortalecimento do controle social sem caráter participativo em todas as instâncias gestoras do SUS;
E) compromisso com a democratização das relações de trabalho e valorização dos profissionais de saúde, estimulando processos de educação permanente.
QUESTÃO: 8 Nos anos 70, podemos dizer que experimentamos mudanças das concepções do poder em práticas concretas discursivas e não discursivas. Essas mudanças estão presentes nas teses de Michel Foucault que se dedica à construção de uma analítica do poder produzindo efeitos de desestabilização nas formulações acerca do tema. É importante lembrar que em maio de 1973 Foucault proferiu um conjunto de cinco conferências na PUC-Rio (Foucault, 1996). Essas conferências foram posteriormente publicadas e antecipavam entre nós as teses genealógicas que em 1975 apareceriam no livro Vigiar e punir (FOUCAULT, 1977). Sobre este tema é incorreto afirmar que: A) Essa fase do pensamento foucaultiano, conhecida como período genealógico, caracteriza-se, sobretudo, por um método de acoplamento do conhecimento com as memórias locais, que permite a constituição de um saber histórico das lutas e a utilização deste saber nas táticas atuais; B) São, antes de tudo, pós-ciências no dizer de Foucault, ressurreição dos saberes contra "os efeitos de poder descentralizadores que estão ligados à instituição"; C) Para ele, a questão de todas as genealogias é a do poder: quais seus mecanismos, efeitos, relações e dispositivos que se exercem nos diferentes domínios da sociedade e com extensões tão variadas; D) Mais tarde indicará que o método genealógico realiza sempre uma "ontologia histórica de nós mesmos" (FOUCAULT, 2000), o que faz deste método a preparação de saberes que argúem o que somos, o que sentimos, o que cremos, desestabilizando o instituído para fazer aparecer as forças históricas do processo de sua institucionalização;
E) A genealogia, neste sentido, é um método crítico por excelência que mantém aceso este ímpeto emancipatório próprio da modernidade em confronto constante com o já dado.
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QUESTÃO: 9 Em se tratando do tema do poder na perspectiva foucaultiana é menos apropriado falar em campo do que em um plano do poder. Tal distinção por nós anteriormente trabalhada (BENEVIDES & PASSOS, 2000) aponta para as diferenças entre os conceitos no que cada um deles se refere, seja ao domínio da realidade constituída (campo), seja em relação ao plano de constituição dessa realidade (plano). A tese tradicional é que a política se organiza como um campo que tem no centro a máquina do Estado da qual emanam os projetos de governo e as políticas públicas. A série, portanto, aqui, se faz no sentido descendente Estado-governo-política pública. Nesse sentido, podemos afirmar que: A) Foucault, na década de 70, propõe um conceito que subverte esta série tradicional que coloca o Estado não como o locus de emanação do poder: trata-se do conceito de anti governamentalidade; B) O autor (Foucault, 1979c) destaca que entre o século 16 e o final do século 18 desenvolve-se uma série de tratados sobre a arte de fovernar. Como governar, como fazer para ser o melhor governante? Tais são as questões que emergem num contexto de instauração dos grandes Estados territoriais e de uma preocupação com a concentração estatal, mas também indicando movimento de dispersão e dissidência religiosa, como foi o caso da Reforma e da Contra Reforma. É mesmo uma "problemática geral do governo em geral" (1979c) que se coloca como tema. C) Mas Foucault, pesquisador dos textos menores, não se atém ao que na época era tomado como o discurso sobre a democracia, tal como apresentado em O príncipe de Maquiavel. D) Ele destaca a existência de uma literatura promaquiavélica entre o século 16 e o início do século 19, que aponta para uma importante construção da arte de governar que desenhará e sustentará o Estado medieval.
E) O que o autor propõe é o contraste entre duas tecnologias do poder que no século 16 se rivalizam. É a modulação de uma sociedade tradicional marcada por um diagrama de poder soberano para a sociedade medieval dita disciplinar.
QUESTÃO: 10 Pesquisando as artes de governar, Foucault destaca a existência de diversos tipos de governo: A) o governo de si (domínio da moral); B) a arte de governar uma família ou a população (domínio da economia); C) a ciência de bem governar o Estado (domínio da política); D) todas as alternativas anteriores;
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E) somente as alternativas a e b estão corretas.
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